Repasse dos Ganhos de Produtividade Experiência da ANEEL DAVI ANTUNES LIMA SUPERINTENDENTE DE REGULAÇÃO ECONÔMICA DA ANEEL 21 de março de 2013 Brasília DF
Tópicos Breve Histórico e Legislação Regulação Econômica do Segmento de Distribuição Resultados Considerações Finais 2
Breve Histórico e Legislação A Lei 8.631, de 4 de março de 1993, acabou com a equalização tarifária e o regime de remuneração garantida (custo do serviço); ALei8.987,de13defevereirode1995,instituiuoregimedetarifapelo preço; A Lei9.427,de26dedezembrode1996,criou aaneeleatribuiaelaa competência para regular os segmentos de Distribuição e Transmissão de Energia Elétrica. Contratos de Concessão de Distribuição assinados entre 1995 e 2002; Tarifas iniciais não passaram por revisão tarifária e não foram definidas em licitações. 3
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O Caminho da Energia até o Consumidor GERAÇÃO A tarifa deve cobrir os custos envolvidos em toda a cadeia de energia elétrica, envolvendo a produção, transmissão, distribuição e comercialização. CONSUMIDORES DISTRIBUIÇÃO TRANSMISSÃO 5
CONTRATOS DE CONCESSÃO Revisão Tarifária Periódica Realizada em média a cada 4 anos. Novas tarifas a partir de padrões de eficiência. Modicidade tarifária. Realizado anualmente e visa preservar o equilíbrio econômico-financeiro da concessão. Reajuste Tarifário Revisão Extraordinária É aplicada quando algo extraordinário desequilibra o contrato de concessão. 6
1ª REVISÃO REAJUSTE 2ª REVISÃO Transmissão Transmissão Transmissão Parcela A Compra de Energia Encargos Setoriais Parcela A Compra de Energia Encargos Setoriais Parcela A Compra de Energia Encargos Setoriais Remuneração Remuneração Parcela B Custos Operacionais Depreciação Parcela B X (IGPM FATOR X) Parcela B Custos Operacionais Depreciação Outras Receitas Outras Receitas MERCADO MERCADO MERCADO 7
Ciclos de Revisões Tarifárias Histórico 1ª Revisão Tarifária da Escelsa 2ª Revisão Tarifária da Escelsa 1º Ciclo de Revisões Tarifárias Periódicas 2º Ciclo de Revisões Tarifárias Periódicas 3º Ciclo de Revisões Tarifárias Periódicas 1998 2001 2003 2006 2007 2010 2011 2014 8
Alguns Princípios Fundamentais Enfoque em mecanismos de incentivo a ganhos de eficiência: deve-se dissociar os custos gerenciáveis utilizados nos cálculos tarifários dos custos reais individuais de cada empresa; Exemplo: custos operacionais e perdas comerciais (furto de energia). Assimetria de Informação: deve-se evitar discussões caso-a-caso e evitar utilizar informações que as empresas dominam mais que o Regulador; Exemplo: projeções de investimento e mercado. Regulação por Comparação (Yardstick Competition): pode-se, sempre que possível, utilizar informações de empresas comparáveis para emular um ambiente competitivo; Exemplo: custos operacionais e perdas comerciais (furto de energia). 9
Metodologias Utilizadas 2ª Revisão Tarifária da Escelsa 1º Ciclo Revisão Tarifária 2º Ciclo Revisão Tarifária 3º Ciclo Revisão Tarifária Valoração dos Ativos Contábil Corrigido Valor Novo de Reposição Valor Novo de Reposição Valor Novo de Reposição Custos de Capital WACC WACC WACC WACC Custos Operacionais Auditoria de Custos Empresa de Referência Empresa de Referência Benchmarking Fator X Produtividade Total dos Fatores Fluxo de Caixa Descontado Fluxo de Caixa Descontado Produtividade Total dos Fatores Perdas Comerciais Perdas da Própria Empresa Média Histórica da Empresa Benchmarking Benchmarking 10
Valoração dos Ativos Razões da opção pelo Valor Novo de Reposição: 1. A inflação e mudanças na forma de atualização dos balanços no passado podem distorcer o real valor dos equipamentos; 2. O VNR busca reconhecer apenas investimentos prudentes a preços eficientes; 3. Utiliza-se assim um critério objetivo e único para valoração de todos os ativos, independente da data de sua imobilização. 11
Custo Médio Ponderado do Capital (WACC) 12% 10,11% 11,26% 9,95% 10% 8% 7,50% 6% 4% 2% 0% 2ª Revisão ESCELSA 1º Ciclo de Revisão 2º Ciclo de Revisão 3º Ciclo de Revisão Queda do risco país; Queda do risco do negócio; Maior alavancagem 12
Custos Operacionais A adoção de um modelo de Empresa de Referência acentuou o problema da assimetria de informação; A análise minuciosa da estrutura de custos de cada empresa possui elevado custo administrativo; Adoção, para o 3º Ciclo, de um modelo de benchmarkingpara a definição de metas a serem alcançadas ao final do ciclo; As empresas não são perfeitamente comparáveis, porém......foram mensuradas as variáveis ambientais que diferenciam as áreas de concessão e, além disso, foram consideradas margens de erro das estimativas; Foi considerado como referência a eficiência média verificada entre as empresas, ou seja, aquelas com eficiência acima da média ganham, caso contrário, perdem. 13
Custos Operacionais EMPRESA EFICIÊNCIA EMPRESA EFICIÊNCIA RGE 99% ENERSUL 64% PIRATININGA 98% CEMAT 64% COSERN 97% ELETROPAULO 59% COELBA 96% CEB 57% CPFLPAULISTA 93% AMPLA 56% AES-SUL 85% COPEL 50% CELPE 82% CELESC 50% COELCE 82% CEEE 49% CEMAR 81% CELG 49% LIGHT 76% CEPISA 47% ESE 75% AMAZONAS 45% BANDEIRANTE 72% CEMIG 45% ELEKTRO 69% CELPA 43% EPB 67% CEAL 41% ESCELSA 67% 14
Fator X Os modelos adotados nos 1º e 2º Ciclos apresentavam elevada assimetria de informação, pois dependiam de projeções (mercado, investimentos, etc.) Optou-se, para o 3º, por um modelo de Produtividade Total dos Fatores; Para tanto, foi necessário mensurar os ganhos de produtividade históricos do setor de distribuição; Outra novidade foi a introdução de um mecanismo de incentivo à melhoria da qualidade, que faz aumentar ou reduzir a tarifa em função da variação observada da qualidade da prestação do serviço. 15
Perdas Comerciais A consideração da média histórica de cada empresa como referência de perdas regulatória não produziu os incentivos adequados para o combate às perdas comerciais; A partir do 2º Ciclo foi introduzido um modelo benchmarking; As perdas comerciais a serem consideradas no cálculo tarifário passaram a ser definidas a partir de um grupo de empresas comparáveis; O desafio maior foi identificar quais empresas são comparáveis, uma vez que a realidade social e econômica de cada área de concessão é bastante distinta. 16
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Considerações Finais Os mecanismos de incentivo que a ANEEL vem empregando induziram ganhos de eficiência significativos nas Distribuidoras de Energia; Esses ganhos de eficiência têm sido repassados aos consumidores; Isso não reduziu os incentivos à busca por novos ganhos de eficiência; Diversas empresas vêm melhorando sua saúde econômica e financeira; Outras, que não conseguem responder aos mecanismos de incentivo, estão sendo incorporadas por empresas mais eficientes. Exemplo: Grupo Rede; Ocorreu, ao mesmo tempo, uma melhora dos indicadores de qualidade, com uma reversão mais recente desse quadro. 24
Obrigado! DAVI ANTUNES LIMA SUPERINTENDENTE DE REGULAÇÃO ECONÔMICA DA ANEEL 21 de março de 2013 Brasília DF