Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Referência: 60502.000787/20-94 60502.000786/20-40 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: Recurso contra informação incompleta. Sem restrição. Remuneração Informação incompleta Ministério da Defesa Informação já disponibilizada Análise CGU: Acata-se a argumentação do recorrido - Perda de objeto - Recomendações Ministério da Defesa MD V.A.M. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº 12.527/2011, conforme resumos descritivos abaixo apresentados. Optou-se pela análise conjunta das demandas em questão, por se tratarem de pedidos idênticos, apresentados pela mesma cidadã a diferentes órgãos e, ainda, em observância ao princípio da Economicidade Processual. RELATÓRI O NUP 60502.00078 7/20-94 Data Teor Pedido 07/05/20 É submetido o seguinte pedido de informações ao Comando da Marinha, que o encaminha ao Ministério da Defesa em 09 de maio de 20: Prezados Senhores, Gostaria de saber o valor atual do salário famiília (por dependente) e 21
Resposta Inicial Superior Resposta do 16/05/20 21/05/20 27/05/20 quando foi o último aumento ou correção concedido em relação a essa parcela remuneratória. solicito, ainda, a cópia escanneada e legível da legislação que regula o pagamento desse direito pecuniário no âmbito dessa força. Ao cumprimentá-la, cordialmente, reporto-me ao pedido impetrado por Vossa Senhoria de NUP 60502.000787/20-94, de 07 de maio de 20. Em relação ao seu pedido, o Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do Ministério da Defesa - MD informa que desde a edição da Constituição Federal de 1988 o benefício Salário Família está desprovido de regulamentação. Informo ainda que há um estudo no âmbito do Ministério do Planejamento que trata da matéria em questão e que, em conformidade com o inciso XII do art. 3º e do art. 20 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012, esse assunto possui acesso restrito até que seja editado o ato ou decisão final, uma vez que envolve matéria considerada de caráter preparatório envolvendo as Pastas da Defesa e do Planejamento. Nos termos do art. 21 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012, eventual recurso sobre esta resposta deve ser dirigido ao Secretário-Geral do Ministério da Defesa, no prazo de 10 dias, a contar da data desta decisão. Prezados senhores, A resposta ao meu pedido de informação é visivelmente incompatível com a solicitação que formulei com base na lei de informação. De outro modo, é incontroverso que toda a atuação da administração pública está adstrita à observância ao princípio da legalidade. Dessa forma, não seria possível pagar qualquer valor a título de saláriofamília aos militares se não existisse lei autorizadora e norma regulamentadora. Voltando ao pedido de informação, busquei saber o valor atual do salário família (por dependente)e quando foi o último aumento ou correção concedida em relação a essa parcela remuneratória. Solicitei, ainda, a disponibilização de cópia legível e escanneada da legislação que regula o pagamento desse direito. Não solicitei informações sobre eventuais gestões para atualização do valor do benefício. Nesses termos, peço que sejam reexaminada a resposta fornecida e esclarecidos os aspectos contidos no pedido de informação que, afinal, foi formulada em termos objetivos, precisos e claros. Ao cumprimentá-la, cordialmente, reporto-me ao pedido de recurso em 1ª Instância formulado por Vossa Senhoria com o nº NUP 60502.000787/2013-94, de 21 de maio de 20. A previsão de 22
Superior Máxima 02/06/20 pagamento de salário-família está contida no art. 4º, 3º, inciso VIII da Emenda Constitucional nº 18, de 5 de fevereiro de 1998, disponível no formato digital na Internet no endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc1 8.htm> No que tange ao valor pago a título de salário-família, informo que a informação solicitada foi atendida na forma do pedido de acesso à informação dirigido por Vossa Senhoria ao Comando do Exército pelo NUP 60502.000786/20-40. A propósito, as informações prestadas pelo Comando do Exército estão circunscritas à sua área de atuação antes da criação do Ministério da Defesa. Conforme mencionado na resposta ao seu pedido inicial, com a aplicação do disposto no art. 20 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012, a proposta de regulamentação do salário-família para militares das Forças Armadas constitui objeto de estudo que se encontra em fase de análise no âmbito do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Processo nº 03000.005627/2011- ), cujo acompanhamento pode ser feito mediante acesso ao seguinte endereço eletrônico: http://cprodweb.planejamento.gov.br/consulta_externa.asp? cmdcommand=buscar&proccodprocedencia=1311043&protnumpr otocolo=30000056272011> Nos termos do art. 21 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012, eventual recurso sobre esta resposta deve ser dirigido ao Ministro de Estado da Defesa, no prazo de 10 dias, a contar da data desta decisão. A resposta ao meu pedido de informação permanece visivelmente incompatível com a solicitação que formulei com base na lei de informação. De outro modo, é incontroverso que toda a atuação da administração pública está adstrita à observância ao princípio da legalidade. Dessa forma, não seria possível pagar qualquer valor a título de salário-família aos militares se não existisse lei autorizadora e norma regulamentadora respectiva que estabelecesse o valor a ser pago. Voltando ao pedido de informação, busquei saber o valor atual do salário família (por dependente)e quando foi o último 23
Resposta do Máxima CGU 09/06/20 13/06/20 aumento ou correção concedida em relação a essa parcela remuneratória, em relação aos militares. solicitei, ainda, a disponibilização de cópia legível e escanneada da legislação que regula o pagamento desse direito no âmbito das forças armadas. Não solicitei informações sobre eventuais gestões para atualização do valor do benefício. Nesses termos, peço que sejam reexaminada a resposta fornecida e esclarecidos os aspectos contidos no pedido de informação que, afinal, foi formulada em termos objetivos, precisos e claros. Decisão da autoridade ministerial: observado o disposto no parágrafo único do art. 21 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012, conheço do recurso e, no mérito, dou-lhe provimento parcial, nos seguintes termos: 1) Complementarmente às informações anteriormente prestadas pela administração central deste Ministério e pelo Comando do Exército, encaminhar ao recorrente o inteiro teor das normas mencionadas nas respectivas respostas; e 2) Informar ao recorrente que o valor conhecido do salário-família corresponde a R$ 0,16 (dezesseis centavos de real) por dependente, cuja fixação e última atualização ocorreu em 20 de janeiro de 1995, de acordo com a Portaria Interministerial nº 27/MF/EMFA, entretanto a ratificação de tais informações está condicionada a procedimento de análise jurídica em curso no âmbito do Ministério da Defesa, nos termos do disposto no inciso III do art. 13 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012. Nos termos do art. 21 do Decreto nº 7.724/2012, eventual recurso contra a presente decisão deve ser dirigido à Controladoria-Geral da União - CGU, no prazo de 10 dias, a contar desta data. Prezados senhores, Venho formular o presente recurso em face de a autoridade responsável pelo acolhimento do meu recurso não ter se posicionado de forma decisiva a respeito da veracidade das informações prestadas, afirmando que estariam pendentes de ratificação, nesse sentido confira-se:...entretanto a ratificação de tais informações está 24
Informações Adicionais e Negociações 10/07/20 condicionada a procedimento de análise jurídica em curso no âmbito do ministério da defesa, nos termos do disposto no inciso iii do art. 13 do decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012. Sob tais fundamentos, pugno pela complementação das informações prestadas, com a sua ratificação por quem de direito, inclusive com a remessa de cópia do procedimento de análise jurídica em curso no ministério da defesa, já que, de outro modo, a informação anteriormente prestada bem pode não corresponder a realidade, consistindo em algo inverídico ou inexato. Em contato com o Ministério da Defesa, a CGU solicitou a possibilidade de ratificação das informações prestadas à cidadã. O MD apresentou com rapidez as informações ratificadas à solicitante, nos seguintes termos: Por orientação da Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação - CGRAI, da Ouvidoria-Geral da União - CGU, o Serviço de Informações ao Cidadão do Ministério da Defesa ratifica as informações abaixo especificadas, já enviadas pelo Sistema Eletrônico e-sic, da Controladoria-Geral da União, em resposta ao seu pedido de NUP 60502.000787/20-94, a saber: O valor atual do Salário-família (por dependente) é de R$ 0,16 (dezesseis centavos de real); O último aumento ou correção (atualização) aconteceu em 20 de janeiro de 1995; e A legislação que regula o benefício é a Portaria Interministerial nº 27/MF/EMFA, de 20 de janeiro de 1995. RELATÓRI O NUP 60502.00078 6/20-40 Data Teor 25
Pedido Resposta Inicial Superior Resposta do Superior 07/05/20 27/05/20 02/06/20 20/06/20 É submetido o seguinte pedido de informações ao Comando da Marinha, que o encaminha ao Ministério da Defesa em 09 de maio de 20: Prezados Senhores, Gostaria de saber o valor atual do salário famiília (por dependente) e quando foi o último aumento ou correção concedido em relação a essa parcela remuneratória. Solicito, ainda, a cópia escanneada e legível da legislação que regula o pagamento desse direito pecuniário no âmbito dessa força. O Comando do Exército oferece a seguinte resposta: Os militares do EB (EB) atualmente recebem o salário-família no valor de R$ 0,16 (dezesseis centavos de real), o qual é pago por dependente, conforme estabelecido pela Portaria nº 027 de 20 janeiro de 1995, publicado no Diário Oficial da União, em 23 de janeiro de 1995. Oferece, ainda, lista de links da legislação que regula o pagamento do benefício e informa que a Medida Provisória nº 2215, de 31 de agosto de 2001e a Portaria nº 7- GB, de 08 de janeiro de 1968 são as legislações básicas para o pagamento do benefício no âmbito do Comando do Exército. A cidadã interpõe recurso nos seguintes termos: Venho formular o presente recurso em razão de a resposta dada ao pedido de informação estar incompleta. Com efeito, não foi disponibilizada a cópia legível e escanneada da legislação que regula o pagamento de salario-familia aos militares do exército, notadamente da portaria nr 027 de 20 de janeiro de 1995. Tampouco foi informado quando foi o último aumento ou correção concedido em relação a essa parcela remuneratória. Com base em tais fundamentos, solicito a complementação da informações solicitadas. Sobre a demanda, o CEX informa que: 1. Não houve negativa de acesso à informação. 2. Na mensagem enviada através do e-sic foi respondido, em 27 de maio de 20, com base na Lei de Acesso à Informação e com base nos regulamentos e normas em vigor, o pedido formulado. Foram informadas todas as Portarias, Decretos, Leis e Medidas Provisórias referentes ao assunto, incluindo os locais para consulta. Dessa forma foram disponibilizadas para V. Sa. todas as informações solicitadas. 3. Entende-se que a resposta enviada é completa e que a interpretação e a análise das normas e regulamentos enviados caberá ao solicitante, de acordo com cada situação que venha a se apresentar. 4. Não há, no recurso apresentado, fatos novos que sugiram à Administração Pública reavaliar o primeiro pedido e a resposta fornecida anteriormente. 5. Com relação ao recurso de 1ª instância, convém destacar que 26
Máxima Resposta do Máxima 13/06/20 20/06/20 a cópia legível e escaneada da legislação, solicitadas por V. Sa, não procede, pois o SIC-EB informou de forma completa os locais de acesso na rede mundial de computadores nos quais a legislação está disponível, através da transparência ativa, conforme estabelece a Lei de Acesso à Informação e o seu regulamento. A solicitação específica a respeito da Portaria nr 027, de 20 de janeiro de 1995 também está disponível na página eletrônica da Imprensa Nacional (www.in.gov.br), através do princípio da transparência ativa, nas consultas online ao Diário Oficial da União (DOU de 23 de janeiro de 1995). 6. Assim, pode-se inferir que V. Sa. teve seu pedido e recurso atendidos, na medida do que impõe a legislação em vigor. 7. Por fim, eventual recurso deve ser dirigido ao Comandante do Exército, no prazo de 10 (dez) dias, a contar da data desta decisão. Com base na informação oferecida, cidadã apresenta novo recurso: Venho formular o presente recurso em razão de a resposta dada ao pedido de informação estar incompleta. Com efeito, não foi disponibilizada a cópia legível e escanneada da legislação que regula o pagamento de salario-familia aos militares do exército, notadamente da portaria nr 027 de 20 de janeiro de 1995. A reiteração do pedido de complementação das informações solicitadas se deve ao fato de que alguns dos locais indicados simplesmente não disponibilizar o inteiro teor das normas solicitadas, como é o caso do diário oficial da união, que não oferece a integra da portaria nr 027 de 20 de janeiro de 1995. Outro ponto não atendido pelo pedido de informação foi o esclarecimento de quando se deu o último aumento ou correção do valor do salário-família. O pedido de informação foi absolutamente omisso em relação a esse ponto. Com base em tais fundamentos, solicito o deferimento do presente recurso, com a subsequente complementação da informações solicitadas. O CEX responde: Ao cumprimentá-la, cordialmente, reportamo-nos ao recurso impetrado por V. Sa, em 2ª instância, ao pedido formulado com protocolo nº 605020007862040. Em relação às considerações apresentadas por Vossa Senhoria, informamos que: 1. Não houve negativa de acesso à informação. 2. Na mensagem enviada através do e-sic foi respondido, em 27 de maio de 20, com base na Lei de Acesso à Informação e com base nos regulamentos e normas em vigor, o pedido formulado. Foram informadas todas as portarias, decretos, leis e Medidas Provisórias referentes ao assunto, incluindo os locais para consulta. Dessa forma foram disponibilizadas para V. Sa. todas as informações solicitadas. 3. Entende-se que a resposta enviada é completa e que a inter- 27
CGU 24/06/20 pretação e a análise das normas e regulamentos enviados caberá ao solicitante, de acordo com cada situação que venha a se apresentar. 4. Não há, nos recursos apresentados, fatos novos que sugiram à Administração Pública reavaliar o primeiro pedido e a resposta fornecida anteriormente. 5. Com relação ao recurso de 2ª instância, convém destacar que o reajuste (aumento ou correção) dos valores do Salário Família não é de competência do Exército Brasileiro, pois se trata de componente do salário fixado pelo Governo Executivo Federal. Desta forma, as informações não podem ser prestadas pelo SIC-EB por não se tratar de assunto específico desta Instituição. 6. Assim, pode-se inferir que V. Sa. teve seu pedido e recurso atendidos, na medida do que impõe a legislação em vigor. 7. Por fim, eventual recurso deve ser dirigido à Controladoria- Geral da União (CGU), no prazo de 10 (dez) dias, a contar da data desta decisão. A cidadã submete recurso à CGU nos seguintes termos: Venho formular o presente recurso em razão de a resposta dada pelo comando do exército ao pedido de informação estar incompleta. Com efeito, não foi disponibilizada a cópia legível e escanneada da legislação que regula o pagamento de salariofamilia aos militares do exército, notadamente da portaria nr 027 de 20 de janeiro de 1995. A reiteração do pedido de complementação das informações solicitadas se deve ao fato de que alguns dos locais indicados simplesmente não disponibilizar o inteiro teor das normas solicitadas, como é o caso do diário oficial da união, que não oferece a integra da portaria nr 027 de 20 de janeiro de 1995. Outro ponto não atendido pelo pedido de informação foi o esclarecimento de quando se deu o último aumento ou correção do valor do salário-família. O pedido de informação foi absolutamente omisso em relação a esse ponto. Com base em tais fundamentos, solicito o deferimento do presente recurso, com a subsequente complementação da informações solicitadas ao comando militar. É o relatório. Análise 28
2. Registre-se que ambos os Recursos foram apresentados perante a CGU de forma tempestiva e recebidos na esteira do disposto no caput, inciso IV e 1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, in verbis: Lei nº 12.527/2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: [...] IV estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei. 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do artigo 21 do Decreto nº 7.724/2012, verifica-se que, em relação ao pedido apresentado ao Ministério da Defesa, as autoridades respondentes dos recursos seguem a hierarquia exigida pelo Decreto, tendo sido o recurso de primeira instância respondido pela autoridade hierarquicamente superior à que adotou a decisão e o recurso de segunda instância, pelo dirigente máximo do órgão. Por outro lado, nas respostas aos recursos, o Comando do Exército não realiza a identificação da autoridade responsável por proferir a resposta concedida à cidadã, o que prejudica a análise quanto ao cumprimento da hierarquia na apreciação dos recursos. Quanto a esse lapso, cumpre alertar o CEX que a não obediência às disposições da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, pode ensejar responsabilização, nos termos de seus artigos 32, 33 e 34. 4. No tocante à análise de mérito, observa-se que os pedidos são claros e precisos, consoante o requisito de especificidade contido no inciso III do artigo 12 do Decreto nº 7.724/2012. A cidadã solicita informações referentes ao valor pago a título de benefício Salário-família. 5. Em breve retrospecto do caso, constata-se que o pedido fora inicialmente remetido ao Comando da Marinha e, posteriormente, encaminhado ao Ministério da Defesa, restando claro que as questões apresentadas pela solicitante foram pontual e integralmente atendidas, inclusive no que se refere à disponibilização, via e-sic, da legislação que regula a concessão do benefício em questão. Em relação à demanda referente ao valor atual do salário família (por dependente) e 29
quando foi o último aumento ou correção concedido em relação a essa parcela remuneratória, é informado que: (...) o valor conhecido do salário-família corresponde a R$ 0,16 (dezesseis centavos de real) por dependente, cuja fixação e última atualização ocorreu em 20 de janeiro de 1995, de acordo com a Portaria Interministerial nº 27/MF/EMFA. (Grifo nosso). Quanto à solicitação de cópia escanneada e legível da legislação que regula o pagamento desse direito pecuniário no âmbito dessa força, cumpre registrar que o Ministério da Defesa disponibilizou na plataforma do e-sic versão digitalizada dos normativos que tratam do benefício em questão. 6. Acerca do pedido apresentado ao Comando do Exército, salienta-se que o órgão não apresentou resposta à questão apresentada pela cidadã referente ao último aumento ou correção concedido em relação a essa parcela remuneratória, tampouco disponibilizou cópia digitalizada da legislação solicitada no pedido inicial, argumento que: A solicitação específica a respeito da Portaria nr 027, de 20 de janeiro de 1995 também está disponível na página eletrônica da Imprensa Nacional (www.in.gov.br), através do princípio da transparência ativa, nas consultas on-line ao Diário Oficial da União (DOU de 23 de janeiro de 1995). Nesse sentido, ao tratar sobre transparência ativa, o Decreto 7.724, de 18 de novembro de 2011, estabelece que as informações poderão ser disponibilizadas por meio de ferramenta de redirecionamento de página na Internet, quando estiverem disponíveis em outros sítios governamentais. (Grifo nosso). O CEX, entretanto, indica apenas o sítio eletrônico para que a cidadã realize a busca do normativo em questão, em desacordo com o estabelecido no Decreto. 7. Deve-se salientar a apropriada conduta do MD ao indicar, em todas as respostas à cidadã, a possibilidade de recurso, o prazo para interposição e, ainda, a autoridade competente para apreciar eventual demanda, conforme disposto no Decreto 7.724, de 16 de maio de 2012: Art. 19. Negado o pedido de acesso à informação, será enviada ao requerente, no prazo de resposta, comunicação com: I - razões da negativa de acesso e seu fundamento legal; II - possibilidade e prazo de recurso, com indicação da autoridade que o apreciará; e 210
III - possibilidade de apresentação de pedido de desclassificação da informação, quando for o caso, com indicação da autoridade classificadora que o apreciará. (Grifo nosso). Ainda nessa análise, aponta-se apenas uma ressalva quanto ao fato de o CEX não ter apresentado em sua resposta inicial a possibilidade de a cidadã interpor recurso, o respectivo prazo e a autoridade apreciadora, o que caracteriza descumprimento ao estabelecido no art. 19 do referido Decreto. 8. Insatisfeita com a resposta oferecida, a cidadã interpõe recurso à CGU no qual questiona a validade da informação prestada na resposta à apelação de segunda instância, haja vista a existência de ressalva à sua confirmação. O Ministério da Defesa noticia que: (...) o valor conhecido do salário-família corresponde a R$ 0,16 (dezesseis centavos de real) por dependente, cuja fixação e última atualização ocorreu em 20 de janeiro de 1995, de acordo com a Portaria Interministerial nº 27/MF/EMFA, entretanto a ratificação de tais informações está condicionada a procedimento de análise jurídica em curso no âmbito do Ministério da Defesa, nos termos do disposto no inciso III do art. 13 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012. (Grifo nosso). A cidadã reclama não ter a autoridade responsável se posicionado de forma decisiva a respeito da veracidade das informações prestadas, afirmando que estariam pendentes de ratificação. 9. É oportuno registrar que, na fase de esclarecimentos adicionais, esta CGU estabeleceu contato com o MD, a fim de verificar a possibilidade de a informação prestada com condicionamentos ser reapresentada à solicitante com a chancela do órgão. O Ministério da Defesa se prontificou a avaliar e adotar eventuais procedimentos internos necessários à confirmação da informação. A interlocução entre os órgãos resultou no encaminhamento de mensagem eletrônica à cidadã na qual as informações prestadas foram devidamente ratificadas. 10. Lavando-se em consideração que a cidadã apresentou a mesma solicitação ao Comando do Exército e ao Ministério da Defesa, que este último franqueou integralmente a informação demandada e que os pedidos têm exatamente o mesmo objeto, conclui-se que a perda de objeto do recurso interposto ao MD implica a adoção da mesma decisão para o recurso interposto contra o CEX, conforme facultado pela Lei 9.784, de 29 de janeiro de 1999: 211
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. Conclusão 11. De todo o exposto, opina-se pela perda de objeto dos recursos em questão por ter sido a informação integralmente franqueada à cidadã pelo Ministério da Defesa. 12. Por fim, observamos que o Comando do Exército descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Nesse sentido, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais, em especial recomenda-se: a) Sempre informar ao cidadão a autoridade que tomou a decisão em sede recursal. b) Informar, em todas as respostas, a possibilidade de recurso, o prazo para propor o recurso e a autoridade competente para apreciar o recurso; e c) Que a autoridade responsável por decidir o recurso de primeira instância seja diferente e hierarquicamente superior àquela que adotou a decisão inicial; KAIO SILVA DOS SANTOS Servidor Requisitado 212
D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria nº 1.567 da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima para decidir pela perda de objeto dos recursos interpostos, nos termos do artigo 23 do Decreto nº 7.724/2012, no âmbito dos pedidos de informação nº 60502.000787/20-94 e nº 60502.000786/20-40 direcionados ao Ministério da Defesa e ao Comando do Exército, respectivamente. JOSÉ EDUARDO ROMÃO Ouvidor-Geral da União 213
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 3266 de 13/08/20 Referência: PROCESSO nº 60502.000786/20-40 Assunto: Recurso contra informação incompleta. Signatário(s): KAIO SILVA DOS SANTOS Servidor Requisitado Assinado Digitalmente em 28/07/20 JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor Assinado Digitalmente em 13/08/20 Relação de Despachos: Encaminha-se minuta para aprovação. KAIO SILVA DOS SANTOS Servidor Requisitado Assinado Digitalmente em 28/07/20 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: d9c3d259_8d1853e3930dbab