1. Estrutura Etária: Geografia População (Parte 2) A Transição Demográfica corresponde à mudança no perfil de idade dos habitantes, engloba proporções de crianças, jovens/adultos, idosos, homens e mulheres. A Pirâmide Etária também está mudando e sua nova configuração evidencia um país em situação de transição demográfica. Até o início da década de 1980, a população brasileira caracterizava-se por ser basicamente constituída por jovens com altos níveis de fecundidade e natalidade. A partir da década de 80, porém, a situação alterou-se: a base da pirâmide começou a estreitar-se, o que continuou acontecendo na década de 90 e atualmente nota-se um estreitamento ainda maior da base, o que demonstra o menor peso dos jovens no contingente total. Por outro lado, a análise da sequência de nossa pirâmide mostra o aumento do número de idosos, que vem ocorrendo lentamente. Assim, a redução das taxas de mortalidade e o consequente crescimento do número de idosos significam aumento da expectativa média de vida. Pirâmide Etária: Também chamada de Pirâmide de Idade, é a representação gráfica na composição de uma população segundo o sexo e a idade. Na construção da pirâmide representam-se: homens do lado esquerdo da linha vertical e mulheres do lado direito. A escala vertical (ordenada) representa os grupos de idade (de 0 a 100 anos), geralmente com intervalo de 5 em 5 anos. Na escala horizontal (abcissa), temos os totais de população em valores absolutos ou em porcentagens. A forma da pirâmide é reflexo direto das taxas de natalidade e de mortalidade de um país. Jovens Adultos Idosos 0 a 19 anos de idade 20 a 59 anos de idade Acima d 60 anos de idade (terceira idade) Países Maduros Países Jovens EUA Suécia México Egito Jovens (%) 31,1 24,8 56,1 50,8 Adultos (%) 52,2 52 38,4 42,9 Idosos (%) 16,7 23,2 5,5 6,3
Pirâmide Etária brasileira em 1970 Pirâmide Etária brasileira em 2009 Nos países jovens, a base da pirâmide é mais larga e o topo bem estreito, o que indica a elevada proporção de jovens e reduzido número de idosos. A pirâmide etária brasileira de 1970 era típica de um país jovem. Já nos países maduros, que passaram pela Transição Demográfica (acentuado declínio nos índices de natalidade e mortalidade e, consequentemente, elevação da expectativa de vida), a base da pirâmide é menos larga e o topo menos estreito, formando quase um retângulo, em vez de uma pirâmide típica.
Pirâmide Etária da Noruega em 2009 Pirâmide Etária do Haiti em 2009
2. População Economicamente Ativa Corresponde à pessoas que têm mais de 10 anos de idade e que exercem atividades remuneradas, incluindo tanto aqueles que estão efetivamente empregados como os que estão à procura de emprego. Dentre os aspectos relevantes que caracterizam a estrutura de uma população, ressaltamse pela sua influência no desenvolvimento do país, as principais atividades exercidas pela população. Atualmente os homens representam 59% e as mulheres 41% da população economicamente ativa no Brasil. População Inativa: Compreende aposentados, inválidos, estudantes, crianças e donas de casa. População Ocupada: É aquela que realmente está trabalhando no momento. A diferença entre a população ocupada e a economicamente ativa é justamente em relação aos desempregados. População Ativa por setores (%) Setores 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 Primário 70,2 60,7 54 44,2 29 22,8 20,6 Secundário 10 13.1 12,7 17,8 25 22,7 20 Terciário 19,8 26,2 33 38 46 54,5 59,4 Apesar de sua diminuição progressiva, observe a grande importância do setor primário, porém a partir de 1976, o terciário passou a crescer, enquanto que o secundário teve um grande aumento entre 1970 e 1991. Dentre as regiões brasileiras, a Norte e Nordeste são as que apresentam maiores concentrações de trabalhadores no setor primário, enquanto que a Sudeste e a Sul são as que possuem menores concentrações de trabalhadores neste setor. Na década de 70, o crescimento do setor secundário foi maior, uma vez que o país atravessou uma fase de maior desenvolvimento industrial, o chamado Milagre Brasileiro. Evidentemente, a população ativa utilizada no setor secundário concentra-se intensamente no Sudeste, já que a maioria da nossa indústria de transformação se encontra nesta região
O grande aumento do setor terciário ocorreu devido ao desenvolvimento do país, juntamente com a urbanização da população, que passou a exigir mais intensamente as atividades de serviços. Temos observado, nas últimas décadas, uma forte transferência da população economicamente ativa do setor primário para o setor terciário. Este fenômeno se explica pela intensa urbanização (principalmente na região Sudeste), além das transformações ocorridas na zona rural. 3. Participação da Mulher no mercado de trabalho: A região de maior participação feminina na PEA é a região Sudeste. Esta participação ocorre, principalmente, em atividades sociais e prestação de serviços. Nestas áreas, a participação feminina chega a superar a masculina. O estoque de empregos femininos no Brasil subiu de 18,3 milhões em 2010 para 19,4 milhões em 2011, segundo os números da IBGE. No mesmo período, o estoque de empregos masculinos cresceu 4,49%, passando de 25,7 milhões de postos em 2010 para 26,9 em 2011. Entretanto, ainda persiste a diferença salarial: O salário médio real de admissão das mulheres alcançou R$ 917,87, contra 1.067,66 dos homens, em porcentagem, a diferença entre salários é de 15% A questão salarial acaba contribuindo também com o empobrecimento das famílias chefiadas por mulheres. De acordo com a pesquisa do IBGE, 52,7% das mulheres não têm rendimento ou recebem apenas benefícios previdenciários, enquanto apenas 27,8% dos homens encontram-se nesta situação. No que diz respeito aos salários mais altos (acima de 20 salários mínimos, ou seja, acima de R$1.500,00), apenas 0,7% das mulheres têm este rendimento, no caso dos homens, o valor é de 2,8%.