Indicador - Taxa média de desmatamento anual dos biomas brasileiros



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Indicador - Taxa média de desmatamento anual dos biomas brasileiros Para o cálculo deste indicador, utilizam-se sistemas de informação geográfica e imagens de satélite, identificando áreas que correspondem ao incremento em termos de desmatamento. Para a Amazônia Legal: o cálculo das taxas anuais é feito utilizando os dados do Programa de Avaliação do Desflorestamento na Amazônia Legal (PRODES), que consolida o total acumulado de áreas desmatadas no último ano (agosto a julho), apresentados por municípios e por estados da federação. Para os demais biomas brasileiros: para a identificação de mudanças na cobertura vegetal nativa referente aos períodos até 2002 e entre 2002 e 2008 foram utilizadas imagens dos satélites Landsat e CBERS. O mapa dos remanescentes da cobertura vegetal brasileira do PROBIO/MMA (2002) é o mapa de referência inicial do programa de monitoramento. Fórmula para o cálculo do indicador: Seja A área desmatada, em hectares/ km 2 e seja B a área do bioma, em hectares/ km 2 então a taxa/ porcentagem de áreas desmatadas é: A * 100 B O Ministério do Meio Ambiente, em 2007, lançou os resultados do Mapeamento de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros, inserido no Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Probio. Tal mapeamento ento teve a escala de 1:250.000. Os Biomas Brasileiros foram monitorados com imagens de satélites para a identificação de áreas antrópicas entre os anos de 2002 a 2008. Deste modo, com a quantificação do desmatamento em áreas nativas pode-se embasar ações de fiscalização e combate a desmatamentos ilegais nesse bioma podendo dotar o governo federal de capacidade para o monitoramento da cobertura florestal, permitindo uma maior eficiência das políticas publicas voltadas a conservação e uso sustentável dos biomas. Para o desenvolvimento do monitoramento dos biomas foram adquiridas imagens digitais dos sensores orbitais CBERS2B e do TM Landsat 5, as quais foram disponibilizadas gratuitamente tamente por meio do sitio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE (fig. 2.1). O procedimento de identificação dos polígonos de áreas desflorestadas teve como base de trabalho a escala 1:50.000 e área mínima de detecção do desmatamento de 2 ha. Os respectivos resultados estão separados/disponibilizados conforme articulação dos mapas índices de 1:250.000 do IBGE em sistema de referência geográfica (datum SAD69). As analises foram executadas também por meio do software ArcGIS a partir da detecção visual e digitalização manual das feições de supressão da vegetação nativa encontradas nas áreas dos polígonos de remanescentes supracitados. Tais desmatamentos foram classificados, tão-somente, como áreas antropizadas, sem tipologias e detalhamentos quanto ao uso. Quanto a definição de áreas antropizadas, não foram consideradas as cicatrizes características de ocorrências de queimadas, bem como as áreas modificadas ou em processo regenerativo. Desta forma, os comportamentos espectrais utilizados como

parâmetros para definição de áreas efetivamente modificadas por atividades antrópicas levaram em consideração, principalmente, as necessidades de monitoramento e controle do desmatamento ilegal por parte do IBAMA. A cada alvo de desflorestamento identificado e digitalizado, foram atribuídas informações relevantes de interesse do MMA e IBAMA. Ademais, com o objetivo de disponibilizar ao público em geral, foram produzidos conjuntos de dados contendo os seguintes atributos: período do desmatamento (anterior a 2002, 2002, ou entre 2002-2008); fonte do dado (MMA ou CSR/IBAMA); área em hectares; e o Bioma em que se encontra. Cabe ressaltar que, de modo a se resgatar os dados omitidos pelo Probio, em virtude da escala final 1:250.000 predeterminada para aquele Projeto, ficou sob responsabilidade do CSR/IBAMA identificar, também, os desmatamentos ocorridos ate 2002 dentro da referida área útil de trabalho supracitada. Após o processo de identificação e delimitação, procedeu-se a validação dos alvos delimitados. Essa etapa foi executada a partir do conhecimento prévio, por parte dos especialistas envolvidos no processo, das características geomorfológicas e vegetativas, com também do uso da terra de cada um dos Biomas. Quando havia imagens de alta resolução disponibilizadas das gratuitamente pelo INPE (HRC CBERS2B) e pelo Google Earth, também eram utilizadas para auxiliar esse processo. Desse modo, eliminam-se as interpretações equivocadas, principalmente, no tocante aos alvos de áreas de pastagens naturais, de substratos rochosos associados a relevos acidentados com pouca cobertura vegetal, regiões de dunas, entre outros elementos naturais que apresentam aspectos similares as respostas espectrais de áreas antropizadas. Nesse sentido, para este trabalho, foi entendido como remanescentes florestais todos os polígonos classificados majoritariamente como Remanescentes de Vegetação Natural pelo Probio na legenda composta. Portanto, polígonos os quais obtiveram legenda composta com área antrópica majoritária e vegetação minoritária não fizeram parte da área útil deste trabalho. Ou seja, foram adicionados as mascaras. Isso posto, destaca-se se que tanto o refinamento da escala (de 1:250.000 para 1:50.000) quanto a analise detalhada dos polígonos de vegetação remanescente em legendas compostas, provocaram em diferenças entre os resultados do período anterior a 2002 feitas por este projeto e dados originais do Probio. Esses dois aspectos permitiram a detecção de polígonos de supressão com pequenas áreas no interior de grandes polígonos de cobertura vegetal, antes generalizadas, acarretando no aumento da área com antropismo. A partir da delimitação/quantificação das áreas antropizadas, foram elaborados mapas, efetuados cálculos e algumas estatísticas de forma a estabelecer, identificar e visualizar espacialmente a distribuição da supressão da vegetação do Bioma nos estados, municípios e nas regiões hidrográficas. Assim sendo, verifica-se na figura 3 a distribuição dos remanescentes florestais e respectivos desmatamentos até o ano de 2008.

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA 1. CAATINGA Mesmo sendo a única grande região natural brasileira cujos limites estão inteiramente restritos ao território nacional (Figura 1), pouca atenção tem sido dada a conservação da heterogênea paisagem da Caatinga (Silva et al., 2004). ). As estimativas de perda de habitat de Castelletti et al. (2004) mostraram que os remanescentes da Caatinga não se constituem em uma única área, mas estão distribuídos em muitos fragmentos de diferentes tamanhos. Atualmente, o bioma apresenta 1% de área protegida por Unidadee de Conservação de Proteção Integral e 6,4% de área protegida por Unidade de Conservação de Uso Sustentável. RR AP PA AM MA CE PI AC RN PB PE AL SE TO RO BA MT GO DF MG ES MS SP RJ PR SC RS Figura 1. Localização do bioma Caatinga (polígono alaranjado) Destaca-se, se, como resultado conseqüente, a área dos remanescentes nescentes de vegetação da Caatinga (Figura 2). Esta, em 2002, com o refinamento da escala e da área mínima de detecção, era de 55,67% e, em 2008, observa-se observa se uma diminuição para 53,62%. Todas

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA essas estatísticas foram baseadas basea na área total do bioma que é 826.411km2, 6.411km2, ou seja, mais que 82 milhões de hectares, calculados a partir do software supracitado. PA MA CE RN PB PI TO PE AL TO SE BA GO MG Figura 2 - Mapa do bioma Caatinga, contendo a distribuição espacial das áreas com vegetação (verde), desmatamento acumulado ate 2008 (marrom) e corpos d agua d a (azul). Neste sentido, em números absolutos, a Caatinga teve sua cobertura vegetal original e secundaria reduzida de 460.063km2 para 443.121km2. Portando, o bioma sofreu uma perda aproximada de 2% entre 2002 e 2008. No tocante ao desmatamento, a Caatinga nga teve sua cobertura vegetal nativa suprimida, entre 2002 e 2008, em 16.576km2, o que representa uma taxa anual media nesses seis anos de aproximadamente 2.763km2/ano (tabela 1 e Figura 3). ). Desta forma, significa que Caatinga perdeu, em media, 0,33% de sua sua cobertura vegetal nativa por ano no período analisado.

2008 45,39 53,62 0,99 Vegetação Suprimida Vegetação Remanescente 2002 43,38 55,67 0,95 Corpos d`água 0% 50% 100% Figura 3 - Caracterização da Caatinga até os anos de 2002 e 2008, tendo como referencia a área total do bioma - 826.411,23km2.. Até 2002 (%) Até 2008 (%) Áreas Desmatadas Vegetação Remanescente Corpos D`água 43,38 55,67 0,95 45,39 53,62 0,99 Tabela 1 - Estimativa preliminar do desmatamento ocorrido na Caatinga até o ano de 2002 e entre os anos de 2002 e 2008, tendo como referencia a área total do bioma 826.411,23km2.

2. CERRADO O bioma possui uma área de aproximadamente 203 milhões de hectares, segundo IBGE (2004), ocupando porção central do Brasil. É o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando cerca de 25% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas (Figura 4). AC AM RO RR AP PA MA CEPB PI PE TO AL MT BA GODF MG MS ES SP RJ PR SC RS Figura 4 - Localização do bioma CERRADO (polígono amarelo) Neste e espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta numa grande disponibilidade de recursos hídricos. Do ponto de vista da diversidade biológica, o Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando nos diversos ecossistemas uma flora com mais de 11.000 espécies de plantas nativas (Mendonça et. al, 2008), das quais 4.400 são endêmicas (Myers et al.,2000).

Em números absolutos, o Cerrado teve sua cobertura vegetal original e secundária reduzida de 1.136.521 km2 para 1.051.182 km2. Ou seja, reduziu-se aproximadamente 7,5% entre os anos de 2002 a 2008. No tocante ao desmatamento, o Cerrado teve sua cobertura vegetal suprimida, entre 2002 e 2008, em 85.074,87 km2, o que representa uma taxa anual naquele período de aproximadamente 14.200 km2/ano (Figura 5). 2002 43,67 55,73 0,6 Áreas Desmatadas Vegetação Remanescente 2008 47,84 51,54 0,6 Corpos D`água 0% 50% 100% Figura 5 - Caracterização do Cerrado ate os anos de 2002 e 2008, tendo como referencia a área total do bioma - 2.039.386 km2. Os resultados preliminares obtidos indicam que, em 2008, o Cerrado apresentava uma área de cobertura vegetal nativa da ordem de 1.053.966,85 km², o que equivale a 51,68% da área do bioma, como é informado abaixo (Tabela 2). Classe Áreas desmatadas Vegetação remanescente Corpos D`água Até 2002 (%) 43.67 55.73 0.60 Até 2008 (%) 47.84 51.54 0.61 Tabela 2- Estimativa preliminar do desmatamento ocorrido No Cerrado até o ano de 2002 e entre os anos de 2002 e 2008, tendo como referencia a área total do bioma 2.039.386 km2. As informações acima têm como base a área do bioma (2.039.386,85 km²), a área da vegetação remanescente em 2002 (1.136.521 km²) e o desmatamento entre 2002 e 2008 (85.074 km²).

Figura 6 - Mapa do bioma Cerrado, contendo a distribuição espacial das áreas com vegetação, desmatamento acumulado ate 2008 e corpos d agua.

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA 3. PANTANAL O Pantanal é uma planície de inundação periódica (Figura 7) reconhecida nacional e internacionalmente pela exuberância de sua biodiversidade como uma das áreas as úmidas de maior importância do globo. É declarado Reserva da Biosfera e Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura), está presente em dois estados, Mato Grosso (40,3%km²) e Mato Grosso do Sul Sul (59,7%Km²), ocupa uma área de aproximadamente 151.313 km², cerca de 2% da área brasileira. RR AP PA AM MA CE PI AC RN PB PE AL SE TO RO BA MT GO DF MG ES MS SP RJ PR SC RS Figura 7. Localização do bioma Pantanal (polígono alaranjado) O desmatamento desenfreado, no Brasil, não se limita somente à Floresta Amazônica. Ele atravessa fronteiras e também afeta outros biomas importantes, como o Cerrado e o Pantanal. Destaca-se Destaca se a área dos remanescentes de vegetação do Pantanal

(Figura 8). Este, em 2002, com o refinamento da escala e da área mínima de detecção, era de 86,06% e, em 2008, observa-se uma diminuição para 83,14%. Todas essas estatísticas foram baseadas na área total do bioma que e 151.313km2 calculados a partir do software supracitado (Tabela 5). Pantanal perdeu, em media, 0,47% de sua cobertura vegetal nativa por ano no período analisado. MT MS Figura 8 - Mapa do bioma Pantanal, contendo a distribuição espacial das áreas com vegetação (verde), desmatamento acumulado ate 2008 (Laranja) e corpos d agua (azul). Nesse sentindo, em números absolutos, o Pantanal teve sua cobertura vegetal original e secundaria reduzida de 130.212km2 para 125.800km2. Portando, o bioma sofreu uma perda aproximada de 3% entre 2002 e 2008.

No tocante ao desmatamento, o Pantanal teve sua cobertura vegetal nativa suprimida, entre 2002 e 2008, em 4279km2, o que representa uma taxa anual media nesses seis anos de aproximadamente 713km2/ano (Figura 9 e Tabela 3). Desta forma, significa que o Pantanal perdeu, em media, 0,47% de sua cobertura vegetal nativa por ano no período analisado. 2008 83,10% 15,10% 1,70% Vegetação Suprimida Vegetação Remanescente 2002 86,00% 12,30% 1,60% Corpos d`água 0% 50% 100% Figura 9 - Caracterização do Pantanal ate os anos de 2002 e 2008, tendo como referencia a área total do bioma 151.131km2. Até 2002 (%) Até 2008 (%) Áreas Desmatadas Vegetação Remanescente Corpos D`água 12.35 86.05 1.59 15.18 83.14 1.68 Tabela 3 - Estimativa preliminar do desmatamento ocorrido no Pantanal ate o ano de 2002 e entre os anos de 2002 e 2008, tendo como referencia a área total do bioma 151.313km2.

4. PAMPA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA Situado no extremo sul do Brasil e se estendendo também pelo Uruguai e Argentina os campos sulinos ou pampas, termo indígena que significa região plana, é o único bioma brasileiro restrito apenas a uma unidade da federação (Figura 10), o estado do Rio Grande do Sul onde ocupa 63% de sua área, correspondente a aproximadamente 178.000 quilômetros quadrados. ados. É um ecossistema campestre com vegetação predominantemente de gramíneas e alguns arbustos espalhados e dispersos. Próximos aos cursos d'água e nas encostas de planaltos a vegetação torna-se mais densa, com ocorrência de árvores. Os Banhados, áreas alagadas agadas perto do litoral, também fazem parte desse bioma. RR AP AC AM RO PA MA CE RN PB PI PE TO SE AL BA MT GODF MG MS ES SP RJ PR SC RS Figura 10. Localização do bioma PAMPA (polígono alaranjado) Destaca-se, se, como resultado conseqüente, a área dos remanescentes de vegetação do Pampa. Essa, em 2002, com o refinamento da escala e da área mínima de

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA detecção, era de 37,25% e, em 2008, observa-se observa se uma diminuição para 36,08%. Todas essas estatísticas foram baseadas na área total do bioma que é 177.7671km², ou seja, mais de 17 milhões de hectares, (Figura ( 11 e Tabela 4). PR SC RS Figura 11 - Mapa pa do bioma Pampa, contendo a distribuição espacial das áreas com vegetação (verde), desmatamento acumulado ate 2008 (Laranja) e corpos d agua (azul). Nesse sentido, em números absolutos, o Pampa teve sua cobertura vegetal original e secundária reduzida de de cerca de 66.226km² para 64.131km². Portando, o bioma sofreu uma perda de pouco mais de 1% entre 2002 e 2008. No tocante ao desmatamento, o Pampa teve sua cobertura vegetal nativa suprimida, entre 2002 a 2008, em aproximadamente 2.179km², o que representa uma taxa anual média nesses seis anos de 363 km²/ano (Figura Figura 12 e Tabela 5). 5). Desta forma, significa que o Pampa perdeu, em média, 0,2% de sua cobertura vegetal nativa por ano no período analisado.

2008 53,98% 36,08% 9,99% Vegetação Suprimida Vegetação Remanescente 2002 52,76% 12,30% 9,99% Corpos d`água 0% 50% 100% Figura 12 - Caracterização do Pampa até os anos de 2002 e entre 2002 e2008, tendo como referência a área total do bioma - 177.767,19km². Até 2002 (%) Até 2008 (%) Áreas Desmatadas Vegetação Remanescente Corpos D`água 52.76 37.25 9.9 53.98 36.03 9.9 Tabela 5 - Estimativa de vegetação suprimida no Pampa até o ano de 2002 e entre os anos de 2002 e 2008, tendo como referência a área total do bioma 177.767,19km²

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA 5. MATA ATLÂNTICA Cerca de 70% da população brasileira está concentrada em área de Mata Atlântica, possui variação de mais de 23º em latitude e abrange abrange 15 estados brasileiros das regiões sul, sudeste, centro-oeste centro e nordeste (Figura 13).. Por causa da diversidade do regime pluviométrico, temperatura, topografia e solos, dentre outros aspectos, esse bioma caracteriza-se se pela variedade de fitofisionomias fitofisionomias e pela complexidade de aspectos bióticos. Trata-se se do bioma brasileiro com menor porcentagem de cobertura vegetal natural. Apesar disso, a Mata Atlântica ainda possui uma importante parcela da diversidade biológica do país, com várias espécies endêmicas e os seus recursos hídricos abastecem população que ultrapassa 120 milhões de brasileiros. O referido bioma é composto principalmente por florestas ombrófilas densa, aberta e mista e florestas estacionais semideciduais e deciduais. A Floresta Ombrófila Densa ensa apresenta a maior distribuição latitudinal dentro do bioma.

Figura 13. Localização do bioma MATA ATLÂNTICA (polígono alaranjado) Destaca-se, se, como resultado conseqüente, a área dos remanescentes de vegetação da Mata Atlântica. Essa, em 2002, com o refinamento da escala e da área mínima de detecção, era de 22,54% e, em 2008, observa-se uma diminuição para 22,25%. Todas essas estatísticas foram baseadas na área total do bioma que é 1.103.961 km², ou seja, mais de 110 milhões de hectares (Figura 14 e Tabela 6). Figura 9 - Mapa do bioma Mata Atlântica, contendo a distribuição espacial das áreas com vegetação (verde), desmatamento acumulado até 2008 (Laranja) e corpos d agua (azul).

Até 2002 (%) Até 2008 (%) Áreas Desmatadas Vegetação Remanescente Corpos D`água 76.62 22.54 1.84 75.88 22.25 1.87 Tabela 6. Estimativa de vegetação suprimida na Mata Atlântica até o ano de 2002 e entre os anos de 2002 e 2008, tendo como referência a área total do bioma de 1.103.961 km². Nesse sentido, em números absolutos, a Mata Atlântica teve sua cobertura vegetal original e secundária reduzida de 248808 km² para 245664 km². Portando, o bioma sofreu uma perda de aproximadamente 0,28% entre 2002 e 2008. No tocante ao desmatamento, a Mata Atlântica teve a sua cobertura vegetal nativa suprimida, entre 2002 a 2008, em 2.742 km², o que representa uma taxa anual média nesses seis anos de 457 km²/ano (Figura 15). Isto significa que a Mata Atlântica perdeu, em média, 0,04% de sua cobertura vegetal nativa por ano, no período analisado. 2008 22,54% 22,25% 1,87% Vegetação Suprimida Vegetação Remanescente 2002 76,62% 22,54% 1,84% Corpos d`água 0% 50% 100% Figura 15. Vegetação suprimida e remanescente da Mata Atlântica até os anos de 2002 e entre 2002 e 2008, tendo como referência a área total do bioma de 1.103.961 km².

Por fim, e importante destacar que os resultados obtidos 1 ainda podem ser revisados e atualizados, que, portanto, poderão sofrer pequenos ajustes ate a conclusão desse projeto. Os resultados encontrados estão apresentados nas figuras, nos quadros e tabelas abaixo. 6. AMAZÔNIA As variáveis utilizadas são a área total desflorestada, compreendida na categoria desflorestamento bruto, computada no mês de agosto de cada ano, e as áreas dos estados que fazem parte da Amazônia Legal. O indicador é composto por dois valores distintos, que devem ser considerados de forma associada. O primeiro valor é a área total desflorestada acumulada, chamada de desflorestamento bruto acumulado, expresso em km². O segundo valor é a taxa de desflorestamento bruto anual percentual, constituída pela razão, em percentual, entre a área desflorestada anualmente (km²/ano) e a área total do conjunto, e de cada estado, da Amazônia Legal (Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso) (Figura 16). 1 Todas as informações acima citadas foram extraídas dos relatórios técnicos elaborados pela equipe do CSR e consultores, quaisquer informações adicionais podem ser acessadas no link: http://siscom.ibama.gov.br/monitorabiomas/index.htm

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA RR AP PA AM MA CE PI AC RN PB PE AL SE TO RO BA MT GO DF MG ES MS SP RJ PR SC RS Figura 16. Localização daa AMAZÔNIA (polígono alaranjado) A mudança na forma rma de cálculo da taxa de desflorestamento desfl bruto anual se fez necessária devido à interrupção na divulgação da taxa anterior, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE. INPE As informações utilizadas para a elaboração deste indicador foram produzidas pr pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE, oriundas do Programa de Estimativa do Desflorestamento na Amazônia PRODES. O monitoramento e desmatamento da região Amazônica Legal Brasileira utilizando técnicas de Processamento de Imagens Imagens Digitais e Sistemas de Informações Geográficas iniciou-se se no CSR, no ano de 1996, com vistas à aquisição, desenvolvimento, integração e distribuição de dados e informações relacionadas às alterações de vegetação da Amazônia. O Projeto eto de Monitoramento do d desatamento da Amazônia enquadra-se enquadra atualmente, no PLANO DE AÇÃO PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DO

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA LEGAL (Subgrupo 2 Monitoramento e Controle), instituído mediante Decreto Presidencial de 03 de Julho de 2003. 2003 Destaca-se, como resultado ado conseqüente, a área dos remanescentes de vegetação da Floresta Amazônica (Figura 17). RR AP PA AM MA PI AC TO RO BA MT GO DF MG MS MS Figura 17 - Mapa do bioma Amazônia,, contendo a distribuição espacial das áreas com vegetação, desmatamento acumulado ate 2008 e corpos d agua. Através das Taxas de desflorestamento obtidas por classificação classificação de 161 imagens LANDSAT, no período PRODES AGO/01 a AGO/02 chegou-se se ao valor de 21.394 km2. No período PRODES AGO/07 a AGO/08 as Taxas de Desflorestamento baseando-se se em 214 imagens LANDSAT e de outros satélites satélites quando houve cobertura de nuvens, a taxa total confirmada pelo INPE para o período foi de 12.911 (Tabelas 7 e 8). Para o Cálculo da Taxa de Desflorestamento2 Anual considera-se se o INCREM das imagens consideradas OUTLIERS segundo as Regras 1 ou 2: Regra1:: com( PercClds >100% e Increm >50km2) no ANO ou no ANO-ANTERIOR ANO Regra2: ((RATE - DRate1*nd1r) - CorrIncr)) / CorrIncr *100 >50%. 2 Possuímos dados atualizados até o ano de 2010 para o Bioma Amazônia, porém para manter o padrão entre os Biomas utilizamos dados de 2002 a 2008.

Taxa de Desflorestamento 2002 = 21650.8889 km² Taxa por Estado - 2002 ACRE 883.2163 Amazonas 885.1614 Amapá 0.0000 Maranhão 1085.0281 Mato Grosso 7892.2620 Pará 7509.6680 Rondônia 3099.2459 Roraima 84.4134 Tocantins 211.8938 TOTAL 21650.8889 Tabela 7 Mostra as taxas de Desflorestamento no período PRODES Agosto/01 a Agosto/02 Taxa de Desflorestamento 2008 = 12.909 km² Taxa por Estado - 2008 ACRE 254 Amazonas 604 Amapá 100 Maranhão 1269 Mato Grosso 3258 Pará 5607 Rondônia 1136 Roraima 574 Tocantins 107 TOTAL 12909 Tabela 8 Mostra as taxas de Desflorestamento no período PRODES Agosto/07 a Agosto/08