ANO XXVI - 2015 4ª SEMANA DE MARÇO DE 2015 BOLETIM INFORMARE Nº 13/2015



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Transcrição:

ANO XXVI - 2015 4ª SEMANA DE MARÇO DE 2015 BOLETIM INFORMARE Nº 13/2015 IPI CRÉDITOS DO IPI - ANÁLISE JURISPRUDENCIAL... Pág. 92 ICMS - ES REGISTRO DE CONTROLE DA PRODUÇÃO E DO ESTOQUE - GENERALIDADES... Pág. 95

IPI CRÉDITOS DO IPI Análise Jurisprudencial Sumário 1. Introdução 2. Decisão 3. Íntegra do Acórdão 1. INTRODUÇÃO Em 20.09.2007, a Ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, deu provimento parcial ao Recurso Especial nº 757.203, interposto contra o acórdão do Tribunal Regional Federal, que concluiu pela inaplicabilidade do artigo 166 do Código Tributário Nacional, sob o fundamento de que o caso em pauta versa sobre creditamento extemporâneo de IPI. O artigo 166 do CTN possui a seguinte redação: Art. 166 - A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la. O referido acórdão refutou, ainda, a incidência do art. 170-A do CTN, sustentando que o referido dispositivo somente encontra aplicação nos casos de compensação do indébito: Art. 170-A - É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. 2. DECISÃO A Ministra Relatora destacou que a Primeira Seção do STJ já firmou o entendimento de que, com o advento da restrição imposta pelo art. 170-A do CTN, a compensação tributária somente pode ocorrer após o trânsito em julgado da decisão que a autorizou. No que tange à questão do artigo 166 do CTN, verificou-se que não se trata de repetição de indébito, o que afasta a aplicação do mencionado dispositivo, específico para a hipótese de pagamento indevido. Não houve, ainda, pagamento antecedente algum, porque se reclama do crédito escritural de um IPI que não foi pago, porque isento, inexistindo contribuinte antecedente à aquisição da matéria-prima ou de insumos. Não houve sequer recolhimento do imposto. 3. ÍNTEGRA DO ACÓRDÃO Segue abaixo a íntegra do acórdão para conhecimento dos Assinantes INFORMARE: RECURSO ESPECIAL Nº 757.203 - RS (2005/0094336-5) RELATORA: MINISTRA ELIANA CALMON EMENTA: TRIBUTÁRIO - RECURSO ESPECIAL - IPI - INCIDÊNCIA DO ART. 170-A DO CTN - PROVA DA NÃO- REPERCUSSÃO (ART. 166 DO CTN) - INAPLICABILIDADE. 1. A Primeira Seção desta Corte já firmou entendimento de que, com o advento da restrição imposta pelo art. 170- A do CTN, a compensação tributária somente pode ocorrer após o trânsito em julgado da decisão que a autorizou. 2. Exigência de prova da identificação do contribuinte de fato - art. 166 do CTN - não se faz pertinente em situação diversa da de repetição de indébito. Precedentes. 3. Recurso especial parcialmente provido. ACÓRDÃO IPI ICMS E OUTROS TRIBUTOS ESPÍRITO SANTO MARÇO - 13/2015 92

VOTO A EXMA. SRA. MINISTRA ELIANA CALMON (RELATORA): - Quanto à pretendida compensação imediata, observa-se que a Primeira Seção desta Corte já firmou entendimento de que, com o advento da restrição imposta pelo art. 170-A do CTN, a compensação tributária somente pode ocorrer após o trânsito em julgado da decisão que a autorizou. Nesse sentido, colaciono os seguintes precedentes: IPI. INSUMOS. ALÍQUOTA ZERO, ISENÇÃO, NÃO-TRIBUTAÇÃO. PRAZO QUINQUENAL. COMPENSAÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 170-A DO CTN. I - A Egrégia Primeira Seção, no julgamento do EREsp nº 488.992/MG, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 07.06.2004, consolidou entendimento no sentido de que o pedido de compensação deve ser apreciado à luz da legislação vigente à época do ajuizamento da ação, sendo vedada a aplicação do diploma legal superveniente, ressalvando-se, entretanto, o direito de utilização da novel legislação na hipótese de compensação pela via administrativa. II - No caso dos autos, a presente demanda foi ajuizada em 13.02.2004, quando estava em vigor a inovação legislativa implementada no CTN (art. 170-A), pela LC nº 104/2001, que veda a compensação antes do trânsito em julgado. Precedentes: EREsp nº 382.313/PR, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ de 13.06.2005; EREsp nº 488.992/MG, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 26.05.2004. III - Outrossim, as duas Turmas que compõem a Egrégia Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça firmaram a orientação de que, nas ações que visam ao reconhecimento do direito ao creditamento do IPI, o prazo prescricional é quinquenal, sendo atingidas as parcelas anteriores à propositura da ação. Precedentes: REsp nº 449.768/PR, Relatora Ministra ELIANA CALMON, DJ de 04.08.2003, p. 00270; AGREsp nº 491.264/RS, Relator Ministro LUIZ FUX, DJ de 02.06.2003, p. 00211; REsp nº 462.254/RS, Relator Ministro JOSÉ DELGADO, DJ de 16.12.2002, p. 00273. IV - Agravo Regimental improvido. (AgRg no REsp 875.056/PR, Rel. Min. Francisco Falcão, Primeira Turma, DJ 17.05.2007, p. 216) TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IPI. INSUMOS E MATÉRIAS-PRIMAS ISENTOS OU TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO. DIREITO AO CREDITAMENTO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170-A, DO CTN. APLICABILIDADE. 1. Versando o thema iudicandum sobre o reconhecimento de aproveitamento de crédito, decorrente da regra da não-cumulatividade, estabelecida pelo texto constitucional, não há que se cogitar da aplicação do artigo 168, do CTN, incidindo à espécie o Decreto nº 20.910/32, que estabelece o prazo prescricional de cinco anos, contados a partir do ajuizamento da ação. (REsp 554445/SC; 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ 17.10.2005; EREsp 427448/RS; 1ª Seção, desta Relatoria, DJ 26.09.2005; REsp nº 541.633/SC, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 11.10.2004; REsp nº 554.794/SC, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ de 11.10.2004; AgRg no AG nº 571.450/SC, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 27.09.2004) 2. A Primeira Seção pacificou o entendimento no ERESP nº 488.992/MG, de que os sucessivos regimes de legais de substituição tributária não retroagem, por isso que a Lei Complementar nº 104/2001, que introduziu no Código Tributário o art. 170-A, segundo o qual é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. Agregou-se, com isso, novo requisito para a realização da compensação tributária: a inexistência de discussão judicial sobre os créditos a serem utilizados pelo contribuinte na compensação. Atualmente, portanto, a compensação será viável apenas após o trânsito em julgado da decisão, (...). 4. In casu, verifica-se que a presente demanda foi ajuizada em 29.10.2002, data na qual já se encontrava em vigor o art 170-A, do CTN, introduzido pela Lei Complementar nº 104/01, vigente em 11.01.2001. 5. Precedentes desta Corte: REsp 720851/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ 10.10.2005; AgRg no REsp 673415/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ 01.07.2005. 5. Recurso especial desprovido. (REsp 746.066/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 13.03.2006, p. 216) TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. ARTIGO 535 DO CPC. OMISSÃO. NÃO-OCORRÊNCIA. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. IPI ICMS E OUTROS TRIBUTOS ESPÍRITO SANTO MARÇO - 13/2015 93

SÚMULA Nº 284/STF. TESE RECURSAL. FALTA. PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA Nº 211/STJ. IPI. AQUISIÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA ISENTA, NÃO-TRIBUTADA OU SUJEITA À ALÍQUOTA ZERO. CRÉDITO. PRESCRIÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. TERMO INICIAL. SÚMULA Nº 83/STJ. 1. Meras alegações genéricas quanto à prefacial de afronta ao artigo 535 do Código de Processo Civil não bastam à abertura da via especial pela alínea a do permissivo constitucional, a teor da Súmula nº 284 do Supremo Tribunal Federal. 2. Os temas insertos nos artigos 4º do CPC, 146 do RIPI, aprovado pelo Decreto nº 2.637/98 e 49 do CTN não obtiveram juízo de valor pelo acórdão regional. Incidência da Súmula nº 211 deste Tribunal. 3. A prescrição dos créditos fiscais visando ao creditamento do IPI é quinquenal, contada a partir do ajuizamento da ação. 4. Com a introdução no Código Nacional Tributário do artigo 170-A pela LC nº 104/01 somou-se outro requisito imprescindível para a compensação, qual seja, a inexistência de discussão judicial sobre os créditos objeto do procedimento que somente ser efetuado após o trânsito em julgado da ação. 5. No caso específico de correção monetária dos créditos escriturais de IPI decorrentes da aquisição de insumos e matéria-prima utilizados na fabricação de produtos sujeitos à alíquota zero, isentos ou não-tributados, a atualização dos valores deve incidir desde a data em que poderiam ter sido aproveitados até o trânsito em julgado da ação, haja vista que, após este momento, não haverá mais resistência do Fisco, o que os torna disponíveis ao aproveitamento imediato pela empresa. Precedente: EREsp 468.926/SC, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJU de 02.05.05. 6. Os índices a serem utilizados para atualização de valores, em casos análogos (compensação ou restituição), são o IPC, no período de março/90 a janeiro/91, o INPC, de fevereiro/91 a dezembro/91, a UFIR, de janeiro/92 a 31.12.95, e, a partir de 1º.01.96, exclusivamente a taxa SELIC. 7. Recurso especial provido em parte. (REsp 738.070/PR, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ 28.04.2006, p. 286) No que tange à questão em torno do art. 166 do CTN, verifica-se que a hipótese dos autos não trata de repetição de indébito, o que afasta a aplicação do mencionado dispositivo, específico para a hipótese de pagamento indevido. Não houve, ainda, pagamento antecedente algum, porque se reclama do crédito escritural de um IPI que não foi pago, porque isento, inexistindo contribuinte antecedente à aquisição da matéria-prima ou dos insumos. Aliás, não ocorreu sequer recolhimento do imposto. As Turmas de Direito Público já enfrentaram a questão, conforme precedentes que destaco: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IPI. INSUMOS ISENTOS, NÃO-TRIBUTADOS OU TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO. ART. 166 DO CTN. INAPLICABILIDADE. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. SÚMULA Nº 83/STJ. 1. Nas hipóteses de aproveitamento de créditos de IPI, não tem aplicação a disposição contida no art. 166 do CTN. Precedentes. 2. Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida - Súmula nº 83 do STJ. 3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não-provido. (REsp 449.304/PR, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ 14.06.2006, p.199) PROCESSUAL CIVIL - TRIBUTÁRIO - IPI - AQUISIÇÃO DE INSUMOS, MATÉRIA-PRIMA E/OU PRODUTOS INTERME-DIÁRIOS ISENTOS OU COM ALÍQUOTA ZERO - REPERCUSSÃO (ART. 166 DO CTN) - PRESCRIÇÃO QUINQUENAL - DECRETO Nº 20.910/32 - CORREÇÃO MONETÁRIA. IPI ICMS E OUTROS TRIBUTOS ESPÍRITO SANTO MARÇO - 13/2015 94

1. Exigência de prova da identificação do contribuinte de fato - art. 166 do CTN - não se faz pertinente em situação diversa da de repetição de indébito. Precedentes. 2. É quinquenal a prescrição da ação que pretende reconhecer o direito ao creditamento escritural. 3. A jurisprudência do STJ e do STF é no sentido de ser indevida a correção monetária dos créditos escriturais de IPI, relativos a operações de compra de matérias-primas e insumos empregados na fabricação de produto isento ou beneficiado com alíquota zero.todavia, é devida a correção monetária de tais créditos quando o seu aproveitamento, pelo contribuinte, sofre demora em virtude resistência oposta por ilegítimo ato administrativo ou normativo do Fisco. 4. Agravo Regimental conhecido em parte e, nessa parte, provido. (AgRg no REsp 673.441/SC, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ 12.12.2005 p. 289) Com essas considerações, dou parcial provimento ao recurso especial. Fundamentos Legais: Sítio www.stj.gov.br. ICMS - ES Sumário 1. Considerações Iniciais 2. Escrituração 3. Substituição Por Fichas 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS REGISTRO DE CONTROLE DA PRODUÇÃO E DO ESTOQUE Generalidades Estão obrigados, pela Legislação Tributária Estadual, a utilizar o livro Registro de Controle da Produção e do Estoque os estabelecimentos industriais, equiparados a industrial e comerciais atacadistas, podendo, ainda, a critério da Fiscalização de Tributos Estaduais, ser exigido de contribuintes de outros setores, com as adaptações necessárias. O livro fiscal, objeto deste estudo, destina-se à escrituração tanto dos documentos fiscais como daqueles de uso interno do estabelecimento, correspondentes às entradas, às saídas e fornecimentos à produção, bem como das quantidades referentes aos estoques de mercadorias, exceto as entradas de mercadorias a serem integradas ao ativo permanente ou destinadas a uso ou consumo da empresa. 2. ESCRITURAÇÃO Os lançamentos serão feitos por operação, devendo ser utilizada uma folha para cada espécie, marca, tipo e modelo de mercadoria. Contudo, tratando-se de produtos com a mesma classificação fiscal do IPI, o contribuinte poderá agrupá-los numa mesma folha, desde que autorizado pela Secretaria da Receita Federal. Os lançamentos obedecerão às seguintes disposições: a) quadro Produto : identificação da mercadoria; b) quadro Unidade : especificação da unidade (quilogramas, metros, litros, dúzias, etc.), de acordo com a Legislação do IPI; c) quadro Classificação Fiscal : indicação da posição, subposição, item e alíquota previstos pela Legislação do IPI, não se aplicando aos estabelecimentos comerciais não equiparados aos industriais; d) colunas sob o título Documento : espécie, série e subsérie, número e data do respectivo documento fiscal e/ou de uso interno do estabelecimento, correspondente a cada operação, sendo dispensada a escrituração desta coluna em relação à produção do próprio estabelecimento, bem como relativo à matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem remetido pelo almoxarifado ao setor de fabricação para industrialização no próprio estabelecimento; IPI ICMS E OUTROS TRIBUTOS ESPÍRITO SANTO MARÇO - 13/2015 95

e) colunas sob o título Lançamento : número e folha do livro Registro de Entradas ou do livro Registro de Saídas em que o documento fiscal tenha sido lançado, bem como a respectiva codificação contábil e fiscal, quando for o caso, sendo dispensada a escrituração desta coluna em relação à produção do próprio estabelecimento, bem como referente à matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem remetido pelo almoxarifado ao setor de fabricação para industrialização no próprio estabelecimento; f) colunas sob o título Entradas : f.1) coluna Produção - No Próprio Estabelecimento : quantidade do produto industrializado no próprio estabelecimento, facultada a escrituração em totais diários; f.2) coluna Produção - Em Outro Estabelecimento : quantidade do produto industrializado em outro estabelecimento da mesma empresa ou de terceiros, com mercadorias anteriormente remetidas para esse fim; f.3) coluna Diversas : quantidade de mercadorias não classificadas nos nºs 1 e 2, inclusive as recebidas de outros estabelecimentos da mesma empresa ou de terceiros para industrialização e posterior retorno, consignando-se o fato, nesta última hipótese, na coluna Observações ; f.4) coluna Valor : base de cálculo do IPI, quando a entrada das mercadorias originar crédito desse tributo ou, se a entrada não gerar crédito ou se der ao abrigo da isenção ou não-incidência do referido imposto, será registrado o valor total atribuído às mercadorias; Obs.: É dispensada a escrituração desta coluna: a) em relação à produção do próprio estabelecimento; b) aos estabelecimentos comerciais atacadistas não equiparados a industriais e obrigados à escrituração deste livro. f.5) coluna IPI : valor do IPI creditado, quando de direito, dispensada a escrituração desta coluna para os estabelecimentos comerciais atacadistas não equiparados a industriais e obrigados à escrituração deste livro; g) colunas sob o título Saídas : g.1) coluna Produção - No Próprio Estabelecimento : em se tratando de matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem, a quantidade remetida do almoxarifado para o setor de fabricação, para industrialização no próprio estabelecimento e, quando referir-se a produto acabado, a quantidade saída, a qualquer título, de produto industrializado no próprio estabelecimento, facultada a escrituração em totais diários; g.2) coluna Produção - Em Outro Estabelecimento : tratando-se de matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem, a quantidade saída para industrialização em outro estabelecimento da mesma empresa ou de terceiros, quando o produto industrializado deva retornar ao estabelecimento remetente e, sendo produto acabado, a quantidade saída, a qualquer título, de produto industrializado em estabelecimento de terceiros; g.3) coluna Diversas : quantidade de mercadorias saídas, a qualquer título, não compreendidas nos nºs 1 e 2; g.4) coluna Valor : base de cálculo do IPI, sendo que, se a saída estiver amparada por isenção ou não-incidência, será registrado o valor total atribuído às mercadorias; Obs.: O lançamento desta coluna está dispensado nas seguintes hipóteses: a) em relação à matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem remetidos pelo almoxarifado ao setor de fabricação para industrialização no próprio estabelecimento; b) aos estabelecimentos comerciais atacadistas não equiparados a industriais e obrigados à escrituração deste livro. g.5) coluna IPI : valor do IPI, quando devido, dispensada sua escrituração quando se tratar de estabelecimentos comerciais atacadistas não equiparados a industriais e obrigados à adoção deste livro; h) coluna Estoque : quantidade em estoque, após cada lançamento de entrada ou de saída, facultando-se a escrituração diária; IPI ICMS E OUTROS TRIBUTOS ESPÍRITO SANTO MARÇO - 13/2015 96

i) coluna Observações : anotações diversas. No último dia de cada mês deverão ser somados as quantidades e os valores constantes das colunas Entradas e Saídas, acusando o saldo das quantidades em estoque, que será transportado para o mês seguinte. 3. SUBSTITUIÇÃO POR FICHAS O livro em tela poderá, desde que autorizado pela Fiscalização de Tributos Estaduais, ser substituído por fichas, as quais deverão ser: a) impressas de acordo com o modelo do livro substituído; b) numeradas graficamente, em ordem crescente, de 1 a 999.999, devendo, quando atingido esse limite, ser recomeçada a numeração; c) prévia e individualmente autenticadas pela repartição fiscal ou pela Junta Comercial. Os estabelecimentos, que possuírem controles quantitativos de mercadorias que permitam perfeita apuração dos estoques permanentes, poderão utilizar, independentemente de autorização prévia, estes controles em substituição ao livro Registro de Controle da Produção e do Estoque, desde que: a) comuniquem essa opção, por escrito, à Superintendência Regional da Receita Federal de sua jurisdição e à Fiscalização de Tributos Estaduais, anexando modelo dos formulários adotados; b) apresentem ao Fisco, quando solicitado, os controles quantitativos de mercadorias substitutivos; c) mantenham sempre atualizada uma Ficha Índice ou equivalente. Mencione-se, ainda, relativamente às mercadorias de pequena expressão na composição do produto final, tanto em termos físicos quanto em valor, que estas poderão ser agrupadas numa mesma folha ou ficha, desde que se enquadrem em uma mesma posição do IPI. Fundamentos Legais: Regulamentos Estaduais do ICMS. IPI ICMS E OUTROS TRIBUTOS ESPÍRITO SANTO MARÇO - 13/2015 97