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Transcrição:

HABEAS CORPUS 126.077 SÃO PAULO RELATORA PACTE.(S) IMPTE.(S) COATOR(A/S)(ES) : MIN. ROSA WEBER :CARLOS ALBERTO PROCOPIO DE ALMEIDA :GUILHERME RODRIGUES DA SILVA :RELATOR DO HC Nº 311.369 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado por Guilherme Rodrigues da Silva em favor de Carlos Alberto Procópio de Almeida contra decisão monocrática da lavra do Ministro Newton Trisotto (Desembargador convocado do TJ/SC), do Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu liminarmente o HC 311.369/SP. Em 24.01.2014, o paciente foi preso preventivamente, em sede de medidas protetivas de urgência fundadas pela Lei 11.340/2006, por suposto descumprimento de medida cautelar de aproximação de sua exesposa. Posteriormente, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra o paciente pela suposta prática do crime de ameaça, tipificado no art. 147, caput, c/c o art. 61, II, f, ambos do Código Penal. Inconformada, a Defesa impetrou habeas corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que indeferiu o pleito emergencial. Submetida a questão à apreciação do Superior Tribunal de Justiça, o Ministro Newton Trisotto (Desembargador convocado do TJ/SC), via decisão monocrática, indeferiu liminarmente o HC 311.369/SP. No presente writ, o Impetrante pugna, preliminarmente, pelo afastamento do enunciado da Súmula 691/STF. Para tanto, reputa a inidoneidade da fundamentação da constrição cautelar e o excesso de prazo na formação da culpa. Sustenta que, até o momento, o paciente esteve preso por período maior do que a pena definida em lei para o suposto crime de ameaça. Requer, em medida liminar e no mérito, a revogação da prisão preventiva com expedição do competente alvará de soltura. É o relatório. Decido. O ato apontado como coator, que indeferiu liminarmente o HC 311.369/SP, foi exarado aos seguintes fundamentos:

(...). 01. Conforme "orientação pacífica neste Superior Tribunal, é incabível habeas corpus contra indeferimento de medida liminar, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão impugnada, sob pena de incidir-se em indevida supressão de instância (Enunciado n. 691 da Súmula do STF)" (AgRg no HC 285.647 CE, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 25 08 2014; HC 284.999 SP Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 09 10 2014). Os precedentes se aplicam ao caso em exame. Não há, nos autos, elementos a indicar a existência de flagrante ilegalidade no ato impugnado, de modo a justificar o processamento do habeas corpus. Para rejeitá-la, valho-me de fundamentos da decisão decretatória da custódia preventiva do acusado: "As fundadas suspeitas de que o acusado voltará a praticar outro delito também se fundamentam no fato de que o mesmo foi regularmente intimado das medidas protetivas de urgência aplicadas, conforme consta de fls. 15 v. e voltou a ameaçar a vitima por ligações telefônicas c comparecendo em seu local trabalho, agitado e nervoso, conforme declarações da vítima e da testemunha a fls. 29 30, colhidas pela promotoria, o que já e bastante para o decreto de prisão preventiva para a garantia da integridade física da vítima. (...) Demonstrada, destarte, a propensão do indiciado a pratica de delitos graves, revelando temperamento incompatível com estado de liberdade e tendo descumprido medida protetiva de urgência aplicada, necessária à custódia preventiva." (fl.80) 02. À vista do exposto, nos termos do art. 210 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, indefiro liminarmente o habeas corpus. De início, registro a existência de óbice ao conhecimento do presente habeas corpus, uma vez não esgotada a jurisdição do Superior Tribunal de Justiça. O ato impugnado é mera decisão monocrática e não o resultado de julgamento colegiado. Deveria a Defesa, pretendendo a reforma da 2

decisão monocrática, ter manejado agravo regimental para que a questão fosse apreciada pelo órgão colegiado. Não o fazendo, resulta inadmissível o presente writ. Nesse sentido, colho precedente: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. IMPETRAÇÃO CONTRA DECISÃO QUE NEGOU PROVIMENTO A AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. FUNDAMENTAÇÃO AUTÔNOMA E SUFICIENTE DA DECISÃO AGRAVADA. ANÁLISE DAS QUESTÕES DE FUNDO DO RECURSO ESPECIAL: NÃO CABIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. (...) 6. A jurisprudência predominante neste Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que a decisão possibilitadora do habeas corpus não seria aquela que indeferiu monocraticamente o recurso sem analisar a questão de direito, mas sim aquela proferida pelo colegiado do Superior Tribunal de Justiça no julgamento de eventual e consecutivo agravo regimental - exigência que visa ao esgotamento da jurisdição e à esquiva da indevida supressão de instância. (HC 95.978-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, DJe 28.5.2010). HABEAS CORPUS. SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. RECEPTAÇÃO. PRISÃO PREVENTIVA. INADEQUAÇÃO DA VIA PROCESSUAL. 1. O entendimento majoritário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o habeas corpus é incabível quando endereçado em face de decisão monocrática que nega seguimento ao writ, sem a interposição de agravo regimental (HC 113.186, Rel. Min. Luiz Fux). 2. Inexistência de ilegalidade flagrante ou de abuso de poder na prisão preventiva. 3. Habeas Corpus não conhecido, cassada a medida liminar deferida. (HC 116.567/MG, Relator para acórdão Min. Roberto Barroso, 1ª Turma, DJe 03.02.2014). 3

Agregue-se o fato de que o ato dito coator está em consonância com a Súmula nº 691/STF : Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar. A compreensão expressa em tal verbete sumular tem sido abrandada em julgados desta Corte em hipóteses excepcionais, de flagrante ilegalidade, teratologia ou abuso de poder na denegação da tutela de eficácia imediata. Nesse sentido, v.g, as seguintes decisões colegiadas: HC 104.855/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJe 17.10.2011 e HC 96.539/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, DJe 06.5.2010. De todo modo, a Corte Superior não detectou a ocorrência de situação autorizadora do afastamento do mencionado verbete. O decreto da custódia cautelar enfatizou que o ora paciente foi regularmente intimado das medidas protetivas de urgência aplicadas, conforme consta de fls. 15 vº e voltou a ameaçar a vítima por ligações telefônicas comparecendo em seu local de trabalho, agitado e nervoso, conforme declarações da vítima e da testemunha a fls. 29/30, colhidas pela promotoria, o que já é bastante para o decreto de prisão preventiva para garantia da integridade física da vítima. Oportuno destacar que o art. 313 do Código de Processo Penal, com a nova redação dada pela Lei nº 12.403/11, admite a possibilidade de decretação de prisão preventiva se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência. Nesse sentido, destaco: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. DECISÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PRISÃO PREVENTIVA FUNDADA NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA E NA CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. DEMONSTRAÇÃO DE ELEMENTOS CONCRETOS E OBJETIVOS: CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO DEMONSTRADO DE PLANO. ORDEM DE HABEAS 4

CORPUS DENEGADA. 1. A custódia preventiva foi decretada de maneira suficientemente fundamentada para a garantia da ordem pública e a conveniência da instrução criminal, pois faz referência expressa às ameaças à vítima e a seus familiares, "em especial seus filhos menores", conforme os requisitos legais do art. 312 do Código de Processo Penal. 2. Sobre a fundamentação da prisão preventiva, este Supremo Tribunal tem decidido que ela não precisa ser exaustiva, bastando que a decisão analise, ainda que de forma sucinta, os requisitos ensejadores da custódia preventiva (Nesse sentido: HC 86.605, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 14.2.2006; HC 79.237, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ 12.4.2002; e HC 62.671, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 15.2.1985). 3. Ordem de habeas corpus denegada. (RHC 89.972/GO, Rel. Min. Cármen Lúcia, Primeira Turma, Dje de 29.6.2007) Por derradeiro, registro que, após esta impetração, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em 29.1.2015, denegou a ordem no HC 2162352-80.2014.8.26.0000/SP. Substituído, em decorrência, o indeferimento de liminar por novo ato não impugnado na presente via, a desafiar ação própria. Ante todo o exposto, nego seguimento ao presente habeas corpus (art. 21, 1º, do RISTF). Publique-se. Brasília, 12 de fevereiro de 2015. Ministra Rosa Weber Relatora 5