A Cultura do Milho Irrigado

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Transcrição:

A Cultura do Milho Irrigado

República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Presidente Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues Ministro Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Conselho de Administração José Amauri Dimárzio Presidente Clayton Campanhola Vice-Presidente Alexandre Kalil Pires Hélio Tollini Ernesto Paterniani Luis Fernando Rigato Vasconcellos Membros Diretoria-Executiva Clayton Campanhola Diretor-Presidente Gustavo Kauark Chianca Herbert Cavalcante de Lima Mariza Marilena T. Luz Barbosa Diretores-Executivos Embrapa Milho e Sorgo Antônio Fernandino de Castro Bahia Filho Chefe-Geral Embrapa Informação Tecnológica Fernando do Amaral Pereira Gerente-Geral

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Milho e Sorgo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento A Cultura do Milho Irrigado Editores Técnicos Morethson Resende Paulo E.P. Albuquerque Lairson Couto Embrapa Informação Tecnológica Brasília, DF 2003

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Informação Tecnológica Parque Estação Biológica PqEB Av. W3 Norte (final) Caixa Postal 040315 CEP 70770-901 Brasília, DF Fone: (61) 448-4236 Fax: (61) 340-2753 vendas@sct.embrapa.br sac@sct.embrapa.br www.sct.embrapa.br Embrapa Milho e Sorgo Rodovia MG 424, Km 45 Caixa Postal 151 CEP 35701-970 Sete Lagoas, MG Telefone: (31) 3779 1000 Fax: (31) 3779 1088 www.cnpms.embrapa.br sac@cnpms.embrapa.br Embrapa Informação Tecnológica Coordenação editorial: Edson Junqueira Leite e Lucilene Maria de Andrade Padronização de texto: Raquel Siqueira de Lemos Projeto gráfico, editoração eletrônica e tratamento das ilustrações: Júlio César da Silva Delfino Embrapa Milho e Sorgo Revisão: Dilermando Lúcio de Oliveira Normalização bibliográfica: Maria Tereza Rocha Ferreira Foto da capa: Newton França (Center Foto) Arte Final da Capa: Tânia Mara Assunção Barbosa e Newton França 1 a edição 1 a impressão (2003): 2.000 exemplares Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei n o 9.610). Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Embrapa Informação Tecnológica A cultura do milho irrigado / Editores técnicos Morethson Resende, Paulo E. P. Albuquerque, Lairson Couto.- Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2003. 317p. : il. color. Inclui bibliografia ISBN 85-7383-227-4 1. Milho - Cultivo - Irrigação. 2. Milho - Irrigação. I. Resende, Morethson. II. Albuquerque, Paulo E. P. III. Couto, Lairson. CDD 633.15 (21. ed.) Embrapa 2003

Apresentação A agricultura desempenha, no Brasil, papel importante no desenvolvimento, gerando emprego, renda e divisas. No ano de 2002, o agronegócio foi responsável por 41,2% das exportações brasileiras, representando cerca de US$24,9 bilhões. Cada vez mais a diversificação de produtos fortalece a posição brasileira de exportador, assegurando saldos crescentes na balança comercial. Na agricultura, a incorporação da irrigação é relativamente recente no Brasil, à exceção das áreas de arroz inundado e próximas aos cursos d água. Dados de 1998 estimam a área irrigada em 2.870 mil ha 1, sendo que 60% estão sob irrigação por superfície, 17% por aspersão, 19% por pivô central e apenas 6% por irrigação localizada. Somente o Rio Grande do Sul é responsável por 35% da área irrigada no País (a Região Sul responde por 41,65% do total). A Região Sudeste representa 31,04%, Nordeste, 17,26%, Centro Oeste, 7,03%, e Norte, 3,02%. Os incrementos verificados na área irrigada na década de 70 e 80 são reflexo das linhas de crédito para irrigação e programas governamentais como Provárzeas, Profir, Proine e Proni. Na década de 90, houve estagnação na área irrigada que só voltou a crescer em 1996, com a participação da iniciativa privada e com o crescimento expressivo na Região Nordeste. Em todos os períodos, a geração de tecnologia teve papel preponderante na modernização da agricultura irrigada na busca de sistemas que combinassem o aumento da produtividade da água, a conservação ambiental e a geração de renda para o agricultor. O livro A Cultura do Milho Irrigado, nos seus 12 capítulos, fornece informações e conhecimentos gerados pela pesquisa desenvolvida na Embrapa Milho e Sorgo e parceiros, sobre essa cultura que é importante componente de sistemas de produção de grãos e parte integrante de sistemas de rotação. Aborda aspectos 1 Banco do Nordeste. A Importância do agronegócio da irrigação para o desenvolvimento do Nordeste. Fortaleza, Banco do Nordeste, 2001, 114p. v.1.

agronômicos e econômicos da cultura bem como dá ênfase a sistemas e manejo da água e nutrientes na busca da sustentabilidade da agricultura irrigada. O conjunto de capítulos que o compõe agrega informações e resultados obtidos, demonstrando que a agricultura irrigada não se resume apenas à adição de mais um insumo (água), mas à potencialização das interações dentro de um novo sistema produtivo. Antônio Fernandino de Castro Bahia Filho Embrapa Milho e Sorgo

Sumário Capítulo 1 Importância do Milho Irrigado... 17 Introdução... 18 Agronegócio do milho no Brasil... 19 Produção potencial da cultura do milho... 22 Fatores limitantes... 26 Sistema de produção... 27 Produtividade e rentabilidade de outras culturas... 28 Referências... 30 Capítulo 2 Agricultura Irrigada e Sustentabilidade Agrícola... 31 A Evolução da agricultura... 32 Agricultura irrigada... 34 Sustentabilidade agrícola... 35 Agricultura irrigada e sustentabilidade... 37 Referências... 40 Capítulo 3 Aspectos Fisiológicos da Cultura do Milho Irrigado... 43 Introdução... 44 Identificação dos estádios de crescimento/ desenvolvimento... 46 Estádio VE (germinação e emergência)... 46 Estádio V3 (três folhas desenvolvidas)... 49 Estádio V6 (seis folhas desenvolvidas)... 50 Estádio V8 (oito folhas desenvolvidas)... 52 Estádio V9 (nove folhas desenvolvidas)... 53 Estádio V12 (doze folhas desenvolvidas)... 54 Estádio V15 (quinze folhas desenvolvidas)... 54 Estádio V18 (dezoito folhas desenvolvidas)... 55 Pendoamento, VT... 56

Estádios reprodutivos e desenvolvimento do grão... 57 Estádio R1 (embonecamento e polinização)... 57 Estádio R2 (grão bolha d água)... 59 Estádio R3 (grão leitoso)... 60 Estádio R4 (grão pastoso)... 62 Estádio R5 ( formação de dente)... 63 Estádio R6 (maturidade fisiológica)... 65 Referências... 66 Capítulo 4 Manejo de Solos em Agricultura Irrigada... 69 Introdução... 70 Planejamento de uso do solo... 71 Riscos de erosão... 72 Práticas de conservação do solo e da água... 75 Compactação do solo... 82 Sintomas visuais da compactação... 85 Eliminação da camada compactada... 90 Preparo do solo... 91 Preparo convencional... 91 Métodos conservacionistas... 95 Considerações gerais... 101 Referências... 102 Capítulo 5 Manejo de Corretivos e Fertilizantes em Agricultura Irrigada. 107 Introdução... 108 Acidez do solo e calagem... 108 Método do alumínio trocável... 110 Método da saturação com bases... 111 Adubação de plantio... 112 Adubação nitrogenada em cobertura... 114 Quantidade de N... 116 Manejo da adubação nitrogenada... 117 Modo de aplicação... 117

Mobilidade do nutriente no solo... 124 Exigências nutricionais da cultura... 124 Referências... 125 Capítulo 6 Manejo de Pragas na Cultura do Milho Irrigado... 127 Introdução... 128 Descrição dos danos e manejo das pragas de milho irrigado... 128 Insetos subterrâneos... 130 Pragas da parte aérea da planta... 139 Pragas ocasionais... 147 Impacto ambiental do manejo de pragas... 149 Referências... 150 Capítulo 7 Manejo de Doenças na Cultura do Milho Irrigado... 157 Introdução... 158 Interações solo-planta-água-patógenos... 158 Principais doenças em milho irrigado... 170 Doenças foliares... 170 Doenças do colmo e das raízes... 173 Doenças das espigas... 175 Doenças causadas por patógenos transmitidos por insetos... 176 Aplicação de fungicidas via água de irrigação (fungigação)... 179 Referências... 180 Capítulo 8 Controle de Plantas Daninhas... 183 Introdução... 184 Métodos de controle... 185 Preventivo... 185 Cultural... 185

Mecânico... 185 Biológico... 186 Químico... 186 Classificação dos herbicidas... 191 Época de aplicação... 192 Atividade... 192 Seletividade... 192 Modo de ação... 193 Fatores que interferem no comportamento dos herbicidas... 194 Propriedades físico-químicas dos herbicidas... 194 Qualidade da água... 198 Temperatura... 198 Umidade relativa do ar... 198 Umidade do solo... 199 Matéria orgânica... 199 Vento... 199 Tipos de aplicação... 200 Terrestre... 201 Aérea... 201 Via irrigação... 201 Referências... 202 Capítulo 9 Produção de Milho em Sistema Irrigado... 205 Introdução... 206 Fatores climáticos e culturais que afetam o crescimento e o desenvolvimento do milho... 206 Temperatura... 207 Umidade do solo... 209 Fotoperíodo... 210 Radiação solar... 210 Época de semeadura... 212 Profundidade de semeadura... 214 Densidade de plantio... 215

Espaçamento entre fileiras... 220 Quantidade de semente... 221 Rotação e culturas que compõem o sistema de produção de milho em condições irrigadas... 223 Cultivo do feijoeiro como componente do sistema de milho irrigado... 224 Cultivo do tomate industrial como componente do sistema de produção do milho irrigado... 235 Outras culturas... 238 Referências... 238 Capítulo 10 Riscos Climáticos para a Cultura do Milho: A Irrigação em Perspectiva... 245 Referências... 263 Capítulo 11 Manejo de Irrigação... 265 Introdução... 266 Quanto irrigar... 268 Características do solo... 268 Características da planta... 269 Características do sistema de irrigação... 272 Quando irrigar... 272 Requerimento de água pela cultura... 273 Estratégias de manejo de irrigação... 283 Calendário de irrigações... 284 Método do balanço diário de água no solo... 287 Uso de equipamentos... 288 Irrigação de plantio... 293 Última irrigação... 294 Referências... 295 Capítulo12 Custo de Produção de Milho Irrigado... 303

Introdução... 304 Custo da irrigação... 304 Custo da hora do sistema de irrigação... 305 Custo da hora de máquinas, equipamentos e mão-de-obra... 308 Custo de correção e conservação de solo... 310 Custo de produção de milho... 311 Sistema de produção de milho irrigado... 311 Sistema de produção de milho em sequeiro... 313 Resultado operacional... 314 Referências... 316

Capítulo 1 Importância do Milho Irrigado Lairson Couto Morethson Resende Paulo Emílio Pereira de Albuquerque

18 A Cultura do Milho Irrigado Introdução Tradicionalmente, no Brasil, o milho sempre foi uma cultura típica de sequeiro. Com a expansão da fronteira agrícola para a Região do Cerrado, houve um crescimento muito grande das áreas plantadas com soja e milho. Essas áreas, predominantemente com propriedades médias e grandes, foram implementadas com um nível tecnológico mais elevado e maior grau de mecanização. A Região do Cerrado, no entanto, apresenta características climáticas bem distintas das regiões Sul e Sudeste, com a precipitação anual bem menor e concentração das chuvas no período de novembro a março, com ocorrência freqüente de longos períodos de estiagem, que são os veranicos. Essa distribuição irregular das chuvas leva ocasionalmente a reduções drásticas na produtividade das lavouras conduzidas nesse período. No final da década de 70 e na década de 80, houve um grande crescimento das áreas irrigadas por aspersão convencional e pivô central, na Região do Cerrado, por intermédio de programas de incentivo à irrigação. A cultura do milho passou, então, a ser uma alternativa nos sistemas de produção de grãos e hortaliças em sucessão e rotação com outras culturas. É importante salientar que o feijão, o tomate industrial e a ervilha constituem importantes culturas em condições irrigadas, e o cultivo de gramíneas na rotação com essas culturas é imprescindível, principalmente nos aspectos relacionados à ocorrência de doenças. Dentre as gramíneas hoje cultivadas sob irrigação em terras altas, o milho apresenta-se como a alternativa mais viável. Considerando que o custo de produção da cultura do milho irrigado gira em torno do equivalente a 5 t/ha de grãos (Resende et al., 1990) e que é possível a obtenção de produtividades em torno de 8 a 9 t/ha de grãos, essa cultura deixa de ser vista apenas como cultivo para rotação e passa, então, a ser economicamente viável. Entretanto, as tecnologias hoje recomendadas para a cultura do milho são quase todas destinadas a condições de sequeiro, em que a expectativa de produção está em torno de quatro a seis toneladas por hectare. O grande risco de ocorrência de veranicos