CONCEITO DE INVENTÁRIO



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DIREITO CIVIL Inventário e Partilha CONCEITO DE INVENTÁRIO Inventárioéoprocedimentojudicialatravésdoqual será realizado o levantamento dos bens, valores, dívidas e sucessores do autor da herança. OBJETIVO DO INVENTÁRIO Além de verificar a existência física de bens, o objetivo do inventário é informar seu estado de conservação, manter atualizados e conciliados os registros do sistema de administração patrimonial e os contábeis, constantes do sistema financeiro, subsidiar as tomadas de contas indicando saldos existentes, detectar irregularidades e providenciar as medidas cabíveis. CONCEITO DE PARTILHA Consiste no procedimento para divisão do acervo hereditário que será atribuído os sucessores do autor da herança. Interessante lembrar que o herdeiro somente adquire a propriedade por força da abertura da sucessão, sendo a partilha apenas declaratória de direitos e não constitutiva. Além disso, a partilha pode ou não ser realizada nos autos do inventário.. 1

Art. 1.991. Desde a assinatura do compromisso até a homologação da partilha, a administração da herança será exercida pelo inventariante. Art. 983 do CPC. O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subseqüentes, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte. Art. 983 do CPC. O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subseqüentes, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte. A perda do prazo para a abertura ou término do inventário e partilha implica somente na possibilidade de aplicação de multa sobre o imposto devido na transmissão causa mortis. 2

EXEMPLO NO ESTADO DE SÃO PAULO Art. 21 da Lei 10.705/2000 - O descumprimento das obrigações principal e acessórias, instituídas pela legislação do Imposto sobre Transmissão "Causa Mortis" e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos - ITCMD, fica sujeito às seguintes penalidades: EXEMPLO NO ESTADO DE SÃO PAULO I - no inventário e arrolamento que não for requerido dentro do prazo de 60 (sessenta) dias da abertura da sucessão, o imposto será calculado com acréscimo de multa equivalente a 10% (dez por cento) do valor do imposto; se o atraso exceder a 180 (cento e oitenta) dias, a multa será de 20% (vinte por cento). Sumula 542 STF: Não é inconstitucional a multa instituída pelo Estado-Membro, como sanção pelo retardamento do início ou da ultimação do inventário LEGITIMIDADE PARA REQUERER O INVENTÁRIO E A PARTILHA Art. 987 do CPC. A quem estiver na posse e administração do espólio incumbe, no prazo estabelecido no art. 983, requerer o inventário e a partilha. Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do autor da herança. 3

Art. 988 do CPC. Tem, contudo, legitimidade concorrente: I - o cônjuge supérstite; II - o herdeiro; III -o legatário; IV - o testamenteiro; V - o cessionário do herdeiro ou do legatário; Vl - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; Vll - o síndico da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge supérstite; Vlll - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; IX -a Fazenda Pública, quando tiver interesse. Art. 989. O juiz determinará, de ofício, que se inicie o inventário, se nenhuma das pessoas mencionadas nos artigos antecedentes o requerer no prazo legal. SONEGAÇÃO DE BENS NA HERANÇA Art.1.992. O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo no inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou que os omitir na colação, a que os deva levar, ou que deixar de restituí-los, perderá o direito que sobre eles lhe cabia. SONEGAÇÃO DE BENS NA HERANÇA Art. 1.993. Além da pena cominada no artigo antecedente, se o sonegador for o próprio inventariante, remover-se-á, em se provando a sonegação, ou negando ele a existência i dos bens, quando indicados. 4

SONEGAÇÃO DE BENS NA HERANÇA Art. 1.995. Se não se restituírem os bens sonegados, por já não os ter o sonegador em seu poder, pagará ele a importância dos valores que ocultou, mais as perdas e danos. PAGAMENTO DAS DÍVIDAS DO FALECIDO Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube. COLAÇÃO Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação. Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível. PARTILHA Art. 2.013. O herdeiro pode sempre requerer a partilha, ainda que o testador o proíba, cabendo igual faculdade aos seus cessionários e credores. At Art. 2.014. Pode o testadort indicar os bens e valores que devem compor os quinhões hereditários, deliberando ele próprio a partilha, que prevalecerá, salvo se o valor dos bens não corresponder às quotas estabelecidas. 5

PARTILHA Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz. Art. 2.016. Será sempre judicial a partilha, se os herdeiros divergirem, assim como se algum deles for incapaz. ANULAÇÃO DA PARTILHA Art. 2.027. A partilha, uma vez feita e julgada, só é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos. Parágrafo único. Extingue-se em um ano o direitoit de anular a partilha. 1. (Dicler/2012) Sabendo-se que João doou um apartamento no valor de R$ 300.000,00 para o seu filho Breno e que ao morrer João deixou um patrimônio de R$ 1.200.000,00. Quanto cada um de seus 3 filhos deve receber por ocasião da partilha dos bens? a) Cada um deverá receber R$ 400.000,00. b) Cada um deverá receber R$ 500.000,00. c) Um deverá receber R$ 200.000,00 e os outros dois R$ 500.000,00. d) Cada um deverá receber R$ 300.000,00. 2. (Dicler/2012) O prazo para anular a partilha é: a) de 1 ano e tem natureza decadencial. b) de 1 ano e tem natureza prescricional. c) de 2 anos e tem natureza decadencial. d) de 5 anos e tem natureza decadencial. d e) de 5 anos e tem natureza prescricional. 6