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Transcrição:

PROCESSO: RE 96-70.2012.6.21.0076 PROCEDÊNCIA: NOVO HAMBURGO RECORRENTE(S): ENIO ANTONIO BRIZOLA RECORRIDO(S): JUSTIÇA ELEITORAL ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Recurso. Registro de candidatura. Eleições 2012. Cargo de vereador. Desincompatibilização. Indeferimento do pedido no juízo originário, sob o fundamento de não restar comprovado o afastamento em tempo hábil. O cargo de diretor de economia solidária e de apoio à microempresa é considerado servidor público comum. Demonstrada a desincompatibilização do candidato servidor público nos três meses que antecedem ao pleito. Obediência ao disposto no art. 1º, inc. II, letra l, da Lei Complementar nº 64/90. Provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, etc. ACORDAM os juízes do Tribunal Regional Eleitoral, por unanimidade, ouvida a Procuradoria Regional Eleitoral e nos termos das notas taquigráficas inclusas, dar provimento ao recurso, para deferir o pedido de registro de candidatura de ENIO ANTONIO BRIZOLA ao pleito de 2012. CUMPRA-SE. Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Des. Gaspar Marques Batista - presidente -, Dr. Jorge Alberto Zugno, Dr. Artur dos Santos e Almeida, Dr. Hamilton Langaro Dipp, Dr. Eduardo Kothe Werlang e Desa. Federal Maria Lúcia Luz Leiria, bem como o douto representante da Procuradoria Regional Eleitoral. Porto Alegre, 27 de august de 2012. DESA. ELAINE HARZHEIM MACEDO, Relator.

PROCESSO: RE 96-70.2012.6.21.0076 PROCEDÊNCIA: NOVO HAMBURGO RECORRENTE(S): ENIO ANTONIO BRIZOLA RECORRIDO(S): JUSTIÇA ELEITORAL RELATOR: DESA. ELAINE HARZHEIM MACEDO SESSÃO DE 27-08-2012 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- R E L AT Ó R I O O MM. Juiz da 76ª Zona Eleitoral Novo Hamburgo indeferiu o pedido de registro de candidatura ao cargo de vereador de ENIO ANTONIO BRIZOLA, pela Coligação Meu Coração Quer Mais PRB/PT/PR, no Município de Novo Hamburgo/RS, por entender que não houve a necessária desincompatibilização no prazo de seis meses, com fulcro no art. 1º, inc. VII, alínea a, da Lei Complementar n. 64/90, uma vez que se trata de componente do Governo em seu primeiro escalão, desempenhando suas prerrogativas e responsabilidades próprias, não se cuidando de mero agente administrativo (fls. 61-3). Inconformado, o candidato interpôs recurso. Alegou que o cargo antes ocupado, de Diretor de Economia Solidária e de Apoio à Microempresa, não é responsável pelo lançamento, arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas e contribuições de caráter obrigatório, tampouco parafiscais, e menos ainda pela aplicação de multas relacionadas com essas atividades, para que lhe fosse estendida a aplicação do art. 1º, inc. II, alínea d, da Lei Complementar n. 64/90. Argumentou contra o entendimento judicial de que a natureza política do cargo o alçaria à condição de igualdade com o cargo de Secretário Municipal, afirmando que os cargos comissionados são de natureza política, todos eles, mesmo que tenham como requisito a capacidade técnica, e independente do escalão que venham a ocupar dentro da administração. Defendeu que o cargo de Diretor é subordinado ao Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia, Trabalho e Turismo, o que acarretaria a observância do prazo geral de desincompatibilização de 03 (três) meses, estabelecido para os servidores públicos, ocupantes de cargos em comissão, nos termos do art. 1º, II, I da Lei Complementar n. 64/90. Juntou documentos (fls. 73-7). Neste TRE, os autos foram com vista à Procuradoria Regional Eleitoral, que COORDENADORIA DE SESSÕES 3

exarou parecer pelo provimento do recurso (fls. 87-8). É o relatório. VO TO Tempestividade Os autos foram conclusos ao juiz para a prolação da sentença em 03/08/2012, restando proferida em 04/08/2012, portanto, antes do prazo de três dias. O recorrente foi irregularmente intimado da sentença, por meio de telefonema (certidão de fl. 70) e fac-símile sem discriminação de documentos enviados (comprovante de transmissão de fl. 71). De qualquer forma, interposto recurso no dia 07/08/2012 (fl. 73), observado o prazo previsto no 2º do art. 52 da Resolução 23.373/2011, é tempestivo. Mérito Tenho que o recurso merece provimento. A discussão cinge-se à análise da natureza do cargo de Diretor de Assistência Social Básica do Município de Novo Hamburgo/RS. Entendendo-se o cargo de Diretor como equivalente ao de Secretário Municipal, o prazo de desincompatibilização exigido por lei seria de seis meses, nos termos do art. 1º, inc. III, alínea b, item 4, c/c os incs. VII, alínea a e V, alínea b, todos da Lei Complementar n. 64/90, o que ensejaria o indeferimento do registro de candidatura, uma vez que o candidato exonerou-se observando o prazo de três meses. Por outro lado, adotando-se conclusão diversa, na hipótese de serem os cargos dissimilares, o prazo estabelecido de afastamento é de três meses, com fulcro no art. 1º, inc. I, alíena l, da Lei Complementar n. 64/90, caso em que se imporia o provimento do recurso e a reforma da decisão que indeferiu o registro de candidatura. Neste contexto, tenho que o recorrente está inserido na segunda opção, pois exercia a função de Diretor de Economia Solidária e de Apoio à Microempresa, o qual, a meu sentir, não é congênere ao de Secretário Municipal, tendo se desincompatibilizado no prazo COORDENADORIA DE SESSÕES Proc. RE 96-70 Rel. Desa. Elaine Harzheim Macedo - Sessão de 27-08-2012. 4

exigido para o cargo efetivamente exercido. Sobre a questão, reproduzo parte do parecer da Procuradoria Regional Eleitoral, que bem abordou a questão, e o adoto como razões de decidir: No entanto, restou esclarecido que o cargo de Diretor exercido pelo recorrente não se equipara ao cargo de Secretário Municipal, uma vez que a natureza do cargo, suas atribuições e remuneração são bastante diversas daquelas estabelecidas ao ocupante de cargo de direção. Frisa-se, inclusive, que analisando a Lei Municipal nº 2.400/2011 1, constatase, no art. 9º, que a Diretoria de Economia Solidária e de Apoio à Microempresa é unidade administrativa que compreende a estrutura organizacional da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia, Trabalho e Turismo, estando, portanto, o seu Diretor subordinado ao Secretário Municipal. Cabe referir, ainda, que o fato de o Chefe do Poder Executivo nomear e exonerar o ocupante do cargo de direção não significa que este exerça cargo de primeiro escalão no governo, uma vez que, como já referido, está diretamente subordinado ao Secretário Municipal. Logo, não se pode considerar o requerente membro de órgão congênere ou ocupante de cargo equiparado a Secretário Municipal. A inelegibilidade é de interpretação estrita, não se podendo estender a obrigação de desincompatibilizar-se em determinado prazo à pessoa que não se enquadra na hipótese prevista na lei. Destarte, o candidato ocupante de cargo público que, conforme se constata das atribuições elencadas pela Lei Municipal, não exerce nenhuma função descrita na alínea b do inciso III do art. 1º da LC n.º 64/90, não precisa se desincompatibilizar no prazo de seis meses anteriores ao pleito, mas sim no prazo de três meses exigido na alínea l do inciso II do referido dispositivo legal. No caso dos autos, restou demonstrado que ENIO ANTONIO BRIZOLA foi exonerado do cargo de Diretor de Economia Solidária e de Apoio à Microempresa em 06/07/12 (fl. 49) Ainda, com razão o recorrente ao afirmar que o fato de a nomeação ser feita diretamente pelo Prefeito Municipal, assim como a exoneração, não é fundamento jurídico para entender que o Diretor tenha atribuições equivalentes às de Secretário. Assim, no caso, incide o prazo geral de afastamento aplicável aos servidores públicos comuns, qual seja, de três meses. É o entendimento do E. Superior Tribunal Eleitoral: 1 http://www.leismunicipais.com.br/legislacao-de-novo-hamburgo/1266966/lei-2400-2011-novo-hamburgo-rs.html COORDENADORIA DE SESSÕES Proc. RE 96-70 Rel. Desa. Elaine Harzheim Macedo - Sessão de 27-08-2012. 5

REGISTRO IMPUGNACAO. PRAZO DE AFASTAMENTO. EM SE TRATANDO DE DIRETOR DE DEPARTAMENTO DE SECRETARIA MUNICIPAL, O PRAZO É DE TRES MESES - RESOLUCAO TSE N. 19.567/96. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 13036, Acórdão nº 13036 de 25/09/1996, Relator(a) Min. JOSÉ BONIFÁCIO DINIZ DE ANDRADA, Publicação: RJTSE - Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 8, Tomo 2, Página 284 PSESS - Publicado em Sessão, Data 25/09/1996) Diante do exposto, VOTO pelo provimento do recurso, para reformar a sentença recorrida e deferir o pedido de registro de candidatura de ENIO ANTONIO BRIZOLA. D E C I S Ã O Por unanimidade, deram provimento ao recurso. COORDENADORIA DE SESSÕES Proc. RE 96-70 Rel. Desa. Elaine Harzheim Macedo - Sessão de 27-08-2012. 6