Projeto Avaliação Externas das Escolas do Ensino Não Superior: Efeitos e Impactos (AEEENS) Parcerias entre a escola e a comunidade: uma análise a partir da avaliação externa das escolas Preciosa Fernandes (FPCEUP, preciosa@fpce.up.pt) Carlinda Leite (FPCEUP, carlinda@fpce.up.pt) Ana Mouraz (FPCEUP, anamouraz@fpce.up.pt Marta Sampaio (FPCEUP, msampaio@fpce.up.pt) Sumário 1. Pressupostos 2. Objetivos 3. Metodologia 4. Apresentação dos Resultados 5. Conclusões 6. Referências bibliograficas 1
Pressupostos O movimento de territorialização da educação que em Portugal emergiu no final da década de oitenta do século XX abriu caminho para uma maior articulação das escolas com as instituições locais e para a atribuição de (maiores) responsabilidades (Leite, 2005: 16) aos atores locais com vista a uma educação de melhor qualidade. A ideia da educação como responsabilidade social (Leite, 2003), que a este movimento está associada, tem subjacente o princípio de que a melhoria da educação se constrói no interior da escola, com os profissionais que nela trabalham e que, coletivamente, se comprometem com a mudança (Bolivar, 2007, Leite & Fernandes, 2007) mas, também, no seu exterior, através da relação que estabelece com os parceiros locais. objetivos Cartografar o volume de relatórios de 40% de escolas/agrupamentos avaliados nos 1º e 2º ciclos de avaliação externa, das zonas norte e centro, que fazem referência, no domínio Prestação de Serviço Educativo, a parcerias escola-comunidade Situar esses relatórios face às classificações mais altas e mais baixas Inventariar áreas de parcerias estabelecidas entre a escola e comunidade. Compreender de que forma são construídas as parcerias escolacomunidade e quais as suas vantagens na melhoria da qualidade da formação que as escolas/agrupamentos oferecem aos seus alunos 2
Metodologia Análise de 40% dos relatórios de escolas/agrupamentos avaliados nos 1º e 2º ciclos de avaliação externa (n=104 relatórios, correspondentes a um total de 130 escolas) A análise recaiu sobre o domínio Prestação de Serviço Educativos e nos relatórios com referências a Parcerias escola-comunidade educativa (dimensão de análise) Dados sobre -total de relatórios -total de relatórios com classificações mais altas e classificações mais baixas; - focos das parcerias; -áreas das parceria Recorreu-se à técnica de análise de conteúdo, com apoio do programa Nvivo10 Apresentação dos resultados 3
Parcerias escola-comunidade Relatórios com referências a parcerias escola-comunidade 80 70 Relatórios por zonas 67 60 51 52 50 40 36 30 20 1º ciclo 2º ciclo 10 0 Relatórios Centro Relatórios Norte Parcerias escola-comunidade - Classificações dos relatórios Classificações + baixas 52 Classificações + altas 51 50 51 51 52 52 53 4
Focos das parcerias escolas-comunidade 60 50 1º ciclo 2º ciclo 48 40 38 30 29 31 27 20 17 10 0 Alargamento da Oferta Formativa Desenvolvimento e Inovação Projetos/Parcerias nacionais e/ou internacionais Alargamento da oferta formativa 70% 60% 58,3% 24 (em 52) 50% 40% 36,8% 24 23,5 23 22,5 22 (em 51) 22 30% 21,5 21 20% 10% Classificações + altas Classificações + baixas 0% Zona Norte Zona Centro 5
Desenvolvimento e Inovação 35 32 (em 51) 30 26 (em 52) 55,9% 25 20 15 55,6% 10 5 55% 55% Norte Centro 0 classificações mais altas classificações mais baixas Projetos/Parcerias nacionais e/ou internacionais 88% 86% 86,8% 45 43 (em 51) 43 (em 52) 84% 40 82% 35 80% 30 78% 25 76% 74% 75,0% 20 15 10 72% 5 70% 68% Norte Centro 0 classificações mais altas classificações mais baixas 6
Áreas parcerias/ciclos de avaliação 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Artes Científico Desporto Equip./Ser. Educativos Família Form./Dese n. Prof. Saúde Serviços de Psicologia 1º CICLO 20% 62% 46% 75% 64% 70% 68% 73% 60% 2º CICLO 80% 38% 54% 25% 36% 30% 32% 18% 40% Social Áreas parcerias por zonas 7
Áreas parcerias/classificações Conclusões A análise permitiu concluir que: Dos 104 relatórios, 103 fazem referência a parcerias escolacomunidade; As escolas/agrupamentos apresentam um elevado nº de parcerias com instituições locais - o número é superior no 1º ciclo de avaliação. O maior número de parcerias, nos 1º e 2º ciclos, situa-se no foco projetos/parcerias nacionais e/ou internacionais, seguido do foco desenvolvimento e formação. As áreas em que são referenciadas mais parcerias, nos 1º e 2º ciclos, são que as visam a formação/desenvolvimento profissional dos alunos e são mais evidentes em relatórios de avaliação da zona centro; A área onde são menos evidentes as referências é na área científica em proximidade com a área do desporto, mas estas últimas em relação inversa do 1º para o 2º ciclo; 8
Conclusões A análise qualitativa (que estamos ainda a realizar) permitiu, para já, perceber que as parcerias são reconhecidas por favorecerem dinâmicas enriquecedoras da formação dos alunos. Essas parcerias contribuem para a valorização da escola na comunidade, sendo reconhecido o seu contributo para o desenvolvimento local. Referências bibliográficas BOLÍVAR, António (2007). Um olhar actual sobre a mudança educativa: onde situar os esforços de melhoria?, in LOPES, Amélia e LEITE, Carlinda (org.). Currículo, Escola e Formação de Identidades. Porto: Edições Asa, pp.15-50. LEITE, Carlinda (2003). Para uma escola curricularmente inteligente. Porto: Edições ASA. LEITE, Carlinda (2005). A territorialização das políticas e das práticas educativas, in LEITE, Carlinda (Org). Mudanças curriculares em Portugal. Transição para o século XXI, Porto: Porto Editora, pp. 15-32. LEITE, Carlinda e FERNANDES, Preciosa (2007). A organização das escolas por Agrupamentos de uma autonomia prometida a uma prática comprometida, in LEITE, Carlinda e LOPES Mª Amélia (org.). Escola, Currículo e Formação de Identidades. Porto: Edições Asa, pp. 51-72. 9