ANÁLISE NÚMERO E ORIGEM: 12/2016-GCRZ DATA: 14/01/2016 CONSELHEIRO RODRIGO ZERBONE LOUREIRO 1. ASSUNTO Proposta de reajuste tarifário nas chamadas telefônicas do Plano Básico de Serviço da concessionária do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), Claro, na modalidade de Longa Distância (VC2 e VC3), destinadas ao Serviço Móvel Especializado (SME). 2. EMENTA SUPERINTENDÊNCIA DE COMPETIÇÃO. PROPOSTA DE REAJUSTE TARIFÁRIO NAS CHAMADAS TELEFÔNICAS DO PLANO BÁSICO DE SERVIÇO DA CONCESSIONÁRIA DO STFC NA MODALIDADE LONGA DISTÂNCIA (VC2 E VC3), DESTINADAS AO SERVIÇO MÓVEL ESPECIALIZADO (SME). PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS REGULAMENTARES. APROVAÇÃO. 2.1. A proposta de reajuste tarifário nos termos propostos ao Conselho Diretor atende aos requisitos da razoabilidade, modicidade e atendimento ao interesse público e define os valores máximos, líquidos de impostos e contribuições sociais, aplicáveis às chamadas telefônicas do Plano Básico de Serviço da concessionária do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), na modalidade Longa Distância (VC2 e VC3), destinadas ao Serviço Móvel Especializado (SME). 2.2. Pelo reajuste das Tarifas. 3. REFERÊNCIAS 3.1. Parecer n.º 01319/2015/PFE-ANATEL/PGF/AGU, de 16/10/2015; 3.2. Informe nº 272/2015-CPAE/SCP, de 23/09/2015; 3.3. Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997 Lei Geral de Telecomunicações (LGT); 3.4. Contrato de Concessão do STFC Modalidade Longa Distância Nacional; 3.5. Resolução nº 507, de 16 de julho de 2008, que aprova a Norma da Metodologia para Cálculo do Fator de Transferência "X" Aplicado nos Reajustes de Tarifas do Serviço Telefônico Fixo Comutado Destinado ao Uso do Público em Geral STFC; 3.6. Resolução nº 576, de 31 de outubro de 2011, que aprova o Regulamento sobre Critérios de Reajuste das Tarifas das Chamadas do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) envolvendo acessos do Serviço Móvel Pessoal (SMP) ou do Serviço Móvel Especializado (SME); 3.7. Ato nº 7.098, de 15 de agosto de 2014; 3.8. Correspondência CT/GCGR/GRE 320/2015, de 09 de setembro de 2015; 3.9. Processo nº 535000.017117/2015. 4. RELATÓRIO
Página 2 de 7 da Análise nº 12/2016-GCRZ, de 14/01/2016. 4.1. DOS FATOS 4.1.1. Trata-se de proposta de reajuste tarifário nas chamadas telefônicas do Plano Básico de Serviço da concessionária do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), Claro, na modalidade de Longa Distância (VC2 e VC3), destinadas ao Serviço Móvel Especializado (SME). 4.1.2. O processo inaugura-se com a CT/GCGR/GRE 320/2015, protocolizada em 09/09/2015, sob SICAP n.º 53508.007800/2015, por meio da qual a Claro S/A, incorporadora da Embratel S/A, autorizada do STFC na modalidade local e concessionária do STFC nas modalidades longa distância nacional e internacional, apresenta proposta de reajuste tarifário do seu Plano Básico de Serviço VC-2 e VC-3 envolvendo acessos SME. 4.1.3. Registre-se que o último reajuste de tarifas relacionadas ao pedido da concessionária, destinadas às operadoras do SME, deu-se por meio do Ato nº 7.098/2014, datado de 15 de agosto de 2014. 4.1.4. Após a protocolização dos pedidos de reajuste tarifário acima referidos, a SCP expediu o Informe nº 272/2015-CPAE/SCP, de 23/09/2015, propondo encaminhar ao Conselho Diretor, após manifestação da PFE, proposta de Ato de Homologação de reajuste das tarifas do Plano Básico de Serviço da concessionária do STFC, Claro, na modalidade de Longa Distância, destinadas ao SME. 4.1.5. Em 16/10/2015, a Procuradoria Federal Especializada da Anatel manifestou-se por meio do Parecer n.º 01319/2015/PFE-ANATEL/PGF/AGU, às fls. 8-13. 4.1.6. Em 22/10/2015, o processo foi encaminhado para deliberação do Conselho Diretor por meio da MACD n.º 58/2015-CAPE/SCP. 4.1.7. Em 19/11/2015, a matéria foi distribuída a este Gabinete para relato ao Colegiado. 4.1.8. São os fatos. 4.2. DA ANÁLISE 4.2.1. Refere-se de proposta de reajuste tarifário nas chamadas telefônicas do Plano Básico de Serviço da concessionária do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), Claro, na modalidade de Longa Distância (VC2 e VC3), destinadas ao Serviço Móvel Especializado (SME). 4.2.2. Os pleitos de reajuste tarifário das Concessionárias do STFC devem seguir os critérios definidos na Resolução nº 576, de 31 de outubro de 2011, que aprova o Regulamento sobre Critérios de Reajuste das Tarifas das Chamadas do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) envolvendo acessos do Serviço Móvel Pessoal (SMP) ou do Serviço Móvel Especializado (SME). Em especial, o art. 3º da referida Resolução estabelece a metodologia do mencionado reajuste. Resolução nº 576, de 31/10/2011:
Página 3 de 7 da Análise nº 12/2016-GCRZ, de 14/01/2016. Art. 3º A cada intervalo não inferior a 12 (doze) meses, por iniciativa da Anatel ou da Concessionária, observadas as regras da legislação vigente, as tarifas objeto deste Regulamento podem ser reajustadas mediante aplicação da seguinte fórmula: sendo: VCt - tarifa proposta, referenciado ao IST do mês t, a ser considerado básico para o próximo reajuste e designa genericamente as tarifas VC-1, VC-2 e VC-3, no horário normal; VCt0 - tarifa atual, referenciada ao IST do mês t0, considerado como básico para o reajuste atual; t0 - designa o mês a partir do qual é apurada a variação do IST; t - designa o mês até o qual é apurada a variação do IST; X - Fator de Transferência; FA - Fator de Amortecimento; ISTt - valor do Índice de Serviços de Telecomunicações no mês t; ISTt0 - valor do Índice de Serviços de Telecomunicações no mês t0. 1º O valor do Fator de Amortecimento é: I - 0 (zero) para variação do IST até 10% no período considerado; II - 0,01 (um centésimo) para variação do IST acima de 10% e até 20% no período considerado; III - 0,02 (dois centésimos) para variação do IST acima de 20% no período considerado. 2º Caso o período de reajuste envolva valores diferentes do Fator de Transferência (X), o valor a ser aplicado é determinado pela seguinte fórmula: Onde: X1 = Fator de Transferência ano 1; X2 = Fator de Transferência ano 2; n1 = número de meses ano 1; n2 = número de meses ano 2. (...) Art. 5º As tarifas homologadas são expressas com 5 (cinco) casas decimais 4.2.3. Vale mencionar que a Resolução nº 576/2011 estabeleceu regra transitória de reajuste, em que era aplicado um Fator de Redução (R) nos reajustes dos VCs do SMP e SME: Art. 7º Nos reajustes que antecederem a determinação do valor de referência de VU-M (RVU-M), prevista no art. 4º da Resolução nº 480, de 14 de agosto de 2007, ou a revisão do VU-T, as tarifas objeto deste Regulamento serão reajustadas mediante aplicação da seguinte fórmula:
Página 4 de 7 da Análise nº 12/2016-GCRZ, de 14/01/2016. sendo: VCt - tarifa proposta, referenciado ao IST do mês t, a ser considerado básico para o próximo reajuste e designa genericamente as tarifas VC-1, VC-2 e VC-3, no horário normal; VCt0 - tarifa vigente, referenciada ao IST do mês t0, considerado como básico para o reajuste proposto; t0 - designa o mês a partir do qual é apurada a variação do IST; t - designa o mês até o qual é apurada a variação do IST; ISTt - valor do Índice de Serviços de Telecomunicações no mês t; ISTt0 - valor do Índice de Serviços de Telecomunicações no mês t0; R - Fator de Redução 1º Os reajustes serão iniciados pela Anatel, independentemente da pactuação do VU-M. 2º O primeiro reajuste após a edição deste Regulamento deve ser aprovado, por intermédio de Ato do Conselho Diretor, em até 80 (oitenta) dias contados a partir da publicação deste Regulamento no Diário Oficial da União, tomando-se como referência o Índice de Serviços de Telecomunicações no mês t0 (ISTt0) relativo ao mês de junho de 2009 e o Índice de Serviços de Telecomunicações no mês t (ISTt) relativo ao mês de junho de 2011, e R igual a 18% no reajuste do ano. 3º O segundo reajuste deve tomar como referência o Índice de Serviços de Telecomunicações no mês t0 (ISTt0) relativo ao mês de junho de 2011 e o Índice de Serviços de Telecomunicações no mês t (ISTt) relativo ao mês de junho de 2012, e R igual a 12% no reajuste do ano. 4º Caso necessário, devido a não determinação dos valores de referência tratados no caput, o terceiro reajuste deve tomar como referência o Índice de Serviços de Telecomunicações no mês t0 (ISTt0) relativo ao mês de junho de 2012 e o Índice de Serviços de Telecomunicações no mês t (ISTt) relativo ao mês de junho de 2013, e R igual a 10% no reajuste do ano. [grifos nossos] 4.2.4. Para o presente reajuste, aplica-se a regra prevista no mencionado art. 3º do Regulamento sobre os critérios de reajuste das tarifas das chamadas do serviço telefônico fixo comutado envolvendo acessos do serviço móvel pessoal ou do serviço móvel especializado, aprovado pela Resolução nº 576/2011. 4.2.5. Destaca-se que os pleitos de reajuste tarifário das Concessionárias do STFC foram objeto de análise, conferência e validação por parte da Área Técnica, como se observa do Informe nº 272/2015-CPAE/SCP, de 23/09/2015, abaixo transcrito:... D - DO REAJUSTE DAS TARIFAS VC2 E VC3 DO STFC COM DESTINO AO SME 5.9. O Ato nº 7.098/2014, de 15 de agosto de 2014, que homologou os valores tarifários máximos dos Planos Básicos das Concessionárias do STFC nas chamadas destinadas ao SME, definiu que a data base para futuros reajustes seria a data de vigência dos valores
Página 5 de 7 da Análise nº 12/2016-GCRZ, de 14/01/2016. por ele homologados; todavia, estes novos valores somente começaram a viger 30 (trinta) dias após a publicação do citado Ato, conforme o art. 7º 5º da Resolução nº 576/2011. 5.10. Portanto, a data em que o Ato nº 7.098/2014 entrou em vigor foi em 26 de setembro de 2014, sendo esta a data base para reajustes tarifários subsequentes do Plano Básico de Serviço das concessionárias do STFC para as chamadas direcionadas ao SME. 5.11. A concessionária Claro apresentou sua respectiva proposição com referência ao período compreendido entre junho de 2013 e julho de 2015. 5.12. As informações abaixo especificam os valores das variáveis utilizadas como insumo dos cálculos, com o decorrente índice de reajuste a ser aplicado nos valores vigentes: IST Julho 2015 186,651 IST Junho 2013 160,050 IST Período 186,651 160,050 = 1,166204 ou 16,62% FA = O Fator de Amortecimento é 0,01 (um centésimo) para variação do IST acima de 10% e até 20% no período considerado; Fator X 2013 06 meses 0,0426 Fator X 2014 12 meses 0,02341 Fator X 2015 07 meses 0,02341 Formula Fator X (art. 3º Resolução n.º 576/2011) Fator X Período 0,05755 ou 5,755% Formula do Índice de Reajuste SME: (1 X FA) x (IST período) (1 0,05755 0,1) x (1,166204) = 8,74272% 5.13. Pelo cálculo envolvendo as chamadas direcionadas ao SME, o índice de reajuste corresponderá a um incremento de 8,743% (oito inteiros e setecentos e quarenta e três centésimos por cento). 5.14. Analisando a correspondência enviada, verificou-se a aderência da proposta submetida pela concessionária Claro às condições e aos limites superiores regularmente estabelecidos, sendo seus valores finais assim resumidos: Concessionária IST Fator de Amortecimento Fator X Índice de Reajuste Claro S.A. 16,62% 0,01 5,755% 8,743% Concessionária VC-2 VC-3 Claro S.A. Horário Horário Normal Reduzido Horário Normal Horário Reduzido Tarifa Atual 0,64592 0,45214 0,73493 0,51445 Tarifa Proposta 0,70239 0,49167 0,79918 0,55942
Página 6 de 7 da Análise nº 12/2016-GCRZ, de 14/01/2016. 4.2.6. Vale observar que, o pedido de reajuste tarifário apresentou o valor acumulado do Índice de Serviços de Telecomunicações (IST) superior ao patamar de 10%, hipótese em que se aplica o Fator de Amortecimento previsto no 1º do art. 3º da Resolução nº 576/2011, o que foi devidamente observado pela Área Técnica nos cálculos efetuados nos autos. 4.2.7. A Procuradoria Federal Especializada da Anatel não vislumbrou óbices à aprovação dos reajustes tarifários pleiteados, nos termos do Parecer n.º 01319/2015/PFE- ANATEL/PGF/AGU, de 16/10/2015, às fls. 8-13: 33. Diante do exposto, esta Procuradoria Federal Especializada, órgão de execução da Procuradoria-Geral Federal, vinculada à Advocacia-Geral da União - AGU, opina: a) pela competência da Anatel, enquanto órgão regulador do setor, para proceder ao presente reajuste, devendo as concessionárias praticar as tarifas dele resultantes; b) pela legalidade da proposta de reajuste tarifário nas chamadas telefônicas do Plano Básico de Serviço da concessionária do STFC Claro, na modalidade de Longa Distância Nacional, VC2 e VC3, destinadas ao SME, materializada pelo Informe nº 272/2015-CPAE/SCP, fls. 3/7, no que se refere às regras a ele aplicáveis; c) No que se refere aos valores em si, em especial os respectivos cálculos matemáticos, deve-se registrar que eles compõem-se, em grande parte, por aspectos técnicos e eminentemente econômicos que não guardam estreita interface com conceitos, regras e princípios jurídicos, razão pela qual esta Procuradoria não irá se manifestar sobre eles; d) De qualquer sorte, a área técnica consignou, no Informe nº 272/2015- CPAE/SCP, fls. 3/7,"a aderência da proposta submetida pela concessionária Claro às condições e aos limites superiores regularmente estabelecidos". Assim é que a área técnica: (i) consignou que "os novos Valores de Comunicação Fixo- Móvel (VC-2 e VC-3) estão consignados na Minuta de Ato de Homologação de reajuste das tarifas do Plano Básico de Serviço das concessionárias do STFC na modalidade de Longa Distância Nacional, constando no Anexo I os valores reajustados para as chamadas direcionadas ao SME" e; (ii) propôs a homologação de reajuste de tarifas da concessionária do STFC Claro, na modalidade de Longa Distância, destinadas ao SME. e) Dessa feita, quanto aos pleitos de reajustes tarifários apresentados pela concessionária de STFC Claro, tendo em vista, especialmente, que a área técnica atestou a regularidade do pedido de reajuste e a obediência, no que concerne aos cálculos, aos limites e condicionantes definidos na regulamentação, esta Procuradoria não vislumbra óbice aos pleitos de reajustes apresentados. Isso porque, quanto ao reajuste em si, observadas as regras em vigor, não há como se olvidar sua possibilidade. [grifos nossos]
Página 7 de 7 da Análise nº 12/2016-GCRZ, de 14/01/2016. 4.2.8. Desta feita, o pleito da Concessionária do STFC implica, conforme já destacado, nas seguintes condições de reajuste tarifário às chamadas destinadas ao SME: Concessionária IST Fator de Amortecimento Fator X Índice de Reajuste Claro S.A. 16,62% 0,01 5,755% 8,743% Concessionária VC-2 VC-3 Claro S.A. Horário Horário Normal Reduzido Horário Normal Horário Reduzido Tarifa Atual 0,64592 0,45214 0,73493 0,51445 Tarifa Proposta 0,70239 0,49167 0,79918 0,55942 4.2.9. Nestes termos, considerando o contido no Informe nº 272/2015-CPAE/SCP, de 23/09/2015, e no Parecer n.º 01319/2015/PFE-ANATEL/PGF/AGU, de 16/10/2015, os quais acolho na presente Análise, com base no art. 50, 1º, da Lei nº 9.784/1999, e que o pleito em análise atende os requisitos regulamentares, manifesto-me favoravelmente à proposta de fixação das tarifas nas chamadas telefônicas do Plano Básico de Serviço da concessionária do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), Claro, na modalidade Longa Distância (VC2 e VC3), destinadas ao Serviço Móvel Especializado (SME), e proponho a aprovação da minuta de Ato anexa ao Informe nº 272/2015-CPAE/SCP. 5. CONCLUSÃO Diante do exposto, e adotando os termos do Informe n.º 272/2015-CPAE/SCP, de 23/09/2015, e do Parecer n.º 01319/2015/PFE-ANATEL/PGF/AGU, de 16/10/2015, como fundamento, nos termos do art. 50, 1º, da Lei nº 9.784/1999, proponho a aprovação da proposta de reajuste tarifário nas chamadas telefônicas do Plano Básico de Serviço da concessionária do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), Claro, na modalidade Longa Distância (VC2 e VC3), destinadas ao Serviço Móvel Especializado (SME), conforme a Minuta de Ato anexa ao Informe nº 272/2015-CPAE/SCP. ASSINATURA DO CONSELHEIRO RODRIGO ZERBONE LOUREIRO