Produção mineral paraense cresce 14%

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abril de 2008 Ano III - nº 15 Produção mineral paraense cresce 14% A evolução do setor se reflete no crescimento do Estado e das regiões mineradoras Abr Exposição Isto É Mineração recebeu a visita de cinco mil pessoas É grande a procura por estandes da EXPOSIBRAM Amazônia ENTREVISTA: Gabriel Guerreiro, Deputado Estadual do Pará, fala da importância da mineração para a Região Norte João Marcos Rosa

Indústria da Mineração Ano III - nº 15, abril de 2008 EDITORIAL A mineração e o desenvolvimento nacional A mineração continua dando provas de sua contribuição inegável para o desenvolvimento do Brasil. A matéria de capa desta edição é rica ao detalhar como a atividade minerária está impulsionando a economia de um dos maiores estados brasileiros, o Pará. Além dos aspectos econômicos, os reflexos positivos na área social ocasionados pela mineração são evidentes e a população se beneficia direta e indiretamente da presença das mineradoras em seus municípios. Por falar em Pará, é lá que o IBRAM vai promover o maior evento internacional do setor já realizado na região Norte. Trata-se da EXPOSIBRAM Amazônia 2008, que acontecerá em sintonia com o I Congresso Brasileiro de Mineração da Amazônia, de 10 a 13 de novembro, na capital Belém. Vai ser uma oportunidade inigualável de conhecer os caminhos para viabilizar empreendimentos e negócios de grande vulto em mineração numa região com enorme potencial. Empresas e instituições interessadas em participar como patroci- EXPEDIENTE nadoras e/ou expositoras já podem fazer suas reservas, conforme informado à página 18. Espera-se que esse evento repita o sucesso do evento que inspirou seu projeto, a EXPO- SIBRAM, que é promovida a cada dois anos pelo Instituto, e que também gere impacto positivo, como o da mostra Isto É Mineração, realizada em março no Congresso Nacional e aqui detalhada em reportagem especial. Essa inédita exposição aproximou ainda mais o cidadão comum e também nossas autoridades do setor mineral, mostrando didaticamente a real importância dos minérios no dia-a-dia da população, além de ressaltar suas contribuições sócio-econômicas. Nada mais do que cinco mil visitantes marcaram presença na Capital do Brasil para conhecer melhor a mineração. Pesquisa feita pelo IBRAM após o evento revela que os visitantes gostaram e muito do que foi apresentado. Agora a mostra será realizada em outras regiões do País. Em maio, outro importante evento fará parte da agenda da mineração: é o III Simpósio Brasileiro de Exploração Mineral (SIMEXMIN 2008) da ADIMB - Agência para o Desesenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira. Na ocasião, os principais métodos e questões sobre o assunto serão debatidos entre os prospectores, exploradores e mineradoras. Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração DIRETORIA EXECUTIVA: Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César Mancin CONSELHO DIRETOR: Presidente: Roberto Negrão de Lima / Vice-Presidente: César Weinschenck de Faria Produção: Profissionais do Texto sergio@ptexto.com.br / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) Tiragem: 10 mil Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 Lago Sul Brasília/DF CEP 71630-205 Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 E-mail: ibram@ibram.org.br Portal: www.ibram.org.br IBRAM-Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 Ed. Palladium Center CEP: 66055-260 Belém/PA Fone: (91) 3230.4066/55 E-mail: ibramamazonia@ibram.org.br IBRAM-CONIM: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG CEP 30.130-160 Fone: (31) 3223.6751 E-mail: cb41@abnt.org.br Pólo de Excelência Mineral promove 1ª reunião No último dia 25 de março, o IBRAM participou da 1ª reunião do Pólo de Excelência Mineral e Metalúrgico de Minas Gerais, em Belo Horizonte (MG). Criado no ano passado, no âmbito da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o objetivo do órgão é consolidar o ordenamento sustentável de setores estratégicos, nos quais Minas Gerais possua liderança, tradição, massa crítica e vantagens competitivas. Na reunião - presidida pelo titular daquela Secretaria de Estado, Alberto Duque Portugal discutiu-se as expectativas do Governo de Minas Gerais para o Pólo e a integração do Sistema Mineiro de Inovação, bem como apresentado o relatório de implementação do Pólo em seus 18 pontos. IBRAM participa de Simpósio de Exploração Mineral Mais uma atividade importante para a indústria da mineração será colocada em prática entre os dias 18 e 21 de maio. É que o IBRAM participará nesses dias, em Ouro Preto (MG), do III Simpósio Brasileiro de Exploração Mineral (SIMEXMIN 2008). O evento promovido pela Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (Adimb) já está na 3ª edição e reunirá prospectores, exploradores e fomentadores do setor mineral brasileiro para debaterem questões sobre métodos de exploração, caracterização de depósitos minerais e de ambientes em potenciais, entre outros temas. As inscrições podem ser feitas por meio do site http://www.adimb. com.br/simexmin2008

Ano III - nº 15, abril de 2008 Indústria da Mineração Mineração em terras indígenas volta a ser destaque O tema tem sido motivo de reuniões freqüentes em Comissão Especial A exploração mineral em terras indígenas vem ocupando a agenda da indústria de mineração no País. O interesse foi destacado na Exposição Isto É Mineração, no Congresso Nacional, em Brasília, e tem sido assunto corrente de reuniões na Comissão Especial da Câmara sobre Mineração em Terras Indígenas. A esta mesma Comissão, o Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes, declarou que o Instituto defende a aprovação do Projeto de Lei 1.610/96 (de autoria do líder do Governo no Senado, Romero Jucá, PMDB/RR), que autoriza a atividade nas reservas indígenas, com autorização do Congresso Nacional e pagamento de royalties (compensações financeiras) às comunidades indígenas. Na avaliação dele, a regulamentação vai trazer a pacificação para muitas áreas indígenas. Ele cita como exemplo o conflito entre garimpeiros e os cintas-largas, que resultou em mortes e exigiu intervenção da Polícia Federal. Em 2004, 100 índios cintas-largas emboscaram 150 garimpeiros e mataram 29 por causa da exploração de diamante naquela terra indígena em Rondônia. Somente na Amazônia, onde tais áreas ocupam 25% do território, existem atualmente 4.821 processos de requerimento de pesquisa e lavra, segundo o Instituto Socioambiental (ISA). Espera-se explorar minérios variados, como ferro, ouro, cobre, diamante, bauxita e cassiterita. Ao mesmo tempo, estão identificados 192 garimpos ilegais em áreas com grande potencial para gerar novos conflitos e danos ambientais, segundo o Serviço Geológico do Brasil - CPRM. O relator da Comissão Especial, Deputado Eduardo Valverde (PT-RO), afirmou que vai levar em conta os interesses dos grupos étnicos na elaboração do parecer sobre o Projeto de Lei. Para alguns grupos, o tamanho do espaço indígena não tem importância, mas sim os recursos existentes na área para a sobrevivência da tribo, observou. De acordo com a Funai, a aprovação da exploração mineral em terras indígenas deve ser contemplada na proposta de criação do Estatuto dos Povos Indígenas, que tramita no Congresso. Já há inclusive um projeto que prevê o recolhimento de 3% do valor da produção mineral em benefícios dos índios. Eles seriam consultados acerca da exploração, mas não teriam poder de veto. Com informações da Agência Câmara e DCI IBRAM recebe analistas norte-americanos O IBRAM recebeu, em março, dois analistas do Congressional Research Service (CRS), dos Estados Unidos. Este órgão faz parte da Biblioteca do Congresso daquele país, que é responsável pelo suporte de informação aos senadores e deputados. Os analistas Stephen Cooneye e Glennon Harrison são especialistas da Divisão de Ciência, Indústria e Recursos Naturais da CRS. O motivo da visita é a necessidade de buscar informações sobre as mudanças ocorridas nos últimos anos nas indústrias brasileiras de siderurgia e mineração e a relação delas com os Estados Unidos. Isso demonstra a consolidação do IBRAM como interlocutor, inclusive no âmbito internacional da mineração brasileira, diz Rinaldo Mancin, Diretor de Assuntos Ambientais do Instituto. A viagem é um programa anual, custeado e gerenciado pela Brazil Information Center, cuja missão é promover os interesses do setor privado brasileiro nos Estados Unidos. Os especialistas participarão de reuniões também nas empresas Vale (associada ao IBRAM) e Arcelor Mittal, entre outras.

Indústria da Mineração Ano III - nº 15, abril de 2008 Eugênio Novaes Eugênio Novaes Eugênio Novaes O túnel da sala Desafios Produtivos foi o preferido pelas crianças Mais de 200 estrangeiros visitaram a Isto É Mineração Grupos escolares fizeram presença todos os dias na Isto É Mineração Isto É Mineração recebeu a visita de cinco mil pessoas Em apenas sete dias de mostra, a exposição chamou a atenção de variados públicos. Excursões com crianças, turistas e também visitantes, parlamentares e funcionários do Congresso Nacional fizeram questão de conhecer um pouco mais do setor. A exposição Isto É Mineração recebeu cerca de cinco mil pessoas entre os dias 10 e 17 de março, no Salão Negro do Congresso Nacional, em Brasília (DF). Por meio de pesquisa com os visitantes, constatou-se que o número de turistas estrangeiros que passaram pela mostra chegou a mais de 200. Excursões de estudantes (crianças e adolescentes) também marcaram presença no espaço da mineração. A inauguração oficial aconteceu na noite de 11/03 e contou com a presença de várias autoridades federais, como o Presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT/SP), do novo Presidente da Comissão de Minas e Energia, Deputado Luiz Fernando Faria (PP/MG), e de seu antecessor, Deputado José Otávio Germano (PP/RS), e do Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Claudio Scliar. A mostra é itinerante. Depois de Brasília irá percorrer todo o País, mostrando por meio de suas sete salas temáticas que sem os minérios a população seria privada dos confortos da vida moderna, como carros, celulares, televisões, creme dental, energia elétrica, enfim, objetos, instrumentos e insumos tão necessários em nosso cotidiano. Amostras de minérios em estado bruto também integram a Isto É Mineração. Aliás, foram essas amostras algumas das atrações especiais. Os visitantes adoraram a idéia de poder ver de perto os minérios, como são encontrados na natureza: urânio, ouro, níquel, zinco, entre outros. Caio Dantas, 51, motorista, disse que as amostras dos minerais foi o que o atraiu para visitar a exposição. Fiquei curioso. Sou do Nordeste e sabia muito pouco sobre a riqueza do nosso País, comentou. Carlos Henrique Ferreira, 27, advogado, entusiasmou-se em saber da importância da mineração para o Brasil. Gostei muito de saber que o setor melhora a vida das pessoas em muitos municípios por meio de projetos sociais, disse. Lúcio Henrique, 42, Chefe da Assessoria Técnica da Câmara dos Deputados, já conhecia a mineração. Aproveitou para visitar a mostra e levar a amiga de São Paulo, Estefânia Galdiano, 28, para saber um pouco mais do setor. Lúcio confessa que a questão tributária na mineração é mesmo um empecilho para a evolução da exploração do potencial mineral brasileiro. O português Tiago Brandão, 31, jornalista, passou a entender melhor sobre a mineração brasileira. Fiquei surpreso ao saber que o País possui tanta riqueza. Adorei a primeira sala que é sobre o papel dos minérios no nosso dia-a-dia. E gostei muito de saber sobre o uso do silício, afirmou. Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna (esquerda), Deputada Bel Mesquita (PMDB/PA), Diretor- Executivo de Assuntos Corporativos da Vale, Tito Botelho Martins. Da esquerda para a direita: Diretor-Presidente da CPRM, Agamenon Sérgio Lucas Dantas; Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Claudio Scliar; Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna; Diretor-Geral do DNPM, Miguel Cedraz Nery; Diretor do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes; Diretor- Geral-Adjunto do DNPM, João César Pinheiro.

Ano III - nº 15, abril de 2008 Indústria da Mineração Eugênio Novaes Carolina Cascão Eugênio Novaes As amostras de minérios atraíram a atenção de muitas pessoas. Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, apresenta a maquete às autoridades: Deputado Luiz Fernando Faria (esquerda) e Presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia. Lúcio Henrique e Estefânia Galdiano durante visita à sala de Tecnologia e Logísitica. As crianças prestaram muita atenção e gostaram do que viram. O que mais as atraiu foram as amostras dos minérios e a sala dos Desafios Produtivos, que se apresenta em forma de túnel. Renan Holanda, 5 anos, gostou muito das amostras de minérios. Para ele, o carvão mineral é o mais bonito. É uma rocha imensa. Pude sentar sobre ela com os meus colegas, revelou. A colega de turma de Renan, Catarina Graff, 5 anos, disse que aprendeu que ao extrair os minérios devese plantar depois. Já Mateus de Oliveira, 5 anos, encantou-se com a luz refletida do túnel da sala de Desafios Produtivos. Da esquerda para direita: Deputado Felipe Maia (DEM/RN), Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Claudio Scliar, Deputado Vitor Penido, Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna. Eugênio Novaes A exposição Isto É Mineração é composta por sete salas distribuídas em hexágono. Cada espaço possui um tema específico. São eles: Minerais no nosso dia-a-dia, Tecnologia e Logística, Responsabilidade Ambiental, Responsabilidade Social, Sociedade e Mineração, Desafios Produtivos e IBRAM Economia. Além disso, cada sala apresenta painéis, maquetes e vídeos que evidenciam características da mineração moderna: um exemplo é que a mineração é um dos setores que mais preserva e conserva o meio ambiente nas áreas em que atua, mantendo, também, projetos ambientais em regiões externas às áreas mineradas. Outro aspecto é que as companhias mineradoras substituem ou atuam como parceiras do Estado ao financiarem ou promoverem programas de responsabilidade social. Há casos de sucesso em muitas regiões brasileiras. São projetos que alfabetizam jovens e adultos; que desenvolvem núcleos produtivos em pequenas comunidades; que promovem artesanato, atividades culturais, esportivas e de preservação ambiental, cita Paulo Camillo Vargas Penna, Presidente do IBRAM. The Group Comunicação

Indústria da Mineração Ano III - nº 15, abril de 2008 Presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, discursa em solenidade de abertura da mostra. Ao lado estão o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, e o Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Claudio Scliar. Eugênio Novaes Chinaglia fala sobre importância da mineração De acordo com o Presidente da Câmara a mineração precisa ser mais valorizada Temos (os parlamentares e a sociedade) que ter a exata dimensão do que significa o setor de mineração para a economia no Brasil. E esta mostra que o IBRAM promove aqui no Congresso Nacional nos permite isso. Foi com essas palavras que o Presidente da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia, ao lado do Presidente do IBRAM, Paulo Camillo, e do Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Claudio Scliar (representando o Ministro Edison Lobão), inaugurou a Exposição Isto É Mineração, no dia 11 de março, no Congresso Nacional, em Brasília (DF). A mostra permaneceu no local durante sete dias. Segundo Chinaglia, a mineração deve ser valorizada. Para ilustrar tal afirmação, ele citou alguns números. O fato é que em 2005 e 2006 houve um aumento do setor com crescimento de 9% e 6%, respectivamente. Só em 2006, o País exportou US$ 40 bilhões, ou seja, 29% do total exportado pelo País. Hoje a indústria da mineração representa em torno de 6% do PIB. Portanto, é mais que chegada a hora de que todos nós tenhamos a compreensão que o setor ocupa uma grande fatia da economia nacional. Continuando a relação dos pontos positivos da mineração, Paulo Camillo afirmou que o setor responde pelo emprego direto e indireto de milhões de trabalhadores. Essa atividade econômica, provedora de insumos básicos indispensáveis ao bem-estar do ser humano, foi, em 2007, responsável por mais de 5% do PIB e por cerca de 40% do saldo da balança comercial do País. Segundo o dirigente, poucos conhecem em detalhes a moderna atividade da mineração e o tanto que o setor se preocupa com o meio ambiente. Por exemplo, a atividade de mineração, seja subterrânea ou a céu aberto, é conduzida com observância de procedimentos que objetivam o mínimo de impactos ambientais; a máxima recuperação das áreas mineradas ou sua destinação para outras atividades; e, acima de tudo, a segurança e a saúde de seus trabalhadores.

Ano III - nº 15, abril de 2008 Indústria da Mineração Novo Presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara diz que se dedicará à mineração brasileira Deputado está comprometido com as questões relacionadas à mineração e promete contribuir para o setor Durante a inauguração da exposição Isto É Mineração, o novo Presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, Luiz Fernando Faria (PP/MG), disse estar comprometido com as questões relativas à área de mineração. De acordo com ele, a Comissão tem levantando e discutido tópicos que são fundamentais para o setor. Acredito na mineração. Ela é fundamental para o nosso País. Sou de Minas Gerais e sei que 70% do minério extraído hoje no Brasil vêm de lá. Eu sei da importância da mineração para municípios como o de Congonhas, Ouro Branco, Diamantina, entre outros. Então é por isso que vou me dedicar ao máximo porque acho que podemos contribuir muito para a população de todo o País, afirma. Segundo o Deputado, o setor é hoje muito representativo para a economia brasileira. Representa, como disse o nosso Presidente Arlindo Chinaglia, quase 7% do PIB. Estamos fazendo um trabalho de levantamento dos projetos que podem contribuir para a mineração. Há muito ainda para se discutir, de modo a contribuir para esse crescimento. Por exemplo, as leis ambientais são ainda morosas. Outra questão é a da energia, que para as empresas é insumo fundamental. Então temos uma ampla discussão pela frente e vamos dar a nossa contribuição e motivar os Deputados quanto aos temas que possam efetivamente acelerar o crescimento da mineração de acordo com o interesse nacional, acrescenta. A Comissão de Minas e Energia, segundo Faria, vai promover uma série de reuniões para selecionar a prioridade dos trabalhos, de acordo com o consenso entre os Deputados, para aí traçar um programa de trabalho. Tudo a curto prazo, informa. Vamos fazer um programa de trabalho para aproveitar ao máximo o calendário legislativo neste primeiro semestre porque no segundo boa parte dos parlamentares estará presente em suas bases para as eleições, ressalta. Presidente da Comissão de Minas e Energia, Luiz Fernando Faria (esquerda), ao lado do Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna. Eugênio Novaes Isto É Mineração é elogiada por autoridades Em breves palavras, o Secretário de Geologia e Mineração do Ministério das Minas e Energia, Claudio Scliar, elogiou a mostra Isto É Mineração. Cumprimento o IBRAM pela iniciativa tão bonita que visitará todo o Brasil. A Isto É Mineração não é só aquilo que está exposto naquele espaço no Salão Negro do Congresso Nacional. Tem a ver com tudo o que temos aqui, em nossos lares, locais de trabalho e de lazer. Para falar mais sobre a importância dos minérios, uso como referência a tabela periódica inteira, que traz metais e não metais. A mineração é uma atividade ampla, formada pelas empresas e por centenas e milhares de trabalhadores. É uma atividade extremamente importante para todo este País, declarou Scliar durante solenidade de abertura do evento. O novo Presidente da Comissão de Minas e Energia, Luiz Fernando Faria (PP/ MG), também demonstrou o quanto gostou da mostra. A exposição está maravilhosa, muito bem organizada. Pelo que foi dito ela será itinerante. Isso é extremamente importante para que a sociedade compreenda melhor o papel da mineração para o Brasil, para a nossa sociedade na geração de empregos, de divisas e de riquezas. É preciso aumentar a qualidade de vida para o nosso povo, afirmou. Os pronunciamentos dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do IBRAM podem ser acessados no site: www.ibram.org.br. Outros detalhes sobre a exposição Isto É Mineração também estão disponíveis no mesmo endereço.

Indústria da Mineração Ano III - nº 15, abril de 2008 ENTREVISTA - DEPUTADO ESTADUAL MANOEL GABRIEL SIQUEIRA GUERREIRO (PV/PA) A mineração deve ser vista como uma grande alavanca do desenvolvimento Fábio Pina O Deputado Estadual Gabriel Guerreiro nasceu em Oriximiná, no Pará, em 29 de dezembro de 1939. Fez carreira acadêmica como professor universitário e, na política que vivencia há 25 anos foi Deputado Federal (inclusive Constituinte) entre 1987 e 1991 e eleito cinco vezes para o cargo de Estadual. É geólogo formado pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro com mestrado em Geologia Econômica na mesma entidade. Guerreiro já trabalhou como geólogo na Vale e foi Presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. Segundo o Deputado, a mineração gera importante efeito multiplicador nas economias locais que devem ser preparadas para atender as novas demandas dessa indústria. Como o sr. vê a mineração no Estado do Pará sob o ponto de vista econômico e social? Temos que entender a exploração mineral como um fato econômico e transitório. A mineração trabalha com recursos naturais finitos e não renováveis e que exigem grandes somas de recursos financeiros para a sua viabilização. Ao mesmo tempo, as jazidas têm rigidez locacional e, portanto, têm que ser exploradas no próprio local onde são encontrados os depósitos minerais. Enormes capitais aplicados nessas áreas provocam grandes impactos, especialmente se são pouco desenvolvidos, como no Pará e na Amazônia. Os impactos se dão principalmente no campo econômico, porém, provocam sensíveis mudanças nos campos social, cultural, ambiental e político nas sociedades locais. Não tenho dúvida de que o Pará, neste século, terá o seu processo de desenvolvimento umbilicalmente ligado a sua diversidade mineral e às enormes reservas desses bens em nosso território. Torna-se, portanto, necessário, que a sociedade, os governos, o setor empresarial, os trabalhadores, todos enfim, percebam esses impactos e aproveitem as oportunidades advindas das mudanças, para que possam aproveitá-las no sentido positivo. A mineração, por exemplo, é importante empregadora na sua operação, no entanto, demanda muitos serviços de mão-de-obra especializada e equipamentos. Isto pode ter grande efeito multiplicador nas economias locais que devem ser preparadas para atender as novas demandas criadas para a indústria mineral. Isto deve servir como estímulo ao desenvolvimento permanente e sustentável local. Para tanto, é necessário que haja ações

Ano III - nº 15, abril de 2008 Indústria da Mineração Só acredito na real possibilidade da exploração mineral nos territórios indígenas se as sociedades amazônica e brasileira entenderem melhor a mineração. das próprias empresas, dos governos e da sociedade, para fazer um pacto envolvendo todos esses atores, na construção da nova ordem. Se as mineradoras, por exemplo, não tiverem a sensibilidade para ajudar a construir uma nova economia, devem assumir o compromisso de fazê-lo. Temos a legislação ambiental, o licenciamento e as condicionantes, que podem e devem ser usados para que essas empresas ajudem efetivamente e de forma sustentável na promoção do desenvolvimento. Sempre digo que a mineração deve ser vista como uma grande alavanca do desenvolvimento, mas o papel dos governos e das sociedades locais na consecução desses objetivos é determinante. Não se pode tentar transferir para as empresas o papel do Estado, e, portanto, temos que controlar a ação das mineradoras em favor do desenvolvimento local e regional. Temos que internalizar os efeitos multiplicadores que devem advir da mineração, não aceitando enclaves econômicos. Esta é a minha visão do papel da mineração na construção do desenvolvimento sustentável do Pará. O sr. acredita que o Pará é rico em relação a diversidade de minérios? Ou só a bauxita já revela o Estado como potencial minerador? Sem sombra de dúvida, o Pará, com a diversidade geológica que existe em seu território, tem grande potencial para uma grande variedade mineral. O potencial não está só na bauxita. Hoje o Pará detém grandes jazidas de Ferro, Manganês, Cobre, Ouro, Caulim, Calcário e a ocorrência de inúmeros prospectos de outros minerais metálicos e não metálicos, como pedras ornamentais, pedras preciosas e outros que, no futuro, ainda multiplicarão a mineração do Pará. Não tenho dúvida de que o Pará, neste século, terá o seu processo de desenvolvimento umbilicalmente ligado à sua diversidade mineral e às enormes reservas desses bens em nosso território. Meu temor é que os governos e as sociedades locais não consigam entender a oportunidade e, portanto, não façam o dever de casa, aproveitando o fator mineral na construção do nosso futuro. E a questão da mineração em terras indígenas? O sr. acha que tal medida se torne possível? A questão da mineração em terras indígenas não é um problema de fácil resolução. Só acredito na real possibilidade da exploração mineral nos territórios indígenas se as sociedades amazônica e brasileira entenderem melhor a mineração. Temos que ser capazes de aproveitar os efeitos multiplicadores da mineração. Só então, penso que a mineração em terras indígenas será viabilizada com usufruto dos povos indígenas e de forma sustentada. A remoção das dificuldades existentes só será possível se tivermos sucessos evidentes com as experiências da mineração fora das áreas indígenas. De outro modo, essa questão continuará muito complicada. A mineração faz parte dos planos do sr. como Deputado do Pará? O que pode ser feito em relação à carência de mão-de-obra do setor? A mineração sempre fez parte e continuará fazendo parte das minhas ações políticas. Trabalhei muito nessa questão como Deputado Constituinte em Brasília e continuo trabalhando como Deputado Estadual. Meu objetivo é tornar a mineração do Pará uma atividade moderna, avançada e que realmente trabalhe no sentido do desenvolvimento sustentável do nosso Estado. E sei que isto é possível. Quanto à questão da mão-de-obra especializada nessa área, não há alternativa, a não ser a educação geral da população e especialização da parte necessária para atender à demanda específica do setor e das áreas afins. É preciso preparar também quadros para atender os serviços e o suprimento que o setor mineral precisa. Nosso sistema de ensino médio e superior deve se voltar para essas demandas, que surgem com o fator mineral do Estado. Se não trabalharmos com afinco nesses objetivos vamos ter que continuar importando mãode-obra alienígena. Meu objetivo é tornar a mineração do Pará uma atividade moderna, avançada e que realmente trabalhe no sentido do desenvolvimento sustentável do nosso Estado. Deputado Gabriel Guerreiro teme que governo x sociedade não compreenda a importância da mineração para o futuro da economia e população. Fábio Pina

10 Indústria da Mineração Ano III - nº 15, abril de 2008 IBRAM volta a fazer parte do Copam A posse de novos integrantes do Conselho aconteceu no dia 19 de março em Belo Horizonte (MG) O IBRAM volta a fazer parte das tomadas de decisão na área de gestão ambiental do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) - que passou recentemente por uma fase de mudanças. No último dia 19 de março, tomaram posse em Belo Horizonte (MG) novos integrantes, entre eles, o IBRAM, representado pelo Presidente, Paulo Camillo Penna, pelo Diretor de Assuntos Ambientais, Rinaldo Mancin, e pelo Consultor João Carlos de Melo. Eles passam a compor o Plenário e a Câmara de Instrumentos de Gestão do Conselho. A partir da posse, os 438 novos integrantes do Plenário da Câmara Normativa Recursal (CNR) e das cinco Câmaras Técnicas do Conselho, já podem iniciar os trabalhos do reformulado Copam no biênio 2008/2009. De acordo com o Diretor do IBRAM, Rinaldo Mancin, Minas Gerais é o principal Estado da mineração. O que acontece em Minas pode influenciar na área ambiental de outros estados. Ou seja, se do Copam partem bons Shutterstock exemplos de gestão ambiental, o País todo pode espelhar-se em tal política, afirma. Paulo Camillo concorda: O Copam é importante não só para Minas Gerais como para todo o Brasil. É um órgão de extrema competência que pode gerar belos exemplos para serem seguidos. O Copam é um órgão normativo, consultivo e deliberativo, com representação paritária entre o poder público e a sociedade civil, que define as políticas públicas para preservação e conservação do meio ambiente e dos recursos ambientais no Estado. A representação paritária é a principal característica do órgão desde sua criação em 1977. Todas as estruturas possuem representação de órgãos públicos, entidades ambientalistas, sociedade civil, comunidade acadêmica e do setor produtivo. Novo Copam As mudanças estruturais do Copam foram estabelecidas pelo Decreto 44.667, de 03 de dezembro de 2007, e consolidam o processo de modernização da administração ambiental de Minas, iniciado em 2003, que descentralizou a emissão de licenças e autorizações ambientais de funcionamento com a criação das Unidades Regionais Colegiadas (URCs) do Conselho. Uma das novidades do novo formato é que o licenciamento ambiental de empreendimentos de grande porte passará a ser feito de forma descentralizada, nas dez URCs do Copam: Noroeste, Norte, Jequitinhonha, Leste, Zona da Mata, Sul, Alto São Francisco e Triângulo e Alto Paranaíba e as recém-criadas Rio Paraopeba e Rio das Velhas. Até 2007, os processos eram analisados em Belo Horizonte e a concessão das licenças estava a cargo das Câmaras Técnicas, que foram extintas. Outra novidade é que o plenário do Copam, que é uma instância superior, passa a estabelecer, exclusivamente, orientações gerais sobre políticas e ações de proteção e conservação do meio ambiente. Com a mudança, a recém-criada Câmara Normativa Recursal (CNR) passa a avaliar recursos de penalidades aplicadas a empreendimentos irregulares e decidir, como última instância administrativa, sobre requerimentos de licença ambiental proferidos pelas URCs. O Decreto 44.667 criou Câmaras Temáticas que têm a função de discussão e proposição de políticas, normas e ações. Novas Câmaras podem ser criadas de acordo com a determinação do plenário. No momento, existem cinco Câmaras Temáticas: Energia e Mudanças Climáticas; Indústria, Mineração e Infra-estrutura; Instrumentos de Gestão Ambiental; Atividades Agrossilvopastoris; e de Proteção à Biodiversidade e de Áreas Protegidas. Até o dia 15 de abril, o Copam empossará os conselheiros das dez URCs que atendem ao interior do Estado. Tais posses vêm sendo realizadas desde o início de março. No total, serão 914 conselheiros em todo o Estado. Primeiras ações O Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, anunciou as primeiras propostas que serão apresentadas ao Copam para análise como diretiva para a política pública ambiental do Estado. O Zoneamento Ecológico Econômico e as Avaliações Ambientais Estratégicas serão submetidas ao Conselho para transformação em diretivas para a gestão dos recursos naturais, afirmou. Também serão apresentadas as primeiras propostas para a modificação dos mecanismos para a regularização ambiental das atividades agrossilvopastoris em Minas, afirmou o secretário. Entre as proposições, está a de criar mecanismos para estimular os produtores que investem em práticas ambientalmente corretas, como a agricultura sem uso de agrotóxicos e o cultivo e pecuária integrados com a conservação de florestas. Com informações da SEMAD

Ano III - nº 15, abril de 2008 Indústria da Mineração 11 IBRAM participa de PDAC divulgação PDAC Há 10 anos o IBRAM participa do PDAC Prospectors and Developmente Association of Canada, na cidade de Toronto, no Canadá. A 76ª edição aconteceu entre os dias 02 e 05 de março e contou com mais de 20 mil pessoas em todos os dias de evento e 1001 expositores em uma área de 10.600 m2. A delegação brasileira levou 89 pessoas, sendo 12 integrantes do governo e 77 técnicos e dirigentes de empresas. Os representantes governamentais e da iniciativa privada trabalharam em parceria para apresentar um panorama positivo e dinâmico sobre a realidade do setor mineral brasileiro. A delegação oficial foi liderada pelo Secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann, e pelo Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Claudio Scliar. No segundo dia de evento foi promovido um seminário brasileiro no South Building do Metro Toronto Convention Centre: Brazil The Land of Opportunities: Government Policies for the Brazilian Mineral Sector. Foi um sucesso de público, com a participação de 111 convencionais, interessados nas questões de política mineral, fomento e levantamento geológico e aerogeofísico no Brasil. Segundo o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, o PDAC é um evento grandioso e de extrema importância, tanto no quesito qualidade como quantidade, oferecendo ao empresariado oportunidades de negócios. Além disso, a realização de seminário nos permite apresentar de maneira isenta a mineração brasileira, disse. O seminário foi iniciado por Márcio Zimmermann, seguido pelo Secretário Scliar, que descreveu as políticas e ações do MME, sendo complementadas pelas apresentações dos titulares do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, Miguel Nery e do Serviço Geológico do Brasil, Agamenon Dantas. Estes detalharam as metas alcançadas pelo Programa Mineração e Desenvolvimento Sustentável e Geologia do Brasil. Seguiu-se a apresentação do Diretor de Licenciamento Ambiental do IBAMA, Roberto Messias Franco, sobre os principais aspectos da interface meio ambiente e mineração. As entidades representativas dos segmentos empresariais: IBRAM e ADIMB - Agência para o Desenvolvimento da Indústria Mineral Brasileira também participaram do seminário. O Diretor de Assuntos Minerários do Instituto, Marcelo Ribeiro Tunes, apresentou, sob o título IBRAM e o Desenvolvimento da Indústria Brasileira de Mineração, a atuação da entidade e da mineração no País por meio de dados explicativos e dos principais investimentos no Brasil estima-se que até 2011, o montante seja de US$ 32 bilhões. Governo O Presidente da CPRM, Agamenon Dantas, ao antecipar a programação aerogeofísica para 2008, reiterou a prioridade para Da esquerda para direita, Presidente do IBRAM Paulo Camillo Penna, Diretor de Licenciamento Ambiental do Ibama, Roberto Messias Franco, Cônsul Geral do Brasil em Toronto, Embaixador Américo Fontenelle, Diretor de Assuntos Minerários do Instituto, Marcelo Ribeiro Tunes. algumas províncias minerais da Amazônia, em especial Tapajós. Na seqüência dos comentários do Secretário Executivo da ADIMB, Onildo João Marini, sobre o quadro de novos investimentos de sucesso em prospecção mineral no Brasil, Dantas comentou com ênfase o avanço da região do Tapajós, com muitos prospectos transformados em depósitos econômicos para mineração de pequeno porte (Roxo, Tocantinzinho e São Jorge) e de depósitos já transformados em mina, como o exemplo do Palito. Avaliação do setor durante PDAC Paulo Camillo Penna registrou a importância e a oportunidade do aprendizado com os canadenses. Observar, conhecer e aprender com a prática de quem já experimentou com êxito o tratamento das questões ligadas às atividades de mineração é prudente e recomendado. Os exemplos canadenses no caso da mineração em terras indígenas são reconhecidos pela comunidade internacional como modelo. A questão do urânio é outro ponto a ser notado, disse. Ele ressalta, também, o momento propício para cotejarmos a estrutura tributária do Canadá com a praticada no Brasil. Onildo Marini, da ADIMB, destacou a oportunidade de avaliar e perceber as tendências do setor em escala global. Manter contatos, ampliar parcerias e levar novidades para o Brasil são pontos fundamentais que justificam a presença organizada do Brasil no PDAC 2008, disse o Secretário. Ele lembrou que o primeiro Simpósio Brasileiro de Exploração Mineral - SIMEXMIN foi estruturado no Canadá, por ocasião do PDAC 2004 e que esse modelo de evento é muito válido para ser adaptado às demandas brasileiras. Antecipou também que o SIMEXMIN 2008 está sendo planejado com esse propósito e os preparativos estão a pleno vapor. Convidou a todos, principalmente as empresas canadenses, a participarem, em maio próximo, em Ouro Preto (MG), do SIMEXMIN 2008 referência em pesquisa e exploração mineral.

12 Indústria da Mineração Ano III - nº 15, abril de 2008 Produção mineral paraense cresce 14% Setor foi responsável pelo bom desempenho da balança comercial paraense no ano passado A indústria mineral paraense fechou 2007 com valor de produção de US$ 8 bilhões, um crescimento de 14% em relação ao ano anterior - quando o Pará produziu US$ 7 bilhões. Os dados são do consultor do IBRAM Amazônia, Alberto Rogério da Silva. E demonstram também que a indústria extrativa mineral contribuiu com 59,2% da produção e a de transformação com 40,8%. Como nos demais anos, novamente o minério de ferro liderou o ranking, respondendo por 35,2% do total de commodities minerais produzidos no Pará. Em seguida estão a alumina (17,6%), o alumínio (15,1%) e o cobre (11,3%). Segundo o consultor do IBRAM Amazônia, uma projeção otimista demonstra que nos próximos cinco anos a produção mineral do Pará vai triplicar e alcançar os US$ 25,9 bilhões. Os investimentos que estão sendo feitos e que perdurarão até 2012, com a entrada de novos projetos e expansão, somam algo em torno de US$ 17 bilhões. Desse total, 97% serão efetivados pela Vale. A maior parte deles será na região sudeste do Pará, que responderá pela maior fatia (86%), explica Rogério, destacando ainda que o segundo lugar nesses investimentos está Barcarena, no nordeste do Estado, com participação de 10%. CFEM/07 - US$ mil Município Valor % Parauapebas 47.222,4 56,9 Oriximiná 16.651,5 20,1 Canaã dos Carajás 13.109,1 15,8 Ipixuna do Pará 2.809,4 3,4 Paragominas 1.187,3 1,4 Itaituba 674,4 0,8 Capanema 395,8 0,5 Floresta do Araguaia 116,4 0,2 Outros 760,1 0,9 Total 82.978,7 100 Fonte: DNPM Cenários dos valores produzidos (commodities e municípios) - US$ milhões Commodity 2006 2007 % Ranking 2012* % Ranking Município 2007 % Ranking 2012* % Ranking Alumínio 1.104 1.200 15,1 3 1.350 5,2 5 Barcarena 2.650 33,3 2 4.950 19,1 3 Alumina 1.273 1.400 17,6 2 3.500 13,6 2 Paraupebas 2.850 35,8 1 8.800 34 1 Bauxita 496 565 7,1 5 790 3 6 Oriximiná 500 6,3 5 500 1,9 6 Caulim 225 242 3,1 7 315 1,2 9 Marabá 560 7,1 4 1.100 4,2 4 Ferro 2.403 2.800 35,2 1 13.300 51,3 1 Ipixuna do Pará 242 3 6 315 1,2 7 Manganês 85 50 0,6 9 120 0,5 9 Breu Branco 47 0,6 9 100 0,4 11 Ouro 72 130 1,6 8 550 2,1 8 Itaituna 130 1,6 7 80 0,3 12 Cobre 690 900 11,3 4 2.600 10 3 Canaã dos Carajás 900 11,3 3 8.300 32 2 Níquel - - - - 2.500 9.7 4 Paragominas 65 0,8 8 270 1 8 Silício metálico Vergalhão e cabo de alumínio 47 47 0,6 11 100 0,4 10 Curionópolis - - - 200 0,8 9 50 50 0,6 10 60 0,2 11 Juruti - - - 180 0,7 10 Ferro-gusa 482 550 6,9 6 670 2,6 7 Ourilândia - - - 540 2 5 - - - - - - - São Félix do Xingu - - - 540 2 5 Outros 53 26 0,3 10 45 0,2 12 Outros 16 0,2 10 25 0,1 13 Total 6.980 7.960 100-25.900 100 - Total 7.960 100-25.900 100 - Fonte: IBRAM-AMAZÔNIA//EMPRESAS - * - Projeção

Ano III - nº 15, abril de 2008 Indústria da Mineração 13 Na prática, a evolução do setor também se reflete no crescimento do Estado e, especialmente, das regiões mineradoras. O Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, garante que os benefícios podem ser diretos e indiretos. No primeiro grupo, ele destaca a arrecadação de impostos, como a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), contribuição paga pelas mineradoras e que deve ter suas receitas aplicadas somente em projetos para o benefício da comunidade local. Em 2007, a CFEM da indústria extrativa mineral paraense alcançou US$ 83 milhões, superando inclusive as previsões iniciais de se chegar a essa cifra somente em 2010. Outro exemplo citado por Paulo Camillo são os repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), que também acabam sendo impulsionados pela atividade mineral. Com relação aos benefícios indiretos, o Presidente do Instituto aponta o aquecimento da economia no município ou região onde há atividade de mineração, arrecadação de tributos como o Imposto Sobre Serviços (ISS) ou o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), entre outros. Além disso, é importante levar em consideração os projetos de desenvolvimento social que voluntariamente as mineradoras levam para as regiões onde atuam, diz Camillo, que cita exemplos como o patrocínio de projetos musicais e de preservação do patrimônio histórico ou ainda o incentivo à educação e à inclusão digital. Sobre o papel do Pará no contexto da mineração nacional e mundial, Paulo Camillo explica que o levantamento geológico no Brasil já foi realizado em apenas 30% do território nacional e ressalta que, em função disso, há muito ainda para se descobrir no Pará e na Amazônia, região considerada por especialistas no setor como a última fronteira mineral do mundo. Não é exagero dizer que o Pará reserva grande perspectivas para o setor mineral, avalia o Presidente, que faz questão de destacar que toda atividade do setor é hoje baseada no tripé do desenvolvimento econômico, social e ambiental. A mineração leva em conta hoje os compromissos com o desenvolvimento sustentável e com a utilização de tecnologias que diminuam os impactos ambientais provocados pela atividade, conclui. Itaituba - 1,6% Município 2007 Itaituba - 1,6% (US$ 8 bi) Itaituba - 1,6% Ipixuna do Pará - 3,0% Ipixuna do Pará - 3,0% Ipixuna do Pará - 3,0% Oriximiná - 6,3% Oriximiná - 6,3% Oriximiná - 6,3% Marabá - 7,1% Marabá - 7,1% Marabá - 7,1% Canaã dos Carajás - 10,0% Canaã dos Carajás - 10,0% Canaã dos Carajás - 10,0% Município 2012 (US$ 25,9 bi) Curionópolis - 0,8% Curionópolis - 0,8% Curionópolis - 0,8% Paragominas - 1,0% Paragominas - 1,0% Paragominas - 1,0% Ipixuna do Pará - 1,2% Ipixuna do Pará - 1,2% Ipixuna do Pará - 1,2% Oriximiná - 1,9% Oriximiná - 1,9% Oriximiná - 1,9% São Félix do Xingu - 2,0% São Félix do Xingu - 2,0% São Félix do Xingu - 2,0% Ourilândia do Norte - 2,0% Ourilândia do Norte - 2,0% Ourilândia do Norte - 2,0% Marabá - 4,2% Marabá - 4,2% Marabá - 4,2% Barcarena - 19,1% Barcarena - 19,1% Barcarena - 19,1% Paragominas - 0,8% Paragominas - 0,8% Paragominas - 0,8% Breu Branco - 0,6% Breu Branco - 0,6% Breu Branco - 0,6% Outros - 0,2% Outros - 0,2% Outros - 0,2% Barcarena - 33,3% Barcarena - 33,3% Barcarena - 33,3% Parauapebas - 35,8% Parauapebas - 35,8% Parauapebas - 35,8% Indústria de Juruti - 0,7% Base Mineral Juruti - 0,7% Juruti - 0,7% Breu Branco - 0,4% Breu Branco - 0,4% Breu Branco Itaituba - 0,4% - 0,3% Itaituba - 0,3% Itaituba - 0,3% Outros - 0,1% Outros - 0,1% Outros - 0,1% Canaã dos Carajás - 32,0% Canaã dos Carajás - 32,0% Canaã dos Carajás - 32,0% Parauapebas - 34,0% Parauapebas - 34,0% Parauapebas - 34,0% Distribuição da CFEM - 2007 (US$ 83 mi) Capanema - 0,5% Capanema - 0,5% Itaituba - 0,8% Capanema - 0,5% Floresta do Araguaia - 0,2% Itaituba - 0,8% Floresta do Araguaia - 0,2% Paragominas Itaituba - 1,4% - 0,8% Floresta Outros do Araguaia - 0,9% - 0,2% Paragominas - 1,4% Outros - 0,9% Ipixuna Paragominas do Pará - 3,4% - 1,4% Outros - 0,9% Ipixuna do Pará - 3,4% Ipixuna do Pará - 3,4% Canaã dos Carajás - 15,8% Canaã dos Carajás - 15,8% Canaã dos Carajás - 15,8% Indústria de Base Mineral Fonte: IBRAM AMAZÔNIA Fonte: Projeção IBRAM AMAZÔNIA Parauapebas - 56,9% Parauapebas - 56,9% Parauapebas - 56,9% Devido ao momento positivo que o setor vive no Pará, o IBRAM realiza, de 10 a 13 de novembro, em Belém, a Exposição Inter- Oriximiná - 20,1% Oriximiná - 20,1% Oriximiná - 20,1% Fonte: DNPM

14 Indústria da Mineração Ano III - nº 15, abril de 2008 nacional de Mineração na Amazônia - EXPOSIBRAM Amazônia 2008 e o I Congresso Internacional de Mineração da Amazônia. Os eventos contam com o apoio da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) e Governo do Estado. Produção por municípios - O levantamento do IBRAM aponta que o cenário de 2007 mostrou uma disputa acirrada entre Parauapebas e Barcarena, dois importantes municípios da indústria da mineração do Pará. Dos US$ 8 bilhões produzidos ano passado, Parauapebas contribuiu com 35,8%, puxado pelo minério de ferro, enquanto que Barcarena teve participação de 33,3%, especialmente pela produção de alumina e alumínio. 41,0 20,3 9,3 6,2 5,5 4,8 Distribuição do ICMS - 2007 Belém Parauapebas Barcarena Marabá Tucuruí Outros Fonte: SEFA Segundo o IBRAM, o terceiro pólo, Canaã dos Carajás, com 10%, teve um único ator: o minério de cobre. Depois veio Marabá (7,1% - ferro-gusa e manganês), Oriximiná (6,3% - bauxita) e os demais. A grata surpresa foi a presença de Paragominas, com 0,8%, representando o início do projeto Bauxita da Vale, que irá suprir a planta da Alunorte e futuramente outra planta de alumina, ambas instaladas em Barcarena, acrescenta Alberto Rogério. Fonte: IBRAM-AMAZÔNIA//EMPRESAS Produção da Indústria de Base Mineral do Pará - 2007 Empresa Produto Produção (ton) Valor (US$ mil) % Albras Alumínio 455.000 1.200 15,1 Alunorte Alumina 4.300.000 1.400 17,6 MRN Bauxita 18.000.000 500 6,3 PPSA Caulim 714.000 94 1,2 Imerys Caulim 955.000 148 1,9 Alubar Vergalhão e cabo de alumínio 40.000 50 0,6 Vale - Carajás Ferro 91.700.000 2.800 35,2 Vale - Sossego Cobre 118.000 900 11,3 Vale - Carajás Manganês 945.000 50 0,6 Vale - Paragominas Bauxita 1.900.000 65 0,8 Garimpo Ouro 3 130 1,6 Globe Specialty Metals Inc. Silício metálico 35.000 47 0,6 Cosipar/Usimar/Simara/ Terra Norte/Ibérica/Sidepar Ferro-gusa 1.760 550 6,9 Outros - - 26 0,3 SOMA 7.960 100,0 2006 2007 Ind. extrativa US$ 3.816 (54,7%) Ind. de transformação US$ 3.164 (45,6%) 4,3 3,1 2,5 1,5 1,5 Ind. extrativa US$ 4.713 (59,2%) - crescimento (23,5%) Ind. de transformação US$ 3.247 (40,8%) - crescimento (2,6%) 0 Ananindeua Oriximiná Santarém Canaã dos Carajás Castanhal Participação Percentual 10 20 30 40 50 Mineração contribuiu para superávit da balança comercial paraense O modelo da indústria da mineração paraense é voltado para o mercado externo. De todas as exportações paraenses - que, em 2007, alcançaram US$ 7,9 bilhões - 81% do total são oriundos da indústria de base mineral (US$ 6,4 bilhões). Os dados são do Centro Internacional de Negócios (CIN) e da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa). Os principais mercados consumidores foram: Ásia com 36,8%, União Européia (28,1%) e Alca (21,5%). De acordo com o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo, devido ao caráter voltado para o mercado externo, a exportação de minérios tem o importante papel de contribuir para o saldo positivo da balança comercial, especialmente agora que o País tenta se recuperar do déficit registrado em 2007. O Pará, inclusive, foi na contramão da balança comercial do Brasil, e, graças à contribuição do setor mineral, terminou o ano como o segundo maior superávit estadual do Brasil, atrás apenas de Minas Gerais. Outro fator importante destacado pelo IBRAM Amazônia foi o grande volume de compras realizado pela mineração em 2007 no Estado. Segundo dados do Programa de Desenvolvimento dos Fornecedores (PDF), da Fiepa, o montante alcançou a cifra de

Ano III - nº 15, abril de 2008 Indústria da Mineração 15 US$ 790 milhões, representando um avanço de 25%, em relação a 2006. O setor também realizou muitas contratações no ano passado, gerando assim 65 mil postos de trabalho, dos quais cerca de 45 mil representaram contratação direta. Em 2007, a indústria da mineração, na maior parte do tempo, liderou o crescimento de emprego no Estado do Pará e, comparado com 2006, mostrou um avanço médio de 30%. CFEM e ICMS Dos US$ 83 milhões recolhidos de CFEM em 2007, Parauapebas recebeu a maior fatia, com US$ 30,7 milhões. Em seguida veio Oriximiná (US$ 10,8 milhões), Canaã dos Carajás (US$ 8,5 milhões), Ipixuna do Pará (US$ 1,8 milhão), Itaituba (US$ 0,4 milhão) e Capanema (US$ 0,3 milhão). Pela primeira vez surgiram Paragominas, com US$ 770 mil, e Floresta do Araguaia (US$ 75 mil). A indústria de base mineral, em face do fluxo econômico que os investimentos dos projetos internalizam, reflete, fortemente, na distribuição do ICMS gerado, cujo valor, em 2007 no Pará, foi de US$ 424,5 milhões. Considerando os dez primeiros municípios que receberam ICMS em 2007, aqueles de base mineral responderam por 30,4%: Parauapebas (9,3%), Barcarena (6,2%), Marabá (5,5%), Tucurui (4,8%), Oriximiná (3,1%) e Canaã dos Carajás (1,5%). Municípios mineradores são destaque no PIB O bom desempenho da indústria mineral repercute na distribuição do Produto Interno Bruto (PIB) do Pará. O PIB nada mais é do que a soma de todas as riquezas produzidas pelo Estado e, segundo dados de 2005, os últimos apontados pela Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças (Sepof), naquele ano a participação do setor mineral no PIB foi de 26%. Estima-se que, em 2012, a mineração e seus produtos de transformação oxigenarão mais ainda o PIB paraense, com uma fatia da ordem de 40-45%, avalia Alberto Rogério, do IBRAM BAUXITA (ALCOA) Projetos Projetos da da Industria Indústria Mineral no Pará no Pará BAUXITA (MRN) OURO (SERABI) OURO (TAPAJÓS) ALUMÍNIO - ALUMINA - FIOS E CABOS DE ALUMÍNIO (ALBRAS - ALUNORTE - ALUBAR) CALCÁRIO (CIBRASA) SILÍCIO METÁLICO (GLOBE) OURO (S. PELADA) OURO (CUMARU) Ele ressalta que os dados da Sepof demonstram que a força da indústria mineral se faz presente na economia do Pará, focando diversas situações. Quando se resgata os dez maiores PIBs, seis deles são de municípios onde existe atividade mineral: Barcarena (2º lugar), Parauapebas (3º), Marabá (5º), Tucuruí (6º), Oriximiná (8º) e Canaã dos Carajás (10º), observa o consultor. Rogério explica também que o PIB per capita - resultado da divisão do PIB total pela população residente demonstra que as regiões mineradoras registram um número acima da média do Estado, que é de US$ 3,1 mil. Regionalizando o PIB per capita, novamente a indústria mineral ganha posição de destaque na região de Carajás, com os municípios de Canaã dos Carajás, Marabá e Parauapebas, cujo valor foi de US$ 7 mil. Na Grande Belém, com PIB per capita de US$ 3,8 mil, a força de Barcarena fica bem evidenciada. E na região de Tucuruí, o quantitativo é de US$ 3,7 mil, esclarece, acrescentando que todos os cinco municípios com maiores PIBs per capita do Pará têm base mineral. São eles: Canaã dos Carajás (US$ 26 mil), Barcarena (US$ 21 mil), Parauapebas (US$ 16,4 mil), Tucuruí (US$ 11,7mil) e Oriximiná (US$ 8,1 mil). GARIMPO ATÉ 2012 2007 Distribuição CAP FERRO-GUSA (GUSEIRAS) FERRO-COBRE-MANGANÊS (VALE) NÍQUEL (MOP-VALE) FERRO (SERRA LESTE E SERRA SUL) VALE FERRO (MFA) OURO (TROYREINARDA) CALCÁRIO (CIBRASA) BAUXITA (VALE) CAULIM (IMERYS-PPSA) Fonte: DNPM/IBRAM/EMPRESAS Atualmente, a distribuição geográfica da mineração no Pará envolve 11 municípios: Parauapebas (ferro e manganês), Barcarena (alumina, alumínio e cabos e vergalhões de alumínio), Oriximiná (bauxita), Ipixuna do Pará (caulim), Canaã dos Carajás (cobre), Breu Branco (silício metálico), Marabá (ferro-gusa e manganês), Capanema (calcário), Paragominas (bauxita), Itaituba (calcário) e Floresta do Araguaia (ferro). Até 2012, mais quatro novos municípios - Juruti (bauxita), Ourilândia do Norte (níquel), São Félix do Xingu (níquel) e Curionópolis (cobre) - entrarão para esse seleto grupo, aumentando assim para 15 o total de municípios mineradores do Estado. Os investimentos no setor estão desenhando um novo cenário, no qual em 2012 Parauapebas e Canaã dos Carajás sobrepujarão os demais municípios. O primeiro com produção de minério ferro e cobre (34%) e o segundo, além de minério de ferro e cobre, com produção de níquel (32%). O terceiro município será Barcarena que continuará verticalizando o alumínio (participação de 19%).