Fls. ACÓRDÃO N. 3 0 6 3 8 PRESTAÇÃO DE CONTAS N. 1647-67.2014.6.24.0000 RELATOR: JUIZ VÍLSON FONTANA REQUERENTE: Antonio Deolindo - ELEIÇÕES 2014 - PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CANDIDATO - DEPUTADO ESTADUAL. - APRESENTAÇÃO DE NOVOS DOCUMENTOS APÓS A EMISSÃO DE PARECER CONCLUSIVO E A MANIFESTAÇÃO DA PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL - POSSIBILIDADE CONDICIONADA À DESNECESSIDADE DE NOVO PRONUNCIAMENTO DA UNIDADE TÉCNICA (Precedente: TRESC. Ac. n. 30.320, de 4.12.2014, Relator Juiz Hélio do Valle Pereira). - AUSÊNCIA DE ASSINATURA DO CONTADOR RESPONSÁVEL NO EXTRATO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS - NÃO COMPROVAÇÃO DO RECOLHIMENTO DAS SOBRAS FINANCEIRAS DE CAMPANHA - INCONSISTÊNCIAS NO CONFRONTO DAS INFORMAÇÕES LANÇADAS NA PRESTAÇÃO DE CONTAS EM EXAME COM AS CONTAS DE OUTRO CANDIDATO - OMISSÃO NA APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS RELATIVOS A DUAS DESPESAS COM LOCAÇÕES DE IMÓVEIS PARA FUNCIONAMENTO DE COMITÊ DE CAMPANHA - FALTA DE EXTRATOS BANCÁRIOS - FALHAS SANADAS. - AUSÊNCIA DE RECIBO ELEITORAL REFERENTE A UMA DOAÇÃO QUE CORRESPONDE À INTEGRALIDADE DOS RECURSOS FINANCEIROS ARRECADADOS - MANIFESTAÇÃO DO ÓRGÃO TÉCNICO ATESTANDO QUE A DOAÇÃO CONSTOU DA PRESTAÇÃO DE CONTAS DO CANDIDATO DOADOR - POSSIBILIDADE DE AFERIR A ORIGEM E A DESTINAÇÃO DOS VALORES DOADOS - AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE MÁ-FÉ - ANOTAÇÃO DE RESSALVA. - DESCUMPRIMENTO DO PRAZO PARA ABERTURA DA CONTA BANCÁRIA - AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA ANTERIOR - FALHA QUE NÃO ENSEJA DESAPROVAÇÃO - APROVAÇÃO COM RESSALVAS ' 1. Ac. n. 30.438, de 25.2.2015, Rei. Juiz
w Vistos, etc., ACORDAM os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, à unanimidade, em aprovar, com ressalvas, as contas, nos termos do voto do Relator, que integra a decisão. Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral. Florianópolis, 29 de abril dí Juiz VliSON FONTANA
w RELATÓRIO Tratam os autos de prestação de contas de campanha apresentada por ANTONIO DEOLINDO, candidato ao cargo de deputado estadual, em observância ao disposto no art. 33 da Resolução TSE n. 23.406/2014. Analisando os documentos apresentados, a Coordenadoria de Controle Interno (COCIN) expediu o relatório preliminar de fls. 21-23, no qual apontou a existência de irregularidades que motivaram a baixa dos autos em diligência. Notificado, o candidato deixou transcorrer in albis o prazo para se manifestar (fl. 26). A Coordenadoria de Controle Interno (COCIN) emitiu parecer conclusivo opinando pela desaprovação das contas e pela aplicação da sanção de suspensão de recebimento de quotas do Fundo Partidário ao partido político ao qual é filiado o candidato, consoante dispõe o art. 54 da Resolução TSE n. 23.406/2014. Consignou, ainda, não haver irregularidades ou impropriedades novas sobre as quais não se tivesse dado a oportunidade de manifestação ao prestador de contas (fls. 27-29). Ato contínuo, o candidato requereu a dilação do prazo por mais 96 (noventa e seis) horas, o que foi deferido (fl. 31), quedando-se novamente inerte, contudo (fl. 32). Com vista dos autos, a Procuradoria Regional Eleitoral opinou pela desaprovação das contas (fls. 33-37). fls. 39-55. Posteriormente, o candidato providenciou a juntada dos documentos de É o relatório. VOTO O SENHOR JUIZ VÍLSON FONTANA (Relator): Sr. Presidente, a Coordenadoria de Controle Interno (COCIN), após o exame da documentação apresentada, manifestou-se pela desaprovação das contas em razão das seguintes irregularidades: a) falta de assinatura do contador responsável no extrato da prestação de contas, em contrariedade ao disposto no art. 33, 4 o, da Resolução TSE n. 23.406/2014; b) ausência de comprovação do recolhimento das sobras de campanha à respectiva direção partidária, na forma do art.\39, 1 o e 3 o, da Resolução TSE n. 23.406/2014; c) arrecadação de recursos sem a correspondentevbmissão do recibo eleitoral, em desacordo com o disposto no art. io da Resolução TSE n.
23.406/2014; d) falta de registro nas contas em exame de doação direta contabilizada por outro candidato; e) inconsistências no confronto das informações lançadas pelo doador em sua prestação de contas e aquelas consignadas nas contas em exame, relativamente ao doador originário dos recursos referentes a uma doação indireta no valor de R$ 5.000,00; f) omissão na apresentação dos documentos fiscais comprobatórios de duas despesas, que, somadas, perfazem o total de R$ 4.900,00; g) descumprimento do prazo previsto no art. 12, 2 o, "a", da Res. TSE n. 23.406/2014 para abertura da conta bancária específica de campanha; h) falta de extratos bancários contemplando a integralidade do período de campanha. Posteriormente ao parecer conclusivo da COCIN e à manifestação da Procuradoria Regional Eleitoral, todavia, o candidato apresentou prestação de contas retificadora e providenciou a juntada dos documentos de fls. 39-55, o que é possível, na linha do entendimento firmado nesta Corte, desde que a documentação supra, só por si, as irregularidades apontadas, dispensando novo pronunciamento da Unidade Técnica (TRESC. Ac. n. 30.320, de 4.12.2014, Relator Juiz Hélio do Valle Pereira). É a hipótese dos autos, senão vejamos. A falta de assinatura do contador responsável pela administração da campanha no extrato da prestação de contas (a) ensejaria tão somente anotação de ressalva, na linha do entendimento firmado nesta Corte (TRESC. Ac. n. 30.355, de 16.12.2014, Relator Juiz Carlos Vicente da Rosa Góes). Ocorre que dentre os documentos que foram apresentados pelo candidato após a emissão do parecer conclusivo encontra-se o aludido extrato - elaborado em sede de prestação de contas retificadora - devidamente assinado, restando sanada a falha em questão. Igualmente restou comprovado o recolhimento da sobra de campanha no valor de R$ 100,00 (b) à respectiva direção partidária (fl. 46), afastando-se, por conseguinte, qualquer irregularidade neste particular. As falhas apontadas nos itens "c", "d" e "e" dizem respeito a uma doação proveniente do candidato Guaraci Antonio Fagundes, r)ó valor de R$ 5.000,00, que o prestador de contas, equivocadamente, havia\ lançado sob a rubrica de "recursos de pessoas jurídicas". Em sede de retificadora, o requerente corrigiu as informações concernentes à referida doação, lánçando-a como doação de candidatos ("d"), com o que tornou possível, ainda, a identificação do doador originário ("e"). No mais, é preciso convir que, conquanto não tenha sido
providenciada a apresentação do respectivo recibo eleitoral ("c"), o fato de a doação haver constado da prestação de contas do doador indireto - como, aliás, consignou a própria COCIN no parecer conclusivo - é um indicativo seguro da origem e da destinação dos valores arrecadados pelo candidato, devendo a referida omissão ser anotada apenas a título de ressalva. Quanto à omissão na apresentação dos documentos fiscais relativos a duas despesas com locações de imóveis para o funcionamento de comitê eleitoral que, somadas, perfazem o montante de R$ 4.900,00 ("f"), o candidato providenciou, ainda que após a emissão do parecer conclusivo, a juntada dos recibos de fls. 50-52, devidamente assinados pelos locadores, dando plena e total quitação das despesas. Além disso, a análise dos extratos bancários permite aferir que o pagamento dessas despesas, que haviam sido informadas desde o momento inicial da apresentação das contas, efetivou-se por meio de cheque proveniente da conta específica de campanha, exatamente como dispõe o art. 31, 3 o, da Resolução de regência, pelo que dou por sanada a falha em questão. No que se refere à inconsistência anotada no item "g", a jurisprudência deste Tribunal é firme no sentido de que, ausentes indícios de movimentação financeira anterior, "a abertura extemporânea de conta bancária constitui irregularidade que não motiva a desaprovação das contas, mas apenas a anotação de ressalva" (TRESC. Ac. n. 30.438, de 25.2.2015, Relator Juiz Alcides Vetorazzi). Na espécie, não há nenhum indício de que o candidato movimentou recursos financeiros anteriormente à abertura da conta, que se deu em 21.7.2014, cabendo, portanto, tão somente a anotação da respectiva ressalva. Por fim, o prestador das contas providenciou a apresentação dos extratos bancários contemplando a integralidade do período de campanha eleitoral às fls. 47-49, sanando, assim, a omissão que havia sido apontada/no item "h". Diante do exposto, voto pela aprovação, com ressa vas/das contas de campanha do candidato Antonio Deolindo, referentes às eleições d/2014. É como voto.
TRESC EXTRATO DE ATA PRESTAÇÃO DE CONTAS N 1647-67.2014.6.24.0000 - PRESTAÇÃO DE CONTAS - DE CANDIDATO - DEPUTADO ESTADUAL - SUPLENTE - ELEIÇÕES - (2014) - 1 a PARCIAL - 2 a PARCIAL - FINAL RELATOR: JUIZ VÍLSON FONTANA REQUERENTE(S): ANTONIO DEOLINDO ADVOGADO(S): RODRIGO VINICIOS FIDÊNCIO PRESIDENTE DA SESSÃO: JUIZ VANDERLEI ROMER PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL: ANDRÉ STEFANI BERTUOL Decisão: à unanimidade, aprovar com ressalvas as contas de campanha do requerente, nos termos do voto do Relator. Foi assinado o Acórdão n. 30638. Presentes os Juízes Vanderlei Romer, Antonio do Rêgo Monteiro Rocha, Carlos Vicente da Rosa Góes, Fernando Vieira Luiz, Vilson Fontana, Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli e Alcides Vettorazzi. SESSÃO DE 29.04.2015. REMESSA Aos dias do mês de de 2015 faço a remessa destes autos para a Coordenadoria de Registro e Informações e Processuais - CRIP. Eu,, Coordenador de Sessões, lavrei o presente termo.