Cinemática Bidimensional



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Transcrição:

Cinemática Bidimensional INTRODUÇÃO Após estudar cinemática unidimensional, vamos dar uma perspectiva mais vetorial a tudo isso que a gente viu, abrangendo mais de uma dimensão. Vamos ver algumas aplicações de lançamentos de objetos e conceitos de grandezas vetoriais. É certo nas P1s de Física IA da UFRJ cair pelo menos uma questão (possivelmente objetiva), desse tema. Então, vamos focar no tema pra chegar com segurança na prova. E ah, é um assunto bem interessante e ótimo para aprender a trabalhar com vetores. 1 VETOR POSIÇÃO, VETOR VELOCIDADE E VETOR ACELERAÇÃO Bem, para descrever um movimento sempre podemos utilizar grandezas como posição, velocidade e aceleração. Aqui vamos ver como podemos descrever cada grandeza em diversas situações. Vetor Posição: É o vetor que liga a origem das coordenadas até o ponto em que está posicionado uma partícula ou um objeto. Para descrever completamente um vetor posição, como todo vetor, precisamos mostrar qual o módulo (tamanho), direção e sentido, desse vetor. O módulo é representado por números, a direção por vetores unitários e o sentido pelo sinal (+ ou para definir positivo ou negativo). Vamos ver um exemplo de descrição de posição. Figura 3.10 Para descrever o ponto azul, devemos ligar um vetor que vai da origem até o próprio ponto, em seguida ver quais os vetores no eixo x e y que, quando somados, encontramos o vetor que queremos. No caso, temos dois vetores unitários horizontais que somados com 3 vetores unitários verticais ( ) (como vimos no Capítulo 1) encontramos o vetor posição desse ponto, descrito por:

Se nos solicitarem o vetor deslocamento, basta a gente utilizar a subtração entre os dois vetores posição, ou seja, o vetor que liga um ponto a outro, como no exemplo abaixo. Figura 3.1.1 Queremos achar o vetor deslocamento entre o ponto vermelho e o azul.então, para achar o vetor deslocamento, basta a gente calcular a posição final - posição inicial. Não importa a trajetória mesmo??? Será que dá certo isso? Lembre-se que deslocamento só importa posição inicial e final. Pra ver se isso tá correto mesmo, podemos levar a origem para o ponto vermelho e ver o vetor posição do ponto azul, como na imagem a seguir. Figura 3.1.2 Fazendo o vetor posição, teremos, como anteriormente. Então, tudo certinho! Sempre que você quiser saber o vetor deslocamento entre dois pontos, basta calcular o vetor posição final vetor inicial, independendo da trajetória que o objeto ou partícula descreve. Mas nem sempre tudo está parado. Partículas podem ter velocidade (constante ou não) e variar de posição com o tempo. Assim podemos descrever vetorialmente a trajetória de um movimento com funções em função do tempo. Se a velocidade for constante a trajetória varia linearmente e se a aceleração constante a trajetória varia quadraticamente, como vimos nas equações do Capítulo 2 e veremos melhor nos próximos capítulos.

Vetor Velocidade: A velocidade nada mais nada menos é que a taxa de variação do deslocamento, ou seja, o quanto varia a posição em função do tempo. Levando pras contas, a velocidade pode ser calculada por: Para o vetor velocidade instantânea. Para o vetor velocidade média. Sendo o vetor posição e t o tempo. Assim como, no vetor trajetória, o vetor posição pode ser dividido em componentes x e y no caso de um movimento bidimensional. Assim, teremos que e. Vixe! Derivadas? Que isso, complica não!. Não se assuste! Apesar de ser um conceito que você pode estar aprendendo agora, ele pode simplificar muito a sua vida na hora de resolver algumas questões, mesmo que não seja necessária para resolver a maioria das questões, a derivada lhe ajudará a entender melhor os conceitos. Vale a pena ressaltar a diferença entre vetor velocidade média e vetor velocidade instantânea. Velocidade média é justamente em qual a distância que ele foi de um ponto a outro, sem levar em consideração por onde ele passou, apenas a distância entre os dois pontos, dividido pelo tempo que ele levou. Já a velocidade instantânea é a velocidade que o objeto tem em um certo instante t. Um exemplo disso é imaginar um carro que viaja do Fundão até Copacabana. Do Fundão até Copacabana são cerca de 20km e se faz esse percurso em cerca de uma hora, logo a velocidade média é de 20km/h, mas enquanto passou pela linha vermelha ele chegou a atingir a velocidade instantânea de 50km/h. Ao se tratar de vetores, basta apenas acrescentar direção e sentido a esses valores. A descrição do vetor velocidade é similar ao do vetor posição, vejamos com um exemplo: :Um objeto vai do ponto A até o B seguindo uma trajetória formada por cinco semicírculos de raio R seguidos, como no desenho abaixo (em azul),em um tempo de ç segundos. Depois disso ele volta do ponto B para o ponto C em ñ segundos. Figura 3.1.3 a) Qual o vetor deslocamento e a velocidade vetorial média entre os pontos A e B e entre A e C? Resposta: Para achar o vetor deslocamento só nos importa as posições iniciais e finais. Colocando a origem de um sistema de coordenadas, o deslocamento será o vetor posição desse sistema, logo teremos:

Figura 3.1.4 Logo, o vetor posição do ponto B e o deslocamento entre os pontos A e B será apenas horizontal, com valor de 10R. Logo, teremos: Já no segundo caso, o vetor deslocamento será o vetor em amarelo mostrado abaixo e poderá ser descrito por: Figura 3.1.5 Já as velocidades podem ser dadas por: Logo, como vimos no exemplo, a velocidade vetorial média é justamente o deslocamento divido pelo tempo, ou seja, quanto tempo um objeto levou para chegar em algum lugar, independentemente da trajetória que ele passou. :P Como a gente viu, é sempre bom ter como seu amigo o sistema cartesiano de coordenadas, sempre tomando MUITO cuidado ao transladar a origem. Esse método pode simplificar muito a vida de muita gente em algumas questões. Vetor Aceleração: A aceleração pode ser definida como a taxa de variação da velocidade, ou seja: Para a aceleração instantânea. Para a aceleração média.

O vetor aceleração média é definido como a variação de velocidade vetorial de um corpo entre dois instantes dividido pelo tempo. Não importa qual a velocidade que ele atingiu no meio do percurso, o que importa são somente as velocidades finais e iniciais. Já o vetor aceleração instantânea é a aceleração em determinado instante t, e pode ser definido por: #Fikadik Vale a pena salientar que em um movimento retilíneo, a velocidade pode mudar apenas em módulo e sentido, e nesse caso a aceleração tem sempre a mesma direção do vetor velocidade. Já se o movimento for curvo, a velocidade necessariamente muda de direção e a aceleração nunca pode ser nula. Podemos decompor o vetor aceleração em duas componentes, uma tangente à trajetória e outra perpendicular a esta. Se o módulo da velocidade for constante, só teremos a componente que aponta para o centro, que é chamada de aceleração centrípeta, como na figura abaixo: Figura 3.1.6 Para descrever a aceleração, como todo vetor é bem tranquilo. Igualzinho o que a gente viu na velocidade e posição, utilizando seus vetores unitários, todavia podemos acrescentar algumas peculiaridades como novos vetores unitários ( ), que veremos melhor no subtópico 3.3. Bora exercitar? [Moysés Nussenzveig] Um avião a jato voa para o norte, de Brasília até Belém a 1630km de distância, levando 2h e 10min nesse percurso. De lá, segue para oeste, chegando em Manaus, distante 1290km de Belém após 1h e 50min de voo. a) Qual é o vetor deslocamento total do avião e o seu módulo? b) Qual é o vetor Velocidade Média do trajeto Brasília- Belém? c) Qual é o vetor Velocidade Média do trajeto Brasília- Manaus?

Resposta: Figura 3.1.7 a) Em coordenadas cartesianas,pondo a origem em Brasília, teremos: b) Basta dividir o deslocamento inicial pelo tempo: c) Basta dividir o deslocamento total pelo tempo total: Numa corrida disputada entre equipes da Minerva Baja da UFRJ, o piloto que conseguiu a pole position fez o percurso inteiro com velocidade escalar média de 100 km/h. Qual a velocidade vetorial média da largada até a chegada da corrida? Sabemos que o percurso está mostrado em azul na figura abaixo e as medidas são dadas em quilômetros.

Figura 3.1.8 Resposta: Velocidade vetorial média é dada por: O Vetor deslocamento é justamente o vetor que liga a largada até a chegada, ou seja, o vetor. Já o para encontrar o tempo, já que ele viaja com velocidade escalar média constante, devemos fazer: Calculando S usando o Teorema de Pitágoras a partir das medidas fornecidas na figura, teremos: E então: (UFPA) Uma partícula percorre, com movimento uniforme, uma trajetória não retilínea. Em cada instante teremos que: a) Os vetores velocidade e aceleração são paralelos entre si; b) A velocidade vetorial é nula; c) Os vetores velocidade e aceleração são perpendiculares entre si; d) Os vetores velocidade a aceleração têm direções independentes; e) O valor do ângulo entre o vetor velocidade e o vetor aceleração muda de ponto a ponto. Resposta:

A partícula percorre um movimento uniforme, ou seja, com velocidade constante, e não retilíneo, ou seja, de variação de direção. 2 LANÇAMENTO OBLÍQUO Aqui a gente vai estudar a cinemática em duas dimensões. Trabalharemos com os vetores em x e y. Lançamento oblíquo é quando lançamos um objeto com alguma velocidade que forma um ângulo relação à horizontal, onde há a presença da aceleração gravitacional de valor de aproximadamente g=9,8m/s², como no exemplo abaixo: em Figura 3.2.0 Podemos notar que no lançamento oblíquo a trajetória formada é um arco de parábola, mas isso só é válido se não houver resistência do ar. Vamos estudar para cada caso a aceleração, velocidade e trajetória do objeto. Aceleração: Em um lançamento oblíquo a aceleração resultante é a aceleração da gravidade, pois a única força que atua no corpo é o peso,logo o movimento é uniformemente acelerado (aceleração não nula) na vertical e uniforme (aceleração nula) na horizontal. Assim, teremos: Aceleração do movimento somente no eixo x (nula pois não há força que atue na horizontal). Aceleração do movimento somente no eixo y (-g pois a aceleração da gravidade aponta para baixo). Velocidade: A aceleração resultante é a soma de cada componente, nesse caso horizontal e vertical.

Já a velocidade em função do tempo é constante no eixo horizontal (pois não há aceleração) e varia com a aceleração g na vertical. Já as velocidades iniciais, são: Figura 3.2.1 E as funções velocidades são (das equações da cinemática): Trajetória: Velocidade constante na horizontal e uniformemente desacelerada na vertical. Aplicando na função horária do Movimento Uniformemente Variado para cada eixo, teremos: Daqui, quase sempre é feita em provas algumas perguntas, que é bom você se acostumar, são elas: 1- Qual o tempo de voo do projétil? O tempo de voo é justamente o tempo de subida somado ao de descida, ou seja o tempo de subida multiplicado por 2, pois o tempo de subida é igual ao tempo de descida. O tempo de subida é o tempo em que a partícula atingirá velocidade vertical nula, logo teremos:

Como 2- Qual a altura máxima h alcançada? A gente tem o tempo de subida, então é só relacionar o tempo com distância vertical. A relação que podemos usar é a da trajetória vertical substituindo apenas o valor de t. Logo a gente vai ter: 3- E o deslocamento d do objeto após retornar ao solo? Queremos saber o espaço percorrido durante o tempo de voo. Substituindo o tempo na equação da trajetória horizontal ), teremos: Da propriedade trigonométrica, temos: 4 - Qual o ângulo que faria a partícula o objeto ter maior alcance (deslocamento horizontal) ao tocar o chão novamente? Temos que maximizar a função d. Para maximizar esta função, basta ver qual o ângulo para obter o maior seno, já que v e g são constantes. Como o maior valor que o seno pode assumir é 1 (senx=1), que é quando x=90, teremos: Logo. Ou seja, para a gente poder atingir um maior alcance em um lançamento, temos que fazer este lançamento com um ângulo de 45 com a horizontal. Bora exercitar? Ao fazer o lançamento vertical com uma velocidade v, um projétil atingiu uma altura h. Que altura iria atingir se o projétil fosse lançado com a mesma velocidade num ângulo com a horizontal? Resposta:

Um lançamento vertical é um lançamento oblíquo com um ângulo de 90. Utilizando a equação da pergunta 2, teremos: Já para o segundo caso, teremos: Dividindo a equação I pela II, encontramos: Se um corpo realiza um movimento no plano xy com velocidade instantânea pode-se afirmar que: a) a velocidade instantânea é sempre paralela a aceleração instantânea. b)o módulo da velocidade instantânea nunca pode ser zero. c) a direção da velocidade instantânea é constante. d) a direção da velocidade instantânea nunca é nulo. e) a aceleração instantânea é constante. Resposta: Sabemos que, logo, temos que: Respondendo cada alternativa, teremos: a)falso. Pois, a velocidade varia quadraticamente em x e a velocidade linearmente, o que vai sempre mudar o ângulo entre eles. (teste com valores para t para conferir) b)caô. Pois com t=0, teremos: c) Mentira. Pois ela varia quadraticamente em x e linearmente em y, o que fará sempre mudar o ângulo da velocidade. (teste com valores para conferir) d) Verdade!! Pois fazendo a equação, teremos:

O que não pode acontecer,pois o tempo é negativo. Até onde eu sei,nos dias de hoje não é possível voltar no tempo (rsrs), logo a aceleração nunca será nula. e)falso. Pois como a gente viu lá em cima ela varia linearmente em x. [Renato Brito] Um canhão dispara sucessivamente dois projéteis a partir de um mesmo ponto no solo, com velocidades iniciais iguais a v, porém em direções que formam ângulo com a horizontal, num local em que a gravidade vale g. Determine o intervalo de tempo que deve ocorrer entre os disparos a fim de que os projéteis colidam entre si. Resposta: Questão boa, porém trabalhosa, altamente caível como discursiva na P1. Temos o seguinte caso: Figura 3.1.2 Para elas se tocarem, temos que as componentes horizontais e verticais dos dois movimentos devem ser iguais, ou seja, eles devem estar no mesmo tempo e no mesmo lugar, mas não necessariamente devem sair da mesma hora. Como a questão nos pede o intervalo entre os disparos, devemos achar a diferença entre os tempos, o. No lançamento mais baixo, temos a seguinte equação de trajetória: Logo, temos que cada componente deve ser igual para ambos os movimentos, sendo assim:

Como, poderemos usar: Substituindo (I) em (II), teremos: Por fim: Exercícios no fim da apostila de Velocidade da relativa, pois lá a a gente faz uma mistureba de todos os assuntos, assim como é cobrado nas provas!! :D Bons estudos!!