Encontro de Líderes Evangélicos Estiveram reunidos em Brasília no dia 26 de abril de 2015, 50 líderes evangélicos de diferentes igrejas, denominações e organizações evangélicas de todo o Brasil. O tema do encontro foi caracterizado pela questão Uma possível plataforma evangélica? Desigualdade, meio ambiente e corrupção. Dentro disto, foram estabelecidos os seguintes objetivos: 1) Apresentar as bases bíblicas, desafios e oportunidades para enfrentar assuntos tais como meio ambiente, desigualdade e corrupção no Brasil e globalmente. 2) Aprender com as experiências e perspectivas daqueles que estão envolvidos em movimentos. 3) Animar / contribuir para o desenvolvimento de um movimento em questões relacionadas ao meio ambiente, desigualdade e corrupção no Brasil. 4) Estabelecer algumas priorizações de atividades e definição de um processo de aglutinação de organizações e igrejas nestas causas. 1º Momento do Encontro Tivemos como base para desenvolver o Encontro, a ministração do devocional ministrado pelo Pr. Valdir Steuernagel que nos levou a refletir no Salmos 146 dentro dos seguintes aspectos: O texto nos mostra: A hermenêutica comunitária, essa diz a respeito da comunidade que adora, canta, adora e age. Em segundo lugar, a hermenêutica da suspeita- a resposta não vem do poder e é preciso relativizar o Príncipe. Estamos em uma encruzilhada a fé cristã que não entra na realidade é desfigurada. Como encarar o que a realidade nos impõe? O Salmo começa com poesia a linguagem da fé é poesia. Não é cartesiana. Isso nos ensina que precisamos ter duas linguagens, a do muro = império, e a da poesia = comunidade. Contudo, nossa maior tendência é usar a linguagem do poder. A poesia é um convite à adoração. Comunidade que adora, sabe o que quer. Ela não coloca sua confiança em príncipes e nem em poder estabelecido, mas sim em Deus. Nossa realidade de hoje: estamos adotando a linguagem do príncipe. É na comunidade que se encontra a poesia da oração. O Deus Universal é encarnado a fé cristã que não entra na realidade é uma fé desfigurada. Quais as expressões humanas mais vulneráveis hoje? Podemos apontar algumas vulnerabilidades como os desmatamentos, a fome, a exploração de crianças, a corrupção, a violência contra mulheres, o racismo. Essa é nossa encruzilhada. A
impiedade é assutadora e nós não podemos nos associar a ela. Não existe adoração a Deus que não se expresse na caminhada com o outro. Posteriormente, iniciamos as apresentações para trabalharmos o tema. 1º. Painel: Perspectiva Mundial Apresentado por Richard Weaver - Assessor Senior de Advocacy da Tearfund Um breve resumo da apresentação: Ao olharmos para trás, o que nós vamos ver? É crescente o número de pessoas adotando um estilo de vida que não é sustentável. Cada vez mais, menos pessoas tem acesso aos recursos de sobrevivência. É necessário fazer um esforço global mais sério para tratar das desigualdades. Uma proposta é reorganizar a economia de forma que haja um jubileu o ano de perdão da dívida dos países mais pobres. 2º Painel: Meio Ambiente e Clima Apresentado pelo Pr. Armindo representante da Diaconia Um breve resumo da apresentação: Foi realizada uma apresentação dos projetos e atividades realizadas com enfoque nas questões de meio ambiente, como o combate ao assoreamento dos leitos dos rios; queimadas, semana da água, reforma urbana, dentre outros. O grande destaque se deu para a mobilização das igrejas em áreas urbanas e rurais inclusive no enfrentamento da seca que assola boa parte do Sertão, com envolvimento das mesmas nas audiências públicas e mobilização. 3º Painel: Desigualdades Apresentado pelo Pr. Tércio e Dorothéa Luz representantes de Renas Um breve resumo da paresentação: Realizada uma breve apresentação de Renas, suas principais ações, sua estratégia de mobilização das organizações filiadas na discursão do tema da desigualdade. Foi apresentado que 9 Encontros Nacionais foram realizados para abordar o tema. Um novo encontro será realizado setembro de 2015 na cidade de Araçariguama São Paulo e o Tema será : Ver, Sentir e agir. Renas está iniciando um projeto que tem como objetivo disseminar o tema das desigualdades entre as organizações filiadas e igrejas especialmente na Região Norte.Além disto, uma escuta das Redes locais está sendo realizada onde as desigualdades locais estão sendo identificadas para dar suporte à elaboração de um projeto
em cada Rede com estratégia para o desenvolvimento de ações que objetivem diminuir as desigualdades inclusive envolvendo as igrejas. 4º Painel: Corrupção Apresentado por Elda Valim representante do Ame a Verdade Um brese resumo da apresentação: Foi feito uma abordagem sobre como ocorre a corrupção e quais são as formas de prevenir. Foi identificado que a participação da sociedade civil nos espaços de controle da corrupção é muito pequena. Como alternativa, foi apresentado o Observatório Social, que faz um trabalho bastante eficaz no monitoramento das contas públicas. 5º Painel Experiências práticas de mobilização e envolvimento da Igreja: A Rede Centro São Paulo Pr. Daniel Checcio Apresentou o histórico do processo de construção da Rede Centro e a participação das Igrejas e sociedade civil. A CIPEL Conselho de Pastores e Líderes em Coqueiral, Recife Pr. José Marcos. Ressaltou a construção do CIPEL e os esforços de mobilização das igrejas no enfrentamento dos problemas, inclusive ambiental. Após a apresentação das experiências o Assessor da Comunicação de Justiça e Paz o sr. Daniel Seidel apresentou uma Análise de Conjuntura: Qual o problema da nossa politica? Porque não promove a solidariedade? Sete raízes identificadas: 1. Mentalidade colonialista 2. Escravidão dos negros africanos 3. Coronelismo 4. Cidadania só pelo trabalho 5. Machismo 6. Cultura autoritária 7. Consumismo Possíveis formas de combate: 1. Valorizar o povo que tem
2. Valorizar a dignidade de cada um 3. Contribuir na organização popular 4. Alimentar a espiritualidade 5. Delegar poder / distribuir responsabilidade 6. Partilhar entre todos sem discriminação 7. Abundância Em seguida o grupo foi dividido em equipes para trabalhar os três temas: desigualdades, meio-ambiente e corrupção. Cada equipe teve uma hora para discutir os temas e apresentar as propostas por escrito na plenária. Após estas apresentações, Richard Weaver apresentou um plano de ação inicial por meio de uma plataforma abordando os temas: desigualdades/ meio-ambiente e corrupção. a) Como fazer: Oração como fio condutor Desenvolver ações concretas com nosso estilo de vida É importante saber como as igrejas podem trabalhar estes temas a plataforma aparece como aliança poderosa. b) Passos para o Plano de Ação: 1. Organizar o que iniciamos hoje troca de experiências. Que ações podem sair daqui? Que encaminhamentos? Quais desdobramentos? 2. Ouvir para descobrir o foco de nossas ações precisamos ouvir e entender como as pessoas estão sendo afetadas por esses temas. Sistematizar essas histórias. 3. Planejar - conjuntamente. 4. Agir o que queremos mudar? 5. Negociar para que as ações aconteçam provocar as pessoas para agir e promover mudanças. Com vista a conticuidade do trabalho foram definidos os seguintes encaminhamentos: 1) Formar um grupo animador / mobilizador que impulsione o movimento.
2) Que se fortaleça as iniciativas existentes antes que se inicie novas iniciativas, como de RENAS, AME A VERDADE e possivelmente Igreja Ecocidadãs. 2) Composição de um grupo: Organizações e pessoas que façam esse movimento de mitigar a participação. Diaconia, Renas,A Rocha/ Igrejas Eco cidadãs, Asas de Socorro, Missão Aliança, Ame a Verdade, CADI, Pastor Armando Bispo/IBC Fortaleza, Aliança Evangélia e Tearfund Encerramento do Encontro: Palavra Pastoral do Pr. Armando Bispo, representante da Igreja Batista Central de fortaleza. Alguns aspectos a serem ressaltados: a história da IBC Fortaleza que deixa o centro da Cidade e vai para a periferia da Cidade no sentido de se aproximar e imiscuir-se nos problemas e realidade das pessoas. Ressaltou que quando o trabalho é serio e feito com a qualidade, mesmo que mude o governamente ou partido no poder, será merecedor de consideração e respeito. Para ilustrar mencionou o trabalho da IBC nos presídios, que mesmo mudando o partido no Poder, continua apoiando as açes que a igreja empreende e vidas em sido resgatadas. O Pr. Armando propõe frente a realidade gritante, complexas e de muitos desafios a necessidade da revisão do modelo centrado na figura do Pastor para um modelo que libere os irmãos e irmãs para o exercicio pleno do sacerdócio em todas as dimensões da vida, por conseguencia menos dependente da figura do Pastor. Considerando as insatisfações com os rumos atual e desejo profundos de mudanças, entende que seria hora de pensarmos numa terceira onda, jás houveram duas anteriores de 2013 e agora, 2015, de diferentes espectros, mas liderada pela Igreja. Acesse o documento síntese: Teologia - Por uma Economia Justa e Sustentável