A escrita antes de aprender a escrever, isto é, como as crianças se vão apropriando do sistema de linguagem escrita



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Transcrição:

A escrita antes de aprender a escrever, isto é, como as crianças se vão apropriando do sistema de linguagem escrita Escrita pré-silábica Ainda não é determinada por critérios linguísticos. Do ponto de vista gráfico, as crianças utilizam letras, pseudo-letras ou algarismos para escrever. Recorrem a um número fixo de grafemas para a escrita das diversas palavras e fazem-nos variar de palavra para palavra, ou trocam-lhes as posições. A escrita pode representar alguns aspectos do referente. Na escrita da frase os grafemas sucedem-se sem espaços e a quantidade utilizada não difere grandemente da que foi utilizada na escrita de cada palavra. A mesma palavra escrita isoladamente e escrita na frase compõe-se de elementos gráficos diferentes. Não há verbalizações anteriores ao momento da escrita, nem durante o acto de escrever. A leitura das diversas palavras é global. Escrita silábica A escrita já é orientada por critérios linguísticos; a unidade do oral representada na escrita é a sílaba; a escolha das letras para representar as sílabas é arbitrária. Do ponto de vista gráfico, as crianças utilizam letras variadas para a escrita de cada palavra, geralmente uma letra para representar cada uma das sílabas. Variam as letras no interior de cada palavra e de palavra para palavra. Na escrita da frase ou uma letra representa uma palavra, ou escrevem silabicamente as diversas palavras, não as separando umas das outras. Em certos casos, a mesma palavra é escrita de formas diferentes segundo surge o momento inicial ou dentro da frase, noutros a escrita mantém-se. 1

Na escrita da frase há crianças que se limitam a escrever os substantivos, outras escrevem igualmente o verbo e outras ainda escrevem também os artigos. Escrita com fonetização A escrita é orientada por critérios linguísticos; a análise do oral pode ser silábica ou ir além da sílaba, chegando mesmo ao fonema (escrita alfabética); as letras escolhidas não são arbitrárias. A escrita é orientada por critérios linguísticos, em que a escolha das letras para representar os diversos sons do oral não é arbitrária. No entanto, nem todas as crianças produzem uma escrita silábica. Algumas continuam a representar a sílaba, produzindo escritas silábicas que se diferenciam das do grupo anterior pelo facto de as letras escolhidas não serem ao acaso. Outras vão além da sílaba, apesar de não representarem ainda todos os sons da palavra. Nota: A Brochura, nas págs. 19 a 27, apresenta um quadro mais completo do que a forma simplificados como aqui apresentamos os três níveis. Contudo, mais importante que o nome da fase ou do nível em que a criança se situa, é o entendimento, por parte do professor, das ideias que as crianças já têm 2

Capacidade caligráfica: Exemplo: caracteres móveis, plasticina, barro, areia, papel recortado; Convenções tipográficas - Devem ser ensinadas ao mesmo tempo que se inicia o ensino da escrita Estas convenções contribuem significativamente para a clareza na escrita e para a obtenção de informações adicionais na leitura, devendo, por isso, ser explicitamente ensinadas aos alunos. Dimensão Gráfica da escrita o uso de alfabeto dual (maiúscula e minúscula); negrito, itálico; tamanho; sublinhados; cor; linha interrompida; quadros pontuação; A gestão eficaz do espaço de suporte da escrita: O controlo do espaço propriamente dito; O eixo horizontal e a orientação da esquerda para a direita; O respeito pela linha enquanto elemento estruturador do espaço, mas também enquanto elemento que permite saber organizar a dimensão da letra, o ponto onde esta cruza a linha, etc.; A inclinação da letra (actualmente privilegia-se a inclinação a 90º, ou seja, a verticalidade; A dimensão da letra. Uma página organizada exibe relações de hierarquia importantes para a leitura e a compreensão do texto. 3

Particularidades sobre a pontuação 4

Oral vs Escrito 5

CORRECÇÃO TRADICIONAL (produto) / CORRECÇÃO PROCESSUAL (processo) A prática tradicional de assinalar com tinta vermelha os erros dos alunos, deve ser substituída por técnicas mais modernas que guiem o aluno num processo individualizado de revisão. Pode-se chamar processual a este novo tipo de correcção, porque se preocupa mais com o ensino do processo de reformular e melhorar um texto. Modelos de correcção CORRECÇÃO TRADICIONAL CORRECÇÃO PROCESSUAL Ênfase no produto. Corrige-se a versão final do texto. - Ênfase nos textos. Trabalha com os erros dos textos dos alunos. - Ênfase na forma. Limpa a superfície do texto (ortografia, gramática, tipografia). - O professor julga o texto acabado. - O aluno adapta-se ao professor. Faz e escreve o que este quer. - Norma rígida de correcção. A mesma norma estandardizada para todos os alunos e todos os textos. - Correcção como reparação dos defeitos, como consequência do desconhecimento das regras gramaticais. Ênfase no processo. Corrigem-se os rascunhos. - Ênfase no escritor. Trabalha com os hábitos do aluno. - Ênfase no conteúdo e na forma. Primeiro ajuda a construir o significado do texto e depois a sua expressão linguística. - O professor colabora com o aluno a escrever. - O professor adapta-se ao aluno. Ajuda-o a escrever o seu texto. - Norma flexível. Cada aluno tem um estilo pessoal de composição e cada texto é diferente. - Correcção como revisão e melhoria de textos. Processo integrante da composição escrita. 6