Tecido Adiposo
Tipo especial de tecido conjuntivo onde se observa predominância de adipócitos (2/3) Podem aparecer isoladamente ou em pequenos aglomerados no tecido conjuntivo comum pré-adipócitos macrófagos cels. endoteliais % no peso corporal Homens: 15 20% Mulheres: 20 25% A maioria agrupa-se no tecido adiposo
Funções do tecido adiposo Fonte de energia Modelador de superfície (corpo) Absorção de choques (plantas dos pés / palmas das mãos) Isolamento térmico do organismo Preenche espaços entre outros tecidos Auxilia certos órgãos a manter as suas posições normais Actividade secretora ( órgão endócrino )
Depósitos de energia no organismo Tecido adiposo Células hepáticas e músculo esquelético Maior depósito de energia (sob a forma de triglicéridos) Acumulam energia sob a forma de glicogénio 9.3 Kcal/g 4.1 Kcal/g
A gordura armazenada dentro dos adipócitos deriva de 3 fontes principais: Gordura ingerida na dieta, circulante na corrente sanguínea sob a forma de quilomícrons Triglicéridos sintetizados no fígado e transportados no sangue Triglicéridos sintetizados dentro dos adipócitos, a partir da glicose
Tipos de Tecido Adiposo Tecido adiposo amarelo ou unilocular Apresenta células que, quando completamente desenvolvidas, contêm apenas uma gotícula de gordura a ocupar quase todo o citoplasma Tecido adiposo castanho ou multilocular Apresenta células que contêm inúmeras gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias
Histogénese do Tecido Adiposo
Desenho de TA com abundantes vasos sanguíneos Rupnick et al. demonstram que o crescimento de células adiposas depende do suporte dado pelos VS. Os investigadores conseguiram que ratinhos obesos perdessem muito peso ao fazerem com que os VS regredissem no seu crescimento
Drugs that block blood-vessel growth could tackle obesity Os adipócitos (vermelho) não conseguem crescer sem vasos sanguíneos (verde) que os nutrem. Uma empresa em Cambridge, MA está a desenvolver drogas contra a obesidade que o deixam sem nutrientes, ao bloquear a proliferação de VS. Estas drogas foram originalmente desenhadas para parar a progressão tumoral, causam perda dramática de peso em ratinhos obesos
TECIDO ADIPOSO AMARELO ou unilocular
TECIDO ADIPOSO UNILOCULAR Côr: branco-amarela Constitui praticamente todo o tecido adiposo do adulto Distribui-se por todo o corpo, dependendo a sua acumulação em certos locais do género e da idade Forma um panículo adiposo camada disposta sobre a pele Deposição selectiva de gorduras é regulada pelas hormonas sexuais e adrenocorticais
TECIDO ADIPOSO UNILOCULAR É um tecido muito vascularizado Apresenta septos de tecido conjuntivo, que contêm vasos e nervos Destes septos saem fibras reticulares que vão sustentar as células adiposas É constituído por células adiposas uniloculares
CÉLULAS ADIPOSAS UNILOCULARES Células grandes (50 150 µm) Quando isoladas são células esféricas Nos tecidos são poliédricas devido à compressão Cortes histológicos: Gotícula lipídica é removida pelo álcool e xilol Cada célula apresenta apenas uma camada fina de citoplasma em torno do espaço deixado pela gotícula removida São envolvidas por uma lâmina basal
Corte de um tecido adiposo unilocular de um mamífero jovem : núcleos dos adipócitos comprimidos contra a membrana celular devido à pressão dos lípidos *: células com pequenas gotículas de lípidos no citoplasma ainda não totalmente diferenciadas *
Aspecto típico do tecido adiposo unilocular núcleo dos adipócitos capilares sanguíneos
O lípido não é limitado por membrana M: mitocôndria Co: fibras de Colagénio F: fibroblasto Micrografia electrónica onde se podem ver 2 adipócitos adjacentes Ao contrário da impressão dada pela MO, a principal gota lipídica L dentro de cada célula tem um contorno irregular com numerosas pequenas gotículas D na periferia, em processo de fusão com a gota principal
Histofisiologia do Tecido Unilocular Os lípidos armazenados nas células adiposas são, na sua maioria, triglicéridos Ésteres de ácidos gordos e glicerol
Origem dos triglicéridos: Absorvidos da alimentação (intestino) e transportados na corrente sanguínea sob a forma de quilomícrons (triglicéridos + cobertura de lipoproteínas) Vêm do fígado e são transportados até ao tecido adiposo, sob a forma de triglicéridos constituintes das VLDL (lipoproteínas) Citoplasma: depositados como novas moléculas de triglicéridos Sintetizados nas células adiposas a partir da glicose
Quilomícron - Lipoproteína menos densa, transporta triglicéridos exógenos na corrente sanguínea VLDL - Densidade muito baixa, transporta triglicéridos endógenos IDL - Densidade Intermédia, formada na transformação de VLDL em LDL LDL - Densidade Baixa, principal transportadora de colesterol HDL - Densidade Alta, retira o colesterol da circulação
Os bons e os maus...
Processos de deposição e remoção de lípidos nos adipócitos noradrenalina 4 4,5 5 5 solúvel no plasma, captado pelo fígado 3 3 1 3 2 Produzida nos adipócitos 1. Os triglicéridos são transportados do intestino e do fígado sob a forma de quilomícrons e de lipoproteínas (VLDL) 2. Nos capilares do TA: as lipoproteínas clivadas pela lipase lipoproteica libertando ácidos gordos e glicerol 3. Ácidos gordos + glicerol difundem-se para para o citoplasma do adipócito e vão formar triglicéridos (armazenados) 4. Noradrenalina estimula os receptores adrenérgicos que activam a adenilciclase (forma-se camp) 5. O camp activa a lipase sensível a hormonas levando à hidrólise dos triglicéridos
Metabolismo dos Lípidos A membrana dos adipócitos possui receptores para inúmeras hormonas que intervêm no complexo metabolismo do tecido adiposo: Hormona de crescimento Glicocorticóides Insulina Hormonas da tiróide Prolactina
Além disso, o tecido adiposo é inervado por fibras simpáticas do sistema nervoso autónomo No tecido unilocular, as terminações nervosas são encontradas apenas na parede dos vasos sanguíneos A inervação dos adipócitos não é feita directamente e apenas alguns são inervados
Nos casos de necessidade energética, a remoção dos lípidos não é efectuada por igual em todos os locais do organismo Primeiro são mobilizados os depósitos subcutâneos, os do mesentério e os retroperitoneais O tecido adiposo das palmas das mãos e dos pés resiste a longos períodos de desnutrição
Após períodos de inanição ou de alimentação muito deficiente em calorias, o tecido adiposo unilocular perde quase toda a sua gordura e transforma-se num tecido com células poligonais ou fusiformes, com raras gotículas lipídicas
Estádios adipocitários desde peso normal até obesidade mórbida m
Actividade secretora do tecido adiposo unilocular órgão endócrino dinâmico Sintetiza: Adiponectina Leptina Transportadas pelo sangue Lipase lipoproteica Fica ligada à superfície das células c endoteliais dos capilares sanguíneos neos situados em volta dos adipócitos Actua no hipotálamo! Diminui a ingestão de alimentos e aumenta o gasto de energia
Além destas, segrega também: Angiotensina II Prostaglandinas Resistina SPARC ( secreted protein acidic and rich in cystein ) Hormonas esteróides Citocinas (IL-1, IL-6, IL-8, TNF-,,,,) Respostas imunológicas Doenças vasculares Regulação do apetite Diabetes
Histogénese do tecido unilocular Têm origem no embrião a partir de células derivadas do mesênquima, os lipoblastos Células semelhantes a fibroblastos mas com acumulação de gordura no citoplasma As gotículas de gordura são inicialmente separadas umas das outras, mas depois fundem-se, formando a gotícula única característica da célula adiposa unilocular
Origem e desenvolvimento das células adiposas (adipogénese)
Durante o crescimento, as células adiposas crescem em número Quando a entrada de energia é > gasto, cels. tamanho cels. chegam ao limite de tamanho e energia que entra continua à que sai, cels. aumentam nº com perda de massa gorda, o tamanho das cels. encolhe, mas não o nº
Celularidade das células adiposas
TECIDO ADIPOSO CASTANHO ou multilocular
Tecido Adiposo Multilocular Também se chama de tecido adiposo castanho devido à sua côr característica Devido à vascularização abundante e às inúmeras mitocôndrias presentes nas suas células Possui uma distribuição mais limitada do que o tecido unilocular Localiza-se em áreas determinadas
No feto humano e no recém-nascido apresenta localização bem definida (25%) e como não cresce, a sua quantidade no adulto é extremamente reduzida Tecido adiposo multilocular puro Mistura de tecido adiposo multilocular e unilocular
Células adiposas multiloculares São menores do que as do tecido adiposo unilocular Possuem forma poligonal O citoplasma possui inúmeras gotículas lipídicas e mitocôndrias Possuem um arranjo epitelióide As terminações nervosas simpáticas estimulam directamente as células adiposas
Terminação do SN simpático Vesículas sinápticas Célula adiposa multilocular Núcleo Gotículas lipídicas Mitocôndrias
N Tecido adiposo multilocular (coelho) que mostra a natureza multilocular dos lípidos armazenados (L). O citoplasma é rico em mitocôndrias, que lhe dão a sua côr acastanhada (C): Capilar (M): Mitocôndria (N): Núcleo
Funções do Tecido Adiposo Multilocular Especializado na produção de calor Ao ser estimulado pela libertação da noradrenalina nas terminações nervosas abundantes em torno das suas células, o tecido acelera a sua lipólise e oxidação de ácidos gordos Produz calor e não ATP Porque as mitocôndrias deste tecido possuem, nas suas membranas internas, termogenina
TERMOGENINA
TERMOGENINA (UCP1) Permite o regresso, à matriz mitocondrial, dos protões transportados para o espaço intermembranar, sem que eles passem pelo sistema ATP-sintase existente na membrana mitocôndrial interna A energia gerada pelo fluxo de protões não é usada para sintetizar ATP - é dissipada como calor que aquece o sangue contido na extensa rede capilar do tecido multilocular. O calor é então distribuído por todo o corpo (e aquece diversos órgãos)
Histogénese do tecido multilocular A sua formação é diferente da do tecido unilocular As células do mesênquima que vão formar o tecido multilocular tornam-se epitelióides Adquirem um aspecto de glândula endócrina cordonal antes de acumularem gordura Não há neoformação deste tecido após o nascimento, nem ocorre transformação de um tipo de tecido em outro
FGF21 - blood glucoselowering hormone Activator of brown adipose tissue metabolism
Scientists engineer brown fat cells to combat obesity Brown fat (e-bat: engineered Brown Adipose Tissue) created by adding a key control switch to skin cells of mice. Presence of green-stained objects (droplets of oil stored in the cell) confirms the skin cells have been converted to brown fatproducing cells. Blue = cell nuclei Bruce Spiegelman, Nature
Adipócitos usam ácidos gordos fluorescentes para gerar triglicéridos fluorescentes, que são armazenados nas gotículas lipídicas
Hormona produzida nos adipócitos age como lipostato: quando a quantidade de gordura armazenada nos adipócitos aumenta, esta é libertada na corrente sanguínea e diz ao cérebro que o organismo já está saciado. A maioria dos obesos tem altos níveis de leptina no sangue e pensa-se que a obesidade destes possa ser causada, pelo menos em parte, por defeitos nas vias de sinalização no cérebro, que normalmente respondem à leptina
OBRIGADA