ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. SAULO HENRIQUES DE SÁ E BENEVIDES



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Transcrição:

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. SAULO HENRIQUES DE SÁ E BENEVIDES DECISÃO TERMINATIVA Apelação Cível n 024.2009.002226-0/001 1 2 Vara da Comarca de Monteiro Relator : Francisco Francinaldo Tavares - Juiz convocado em substituição ao Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides Apelante : Maria Lúcia Ferreira Advogado : Marcos Antônio Inácio da Silva Apelado : Município de Monteiro, representado por seu Prefeito. Advogado : Carlos André Bezerra APELAÇÃO CINTEL ORDINÁRIA DE COBRANÇA GRATIFICAÇÃO DE INSALUBRIDADE IMPROCEDÊNCIA IRRESIGNAÇÃO NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA REJEIÇÃO APLICAÇÃO, POR ANALOGIA, DA CLT IMPOSSIBILIDADE PRINCÍPIO DA LEGALIDADE AUSÊNCIA DE PREVISÃO DE LEI LOCAL ABORDANDO OS CRITÉRIOS E ATIVIDADES PARA O RECEBIMENTO DA GRATIFICAÇÃO ENTENDIMENTO DESTE TRIBUNAL INTELIGÊNCIA DO ART. 557, CAPUT, DO CPC SEGUIMENTO NEGADO. A Administração Pública está adstrita ao princípio da legalidade, previsto no art. 37, caput, da Constituição Federal, o qual determina a vinculação das atividades administrativas em conformidade com a lei. "A gratificação por exercício de atividade perigosa depende de previsão na Lei local. Art. 37, 'caput', da CF, sendo somente devido a partir do momento em que for editada Lei regulamentando as atividades insalubres ou perigosas." (Apelação Cível N 70031366867, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alexandre Mussoi Moreira, Julgado em 02/12/2009). Vistos, etc. Trata-se de Apelação Cível interposta por Maria Lúcia Ferreira contra sentença de fls. 72/75, proferida pelo Juiz a quo, nos autos da Ação Ordinária de Cobrança movida em face do Município de Monteiro, que julgou improcedente o pedido. Em suas razões de fls. 77/83, a apelante argumenta que deve ser aplicado ao caso, analogicamente, a legislação federal, em especial a Consolidação das Leis Trabalhistas. Sustenta, ainda, que o magistrado não determinou a realização de perícia médica a fim de apurar o grau da insalubridade. No mérito, requereu o pagamento retroativo do adicional, no percentual de 20% (vinte por cento), bem como a reimplantação na forma anteriormente paga. 1

O apelado não ofereceu contrarrazões, conforme certidão de fl. 87. Instada a se pronunciar, a douta Procuradoria de Justiça não ofereceu parecer opinativo, alegando falta de interesse público que enseje sua intervenção obrigatória (fls. 98/99). É o relatório. Decido. A lide resume-se ao fato da autora/apelante afirmar ser servidora pública municipal, ocupante do cargo de gari, exercendo atividades caracterizadas como insalubres. Desse modo, requereu o pagamento dos adicionais de insalubridade. Por sua vez, o magistrado a quo julgou improcedente o pedido. Irresignada, a apelante recorreu, alegando que, em razão da ausência de legislação, o magistrado a quo deveria ter aplicado, analogicamente, a CLT c/c a Norma Regulamentadora n 15, expedida pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Argumenta que o magistrado não determinou a realização de perícia médica a fim de apurar o grau da insalubridade. Ao final, requereu o pagamento retroativo do adicional, no percentual de 20% (vinte por cento), bem como a reimplantação na forma anteriormente paga. Primeiramente, seria desnecessário designar perícia, uma vez que mesmo constatando-se insalubridade na atividade da autora não haveria que ser deferido o pedido inicial, isso porque o magistrado a quo não acolheu o pleito em razão da inexistência de previsão legal. Segundo o julgador, a lei municipal não relacionou as profissões que fariam jus ao adicional, tratando-se de lei genérica. Nessa linha de raciocínio, a ausência de perícia não ocasionou cerceamento ao direito da demandante. io Importa salientar que a Administração Pública está adstrita ao princípio da legalidade, previsto no art. 37, caput, da Constituição Federal, o qual determina a vinculação das atividades administrativas em conformidade com a lei. "Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência..." Nesse diapasão: APELAÇÃO CINTEL. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. SERVIÇO AUTÔNOMO DE SANEAMENTO DE PELOTAS. ADICIONAL POR INSALUBRIDADE. ALTERAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. LEI MUNICIPAL. PRINCIPIO DA LEGALIDADE. I. O princípio da legalidade é base de todos os demais princípios que instruem, limitam e vinculam as atividades administrativas, sendo que a Administração só pode atuar conforme a lei. 2. Não prospera a pretensão de que a base de cálculo do adicional de insalubridade seja do salário básico do servidor, porque ausente previsão legal, não sendo possível o Poder Judiciário fixar novo parâmetro. Manutenção da 2

sentença de improcedência. APELO DESPROVIDO."(Apelação Cível N 70030109615, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 0110712009) Pois bem. O art. 7, inciso XXIII, c/c art. 39, 2 da Constituição Federal, asseguravam o adicional de remuneração para as atividades insalubres. A EC n 19/98 excluiu o inciso XXIII do art. 7, retirando a gratificação de insalubridade do rol dos direitos constitucionalmente assegurados, e relegou sua regulamentação à legislação infraconstitucional. Nesse sentido: APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. O Administrador Público está vinculado ao princípio da legalidade, estando adstrito à observância da lei, não podendo se afastar da regra constitucional, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade civil ou criminal, conforme o caso. A gratificação por exercício de atividade insalubre depende de previsão na Lei local. Art. 37, 'caputi da CF. Cargo de mecânico contemplado pelo adicional de insalubridade em grau médio, nos termos da Lei Municipal n 1.002/90. NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME. (Apelação Cível N 70032758484, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alexandre Mussoi Moreira, Julgado em 28/04/2010) APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. AGRAVO RETIDO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. Não há cerceamento de defesa quando a prova dos fatos que se busca demonstrar por meio de perícia técnica ou através de oitiva de testemunhas, está suprida pelos demais elementos probatórios existentes nos autos. O Administrador Público está vinculado ao princípio da legalidade, estando adstrito à observância da lei, não podendo se afastar da regra constitucional, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade civil ou criminal, conforme o caso. A gratificação por exercício de atividade insalubre depende de previsão na Lei local. Art. 37, 'caput, da CF. Cargo de Servente Escolar contemplado pelo adicional de insalubridade em grau médio, nos termos das Leis n 969/90 e 1.002/90. NEGARAM PROVIMENTO AO AGRAVO RETIDO E AO APELO. UNÂNIME. (Apelação Cível N 70035881861, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alexandre Mussoi Moreira, Julgado em 14/07/2010) 111 Deste modo, verifica-se que há necessidade de lei municipal regulamentando a gratificação. A apelante embasa seu requerimento com fulcro no art. 167, da lei municipal n 1.056/94 (fl. 26), o qual prescreve: Art. 167: A gratificação de insalubridade é devida ao funcionário quando em exercício em locais ou atividades insalubres que ofereçam condições de graves danos a sua saúde ou possibilidade de contração de doença profissional. Ocorre que a supracitada lei trata da gratificação de insalubridade de maneira genérica, já que não prevê quais atividades são consideradas insalubres. Deste modo, seria necessário que a legislação municipal estabelecesse as condições de pagamento do adicional de insalubridade, de acordo com o principio da legalidade. Nesse sentido, há recente decisão da la Câmara Cível, que negou provimento ao recurso apelatório da Comarca de Monteiro:

RECURSO OFICIAL E APELAÇÃO CÍVEL. Servidor público municipal. Adicional de insalubridade. Ausência de previsão legal. Impossibilidade de pagamento. Reforma da decisão de primeiro grau. Provimento parcial do recurso. - Não existindo previsão legal sobre a incidência do adicional de insalubridade na atividade desenvolvida pelo servidor, inviável a sua concessão em atenção ao princípio da legalidade. (Apelação Cível n 024.2008.001440/001; l Câmara Cível; Tribunal de Justiça da PB; Relator Des. José Di Lorenzo Serpa; Julgado em 26/05/2009) E mais: APELAÇÃO. RECURSO ADESIVO. MUNICÍPIO DE TAQUARí. CONTRATO TEMPORÁRIO. PAGAMENTO DE DIFERENÇAS SALARIAIS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO. A gratificação por exercício de atividade perigosa depende de previsão na Lei local. Art. 37, 'caputz, da CF, sendo somente devido a partir do momento em que for editada Lei regulamentando as atividades insalubres ou perigosas. Inexistindo previsão legal à percepção de adicional de insalubridade ou de avanços, não tem o servidor contratado temporariamente direito a essas vantagens, em observância ao princípio da legalidade. Deram provimento ao apelo e improveram o recurso adesivo. Unânime. (Apelação Cível N 70031366867, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alexandre Mussoi Moreira, Julgado em 02/12/2009). SERVIDOR PÚBLICO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PENOSIDADE. SUPERVENIÊNCIA DA EC N 19/98. REGRAMENTO ESPECIFICO. LEI MUNICIPAL. PREVISÃO. - É pacífico na doutrina e jurisprudência que a EC n 19 não suprimiu o direito à percepção do adicional de insalubridade pelos servidores públicos pois a alteração ocorrida na medida em que retirou a gratificação do rol dos direitos constitucionalmente assegurados, relegou sua regulamentação à legislação infraconstitucional. - Em obediência ao princípio da legalidade estrita o recebimento das gratificações pela execução de trabalho de natureza especial com risco de vida ou saúde depende de lei específica a indicar os critérios para a sua concessão. (APELAÇÃO CíVEL / REEXAME NECESSÁRIO N 1.0137.06.002029-4/001 - RELATOR: EXMO. SR. DES. BELIZÁRIO DE LACERDA - 7 CÂMARA CÍVEL TJ-MG - Data do Julgamento: 15/04/2008Data da Publicação: 16/05/2008) APELAÇÃO CÍVEL COBRANÇA DE ADICIONAL DE INSALUBRIDADE POR SERVIDOR MUNICIPAL AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL RECURSO IMPROVIDO." (TJMS. Apelação Cível n 2007.021283-3. Rel. Des. Atapoã da Costa Feliz. Quarta Turma Cível. J: 25.9.2007). quo: Seguindo essa linha de raciocínio, acertadamente apontou o magistrado a "Como não há previsibilidade em lei municipal quanto ao tipo de atividade ou ao grau que deva ser considerado como insalubre, em tese, a pretensão autoral deve ser afastada."(fl. 107) Por tais razões, nos moldes do art. 557, capuz', do CPC, nego seguimento ao recurso, mantendo a sentença em todos os seus termos. Publique-se. Registre-se. Intime-se. João Pessoa, "ulho de 201 Francisco Fran Juiz convocado Tavares 4

'TRIBUNAL DE JUSTIÇP. DirOtOria JUdiCiária RegiUttOd0 O J iz