AVALIAÇÃO DA DOCÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN



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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA DOCÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN Maria Pepita Vasconcelos de Andrade Denise Câmara de Carvalho Joana Brito de Sá RESUMO Este artigo objetiva discutir aspectos relativos à metodologia e aos resultados do processo de avaliação da docência da UFRN realizado entre julho e setembro de 2008 sob a coordenação da CPA. Este processo o Projeto de Avaliação Institucional, inscrito no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Os resultados obtidos constituem guia para orientar tanto a didática e atuação profissional de professores no sentido de propiciar melhor qualidade do ensino de graduação quanto orientar a política e as ações estratégicas no âmbito da UFRN com vistas a ampliar o sucesso de seus estudantes e o acesso ao ensino superior público. Palavras-chave: Avaliação da docência; Atuação didática; Postura profissional. Qualidade do ensino. RESUMÉ L AVALUATION D ENSEIGNANT; L ACTION DIDÁTIQUE, POSTURE PROFISSIONNELLE; QUALITÉ DE L ENSEIGNEMENT Il s agit d un article dont l objetif est de mettre en débat les aspects relatifs à la méthodologie et aux résultats du processus d1évaluation d enseignant de l enseignement supérieur dans l Université Fédérale de Rio Grande du Nord, réalisé entre juillet ET septembre 2008. Ces processus fait partie Du Projet d Evaluaion Institutionnelle inscrit dans Le Système Nationale d Evaluaion de l Enseignement Supérieur (SINAES). Les resultants obtenus servent de guide d orientation de l action des enseignants, ayant pour but l amélioration de la qualité de l enseignement mais aussi la mise au point de strategies d action dans l Université visant le success des étudiants et le plus grand accès à l enseignement supérieur publique. Mots clés: L Avaluation d Enseignant. L action didátique. Posture profissionnelle. Qualité de l enseignement.

2 1 INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta os resultados da Avaliação da Docência da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), realizada no período de julho a setembro de 2008, sob a coordenação da Comissão Própria de Avaliação (CPA). A avaliação da docência na UFRN vem se constituindo uma prática contínua da Instituição, respondendo às exigências do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), no sentido de repensar suas atividades, refletir sobre as dificuldades e os avanços no que se reportam ao desempenho do professor e seu compromisso com a qualidade do ensino de graduação, a infra-estrutura dos ambientes de ensino, analisados sob a ótica do professor e do aluno. Entendemos que dependendo do seu objetivo e da concepção que lhe dá suporte, a avaliação deve ser constantemente reescrita, refeita, o que a transforma em processo contínuo. Como processo, necessita de definição de princípios que fundamentem sua prática, os quais, por sua vez, dependem e interagem com os objetivos pretendidos para a utilização dos seus resultados. Avaliação como processo contínuo deve ser mediadora do alcance de propostas previamente definidas. Como nos mostra Minayo (2005, p. 19) a Avaliação é um processo sistemático de fazer perguntas sobre o mérito e a relevância de determinado assunto, proposta ou programa. Um processo de avaliação de programas e projetos sociais geralmente tem, como sentido mais nobre, fortalecer o movimento de transformação da sociedade em prol da cidadania e dos direitos. No contexto da avaliação institucional da UFRN, a avaliação da docência está regulamentada pelo CONSEPE Resolução nº 131/2008, diz respeito ao professor/disciplina em sala de aula e à infra-estrutura.. Em relação ao professor, foram consideradas as dimensões: atuação didática e postura profissional, avaliadas pelo aluno, que também faz a sua autoavaliação. O professor avalia a turma e faz a sua auto-avaliação. A dimensão institucional será avaliada no que diz respeito às condições de infra-estrutura, utilização de recursos didáticos na disciplina e necessidade de recursos didáticos na disciplina. O último item do questionário, tanto do aluno, quanto do professor, é uma questão aberta para depoimentos para que cada uma faça os seus depoimentos.

3 2 O PROCESSO DA AVALIAÇÃO DA DOCÊNCIA Considerando a concepção de avaliação que norteia as ações da avaliação interna na UFRN, no contexto da Avaliação da Docência, a mesma baseia-se nos seguintes princípios: a. Continuidade: Não se limita ao cronograma do projeto atual, nem se esgota na elaboração de um relatório. Deverá assumir o caráter de política acadêmica, permanente e prospectiva, reeditando-se anualmente e subsidiando as decisões a serem tomadas a partir das informações produzidas. b. Transparência: Os atores envolvidos no processo de ensino devem ser exaustivamente informados acerca dos objetivos e procedimentos da avaliação, das informações obtidas e das ações decorrentes dessas informações. c. Integração: A complexidade do ato de avaliar a prática docente exige mais que a articulação das especificidades que envolvem professores e alunos no processo de ensino-aprendizagem com os aspectos institucionais e globais da universidade. Demanda também a reconstrução permanente dessa articulação. d. Caráter pedagógico com ênfase na qualidade: Como parte inerente e indissociável do planejamento de ensino, a avaliação não tem qualquer conotação punitiva. Fundamenta-se no princípio formativo e na busca pela qualidade acadêmica dos cursos de graduação, evitando-se comparações sem considerar as relativizações de áreas de conhecimento e de particularidades institucionais. e. Flexibilidade e abertura à crítica: O acesso aos dados e às informações produzidas, por meio de fóruns e discussões abertas, deve propiciar a incorporação de contribuições que reorientem as ações e os procedimentos adotados no decorrer do processo da avaliação, assim como os encaminhamentos tomados com base nas informações. (Proposta Geral da Avaliação da Docência na UFRN, p. 6) Ao assumir a avaliação da docência como a expressão de seu compromisso com a qualidade do ensino de graduação, a UFRN a institui como um dos mecanismos para prestar contas das suas ações à comunidade acadêmica e à sociedade. Fundamenta-se na concepção da docência compreendida como um processo contínuo de construção da identidade docente e tem por base os saberes específicos das áreas de conhecimento (GERALDI; FIORENTINI, PEREIRA, 1998). Esse processo abrange o domínio de competências na área pedagógica, o exercício da dimensão política e a reflexão permanente da prática docente. Com essa compreensão, a Avaliação da Docência, em 2008, foi realizada com os seguintes objetivos:

4 Promover o levantamento contínuo de informações acerca da atuação didática e postura profissional do professor, da disciplina no contexto do curso e da infra-estrutura disponibilizada para o ensino de graduação na UFRN; Propiciar informações críticas sobre os processos e resultados do ensino aos gestores, professores e alunos, tendo em vista as decisões e implementação de ações que resultem em melhoria da qualidade acadêmica; Subsidiar a Comissão Própria de Avaliação (CPA) da UFRN com informações indicadoras da qualidade do ensino de graduação, como um dos elementos necessários para a prestação de contas à comunidade universitária e à sociedade. Dentro dessa perspectiva, a Avaliação da Docência ocorre desde o ano de 2005. É preciso considerar que o processo avaliativo está em constante aperfeiçoamento e a cada realização faz-se um esforço para minimizar as possíveis falhas e tornar o instrumento cada vez mais eficaz, tendo o sistema de avaliação em 2008 passado a ser on-line. A partir de 2009 a Avaliação da Docência irá incluir todas as atividades docentes: ensino, pesquisa, extensão e gestão acadêmica. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Em 2008 os questionários foram disponibilizados no SIGAA (anteriormente, a aplicação era feita nas salas de aula por bolsistas, em turmas com mais de cinco alunos, após transcorridos 75% das aulas). O Processo de Avaliação desenvolve-se anualmente com alternância de semestres; quando são avaliadas todas as turmas cadastradas no Sistema de Gestão Acadêmica (SIGAA); a partir da avaliação do professor pelo aluno, a auto-avaliação do aluno, a auto-avaliação do professor e a avaliação da turma pelo professor. O instrumento avaliativo é composto de um questionário para o aluno, e outro para o professor. No questionário do aluno são contempladas três dimensões nas quais o aluno avalia a atuação didática e a postura profissional do professor; faz uma auto-avaliação; e avalia a infraestrutura do ensino de graduação da UFRN. No questionário do professor as três dimensões contempladas são: a sua auto-avaliação (em relação à sua atuação didática); a avaliação da turma; e a infra-estrutura de ensino.

5 No processo avaliativo tanto o aluno quanto o professor são obrigados a realizar a avaliação sob pena de não conseguir fazer a matrícula, no caso do aluno, e não consolidar a turma, no caso do professor. A Superintendência de Informática repassa o banco de dados para a Comissão Própria de Avaliação (CPA) que analisa os dados quantitativamente e qualitativamente. Vale salientar que a CPA dispõe hoje de um banco de dados bastante significante principalmente no que concerne os comentários adicionais dos alunos sobre trancamento de disciplina/curso, sobre atuação didático-pedagógico dos professores, disciplinas, infra-estrutura e outros. É importante ressaltar que os dados qualitativos resultantes da avaliação são enviados às chefias dos departamentos e a cada professor avaliado, responsável por disciplina(s) para que tomem conhecimento e possam repensar suas práticas. 4 RESULTADOS A avaliação ocorrida em 2008 abrangeu um universo bem mais significativo de turmas, de alunos e de professores que nos anos anteriores e, conseqüentemente, de questionários preenchidos Vale ressaltar a diferença no modo de aplicação do instrumento de avaliação, que era manual, sendo a coleta feita por bolsistas nas salas de aula, com adesão voluntária, tanto de professores, quanto de alunos. Em 2008, a avaliação passou a ser on-line e sua realização obrigatória, tanto para o professor, quanto para o aluno, sob pena de não ser possível consolidar as turmas, para o primeiro e a efetivação da matrícula, no período letivo seguinte, para o segundo.

6 ITENS Números da Avaliação Realizados Previstos até 15/09/2008 Disciplinas 2.302 2.248 Turmas 4.061 3.751 Número de Alunos que preencheram os questionários Número de Professores avaliados pelos Alunos Número de Professores que preencheram os questionários Número de questionários preenchidos pelos Alunos 17.141 16.948-1.642 1.778 1.467-95.099 Quadro 1 - Avaliação 2008.1 dados gerais da UFRN Fonte: Relatório final da avaliação da docência em 2008 (CPA/PROPLAN/UFRN). 5 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA DOCÊNCIA Os resultados alcançados com a Avaliação da Docência são reveladores da dinâmica do processo de avaliação institucional que vem sendo desenvolvido na UFRN, referente às Dimensões analisadas. 5.1 ATUAÇÃO DIDÁTICA E POSTURA PROFISSIONAL DO PROFESSOR Em todos os itens dessa dimensão, a auto-avaliação dos professores é melhor que a avaliação que os alunos fazem dos mesmos; Não obstante a informação acima, e executando-se três dos 21 itens da dimensão, a avaliação dos professores pelos alunos é muito boa, sempre acima da nota 8,0; Os alunos não avaliam muito bem a metodologia utilizada pelos professores; consideram que os mesmos pouco estimulam a participação nas aulas e

7 ressaltam a falta de discussão dos resultados das avaliações pelos docentes. Juntamente com a organização, a clareza e a utilização de exemplos práticos na apresentação de conteúdos, esses foram os itens que apresentaram os maiores percentuais de respostas com notas abaixo de 6,0; Em se tratando de comparecimento às aulas e cumprimento integral do horário, apenas 4,8% e 5,4% dos alunos, respectivamente, atribuíram notas abaixo de 6,0 aos professores. Os dados revelam que, não obstante a importância dos itens, este é um problema bem localizado; O maior percentual de respostas com notas abaixo de 6,0, atribuídas pelos professores na sua auto-avaliação, está no item relativo à utilização de metodologias que facilitem o aprendizado; Em termos de notas abaixo de 6,0, a auto-avaliação dos professores também revela preocupação com o comparecimento às aulas e cumprimento integral dos horários; com a utilização de exemplos práticos e com o estímulo à participação dos alunos; Dada certa convergência entre as preocupações de alunos e professores, ressalta-se a necessidade de se trabalhar a relação pedagógica na UFRN. 5.2 O ALUNO E AS TURMAS Semelhante ao procedimento de auto-avaliação dos professores, quando os alunos se auto-avaliam também se atribuem notas melhores que a avaliação que é feita das turmas pelos professores. Exceto nesse item, tanto na auto-avaliação dos alunos quanto na avaliação que os professores fazem das turmas, as médias são maiores ou iguais a 8,0, revelando coerência entre a avaliação feita pelos dois grupos assim como a excelência de ambos; De acordo com o alto percentual de notas abaixo de 6,0, a autoavaliação do aluno revela que eles não procuram os professores fora do horário de aulas; pouco se valem da bibliografia sugerida pelo professor e não lançam mão de bibliografia complementar para estudar os conteúdos; pouco se dedicam ao estudo das disciplinas fora do horário de aulas; e pouco participam das aulas. 5.3 A INFRA-ESTRUTURA DA UFRN avaliados; A condição das carteiras e a limpeza das salas são os itens melhor

8 O transporte colocado à disposição para as aulas de campo e a segurança no campus são os itens avaliados com menores notas. No primeiro caso, os alunos avaliam a infra-estrutura com notas mais baixas que as atribuídas pelos professores (4,3 e 6,1, respectivamente); Em relação aos laboratórios, a avaliação tanto dos alunos quanto dos professores revela a necessidade de atenção; A atualização, qualidade e manutenção dos equipamentos são problemas apontados para os laboratórios e também para as clínicas; A atualização e a quantidade de livros na biblioteca central são os itens que recebem maior percentual de notas abaixo de 6,0, tanto pelos alunos quanto pelos professores; De acordo com a avaliação dos dois segmentos, a situação das clínicas é bem precária. No cômputo geral, a avaliação da docência na UFRN em 2008, no que diz respeito à participação do aluno e do professor foi significativamente positiva. A abrangência do processo ratifica essa afirmativa, considerando que todos os Centros e Unidades Acadêmicas foram alcançados pela avaliação. A dinâmica desse processo avaliativo vem corroborando para a melhoria do ensino de graduação e a consolidação de uma cultura de avaliação institucional que subsidia o planejamento e as decisões da UFRN. Por fim, cabe ressaltar que os objetivos da avaliação da docência em 2008 foram atingidos e que as críticas e sugestões apontadas pelos diferentes atores envolvidos serão consideradas na continuidade do processo avaliativo, em 2009. 6 CONSIDERAÇÕES GERAIS Ao concluirmos este trabalho é importante ressaltar os encaminhamentos das medidas que foram tomadas pelas instâncias competentes. Neste sentido apontamos as seguintes informações conclusivas: Implementação de nova Resolução sobre a avaliação da Aprendizagem, em virtude das exigências da implementação de novos Projetos Pedagógicos e Diretrizes Curriculares Nacionais; realização de Oficinas para professores sobre avaliação da aprendizagem nos Centros Acadêmicos; redimensionamento do Projeto de Atualização Pedagógica PAP, para atender também aos professores que obtiveram notas inferiores a 6,0 na Dimensão Atuação Didática e Postura Profissional do Professor; nova Resolução sobre orientação acadêmica;

9 realização de Oficinas para professores sobre a orientação acadêmica dos Centros; propostas dos Departamentos para melhoria do ensino em Anexo aos Planos Trienais, de acordo com a Resolução nº 131/2008 CONSEPE; lançamento de Edital para apoio financeiro a projetos de novas metodologias no ensino; funcionamento do Laboratório de Habilidades Básicas na Área de Saúde CCS; revisão dos questionários atendendo as sugestões dos Departamentos, incluindo questões sobre: trancamento de disciplina - justificando os motivos, orientação acadêmica, participação em atividades complementares, e ampliação do Banco de Dados para atender aos cursos; melhoria da infra-estrutura: salas de aula, equipamentos, e multimídia; ofício do Reitor aos Departamentos solicitando justificativas sobre as médias abaixo de 6,0 obtidas por alguns docentes.

10 Referências DIAS SOBRINHO, José. Avaliação da educação superior. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. (Coleção universit@s ) GERALDI, Corinta M. Grisólia; FIORENTINI, Dário; PEREIRA, Elisabete Monteiro de A. (Org.). Cartografias do trabalho docente. Campinas, SP: Mercado de Letras-ALB, 1998. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Avaliação por abordagem de programas sociais. Rio de Janeiro, RJ: Fiocruz, 2005. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO / INEP Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES). Sistema Nacional de avaliação da Educação Superior (SINAES) Roteiro de Auto-Avaliação Institucional. Orientações Gerais. Brasília (DF), 2004. PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002. RIO GRANDE DO NORTE. Universidade Federal do Rio Grande do Norte / UFRN - Pró- Reitoria de Graduação. Avaliação do docente pelo discente (proposta). Natal: 2002.. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte / UERN Comissão Central de Avaliação Institucional. Programa de Avaliação Institucional da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mossoró, 2003.. Projeto de Auto-Avaliação da UFRN (Aprovado pela Resolução de nº 079/04 CONSEPE. Natal: 2004).