Título da apresentação Lisboa, Fevereiro 2009
Principais castas portuguesas
Espadeiro Tintas Trincadeira Touriga Nacional Jaen Castelão Touriga Franca Baga Alfroncheiro Moreto Tinta Negra Tinta Barroca Aragonez Moscatel Galego Roxo Borraçal Tinto Cão Rufete Tinta Caiada Vinhão Ramisco
Brancas Alvarinho Bical Fernão Pires Antão Vaz Malvasia Fina Verdelho Trajadura Azal Avesso Viosinho Síria Fonte Cal Moscatel Rabo de Ovelha Gouveio Arinto Encruzado Terrantez Loureiro Cercial
Castelão: Outras denominações: Castelão Francês, João de Santarém, Periquita É uma das castas mais representativas em Portugal Continental e uma das mais cultivadas no sul do país Desenvolve-se melhor em climas quentes e solos secos e arenosos Produz vinhos concentrados, aromáticos (framboesa e groselha) e com boas condições para envelhecer
Fernão Pires: Outras denominações: Maria Gomes É uma das castas brancas mais plantadas em Portugal - é mais cultivada nas zonas da Bairrada, Estremadura, Ribatejo e Setúbal Desenvolve-se melhor em solos férteis de clima temperado ou quente É uma casta com bom teor alcoólico e uma acidez baixa ou média pelo que os vinhos produzidos ou misturados com Fernão Pires têm intensos aromas florais
Touriga Franca: Outras denominações: Touriga Francesa É uma das castas mais plantadas na zona do Douro e Trás-os-Montes, mas o seu cultivo já foi alargado às regiões da Bairrada, Ribatejo, Estremadura e Setúbal. É considerada uma das melhores castas para a produção de vinho do Porto. Produz vinhos de cor intensa e bastante frutados.
Aragonez: Outras denominações: Aragonês e Tinta Roriz É uma das castas mais conhecidas da Península Ibérica. É originária de Espanha onde é conhecida por Tempranillo É muito adaptável a diferentes climas e solos pelo que o seu cultivo se tem expandido também para o Dão, Ribatejo e Estremadura. Produz vinhos de alto teor alcoólico, de baixa acidez e indicados para envelhecer, sendo muito resistentes à oxidação.
Trincadeira: Outras denominações: Tinta Amarela É cultivada sobretudo no Alentejo e no Douro Desenvolve-se melhor em climas secos e muito quentes. Produz vinhos ricos em aromas, especialmente frutados e vegetais, ligeiramente alcoólicos e com boas condições para o enevelhecimento..
Síria: Outras denominações: Alvadurão, Côdega, Crato Branco, Roupeiro É cultivada nas regiões do interior. Já foi a casta branca mais plantada no Alentejo, mas verificou-se que as temperaturas demasiado elevadas não lhe eram benéficas. Assim desenvolveu-se o seu cultivo em terras mais altas e frescas da Beira Interior e do Dão. Produz vinhos delicados, frescos e elegantes.
Baga: Casta tinta predominante na Bairrada, é também cultivada nalgumas zonas da Estremadura, Ribatejo e Dão. Em solos argilosos com boa exposição solar, produz vinhos muito escuros, concentrados de aroma e que podem envelhecer em garrafa durante muitos anos.
Vinhão: Outras denominações: Sousão É a casta tinta mais cultivada na região dos Vinhos Verdes e é, também, cultivada no Douro. A casta é apreciada pelas suas qualidades corantes: origina vinhos de cor vermelha intensa e opacos à luz. Produz vinhos com elevada acidez. No Douro é utilizada sobretudo para conferir boa cor ao vinho, incluindo o Vinho do Porto.
Alfroncheiro: Outras denominações: Alfroncheiro Preto É na região do Douro que a casta tem maior expressão presente em muitos dos vinhos da região, é considerada uma casta de elevada qualidade por muitos enólogos. O seu cultivo estendeu-se com sucesso às regiões do Alentejo, Ribatejo e à zona de Palmela. Produz vinhos de cor muito intensa, com aromas que recordam flores silvestres, amoras maduras e especiarias.
Alvarinho: É uma das mais notáveis castas brancas portuguesas. É uma casta muito antiga que é plantada, sobretudo, na zona de Melgaço e Monção. É responsável pelo sucesso dos primeiros vinhos portugueses monovarietais. A casta Alvarinho produz vinhos bastante aromáticos, que atingem graduações alcoólicas elevadas conservando uma acidez muito equilibrada.
Borraçal: Outras denominações: Bogalhal, Esfarrapa É uma das castas tintas mais cultivadas na região dos Vinhos Verdes. Os vinhos elaborados a partir desta casta apresentam cor rubi e um elevado grau de acidez.
Espadeiro: Outras denominações: Espadal, Espadão É cultivado na região dos Vinhos Verdes e produz vinho muito apreciado na região. Os vinhos produzidos com esta casta são acídulos e de cor rosada clara ou rubi muito aberta. Algumas adegas produzem vinho rosé a partir da casta Espadeiro
Moreto: É uma casta característica do Alentejo onde terá sido introduzida por volta do século XIX. Os vinhos produzidos com a casta Moreto são pouco encorpados e apresentam pouca cor, por isso é utilizada em vinhos de lote. Normalmente é lotada com as castas Trincadeira, Aragonez e Tinta Caiada.
Jaen: É cultivada em Portugal desde a 2ª metade do Século XIX. É uma casta muito comum no Dão. Os vinhos produzidos a partir de Jaen são caracterizados pela sua cor intensa, baixa acidez e aromas intensos a frutos vermelhos.
Bical: Outras denominações: Borrado das Moscas. A casta Bical é típica das Beiras, nomeadamente da zona da Bairrada onde é muito utilizada para a produção de espumante - e do Dão. Os vinhos produzidos com esta casta são muito aromáticos, frescos e bem estruturados.
Tinta Barroca: É plantada quase exclusivamente na região do Douro e muito utilizada na produção de vinhos de lote. É uma das castas que compõem o Vinho do Porto, contudo os seus monovarietais não são muito célebres. Os vinhos produzidos a partir desta casta são fáceis de beber, de taninos suaves e elevada concentração alcoólica. Contudo, a maior parte das vezes, não são muito equilibrados.
Tinta Caiada: Encontra-se em várias regiões vitícolas portuguesas e tem uma baixa qualidade vitícola e enológica, por isso não tem sido uma aposta nos novos encepamentos. Produz vinhos mais interessantes no Alentejo, devido ao clima quente e elevado número de horas de sol, com cor intensa, boa acidez e aromas agradáveis a fruta madura e vegetais.
Rufete: Outras denominações: Tinta Pinheira É essencialmente cultivada nas zonas do Douro e do Dão. Raramente produz vinhos de elevada qualidade, no entanto, se atingir o tempo de maturação ideal consegue produzir vinhos encorpados, aromáticos e capazes de permanecer muitos anos em garrafa. Como só produz bons vinhos em microclimas específicos (por exemplo, em Pinhel), é utilizada frequentemente na produção de vinhos de lote.
Ramisco: É característica da zona de Colares. O seu cultivo é muito trabalhoso, uma vez que é plantada em chão de areia e sem porta-enxertos. As vinhas situam-se muito próximo do mar e numa zona próxima das grandes cidades a pressão urbanística, a fraca rentabilidade do cultivo e a falta de mãode-obra quase extinguiram esta casta. Os vinhos têm uma gradação alcoólica relativamente baixa (cerca de 11º), acidez elevada e taninos intensos. Depois de envelhecerem em garrafa, tornam-se mais suaves e muito aromáticos.
Moscatel Galego Roxo: Outras denominações: Moscatel Roxo Existe em pequena quantidade na Península de Setúbal. Produz um vinho generoso, semelhante ao Moscatel de Setúbal, contudo de aromas e sabores mais complexos. Os vinhos produzidos por esta casta apresentam um elevado grau de doçura, são muito aromáticos e de sabor persistente.
Tinta Negra: Outras denominações: Negra Mole É a variedade tinta mais plantada na ilha da Madeira. Também é cultivada no Algarve, embora não atinja as qualidades da plantada na Madeira devido ás condições climáticas. Produz um vinho tinto muito doce e foi muito utilizada para produzir vinho da Madeira. Todavia os vinhos generosos elaborados com Tinta Negra são inferiores aos elaborados a partir das castas Boal, Sercial e Malvasia.
Tinto Cão: É cultivada na zona do Douro desde o século XVIII: nos anos 80 descobriu-se que tem óptimas características para a produção de vinho do Porto. O cultivo alargou-se a outras regiões como o Dão, a Estremadura e a Península de Setúbal onde existe em pequenas quantidades. É frequentemente lotada com as castas Touriga Nacional, Aragonez, entre outras. Produz vinhos de cor forte e de aromas delicados e florais.
Touriga Nacional: É uma casta nobre muito apreciada em Portugal. Inicialmente cultivada na região do Dão, rapidamente foi alargada ao Douro para ser utilizada na produção de vinho do Porto. Recentemente foi descoberto o valor da casta na produção de vinhos de mesa tintos e o seu cultivo foi alargado para outras regiões como o Alentejo. Os vinhos produzidos ou misturados com a casta Touriga Nacional são bastante equilibrados, alcoólicos e com boa capacidade de envelhecimento.
Antão Vaz: É uma casta oriunda da Vidigueira e uma das mais importantes da zona do Alentejo. Os vinhos produzidos por esta casta são bastante aromáticos (predominam os aromas a frutos tropicais) e têm, geralmente, cor citrina
Loureiro: Existe em quase toda a região dos Vinhos Verdes, mas é originária do vale do Rio Lima. É uma casta muito produtiva e fértil, mas só recentemente foi considerada uma casta nobre. Produz vinhos de elevada acidez e com aromas florais e frutados muito acentuados. Apesar de produzir vinhos monovarietais, é frequentemente utilizada em vinhos de lote, onde é normalmente combinada com as castas Trajadura e Arinto
Avesso: É cultivada na região dos Vinhos Verdes, contudo a sua plantação concentra-se próxima da região do Douro - Baião, Resende e Cinfães - com condições favoráveis, uma vez que prefere solos mais secos e menos férteis do que os que existem na região dos Vinhos Verdes. Origina vinhos aromáticos, bastante saborosos e harmoniosos. As qualidades da casta são verdadeiramente apreciadas quando as condições de maturação permitem elaborar vinhos com, pelo menos, 11º de álcool.
Azal: É uma casta de qualidade cultivada na região dos Vinhos Verdes, principalmente nas zonas de Penafiel, Amarante e Basto. No início do século XX era a principal casta para produção do vinho branco da região. Os vinhos que possuem a casta Azal Branco na sua composição apresentam aromas frutados pouco intensos. São vinhos bastante acidulados, por isso são raros os monovarietais de Azal Branco.
Trajadura: É oriunda da região dos Vinhos Verdes, particularmente da sub-região de Monção. Actualmente é cultivada em quase toda a região dos vinhos Verdes. Produz vinhos com aromas pouco intensos e por norma, um pouco desequilibrados. É comum lotar a casta com a Alvarinho para atribuir aos vinhos maior grau alcoólico e melhor equilíbrio.
Cercial: Outras denominações: Cerceal, Esgana Cão, Sercial Pode apresentar características ligeiramente diferentes de região para região - são conhecidas a Cercial do Douro e do Dão, a Cerceal da Bairrada e a Sercial da Madeira, conhecida como Esgana Cão no Douro. As suas principais características são a elevada produção e boa acidez. Produz o famoso vinho generoso Sercial da Madeira, um vinho seco que depois de envelhecer adquire características excepcionais. Os vinhos monovarietais são geralmente um pouco desequilibrados, por isso é costume lotear a Cercial com outras castas: Bical, Fernão Pires, Malvasia Fina. Nestes vinhos, a característica herdada da Cercial são a acidez elevada e os aromas delicados.
Encruzado: O cultivo da casta Encruzado é praticamente exclusivo da zona do Dão, sendo provavelmente a melhor casta branca plantada na região. É utilizada na produção da maioria dos vinhos brancos através de vinhos de lote ou de vinhos monovarietais. Os vinhos compostos por esta casta são muito aromáticos e de sabor acentuado. Apresentam uma longevidade fora do comum, uma vez que podem conservar-se em garrafa durante muitos anos.
Fonte Cal: É oriunda da Beira Interior, sendo essencialmente aí plantada, particularmente na zona de Pinhel. Nos vinhos produzidos a partir desta casta dominam os aromas florais e frutados, a boa acidez e um sabor agradável e bem estruturado. Todavia, a casta Fonte Cal é mais utilizada como casta de lote, especialmente com a casta Arinto
Terrantez: Outras denominações: Folgasão A Terrantez é uma casta rara e, actualmente, quase extinta. É originária do Dão, onde é conhecida como Folgasão. É também cultivada na zona do Pico nos Açores, e Biscoitos na Madeira, onde é considerada uma casta nobre para produção de vinho generoso. Produz vinhos bastante perfumados, encorpados e de sabor persistente.
Arinto: Outras designações: Arinto de Bucelas, Pedernã É uma casta muito versátil, por isso é cultivada em quase todas as regiões vinícolas. Na região dos Vinhos Verdes é conhecida por Pedernã, mas é na região de Bucelas que ganha notoriedade, sendo considerada a casta rainha da região. É frequentemente utilizada na produção de vinhos de lote e também de vinho espumante. Na região de Bucelas, produz vinhos monovarietais de elevada acidez, cor citrina e marcadamente florais e frutados quando jovens.
Malvasia Fina: Outras denominações: Arinto galego, Assario Branco, Boal, Boal Branco. É essencialmente plantada no interior norte, na região do Douro e na sub-região Távora- Varosa, mas é também cultivada na zona de Portalegre (onde se denomina Arinto galego), Dão (conhecida por Assario Branco) e na Madeira (Boal). Não tolera temperaturas muito altas e produz vinhos de acidez moderada e de aromas e sabores delicados e pouco complexos.
Moscatel: Outras denominações: Moscatel de Setúbal, Moscatel Galego A casta é originária do Médio Oriente e terá sido introduzida no território na época do império romano. Sofreu muitas transformações ao longo dos séculos e hoje, existem 3 variedades de Moscatel em Portugal. A Moscatel de Setúbal é a mais plantada e a sua produção concentra-se na Península de Setúbal. É imprescindível na elaboração do vinho generoso Moscatel de Setúbal, mas é também utilizada para enriquecer aromaticamente outros vinhos brancos da região. No Douro, na zona de Favaios e Alijó, a variedade branca Moscatel Galego é utilizada na produção de vinho licoroso.
Rabo de Ovelha: Outras denominações: Rabigato É cultivada na região do Douro, especialmente no Douro Superior. É plantada em pequenas quantidades na região dos Vinhos Verdes sob o nome de Rabigato e na Estremadura, Ribatejo e Alentejo. O vinho elaborado a partir desta casta é mais utilizado para produzir vinho de lote. As principais qualidades desta casta nos vinhos são o alto teor alcoólico, boa longevidade e elevada acidez. Os vinhos que incluem esta casta na sua composição apresentam aromas discretos, com notas florais, vegetais e até minerais.
Gouveio: É cultivada em na região do Douro, onde também é conhecida por Verdelho (sendo por isso confundida, por vezes, com a casta Verdelho cultivada nos Açores e na Madeira). Os vinhos produzidos com Gouveio apresentam um excelente equilíbrio entre acidez e açúcar, caracterizando-se pela sua elevada graduação, boa estrutura e aromas intensos. Além disso, são vinhos que possuem excelentes condições para envelhecimento em garrafa.
Verdelho: Outras denominações: Gouveio A casta ficou famosa por ser uma das utilizadas na produção do vinho generosos da Madeira. Depois da época da filoxera o seu cultivo decresceu na ilha, no entanto ainda hoje continua a ser utilizado na produção de vinhos de mesa generosos. A casta é também cultivada nos Açores. Produz vinhos bastante aromáticos e equilibrados. Os vinhos da madeira produzidos a partir desta casta são meio secos e de aromas delicados
Viosinho: É apenas cultivada nas regiões do Douro e Trás-os- Montes, onde já é utilizada desde o século XIX. É uma casta de boa qualidade e indicada para a produção de vinho tranquilo e de vinho do Porto, todavia apresenta ma produção fraca e por isso é pouco cultivada. Desenvolve-se melhor em solos pouco secos. Produz vinhos bem estruturados, frescos e de aromas florais complexos. Por norma são alcoólicos e capazes de permanecer em garrafa durante alguns anos.