RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO 1. NOME DO MEDICAMENTO Clebutec 0,5 mg comprimidos 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada comprimido contém 0,68 mg de malato de cleboprida, correspondente a 0,5 mg de cleboprida. Excipiente com efeito conhecido: Lactose 121,52 mg por comprimido. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Comprimido. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1. Indicações terapêuticas Náuseas e vómitos de etiologia diversa. Gastrite e gastroduodenite. Dispepsia. Aerofagia. Esofagite de refluxo gastroesofágico. Transtornos funcionais e psicossomáticos da motilidade gastrointestinal. Perturbações gástricas por intolerância medicamentosa, sobretudo citostáticos. Para facilitar explorações radiológicas e endoscópicas do tubo digestivo. 4.2. Posologia e modo de administração Posologia A dose recomendada é de um comprimido 3 vezes por dia antes das refeições. População pediátrica Adolescentes e jovens adultos (12-20 anos de idade) A dose recomendada é de meio comprimido, 3 vezes por dia antes das refeições. A posologia não deve ser modificada sem indicação clínica. Modo de administração Clebutec comprimidos destina-se a administração por via oral. 4.3. Contraindicações Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1.
Doentes cuja estimulação da motilidade gástrica constitua um risco (hemorragia gastrointestinal, obstrução ou perfuração). Antecedentes de discinesia tardia induzida por neurolépticos. Epilepsia. Doença de Parkinson e outras perturbações extrapiramidais. 4.4. Advertências e precauções especiais de utilização Doses superiores às doses recomendadas podem aumentar a probabilidade de reações extrapiramidais, especialmente em crianças e adolescentes. A cleboprida deve ser utilizada com precaução em doentes com insuficiência hepática ou renal grave, nos quais as concentrações plasmáticas de cleboprida podem estar aumentadas ou prolongadas. Deve ser tida precaução no caso de níveis aumentados de prolactina, especialmente em doentes com tumores sinusais ou adenocarcinoma hipofisário secretor de prolactina. População pediátrica Têm sido descritos casos de meta-hemoglobinemia adquirida devidos a ortopramidas (benzamidas) em recém-nascidos. Este medicamento contém lactose. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este medicamento. 4.5. Interações medicamentosas e outras formas de interação A cleboprida potencia os efeitos das fenotiazinas e de outros antidopaminérgicos sobre o sistema nervoso central. A presença de cleboprida diminui os efeitos da digoxina e da cimetidina. Os anticolinérgicos e os analgésicos narcóticos neutralizam os efeitos da cleboprida na motilidade gastrointestinal. A cleboprida pode potenciar os efeitos sedativos do álcool, hipnóticos, ansiolíticos e narcóticos. A administração concomitante de IMAO pode aumentar o risco de reações adversas. 4.6. Fertilidade, gravidez e aleitamento Gravidez Existem dados limitados sobre a utilização de cleboprida em mulheres grávidas. Os estudos em animais não indicam efeitos nocivos diretos ou indiretos no que respeita à toxicidade reprodutiva. Como medida preventiva, é preferível evitar a utilização de cleboprida durante a gravidez, especialmente nos três primeiros meses de gravidez. Amamentação Desconhece-se se a cleboprida é excretada no leite materno e se isso poderia ter algumas repercussões no recém-nascido. Como medida preventiva, é preferível evitar a utilização de cleboprida durante a amamentação. Fertilidade Não existem dados de fertilidade com a cleboprida em humanos. 4.7. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Doentes tratados com cleboprida devem evitar situações que requeiram um elevado estado de alerta, como a condução de veículos e o manuseamento de máquinas perigosas. 4.8. Efeitos indesejáveis As seguintes reações adversas foram notificadas no âmbito de ensaios clínicos e farmacovigilância pós comercialização. Na seguinte classificação as reações adversas são listadas por classes de sistema de órgãos segundo a base de dados MedDRA e por ordem decrescente de frequência, segundo a convenção: muito frequentes ( 1/10); frequentes ( 1/100, <1/10); pouco frequentes ( 1/1.000, <1/100); raras ( 1/10.000, <1/1000) e muito raras (< 1/10.000). Doenças endócrinas Muito raras: Hiperprolactinémia. Doenças do Sistema Nervoso Raras: Reações extrapiramidais, distonias, discinesia, discinesia tardia, tremor, sonolência, sedação. Doenças dos órgãos genitais e da mama Muito raras: Galactorreia, amenorreia, ginecomastia, disfunção eréctil. As distonias são mais frequentemente notificadas ao nível do pescoço, língua ou face. A discinesia tardia foi notificada em doentes idosos após terapêutica prolongada. A hiperprolactinemia, galactorreia, amenorreia, ginecomastia e disfunção eréctil foram notificadas em doentes após tratamento prolongado. Notificação de suspeitas de reações adversas A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefíciorisco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao, I.P.:, I.P. Direção de Gestão do Risco de Medicamentos Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 1749-004 Lisboa Tel: +351 21 798 71 40 Fax: + 351 21 798 73 97 Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt 4.9. Sobredosagem Em caso de sobredosagem pode observar-se sonolência, ataxia e reações extrapiramidais que normalmente desaparecem ao suspender o tratamento. Se os sintomas persistirem recomenda-se como tratamento aconselhado a lavagem ao estômago e medicação sintomática. As reações extrapiramidais têm sido controladas com a administração de medicamentos antiparkinsónicos, anticolinérgicos e antihistamínicos com propriedades anticolinérgicas. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1. Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: 6.3.1 Modificadores da motilidade gástrica ou procinéticos. Código ATC: A03FA06. Cleboprida, princípio ativo de Clebutec, é uma ortopramida com ação inibidora dos recetores dopaminérgicos do centro quimiorrecetor do vómito. A cleboprida exerce também um bloqueio dopaminérgico na parede do trato gastrointestinal. Como consequência acelera o esvaziamento gástrico, incrementa a motilidade gástrica e intestinal, reduz o tónus do esfíncter pilórico e aumenta o tónus basal do esfíncter inferior do esófago. Estudos realizados com cleboprida demonstraram que este fármaco é altamente seletivo para os recetores dopaminérgicos, particularmente aqueles da zona de ativação quimiossensível da área postrema, do sistema mesolímbico cerebral e do trato gastrointestinal. Estas características apontam para aspetos do fármaco observados nas investigações farmacológicas, nos ensaios controlados e na prática clínica: forte atividade antiemética, efeitos tranquilizantes moderados e regulação do peristaltismo gastrointestinal. A cleboprida foi 100 vezes mais ativa na remoção do [3H]-haloperidol dos recetores dopaminérgicos do que na remoção do [3H]-dihidroergocriptina e [3H]- dihidroalprenolol dos recetores α e β adrenérgicos, respetivamente. 5.2. Propriedades farmacocinéticas A avaliação farmacocinética da cleboprida administrada por via intravenosa, intramuscular e oral em diversas espécies animais demonstrou um elevado volume de distribuição e uma semivida mais longa do que a metoclopramida. Os resultados destes estudos indicam uma semivida e uma duração de ação mais longas do que a metoclopramida em humanos. A cleboprida é extensamente metabolizada quando administrada por via oral, com uma depuração elevada e uma excreção muito pequena do fármaco inalterado. No rato, foi observado um extenso efeito de primeira passagem com a cleboprida administrada por via oral, devido às baixas concentrações de fármaco na circulação sistémica apesar da rápida absorção. Em concentrações elevadas, os processos metabólicos aparentam saturação, resultando numa cinética dependente da dose. Estudos realizados em coelhos apresentam um extenso efeito de primeira passagem, tendo resultado em níveis muito elevados de cleboprida conjugada, comparados com os níveis de cleboprida livre: os níveis de cleboprida livre foram aproximadamente 10 vezes inferiores aqueles encontrados em ratos e cães nas mesmas dosagens. Em cães, o fármaco apresentou uma farmacocinética linear. A circulação enterohepática poderá estar envolvida na manutenção das concentrações plasmáticas nesta espécie. A cleboprida mostrou ser extensamente metabolizada em vários modelos animais (rato, coelho e cão), tal como em humanos. Dos 5 principais metabolitos identificados na urina hidrolisada das espécies animais, 4 foram detetados em humanos. Estudos realizados em espécies animais e em 12 voluntários saudáveis do sexo masculino em jejum que receberam 10 mg de cleboprida mostraram que o processo de fase I de metabolização principal era a N-desalquilação para originar o metabolito principal III (desbenzilcleboprida). A formação do metabolito principal V foi identificada como
sendo o segundo processo mais importante do metabolismo in vivo da cleboprida em todas estas espécies. Foram também detetados outros vinte metabolitos de menor importância. A comparação das semividas das fases α e β do metabolismo da cleboprida inalterada após injeção de 10 mg/kg em ratos, coelhos e cães, mostrou que a fase β é a mais importante, controlando a distribuição e eliminação do composto nestes animais. 5.3. Dados de segurança pré-clínica Não se encontram disponíveis dados de segurança pré-clínica. No entanto os dados resultantes de cerca de duas décadas permitem concluir que se trata de um medicamento com um elevado perfil de segurança. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Lactose mono-hidratada Carboximetilamido sódico Sílica coloidal anidra Estearato de magnésio Celulose microcristalina Povidona 6.2. Incompatibilidades Não se conhecem incompatibilidades. 6.3. Prazo de validade 5 anos. 6.4. Precauções especiais de conservação Não conservar acima de 25ºC. 6.5. Natureza e conteúdo do recipiente Clebutec apresenta-se em embalagens com 6 e 60 comprimidos. Os comprimidos são acondicionados em blister de PVC/Alumínio. 6.6. Precauções especiais de eliminação Não existem requisitos especiais 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Almirall Produtos Farmacêuticos, Lda. Rua do Central Park, Edifício 3, Nº 6, 4º B 2795-242 Linda-a-Velha Portugal Tel: 214 155 750 Fax: 214 155 769
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO N.º de registo: 8540039 6 comprimidos; 0,5 mg; blisters de PVC/Alumínio N.º de registo: 8540013 60 comprimidos; 0,5 mg; blisters de PVC/Alumínio 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Data da primeira autorização: 31 de março de 1982 Data de revisão: 17 de novembro de 1997 Data da última renovação: 17 de novembro de 2002 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO