VI VISÃO DA IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA AS ADOLESCENTES DE UMA ÁREA DE RISCO EM CAMPINA GRANDE/PB



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Transcrição:

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 14 a 19 de Setembro 2003 - Joinville - Santa Catarina VI-156 - VISÃO DA IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA AS ADOLESCENTES DE UMA ÁREA DE RISCO EM CAMPINA GRANDE/PB Maria das Graças Santos Graduanda do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas/UEPB. Adriana Jerônimo de Lima Graduada do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas/UEPB. Mônica Maria Pereira da Silva Bióloga pela Universidade da Estadual da Paraíba; Especialista em Educação Ambiental/UEPB; Mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente pelo PRODEMA/UFPB/UEPB; Professora da UEPB/CCBS/DFB-NEEA. monicaea@terra.com.br Endereço: Rua São Pedro, 130 Quadra 14, Bloco 12, Apto 403 Santa Rosa Campina Grande PB CEP: 58100-000 Brasil Tel: (083) 336-1209. RESUMO A água é uma fonte de vida e ambiente para muitas espécies. É indispensável para a vida na terra. Nos seres vivos ela está presente em grande quantidade. Não se pode imaginar a vida sem água. É fundamental a qualquer atividade desenvolvida pelo ser humano, seja para produzir e preparar alimentos, gerar energia elétrica, para processos industriais ou para manter o equilíbrio dos ecossistemas. Sendo assim, os nossos objetivos foram analisar a

visão da importância da água para adolescentes de uma área de risco de Campina Grande/PB e sensibiliza-las para as questões ambientais. Este trabalho constituiu uma pesquisa participante realizada na Organização Não Governamental Menina Feliz (O.N.G) no bairro de José Pinheiro, em Campina Grande/PB. Esta O.N.G atende a meninas adolescentes de 12 a 17 anos de idade. Onde são vítimas de uma sociedade excludente, afetadas pelo desemprego, violência e drogas, levando-as à baixa-estima. A pesquisa foi realizada com 25 adolescentes no período de fevereiro a junho de 2001. Os dados foram analisados de forma quanti e qualitativa. Para identificar a percepção das adolescentes e sensibiliza-las iniciamos com a música "Planeta água", em seguida foram distribuídos pingos de água feitos com cartolina onde cada grupo respondeu: o que é água, qual a importância e os cuidados que devemos ter com a água. A partir dos dados coletados, verificamos que 36% das adolescentes ressaltaram que é necessário não poluir a água e ter o devido cuidado, para tê-la sempre disponível ao nosso consumo. Este resultado não condiz com a realidade onde vivem as adolescentes, porque poucas são as residências que têm filtros e que a água é bem tratada. Já 36% das adolescentes mostram a preocupação em economizar água, de ter cuidados com as torneiras para não desperdiça-la.constatamos ainda que 28% das adolescentes vêem água como fonte de higiene e limpeza para o corpo. Os recursos hídricos são na verdade um instrumento de vida para todos os seres vivos e para a manutenção de vida no planeta. Dessa forma, é importante despertar e desenvolver no ser humano o senso de responsabilidade para conservação e preservação dos recursos ambientais, seja qual for o seu nível econômico e social. O comprometimento com a sustentabilidade ambiental, só será possível mediante amplo processo de sensibilização, junto às várias camadas sociais. A Educação Ambiental é um caminho que se mostra viável, porém exige a efetivação da Política Nacional de Educação Ambiental, Lei 9795/99 e sua conseqüente inserção no currículo escolar dos vários níveis de ensino. Tendo início na escola, atingirá os demais segmentos da sociedade. Todavia, requer mudanças na prática pedagógica e formação dos formadores. PALAVRAS-CHAVES: Recursos hídricos, percepção, Educação Ambiental e adolescente. INTRODUÇÃO Água é uma fonte de vida e ambiente de vida para muitas espécies. É indispensável para a vida na terra. Nos seres vivos ela está presente em grande quantidade. No corpo humano compreende a 70% do peso de um adulto. Quando digerimos o alimento em nosso organismo ou quando praticamos exercícios com os músculos, ocorrem transformações em nosso corpo, por meio de substâncias dissolvidas na água. No momento em que transpiramos, a água presente no suor evapora-se pela pele e contribui para manter a temperatura do corpo no nível que favorece o funcionamento dos órgãos.

Não é possível imaginar a vida sem água. Ela está presente em qualquer atividade desenvolvida pelo ser humano. Seja para produzir e preparar alimentos, gerar energia elétrica, para processos industriais ou para manter o equilíbrio dos ecossistemas. Apesar da humanidade compreender a importância da água, há a concepção que temos água em abundância, porém sabemos que apenas 0,65% do total de água do planeta está disponível ao nosso consumo. Desse total 69% é usado na agricultura, 23% em indústrias e 8% em residências. Segundo Silva (1998) é falsa a cultura da abundância e da disponibilidade permanente dos recursos hídricos. Como afirma a Organização Pan Americana da Saúde "um relacionamento equivocado entre ser humano e natureza tem posto em risco a qualidade e a quantidade da água, tornando-a poluída e escassa e comprometendo o nosso próprio futuro. A água tem influência direta sobre a saúde, sobre a qualidade de vida e no desenvolvimento econômico e social. A qualidade do recurso ambiental se não for adequada, pode levar ainda a surtos de doenças e causar graves epidemias". Boa parte desses problemas é fruto do modelo de desenvolvimento econômico e social em que vivemos. Na conferência do Rio + 10, houve uma preocupação com o aumento do consumo total, que tem dobrado a cada vinte anos. Em 1900, o consumo de água total era de 700 m³ por ano; na virada do século, chegam a 3940 m³. Hoje está, além disso, a disponibilidade de água por pessoa reduziu-se 58% desde 1950 e vai cair mais nos próximos 50 anos. É urgente a ampliação das discussões referentes aos recursos hídricos, assim como a implementação das políticas e leis voltadas para este fim. No Nordeste além de sofrermos com o desperdício, poluição e contaminação de água, enfrentamos a escassez, onde muitos municípios paraibanos sofrem com a falta de água, a exemplo, de outros municípios nordestinos. As autoridades ditas competentes não se preocupam. Na realidade, faltam programas de gerenciamento para os recursos hídricos, falta vontade política e cumprimento da lei dos recursos hídricos e da própria Constituição Federal, e sendo mais preciso, falta a mobilização e sensibilização da população. É preciso que a população aprenda que a água é um bem sagrado, patrimônio da humanidade, direito de todo o ser vivo, essencial à vida, devendo ser, gerenciada para melhor atender as necessidades da vida no planeta. Como afirma Mineiro (2001) "o desmatamento das margens dos rios e das encostas vem causando enchentes e assoreamento dos cursos d água, além de impermeabilidade dos solos. Este último fator impede a infiltração da chuva, responsável pela formação dos lençóis d água que abastecem os rios e represas nas épocas secas". Entendemos, assim que a degradação dos recursos hídricos comprometem os demais recursos ambientais, ameaçando a homeostase planetária. Nesse sentido, nossos objetivos foram analisar a visão da importância da água para adolescentes de uma área de risco de Campina Grande PB e sensibilizar as adolescentes da O.N.G. Menina Feliz para as questões ambientais, destacando os recursos hídricos.

METODOLOGIA Este trabalho constituiu uma pesquisa participante realizada na Organização Não Governamental (O.N.G.) Menina Feliz, no bairro de José Pinheiro, em Campina Grande/ PB, que atende a meninas adolescentes de 12 a 17 anos. São adolescentes vtimas de uma sociedade excludente, afetada diretamente pelo ambiente de desemprego, violência e drogas, contribuindo assim para a sua baixa estima. A O.N.G. tem como objetivos específicos "contribuir para que as adolescentes tomem consciência do seu corpo, de sua sexualidade, afetividade, de seus direitos e da realidade que estão inseridas" (ESTATUTO DA O.N.G. MENINA FELIZ, 1999). Esta entidade conta com seis educadoras sociais, que desenvolvem oficinas temáticas, além de outros profissionais que trabalham corpo e arte, buscando uma reflexão que mostra as adolescentes que a mulher é parte de uma sociedade machista, onde tem sido vista como objeto sexual e de submissão ao homem, sendo necessário construir um modelo novo de ser mulher. A pesquisa foi realizada com 25 meninas do turno da tarde, no período de fevereiro a junho de 2001. Os dados foram analisados de forma quanti e qualitativamente. Para identificar a percepção das adolescentes e sensibilizá-las com relação à importância e os cuidados com os recursos hídricos, iniciamos com a música "Planeta água", seguida em pequenos grupos foram distribuídos pingos de água feitos com cartolina onde cada grupo responde: o que é água? Qual a importância e os cuidados que devemos Ter com a água? Em seguida foi partilhado o que discutiram nos pequenos grupos e juntas prepararam uma pequena dramatização reforçando toda a discussão e resultados dos grupos. Ainda para o coleta dos dados foram utilizadas observação direta e entrevista não estruturada. RESULTADO E DISCUSSÃO Como afirma o dicionário Aurélio (2001) "água líquido incolor, inodoro, insípido, essencial a vida (fórmula H2O). A parte líqüida do globo terrestre". A água é a fonte de vida e do desenvolvimento com seus valores sociais, econômicos e ecológicos. Para as adolescentes a água significa: líqüido, vida, sobrevivência e higiene. Este resultado pode ser analisado através da Figura 1 e das frases. "É vida";

"Meio de sobrevivência para todos"; "Liquido para sobreviver"; "De muita importância, pois, ninguém vive sem ela"; "É um método de higiene para todos" FIGURA 1 :conceito de água de adolescentes da ONG Menina Feliz Este resultado indica que as adolescentes têm uma percepção de que a água é fundamental para à sobrevivência da vida humana. Confirmando as idéias de vários pesquisadores. Ressaltamos que essas adolescentes residem em uma área, onde o esgoto da cidade desemboca. Há também esgotos a céu aberto e o lixo é gado em qualquer espaço, mesmo que seja perto das residências. As pessoas e animais habitam quase o mesmo espaço. A Figura 2 apresenta ilustração da realidade do grupo estudado. FIGURA 2: Foto retirada do bairro da Cachoeira Campina Grande- P, local onde reside o grupo estudado. Na visão de Silva (2000) "Educação Ambiental proporciona aos indivíduos a compreensão através da sensibilização, levando-os então, a sentir-se parte integrante do ambiente e a mudar percepções, atitudes e comportamentos que ameaçam a relação ser humano ser humano, ser humano meio ambiente, adquirindo em conseqüência, habilidades e competências para tratar as questões ambientais, tornando-se capazes de participar ativamente da sua própria história, permitindo assim, a possibilidade de continuidade de vida digna no planeta Terra". No Quadro 1, as adolescentes apresentam a suas percepções em relação aos cuidados com a água. QUADRO 1 Cuidados e utilização da água conforme as percepções das adolescentes. "Filtrar água"; "Não poluir a água";

"Separar os recipientes de água"; "Lavar bem todos os recipientes que armazena água". "Economizar água"; "Fechar todas as torneiras não deixar pingando"; "Cuidar sempre de nossa água potável"; "Não desperdiçar água". "Matar a sede"; "Lavar roupa"; "Para higiene do corpo". Das adolescentes entrevistadas, 36% ressaltaram que é necessário não poluir a água e é preciso cuidar para o consumo diário. Quando questionadas à respeito dos cuidados que devemos ter para conservar os recursos hídricos, a maioria afirmou que é necessário não poluir e evitar o desperdício. Embora não condiz com a realidade onde vivem, nas residências não existem filtros e a água não é bem tratada. Já 36% das adolescentes trazem a preocupação de economizar a água, de ter cuidados com as torneiras, para não desperdiçala. Na prática observamos que essa atitude é muito rara entre as adolescentes, contrariando o que elas afirmaram. De acordo com Silva (2000) "falta educação voltada para o meio ambiente que vise tornar o indivíduo apto a reconhecer e entender as interações existentes na natureza. Nós dependemos da água, e a água depende da nossa forma correta de manejá-la". Notamos que o grupo, a exemplo de demais segmentos da sociedade, requer intenso trabalho de Educação Ambiental. Outro resultado constatado foi que 28% das adolescentes vêem a água como fonte de limpeza e higiene para o corpo. Para uma compreensão do uso da água, se faz necessário um processo de sensibilização para que os seres humanos possam entender as leis que regem o meio ambiente e pensar com mais responsabilidade no futuro do planeta. Coutinho (2002) enuncia em sua pesquisa "que a falta de conhecimento da Legislação Ambiental dificulta a intervenção da comunidade e conseqüentemente o exercício da cidadania. A comunidade não pode cumprir os seus direitos sem este conhecimento básico". A importância em analisar a percepção que a população apresenta em relação aos recursos naturais se concentra a partir desta análise, delinear estratégias de sensibilização, uma vez

que Educação Ambiental deve transformar a realidade e para isso o processo educativo deve partir dessa realidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os recursos hídricos são na verdade um instrumento de vida para todos os seres vivos. É um alimento indispensável para a sobrevivência da vida do planeta Terra. A água influencia diretamente o dia-a-dia, seja na saúde, qualidade de vida e no desenvolvimento econômico e social. É de fundamental importância despertar no ser humano sua relação com os recursos hídricos e o meio ambiente, fazendo com que a população desperte e se torne responsável pelo equilíbrio do ecossistema e assim será possível a continuidade da vida no planeta Terra. Os resultados aqui apresentados revelam que o grupo estudado, apesar de compreender a importância da água, não a usa de forma inadequada e os problemas a ela relacionados não são percebidos. Compreendemos que a realização de Educação Ambiental nesta ONG proporcionará mudanças de percepção e de atitudes e motivará o exercício da cidadania, levando as adolescentes a constatarem que muitos problemas que as envolvem poderiam ser resolvidos, pois como cidadãs merecem um ambiente mais equilibrado, justo e solidário. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Edna Gomes. Alternativas para a problemática dos resíduos sólidos na escola. 2002. Monografia. (Graduação em Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas. UEPB. Campina Grande COUTINHO, Juliana Anjos. Identificação da Percepção Ambiental dos Educadores referentes as potencialidades e problemas que envolve o Rio Mamanguape em lagoa do Paó em Alagoa Grande- PB. Programa de Iniciação Científica/PROINCI/UEPB. UEPB, 2002. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio. São Paulo: Nova Fronteira, 2002. MINEIRO, Procópio. Crise anunciada. In Revista Senac e Educação Ambiental. Ano 10.. Rio de Janeiro, 2001. Organização Pan Americana da Saúde. Semana Internacional da água. Brasília, 2002. RIO +10 Brasil. Site oficial brasileiro par a cúpula Mundial sobre Desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro, 2002. SILVA, Monica Maria Pereira da. Percepção Ambiental dos Professores de Biologia. In Anais XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Alegre, 2000.

SILVA, Monica Maria Pereira da e LEITE, Valderi Duarte. Estratégias metodológicas par a formação de educadores ambientais do ensino fundamental. In Anais XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Alegre, 2000. WEBER, Péricles, S. Msc em Engenharia Ambiental, Coordenadora do Meio ambiente da Sonopar ( )