Ddo. Odirlei J. Titon Dda. Monique Marinho



Documentos relacionados
Faculdade de Medicina de Botucatu

PEDIATRIA INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS INFERIORES PNEUMONIAS

PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE NA INFÂNCIA (PAC)

Pneumonia e Derrame Pleural Protocolo Clínico de Pediatria

Pneumonia na Pediatria

Temas. Síntese Pulmonar. Pneumonia. Alveolar x Intersticial. Pneumonia Derrame pleural Asma DPOC GESEP - FEPAR. Dr. Ivan Paredes

Maria Barros 8 Novembro 2017 PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE E HOSPITALAR

PNEUMONIAS BACTERIANAS AGUDAS ADQUIRIDAS NA COMUNIDADE

CASO 7 PNEUMONIA COMUNITÁRIA

Declaração sobre Potenciais Conflitos de Interesse

Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Acesso Direto

Autoria: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia Sociedade Brasileira de Pediatria

DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA E ALIMENTAR RESPONSÁVEIS: Jaqueline Ourique L. A. Picoli Simone Dias Rodrigues Solange Aparecida C.

Conduta Frente a Casos de Tuberculose Eletânia Esteves de Almeida Infectologista

PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE EM CRIANÇAS: RELATO DE UM CASO

Aperfeiçoar o diagnóstico e tratamento das pneumonias adquiridas na comunidade em crianças e adolescentes. Espécie ASSISTENCIAL.

Marcos Carvalho de Vasconcellos Departamento de Pediatria da FM UFMG

Obstrução aguda inflamatória das VAS. Etiologia. Manifestações clínicas Crupe (laringotraqueobronquite) Epidemiologia. Dr. Vinícius Moreira Gonçalves

Pneumonia Comunitária no Adulto Atualização Terapêutica

FACULDADE DE CIÊNCIAS GERENCIAIS DE MANHUAÇU PNEUMONIA: DIFICULDADES DO DIAGNOSTICO ETIOLÓGICO E PNEUMONIA REDONDA. Priscilla Silva Lima Simões

O ESTUDO. Pneumonias: monoterapia com β-lactâmico ou terapia combinada a macrolídeo?

TÓRAX: infecções pulmonares 2. R3 Carolina Reiser Dr. Rubens Gabriel Feijó Andrade


PROCESSO SELETIVO 03/2011 OPERAÇÃO INVERNO MÉDICO CLÍNICA GERAL, MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE

PNEUMONIA. Internações por Pneumonia segundo regiões no Brasil, 2003

PNEUMONIA. Dra.Luisa Siquisse

Pneumonia: Qual antibiótico eu escolho?

ANEXO nº 10 - Infecções Respiratórias Agudas

Pneumonias. Classificação. Conceito. Prof. João Luiz V Ribeiro. PAC Pneumonias Adquiridas na Comunidade. Pneumonias Nosocomiais

PAC Pneumonia Adquirida na Comunidade

Infecções do Sistema Nervoso Central. FACIMED Disciplina DIP. Prof. Ms. Alex Miranda Rodrigues

Derrame pleural na Sala de Urgência

Sessão Clínica do Departamento de Pediatria

NORMA TÉCNICA E OPERACIONAL PARA INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS

DERRAME PLEURAL MARIANA VIANA- R1 DE CLÍNICA MÉDICA ORIENTADORES: FLÁVIO PACHECO MIRLA DE SÁ

SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇAO. revisão: 12/2016 Elaborado por: Patricia de Almeida Vanny, Daiane Santos, Ivete I. Data da criação: 23/10/2015

Brasil : Um retrato da Pneumonia Comunitária

Infecção em doença estrutural pulmonar: o agente etiológico é sempre Pseudomonas?

36º Imagem da Semana: Radiografia de tórax

INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS EPIDEMIOLOGIA

É a resultante final de várias doenças caracterizadas por inflamação persistente que leva à dilatação irreversível de um

INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS (IRAs) NA INFÂNCIA. Enfermagem na Atenção Básica Profa. Maria De La Ó Ramallo Veríssimo

Declaração de Conflitos de Interesse. Nada a declarar.

Infecções por Gram Positivos multirresistentes em Pediatria

P N E U M O N I A UNESC ENFERMAGEM ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO ADULTO PROFª: FLÁVIA NUNES 10/09/2015 CONCEITO

Imagem da Semana: Radiografia e TC. Imagem 01. Radiografia simples do tórax em incidência póstero-anterior.

Histórias de Sucesso no Controle da Infecção Hospitalar. Utilização da informática no controle da pneumonia hospitalar

PNEUMONIA ASSOCIADA A VENTILAÇÃO MECÂNICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA MARCIA LILIAN VIANA DE SOUSA

Universidade Federal da Bahia SESSÃO DE PEDIATRIA

Curso de Medicina Disciplina Mecanismos Básicos de Saúde e Doença MCW 240 Questões para Revisão P4

Definir critérios de diagnóstico, prognóstico e tratamento das pneumonias do adulto adquiridas em comunidade.

Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria

Teste de Dosagem de Adenosina Deaminase (ADA) no Diagnóstico Precoce de Tuberculose Extrapulmonar

PROTOCOLO MÉDICO. Assunto: Pneumonia Hospitalar. Especialidade: Infectologia. Autor: Cláudio de Cerqueira Cotrim Neto e Equipe GIPEA

Pneumonia Comunitária

Definição. Pneumonia. - Inflamação do parênquima pulmonar. -Causas: - infecciosas (vírus, bactérias, fungos),

Manejo da Coinfecção TB-HIV

Diagnóstico Laboratorial na Doença de Chagas

Prefeitura de Belo Horizonte Secretaria Municipal de Saúde Protocolo para atendimento aos pacientes com suspeita de dengue

Diretrizes. Clínicas para o Manejo de Meningoencefalites

QUIZ PNEUMONIAS. Are you ready?

APRESENTAÇÃO TOMOGRÁFICA TÍPICA DE GERMES INCOMUNS NO PULMÃO MARCELO CARDOSO BARROS

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA GOVERNO REGIONAL SECRETARIA REGIONAL DOS ASSUNTOS SOCIAIS INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO DA SAÚDE E ASSUNTOS SOCIAIS, IP-RAM

Síndromes clínicas ou condições que requerem precauções empíricas, associadas às Precauções Padrão.

Dra. Adelaide Lusitano

Influenza A H1N1. Gripe suína. Maria Vicencia Pugliesi Núcleo de Epidemiologia CMS Heitor Beltrão Hospital do Andaraí

Problemas Respiratórios na Criança Hospitalizada. Prof a Dr a Elaine Damião Prof a Dr a Moneda Ribeiro

Caso 18, adaptado de Relato de Caso Clínico com finalidade didática:

DERRAME PLEURAL PARAPNEUMÔNICO EM CRIANÇAS: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e adolescentes

COLÉGIO BRASILEIRO DE CIRURGIÕES. Abordagem do derrame pleural

Nas pessoas com tuberculose ativa, os sintomas variam de acordo com o tipo de doença.

MIF IgM para clamídia

AUTORIA E COLABORAÇÃO

PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA PAV IMPORTÂNCIA, PREVENÇÃO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E NOTIFICAÇÃO

INFECÇÃO POR Staphylococcus aureus

MORBIDADE FEBRIL PUERPERAL. Professora Marília da Glória Martins

Doença Meningocócica e Doença Invasiva por Haemophilusinfluenzae: Diagnóstico e Prevenção. Março de 2019

DEFINIÇÃO: É a inflamação aguda das estruturas do parênquima pulmonar.

TERAPÊUTICA ANTIBIÓTICA DA PNEUMONIA DA COMUNIDADE

PRODUÇÃO TÉCNICA DESENVOLVIMENTO DE MATERIAL DIDÁTICO OU INSTRUCIONAL

Pesquisa Etiológica. Exame específico

TÓRAX Diagnóstico por Imagem nas Urgências. Leonardo Oliveira Moura

23/04/2013. Chibante AMS, Miranda S. UNIRIO Maranhão BHF, Silva Junior CT & cols. J Bras Pneumol. 2010;36(4):

Sinusite: Dificuldades Diagnósticas e Diagnóstico Diferencial

Infecção Intestinal/ Coprocultura

Formulário da OPAS/OMS para o resumo de caso de influenza humana pelo vírus da Influenza A (H1N1)

Departamento de Pediatria Serviço de Pneumologia Pediátrica Journal Club. Setembro 2018

Pneumonia adquirida na comunidade em crianças e vacinação antipneumocócica 10 valente: atualização

1 a ETAPA - PROVA C/PP

INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS (IRAs) NA INFÂNCIA. Enfermagem na Atenção Básica Profa. Maria De La Ó Ramallo Veríssimo

Patologias Pediátricas Infeciosas Comuns Tratamento Antimicrobiano nos Cuidados de Saúde Primários

INVESTIGAÇÃO E MANEJO DA FEBRE EM LACTENTES E PRÉ-ESCOLARES

PNEUMONIAS NA INFÂNCIA

Transcrição:

INTERNATO DE PEDIATRIA E PUERICULTURA DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE POSITIVO Ddo. Odirlei J. Titon Dda. Monique Marinho DIRETRIZES brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria 2007. Jornal Brasileiro de Pneumologia, Ribeirão Preto, v. 33, supl. 1, p. s31-s50, abr. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v33s1/02.pdf

Pneumonia Adquirida na Comunidade A pneumonia adquirida na comunidade é uma das infecções do trato respiratório inferior. A historia relatada pela mãe ou cuidador é semelhante ao da bronquite aguda, bronquiolite e outras afecções respiratórias. O quadro clínico é semelhante, independente do agente etiológico: 3 T s (Tosse, Febre e Dificuldade Respiratória).

Raios-X Simples de CPP Na suspeita: radiografia de tórax, pode confirmar o diagnóstico e melhorar a decisão de tratamento. É aceitável que os critérios clínicos sugeridos pela OMS e pela Organização Pan-americana de Saúde sejam seguidos. Grau de evidência B

Epidemiologia A maioria das crianças têm de 4 a 6 IRA por ano. Destas, 2-3% evoluem para pneumonia. Pneumonia: 80 % das morte por IRA. Incidência em < 5ª (estimativa mundial): 0,29 episódio/ano; 150,7 milhões de casos novos (incidência); 7 a 13% - hospitalização pela gravidade (11 a 20 mi).

No Brasil DATASUS [www.datasus.gov.br]. Brasil: Ministério da Saude SINASC Sistema de informações sobre nascidos vivos. Sistema de informações sobre mortalidade.

Epidemiologia A incidência de PAC com diagnóstico clínico e confirmado por radiografia de tórax foi de 5,66 na cidade de Goiânia GO. Na cidade de São Paulo, 0,35 casos/1000 crianças necessitaram internação por PAC. Ocorreu uma redução do número de hospitalizações entre 1998 e 2005 (571.301 para 403.219). 80% das crianças internadas tinham <5 anos. faixa etária de maior vulnerabilidade para PAC.

Epidemiologia As IRA representam uma das cinco principais causas de óbito em crianças <5 anos de idade nos países em desenvolvimento. Sendo responsáveis por cerca de 3 milhões de mortes/ano. No Brasil: 2ª causa de óbito em crianças <5 anos em muitos estados. A mortalidade por PAC nas crianças <5 anos apresentou uma redução no período de 1996 a 2003, (6.41 para 5.39).

Epidemiologia

Etiologia O patógeno NÃO é identificado em até 60% dos casos de pneumonia. Conhecer o perfil etiológico orientar a terapêutica. Os agentes encontrados são diferentes para cada faixa etária.

Michelow IC, Olsen K, Lozano J, Rollins NK, Duffy LB, Ziegler T et al. Epidemiology and clinical characteristics of community-acquired pneumonia in hospitalized children. Pediatrics. 2004;113(4):701-7. Korppi M, Heiskanen-Kosma T, Jalonen E, et al. Aetiology of community-acquired pneumonia in children treated in hospital. Eur J Pediatr. 1993;152(1):24-30. Heiskanen-Kosma T, Korppi M, Jokinen C, Kurki S, Heiskanen L, Juvonen H et al. Etiology of childhood pneumonia: serologic results of a prospective, population-based study. Pediatr Infect Dis J. 1998;17(11):986-91.

Estudos no Brasil Grisi SJ. Pneumonias bacterianas agudas. In: Rosov T, editor. Doenças pulmonares em pediatria: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Atheneu; 1999. p. 204-14. Ejzenberg B Fernandes VO, Rodrigues Neto AJ, Baldacci ER, Grisi SJ, Bellizia L et al. Infecções por vírus, bactériase mycoplasma pneumoniae em 42 crianças internadas compneumonia aguda. Pediatria. (S. Paulo) 1986;8:141-7.

Estudos no Brasil SP: avaliação do aspirado pulmonar para identificação do agente etiológico, estudo com 102 crianças de 1 mês a 11,5 anos de idade. A positividade de 61,8; destes 23,5% para Streptococcus pneumoniae e 15,6% para Haemophilus influenzae. Bacilos gram-negativos foram mais prevalentes (9,8%) que Staphylococcus aureus (1% do total). A mesma distribuição das bactérias ocorreu em todas as faixas etárias. Os dados obtidos nos estudos nacionais reproduzem os dados mundiais.

Estudos no Brasil Os vírus predominam nos primeiros anos e vão deixando lugar para as bactérias Chlamydia pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae a partir do final do período pré-escolar. Até três dias após o nascimento provavelmente se trata de pneumonia adquirida intra-útero. Streptococcus do Grupo B, organismos Gram negativos e Listeria monocytogenes.

Aspectos Clínicos As pneumonias NÃO se apresentam de maneira uniforme, nem quanto aos dados da história, sintomas e exame físico. A PAC costuma ser precedida por um quadro de IVAs. Sinais e sintomas do quadro viral bacteriano.

Aspectos Clínicos Na PAC, o quadro clínico pode ser mais grave, a febre mais elevada, a prostração mais evidente e a tosse mais produtiva. A pneumonia afebril não é freqüente e é mais encontrada em crianças até os 3 meses de idade. A intensidade da febre e o comportamento do quadro febril podem nos ajudar na distinção clínica.

Aspectos Clínicos Os quadros virais podem apresentar febre superior a 39 C, mas após a diminuição da temperatura com anti-térmicos ou banhos térmicos, apresenta uma grande melhora do estado geral. Nas infecções bacterianas a prostração se mantêm. Toxemia, palidez e cianose acompanham a prostração e mostram relação com a gravidade do caso.

Aspectos Clínicos A TAQUIPNÉIA com ou sem dispnéia é mais encontrada nos casos de PAC, sendo este o sintoma mais importante no seu diagnóstico. Quanto menor for a criança, mais perceptível será a dificuldade ventilatória. A taquipnéia, na presença de febre, deve ser reavaliada após a diminuição da temperatura.

FIQUE ALERTA!! A tosse é um dos sintomas mais encontrados nas doenças respiratórias, não sendo específica da PAC. Outras manifestações clínicas, tais como irritabilidade, cefaléia, redução do apetite e vômitos podem ser relatados. O meningismo pode ser encontrado nas PAC de acometimento dos segmentos posteriores. A dor pleurítica, com respiração entrecortada e posição antálgica, pode ocorrer no derrame pleural. A dor abdominal (15%) caracteriza derrame pleural mais diafragmático, não sendo infreqüente o diagnóstico de pneumonias com base em uma radiografia de abdômen.

Aspectos Clínicos A presença de retração intercostal é um sinal de gravidade da doença e seu achado é indicativo de internamento. O batimento de asas nasais pode ser observado, assim como a presença de um estridor expiratório contínuo, decorrente do fechamento das cordas vocais com intuito de elevar a pressão expiratória final, o que é um sinal de gravidade.

Ausculta Pulmonar A ausculta pulmonar varia de acordo com o padrão anatômico e a extensão da pneumonia. Deve ser realizada após a inspeção torácica. Em crianças, é freqüente o comprometimento brônquico com estertores finos, médios e grossos. À ausculta, o murmúrio vesicular poderá estar diminuído na condensação por pneumonia, como também nas grandes atelectasias e nos derrames pleurais.

Aspectos Clínicos O frêmito tóraco-vocal estará Aumentado nos casos de consolidação e Diminuído nos derrames pleurais. À palpação e à percussão podem-se identificar condensações, derrames extensos (sinal de Signorelli com macicez na coluna vertebral nos indica derrame pleural), enquanto que a coluna normal à percussão nos indica atelectasia com expansão do pulmão oposto.

Aspectos Clínicos À semelhança da sintomatologia, podemos ter exame físico negativo até a identificação da Clássica síndrome da condensação: frêmito tóraco-vocal aumentado, macicez e estertores crepitantes com sopro tubário.

Clínica + Complementação A radiografia de tórax é utilizada no diagnóstico de pacientes com suspeita de pneumonia. A utilidade clínica do diagnóstico da radiografia deve ser acoplada ao diagnóstico clínico com exame físico, que sempre deve anteceder qualquer exame laboratorial ou radiológico.

Relembrando... A suspeita clínica de PAC ocorre na presença de TOSSE, TAQUIPNÉIA sem sibilância, TEMPERATURA elevada (febre).

Gravidade da PAC

DIAGNÓSTICO

RADIOLOGIA Confirma o diagnóstico de PAC; Avalia a extensão do processo; Identifica complicações. Baixa acurácia e baixa sensibilidade (S) para diferenciar vírus e bactérias. Não deve ser solicitada para o controle de cura de PAC!!! Raio-X Simples de Tórax CPP PA e P. Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

VÍRUS X BACTÉRIAS PNM Virais Espessamentos brônquicos e peribrônquicos, Infiltrados intersticiais, Adenopatia hilar e parahilar, Hiperinsuflação, Atelectasia. PNM Bacterianas Padrão alveolar segmentar ou lobar, Broncograma aéreo, Abscessos, Pneumatoceles, Derrame pleural Espessamento pleural Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

PNM Viral PNM Bacteriana

PNM por M. pneumoniae Mycoplasma pneumoniae pode apresentar-se com padrão viral (préescolar), bacteriano (adolescentes e escolares) ou ambos. Infiltrado retículo-nodular restritos a um lobo são comuns. Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

EXAMES LABORATORIAIS INESPECÍFICOS Leucograma Global e diferencial Contagem de leucócitos, neutrófilos e bastões pouco valor na etiologia. PCR Valor normal: 6 mg/l. Viral: 21,5 mg/l a 60,3 mg/l Não deve ser rotina em tto ambulatorial, apenas para pctes internados. Eosinofilia pode sugerir C. trachomatis Bacteriana: 53,9 mg/l a 126,0 mg/l Não deve ser usada na rotina não faz dx etiológico. Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

EXAMES LABORATORIAIS ESPECÍFICOS Hemocultura Dx etiológico bacteriano. Baixa taxa de isolamento Associada a outros dados é valiosa. Solicitacão rotineira para pctes hospitalizados Pesquisa de vírus respiratório Coleta precoce Orienta o controle de infecção hospitalar e limita o uso inapropriado de ATB Métodos rápidos e com alta sensibilidade e especificidade (E): Antígeno viral e isolamento viral. Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

EXAMES LABORATORIAIS ESPECÍFICOS Testes invasivos Punção aspirativa LBA Pctes em UTI ou que não respondem ao tto. Testes de Aglutinação do Látex Rápido Amostra de urina e líquido pleural Não sofre influência de ATB até 5 dias de uso Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

EXAMES LABORATORIAIS ESPECÍFICOS Citobacteriologia do escarro Gram e Cultura Auxilia no dx etiológico > 25 pmn/campo e < 10 céls epiteliais/campo. Um único patógeno = Dx. Pode haver contaminação por germes de orofaringe. Não usados de rotina. Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

Exames para M. pneumoniae Fixação do Complemento Pesquisa IgG: aparece em 3 semanas 2 coletas com intervalo de 2 semanas elevação dos títulos em 4x confirma dx. Se > 1:80, apenas 1 coleta é necessária ELISA IgM: aparece em 7-10 dias. 1 coleta S = 92% e E = 98% Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

Exames para Chlamydia spp. Fixação de complemento, Imunofluorescência indireta, ELISA, Microimunofluorescência, Reação em cadeia da polimerase. IgA: podem ou não se elevarem IgG: dosada na fase aguda ou covalescência IgM: faz dx. Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

TRATAMENTO HOSPITALAR Oxigenoterapia SatO2 < 92% Gemência, taquipnéia, cianose Tiragem subcostal grave Dificuldade de deglutição pela dificuldade respiratória ** Oximetria periférica. ** Oxigênio contínuo mantendo SatO2 entre 92 e 94%. Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

TRATAMENTO HOSPITALAR Administração de líquidos VO preferencialmente IV: DEEC grave, choque séptico, se VO não pode ser utilizada. Nutrição VO SNG cuidar com calibre e velocidade de administração Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

TRATAMENTO HOSPITALAR Antibioticoterapia IV Idade < 2 meses: Penicilina Cristalina, Ampicilina + Gentamicina ou Amicacina Idade < a 5 anos + PNM extensa + MEG: Oxacilina + Cloranfenicol ou Cefalosporina de 3 geração. 6 a 18 anos Penicilina Cristalina ou Macrolídeos. ** VO após 2 dias de estabilização do quadro ** Sibilos e IR broncodilatadores e CTC. Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

TRATAMENTO AMBULATORIAL Administração de líquidos VO Antitérmicos e analgésicos ATB: Amoxicilina, Penicilina Procaína ou Macrolídeos Podem ser suspensos 3 a 5 dias após desaparecimento dos sintomas. Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

Complicações e Falha Terapêutica QUANDO SUSPEITAR?

Complicações Se a criança permanece com febre ou clinicamente instável após 48-72 h da admissão por pneumonia, deve-se pesquisar complicações, sendo a mais freqüente o derrame pleural. Do ponto de vista terapêutico, o derrame é considerado como não complicado (não necessita drenagem) ou complicado (necessita procedimento cirúrgico complementar - toracostomia). Os derrames parapneumônicos não complicados apresentam evolução clínica favorável com a antibioticoterapia apropriada e serão reabsorvidos à medida que a pneumonia regride.

Complicações Questões que devem ser respondidas: o diagnóstico de pneumonia está correto? o curso clínico é mais prolongado que o habitual? o tratamento instituído está adequado? a etiologia é por um patógeno atípico ou resistente ao tratamento? A resposta clínica deve ocorrer com 48-72 h; A redução da febre e da dispnéia deve ocorrer e no caso da não resposta clínica devem ser procurados os motivos de falha, tais como escolha inadequada do antibiótico, a dose errada ou complicações da pneumonia adquirida na comunidade.

Principais Complicações da PAC DERRAME PLEURAL PNEUMATOCELE ABSCESSO PULMONAR Outras complicações da PAC são: atelectasias, pneumonia necrosante, pneumotórax, fístula broncopleural, hemoptise, septicemia e bronquiectasia.

Derrame Pleural Em crianças, o derrame pleural é a complicação mais freqüente da pneumonia bacteriana. No Brasil, ocorre em torno de 40% das crianças hospitalizadas por pneumonias. Os principais agentes etiológicos são os mesmos encontrados em pneumonias não complicadas: Streptococcus pneumoniae (64%), Haemophilus influenzae (7%) e Staphylococcus aureus (15%).

Derrame Pleural QC semelhante ao da PAC não complicada, exceto pela presença presença de febre por um período maior antes da admissão. Ao exame físico podem-se observar murmúrio vesicular diminuído, macicez à percussão e postura antálgica (pseudoescoliose). A presença de derrame deve ser considerada em todo paciente com pneumonia. principalmente, se houver falha de resposta após 48-72h de tratamento adequado.

Derrame Pleural A presença de derrame pleural indica a necessidade do exame do líquido quando houver a possibilidade de toracocentese. Se o líquido não for purulento, a análise bioquímica (ph, glicose) pode identificar características de empiema e direcionar à necessidade de drenagem. Líquidos fétidos indicam a presença de anaeróbios. A detecção de pus estabelece o diagnóstico de empiema que requer drenagem

Derrame Pleural Toda criança com derrame pleural a ser puncionado deve ser hospitalizada. Todos os casos devem ser tratados com antibiótico intravenoso com cobertura para S. pneumoniae, que é o agente mais freqüente. Quando possível, a escolha do antibiótico deve ser guiada por um estudo microbiológico. Deve-se considerar a possibilidade de S. aureus como agente freqüente em crianças menores de um ano de idade com quadro toxêmico e fatores de risco associados como, por exemplo, lesões cutâneas infectadas.

Pneumatocele É uma cavidade pulmonar cística de paredes finas. A pneumatocele pode ocorrer em pneumonias bacterianas de qualquer etiologia. Embora seja mais caracteristicamente causada por estafilococos, nota-se sua maior freqüência nas pneumonias por Streptococcus pneumoniae.

Pneumatocele Na maioria das vezes, as pneumatoceles têm involução espontânea, num período de tempo que pode variar de semanas até mais de um ano. O tratamento das pneumatoceles deve ser conservador na maioria dos pacientes.

Abscesso Pulmonar Corresponde a uma área de cavitação do parênquima pulmonar resultante de necrose e supuração. Geralmente, radiografias de tórax em posteroanterior (paciente sentado ou em pé) e perfil são suficientes para o diagnóstico. Os antibióticos isoladamente resolvem de 80% a 90% dos abscessos pulmonares em crianças. A duração do tratamento depende da evolução clínicoradiológica. O tratamento clínico resolve a maioria dos casos de abscesso pulmonar.

RESISTÊNCIA DO PNEUMOCOCO A PENICILINA CIM até 1 µg/ml: sensíveis CIM entre 1 e 2 µg/ml: resistência intermediária CIM 4 µg/ml: alta resistência S. pneumoniae resistentes: 14, 6B e 23F ** Relevância questionada para infecções fora do SNC ** Não há diferença na frequência de complicações e no desfecho clínico ** Susceptibilidade intermediária responde bem a penicilinas Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

PREVENÇÃO Desnutrição Baixo peso ao nascer Desmame precoce Tabagismo passivo Vacinação incluindo Influenza e antipneumocócica Suplementação de minerais e vitamina A não reduz mortalidade nem tempo de internação. Diretrizes brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria - 2007

INTERNATO DE PEDIATRIA E PUERICULTURA DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE POSITIVO OBRIGADO Ddo. Odirlei J. Titon Dda. Monique Marinho DIRETRIZES brasileiras em pneumonia adquirida na comunidade em pediatria 2007. Jornal Brasileiro de Pneumologia, Ribeirão Preto, v. 33, supl. 1, p. s31-s50, abr. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v33s1/02.pdf