JUSTIÇA ELEITORAL TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO GRANDE DO SUL

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1 PROCESSO: PC PROCEDÊNCIA: PORTO ALEGRE INTERESSADO: ANDERSON D ONOFRIO FRANÇA, CARGO DEPUTADO ESTADUAL, N Prestação de contas. Candidato. Arrecadação e dispêndio de recursos de campanha. Resolução TSE n /14. Eleições A identificação da fonte de financiamento de campanha - recursos exclusivos do próprio candidato, de valor pouco expressivo -, tem o condão de suprir a falta de recibos eleitorais. Evidenciado o pagamento de fornecedor, resta afastada a configuração de dívida de campanha por devolução de cheque não quitado. Falhas que não maculam a aferição da movimentação financeira do candidato. Aprovação com ressalvas. A C Ó R D Ã O Vistos, etc. ACORDAM os juízes do Tribunal Regional Eleitoral, por unanimidade, ouvida a Procuradoria Regional Eleitoral, aprovar com ressalvas as contas de ANDERSON D ONOFRIO FRANÇA relativas às eleições gerais de 2014, com fundamento no art. 54, inciso II, da Resolução TSE n /14. Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral. Porto Alegre, 22 de setembro de DES. FEDERAL PAULO AFONSO BRUM VAZ, Relator. Assinado eletronicamente conforme Lei /2006 Em: 22/09/ :30 Por: Des. Federal Paulo Afonso Brum Vaz Original em: Chave: 3b076fdc7c246ccdd810a967bbdf9565 TRE-RS

2 PROCESSO: PC PROCEDÊNCIA: PORTO ALEGRE INTERESSADO: ANDERSON D ONOFRIO FRANÇA, CARGO DEPUTADO ESTADUAL, N RELATOR: DES. FEDERAL PAULO AFONSO BRUM VAZ SESSÃO DE R E L AT Ó R I O ANDERSON D ONOFRIO FRANÇA, candidato ao cargo de deputado estadual pelo Partido Ecológico Nacional - PEN, apresentou prestação de contas relativa à arrecadação e ao dispêndio de recursos utilizados nas eleições gerais de Após análise técnica das peças entregues, a Secretaria de Controle Interno e Auditoria - SCI emitiu parecer pela intimação do candidato para realizar diligências quanto às falhas constatadas (fls ). Intimado, o candidato prestou esclarecimento (fl. 32). Sobreveio parecer técnico conclusivo pela desaprovação das contas, apontando a existência de irregularidades que comprometeriam a sua confiabilidade (fls ). Novamente intimado, o candidato deixou transcorrer o prazo sem manifestação (fl. 40). Foram os autos com vista à Procuradoria Regional Eleitoral, que opinou pela desaprovação das contas eleitorais (fls ). É o relatório. V O TO O candidato Anderson D Onofrio França apresentou sua prestação de contas relativas à arrecadação e ao dispêndio de valores durante a campanha ao pleito de A arrecadação de recursos informada foi de R$ 720,00, e os gastos eleitorais importaram no mesmo valor (fl. 11). Não há informação acerca de recebimento de recursos do COORDENADORIA DE SESSÕES 2

3 Fundo Partidário. A Secretaria de Controle Interno e Auditoria deste Tribunal emitiu parecer conclusivo pela desaprovação da contabilidade, apontando as seguintes irregularidades: 1. O prestador não apresentou os Recibos Eleitorais emitidos de toda e qualquer arrecadação de recursos para a campanha eleitoral, financeiros ou estimáveis em dinheiro (RS e RS000002). 2. O prestador deixou de esclarecer e apresentar documentação (cheque resgatado ou a declaração de quitação pelo fornecedor), relativa à devolução do cheque abaixo relacionado pela conta bancária específica para a movimentação financeira da campanha eleitoral, o qual não foi pago nem aparece registrado em Conciliação Bancária. Assim, não houve a comprovação da quitação do respectivo fornecedor com recursos da campanha eleitoral: Nº Cheque: Valor: R$ 360,00 Data de devolução: [ ] Ademais, cabe ressaltar que o valor acima listado no total de R$ 360,00 configura dívida de campanha que não está consignada na prestação. Ainda, o prestador não apresentou o termo de assunção de dívida, cronograma de pagamento e quitação, bem como a anuência expressa dos credores previstos na Resolução TSE n /2014 (art. 30 e art. 40, II, alínea f ). Identificadas, portanto, 2 (duas) irregularidades, quais sejam: 1) ausência de recibos eleitorais de toda a arrecadação de recursos para a campanha; 2) devolução de cheque, o que configura dívida de campanha não registrada na prestação de contas. Após análise minudente dos documentos contábeis, tenho por plausível a aprovação com ressalvas da prestação em tela. A primeira impropriedade diz respeito à ausência de recibos eleitorais atinentes à arrecadação de recursos para a campanha. No documento da fl. 05 Extrato da Prestação de Contas consta a informação de que os recursos arrecadados, R$ 690,00, são provenientes do próprio candidato. Esse valor sofreu um acréscimo de R$ 30,00, conforme comprovante de depósito da fl. 13, feito pelo candidato, totalizando os R$ 720,00 informados na prestação. Assim, tenho por suprida a falta dos recibos eleitorais, já que identificada a fonte de financiamento que, no caso em tela, é do próprio candidato. A segunda irregularidade apontada é quanto à devolução do cheque n. COORDENADORIA DE SESSÕES Proc. PC Rel. Des. Federal Paulo Afonso Brum Vaz 3

4 850002, de R$ 360,00 (fl. 23), por falta de fundos, o que configura dívida de campanha. A devolução do cheque está registrada no extrato da conta-corrente (fls ), todavia, o aludido extrato revela a compensação de 3 (três) cheques. O primeiro, de n , R$ 330,00, concernente ao pagamento do aluguel de sala comercial (recibo da fl. 13 e cópia do cheque da fl. 21). O segundo, de n , R$ 360,00, referente ao pagamento de transporte e colocação de material de propaganda (Nota Fiscal da fl. 13), foi devolvido por falta de provisão de fundos (fl. 23). Essa devolução ocorreu por faltar a provisão de R$ 4,60, valor esse que fora debitado da conta para pagamento de tarifa bancária. De notar que o candidato realizou novo depósito, de R$ 30,00, para suprir a falta de fundos e pagar, por meio do terceiro cheque compensado, de n , R$ 360,00, o fornecedor que não fora pago anteriormente. Essa foi a conclusão a que cheguei ao estudar a movimentação bancária e as notas fiscais, já que não juntada a cópia do terceiro cheque. Logo, tal falha não chega a comprometer a contabilidade em exame, haja vista ter sido quitado o débito com o fornecedor. Oportuno mencionar que a finalidade da prestação de contas é identificar todos os recursos arrecadados e mapear a integralidade das movimentações financeiras realizadas, o que foi possível, ainda que por outros meios. Agrega-se, ainda, o ingresso de recursos de pequena monta para a campanha do candidato, o que vem atrair os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. A corroborar, a jurisprudência do TSE: Agravo regimental. Recurso especial. Prestação de contas de campanha. Decisão regional. Aprovação com ressalvas. 1. [...] 2. O acórdão regional está em consonância com o entendimento deste Tribunal, que admite a demonstração, por outros meios, da destinação regular dos saques efetuados em espécie na conta bancária específica quando existirem elementos suficientes para a comprovação das despesas realizadas. Precedentes: AgR-RO nº , rel. Min. Arnaldo Versiani, DJE de ; e REspe nº , red. para o acórdão Ministro Marco Aurélio, DJE de Agravo regimental a que se nega provimento. (Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral n Fortaleza/CE. Acórdão de Relator: Min. HENRIQUE NEVES DA SILVA.) (Grifei.) COORDENADORIA DE SESSÕES Proc. PC Rel. Des. Federal Paulo Afonso Brum Vaz 4

5 Diante do exposto, VOTO pela aprovação com ressalvas das contas de ANDERSON D ONOFRIO FRANÇA, nos termos do inc. II do art. 54 da Resolução TSE n /14. COORDENADORIA DE SESSÕES Proc. PC Rel. Des. Federal Paulo Afonso Brum Vaz 5

6 EXTRATO DA ATA PRESTAÇÃO DE CONTAS - DE CANDIDATO Número único: CNJ Interessado(s): ANDERSON D ONOFRIO FRANÇA, CARGO DEPUTADO ESTADUAL e Nº: (Adv(s) Adilson Silva dos Santos) DECISÃO Por unanimidade, aprovaram as contas com ressalvas. Desa. Liselena Schifino Robles Ribeiro Presidente da Sessão Des. Federal Paulo Afonso Brum Vaz Relator Participaram do julgamento os eminentes Desa. Liselena Schifino Robles Ribeiro - vicepresidente, no exercício da Presidência -, Des. Paulo Roberto Lessa Franz, Dr. Hamilton Langaro Dipp, Dr. Leonardo Tricot Saldanha, Dra. Gisele Anne Vieira de Azambuja, Dra. Maria de Lourdes Galvao Braccini de Gonzalez e Des. Federal Paulo Afonso Brum Vaz, bem como o douto representante da Procuradoria Regional Eleitoral. PROCESSO JULGADO NA SESSÃO DE 22/09/2015