Cortina de Vegetação Temporária e Umedecimento de Aterros



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Transcrição:

3.5 Cortina de Vegetação Temporária e Umedecimento de Aterros 3.5.1 Objetivos da medida e aplicabilidade à Fase Zero O principal objetivo dessa medida é reduzir ou evitar incômodo à população pela suspensão de poeira e pelos aspectos visuais inerentes ao canteiro de obras. Para a Fase Zero do empreendimento, essa medida é considerada aplicável, pois embora não esteja tão próxima das quadras residenciais do entorno, localiza se próxima da Av. Luiz Boiteux Piazza, por onde circulam grandes quantidades de moradores e turistas. Assim, será mantida temporariamente uma faixa de vegetação entre o canteiro de obra e a Av. Luiz Boiteux Piazza. Adicionalmente, será monitorada a ocorrência de suspensão de poeira, contigenciando a necessidade ou não de umedecimento dos aterros. 3.5.2 Localização da ação A faixa de vegetação a ser mantida temporariamente localiza se paralelamente ao longo da Av. Luiz Boiteux Piazza, como ilustrado na Figura 3.5 I. A largura da faixa será entre 5 e 10 m, eventualmente variável em função das condições da vegetação in loco. Figura 3.5 I: Cortina de vegetação temporária paralela à Avenida Luiz Boiteux Piazza. Fase Zero 3.5.3 Metodologia e procedimentos Para a redução do impacto visual sobre o campo de obras será mantida uma cortina de vegetação de aproximadamente 5 a 10 metros de largura, paralela à Av. Luiz Boiteux, durante toda a execução de obras da fase Zero. Onde não houver vegetação suficiente esta faixa poderá ser menor ou até não existir, mas nestes casos deverão ser aplicadas as técnicas descritas a seguir. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 21

Outra medida a ser adotada para minimização do impacto visual será a manutenção temporária da cerca de tela existente a uma distância aproximada de cinco metros da linha do acostamento da pista (Figura 3.5 II). Figura 31.5 II: Cerca abaixo do nivel da Avenida Luis Boiteux Piazza Complementarmente, será mantida temporariamente também uma das linhas de árvores (Pinus) existentes entre a cerca do terreno e a pista da Av. Luiz Boiteux Piazza, paralela a esta (figura 3.5 III). Figura 3.5 III: Linhas de árvores paralelas à pista Durante o processo de aterramento recomenda se a borrifação da superfície do solo com água para evitar a emissão de partículas no ar. Esta operação deverá ser executada quando houver possibilidade de dispersão de material pelo ar, a ponto de gerar incômodo à comunidade vizinha. Este umedecimento deverá ser controlado para não exceder o ótimo de umidade dos aterros, sendo utilizado apenas quando houver formação de poeira em níveis de gerar incômodo. No caso da necessidade de umedecimento dos aterros serão utilizados carros pipa e aspersores para miminizar a formação de poeira (figura 3.5 IV). PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 22

Figura 3.5 IV: Exemplos de carro pipa com aspersores 3.5.4 Resultados esperados Minimização de incômodos aos moradores locais ou transeuntes da Av. Luiz Boiteux Piazza causados pelo impacto visual do canteiro de obras e pela emissão de poeira durante as obras. Para tanto, durante a implantação dos aterros e do sistema viário interno deverão ser seguidas as recomendações descritas na Metodologia. 3.5.5 Formas de medição dos resultados O cumprimento das recomendações será verificado por meio da supevisão ambiental das obras, materializada em relatórios mensais de andamento e de cumprimento do Cronograma. A efetividade da medida em reduzir o impacto visual e a emissão de poeira, e conseqüentemente o incômodo gerado, será avaliada de duas formas: por meio da avaliação visual realizada pela supervisão ambiental das obras da Av. Luiz Boiteux Piazza, em relatórios mensais; e pela atividade da Ouvidoria Ambiental do SAPIENS PARQUE, a ser criada antes do início das obras. 3.5.6 Indicadores Cronograma de atividades Nível de suspensão de poeira, avaliado qualitativamente por aspecto visual em diferentes condições de ventos, na Av. Luiz Boiteux Piazza e nas quadras residenciais mais próximas; Número de eventuais reclamações de moradores e transeuntes encaminhadas à Ouvidoria Ambiental; e Registro fotográfico do aspecto cênico tomado ao longo da Av. Luiz Boiteux Piazza antes e durante a execução das obras. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 23

4. Programa de Espaços Naturais PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 24

O Programa de Ações Relacionadas aos Espaços Naturais da Fase Zero Anterior estava intrinsicamente relacionado à proposta de ocupação da época, que se dava ao longo do canal do Braz. Para se ter uma dimensão da mudança é interessante comparar o número de estruturas de passagem de água (bueiros) de uma e outra: na proposta anterior eram 11 passagens de água e agora são apenas 2. A intensa intervenção junto aos cursos d água motivou inclusive uma ocupação considerando a revitalização dos banhados do Braz. Para tanto foram propostas na ocasião 03 ações: Manejo adequado dos lagos, no sentido de promover peixamento e/ou colonização por espécies nativas; Manutenção de células de ambiente natural permeando o ambiente construído; Estruturas redutoras de velocidade de veículos e/ou passagem de fauna em locais estratégicos. A primeira ação já não tinha muita aplicabilidade, em função de que os lagos propostos (assim como agora) eram tipicamente urbanos, ou seja, envolvidos por edificações, tendo um efeito muito mais paisagístico. Como a proposta de ocupação não se dá mais no entorno do canal do Braz, estas ações não tem mais sentido neste momento, mas devem ser aplicadas quando na Fase 1 for ocupada esta região. Portanto, quando do desenvolvimento do PBA da Fase 1, estas medidas deverão ser incorporadas. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 25

5. Programa de Sustentabilidade da Drenagem PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 26

5.1 Canais Perimetrais 5.1.1 Objetivo da medida e aplicabilidade à Fase Zero A área prevista para instalação do SAPIENS PARQUE é bastante plana, com baixa drenagem e presença de grandes áreas de armazenamento natural (superfície de inundação) onde, ao longo do tempo, várias intervenções foram executadas com o objetivo de melhorar o escoamento. Antes da década de 40, o escoamento de grande parte da área do empreendimento ocorria através do rio do Braz e apenas uma pequena fração se dava no sentido do rio Papaquara. Existiam duas bacias definidas pela sua drenagem natural, que eram a do Papaquara e a do Braz, com um divisor de água fragilmente definido entre elas em face da topografia plana. Entre as décadas de 50 60 ocorreu uma forte intervenção do DNOS no sentido de alterar a drenagem natural das duas bacias para que a área pudesse ser utilizada para a agricultura. A solução encontrada para aumentar a drenagem foi a de transferir grande parte do escoamento da área em análise para a bacia do Papaquara através de canais de drenagem construídos diagonalmente na direção do Braz para o Papaquara. Isso não impediu que o fluxo de parte da bacia continuasse no sentido da barra de Canasvieiras, mas reduziu sua participação no total escoado na bacia do Braz em direção a Canasvieiras. Com o passar do tempo os canais construídos foram sendo obstruídos por pequenos aterros, pela vegetação natural, desbarrancamento e resíduos sólidos, reduzindo muito o fluxo pelos canais. Para agravar a situação, boa parte do esgoto gerado pelas populações de Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus é lançada nestes canais. Resumidamente, pode se dizer que o sistema hoje está interligado e funcionando da seguinte forma: Pequenas precipitações: o escoamento se dá todo no sentido da bacia do Papaquara, uma vez que a barra do rio do Braz nestas condições encontra se fechada; e Grandes precipitações: na ocorrência de eventos mais críticos, o nível dos canais se eleva, fazendo com que a barra do Braz se rompa. Aí então todo o escoamento, inclusive de boa parte do rio Papaquara, ocorre no sentido do rio do Braz. Após escoado este volume armazenado nos canais a barra lentamente volta a se fechar e retorna se então ao cenário anterior. Durante o desenvolvimento dos estudos ambientais que culminaram no EIA/RIMA verificou se que para a implantação de todo o empreendimento do SAPIENS PARQUE, levando se em consideração a complexidade hídrica do seu entorno em relação a drenagem urbana de parte de Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus, seriam necessários futuramente estudos mais amplos destas interferências. Diante disto, foram realizados outros estudos ainda preliminares, posteriormente ao EIA/RIMA em 2005, avaliando se as condicionantes da macrodrenagem da área de influência do Sapiens Parque pelo Dr. Carlos Eduardo M. Tucci (PhD. em Hidrologia Urbana), concluíndo se que seriam necessários além dos estudos dos cenários de macrodrenagem novas avaliações para a determinação de soluções específicas para a problemática da região e que levassem em conta as condições de contorno internas (área de inundação do rio Papaquara no terreno) e externas (bacia de montante do terreno e ligação do Canal do Braz entre a sua barra e canais internos). Ou seja, a solução da problemática da macrodrenagem que envolve a região do terreno deste projeto depende de outros fatores a serem resolvidos ou tomados como ponto de partida, principalmente nas questões que envolvem as áreas urbanas já constituídas de uma maneira caótica (como Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus) do ponto de vista da drenagem e suas implicações na degradação ambiental local. Assim, para a avaliação final e completa das alternativas de solução para a macrodrenagem da região e por conseguinte as soluções específicas em relação a conectividade da área do projeto junto ao canal do Braz e do rio Papaquara, será objeto de um estudo mais amplo e de maior complexidade. Seriam PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 27

avaliadas as vantagens e/ou desvantagens, além da funcionalidade, de implantação de outros canais secundários (perimetrais) que funcionariam como reforço ao canal do Braz interligando a região do entorno do SAPIENS PARQUE (junto a praia de Canasvieiras e do rio do Braz) com o sistema Papaquara Ratones. Este estudo deverá ser contemplado ainda nesta fase Zero com o objetivo de estabelecer, de maneira detalhada as soluções para o funcionamento do sistema hídrico de uma forma completa. Como já identificado desde o inicio dos estudos na região, o problema é de difícil resolução por exigir soluções integradas: somente é viável a fixação da barra do Braz se concomitantemente for resolvido o problema de esgotamento sanitário de Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus, que sendo balneários, necessitam soluções que atendam a toda a população flutuante da temporada de verão. De qualquer forma, para a implantação da Fase Zero do Sapiens Parque serão mantidas as condições do cenário atual como sendo uma transição entre o escoamento pelo canal do Braz via barra do rio do Braz em Canasvieiras e a drenagem da região através do rio Papaquara com reduzida vazão através do rio do Braz. Em outras palavras, será realizado no canal do Braz, interno ao terreno do empreendimento, a sua limpeza e desobstrução, tendo como função estabelecer a conectividade entre a região drenada pelo rio do Braz e o próprio terreno do SAPIENS PARQUE. As direções de fluxos serão estabelecidas pelas condições naturais, conforme as contribuições de vazões (resultado das intensidades de precipitação) e variações de maré. Neste contexto, esta medida que previa anteriormente dois canais perimetrais, sendo um junto a Av. Boiteux Piazza (Perimetral Norte) e outro junto ao terreno da CASAN e Kartódromo dos Ingleses (Perimetral Sudoeste), ambos em direção ao rio Papaquara, será composta para esta adequação da Fase Zero pelo canal Paralelo Norte. Desta Maneira, teremos como canais que farão a conexão entre o rio do Braz e do sistema Papaquara Ratones nesta etapa do projeto denominados da seguinte forma: Canal Paralelo Norte: paralelo à Av. Luiz Boiteux Piazza, entre o canal do Braz e o acesso a ETE CASAN. Com os estudos futuros de macro drenagem da região este canal poderá ser estendido, formando um canal perimetral na zona nordeste do empreendimento. Canal do Braz: localizado na porção média do terreno com direção norte sul, se estendendo entre o rio do Braz (junto a Av. Boiteux Piazza) e rio Papaquara, numa extensão de 1750 m. Essa medida, assim como várias outras citadas quando do comentário sobre a revitalização dos canais internos, tem como função fazer frente aos impactos da impermeabilização do solo, não só do empreendimento, mas de toda a região. Para a Fase Zero está prevista a desobstrução e limpeza do canal Paralelo Norte, que se transformará no principal sistema de drenagem da região ao conectar se com o canal do Braz e destes com o rio do Braz (junto a praia de Canasvieiras). 5.1.2 Localização da ação Na figura 5.1 I é apresentada a localização do canal Paralelo Norte e do canal do Braz. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 28

L=600m Figura 5.2 I: Canal Paralelo Norte e canal do Braz Figura 5.1 I: Localização do Canal Paralelo Norte e Canal do Braz 5.1.3 Dimensionamento/Quantitativo O canal Paralelo Norte será desobstruído e limpo na Fase Zero uniformizando a sua seção na forma trapezoidal de lâmina livre com base maior de 7,0 m e menor de 5,0 m, taludes 1:1, e lâmina d água de 1,0 m. Este canal terá uma extensão total de 600 m passando paralelamente à Av. Luiz Boiteux Piazza, pelo acesso à ETE da CASAN, chegando até o canal do Braz. No interior do terreno do SAPIENS PARQUE, junto ao projeto da Fase Zero, há o canal do Braz, que possui seção variável uma vez que temos áreas de espraiamento junto às suas margens, mas de uma maneira geral as seções são próximas de uma seção trapezoidal com base maior de 5,0 m e menor de 3,0 m. Junto à Av. Luiz Boiteux Piazza tem se a presença de bueiro triplo celular com diâmetro de 1,0 m, mantendo todo o sistema conectado. A extensão total desde a avenida e o rio Papaquara é de 1.750 m, sendo nesta Fase Zero realizada a sua desobstrução e limpeza para o escoamento livre das águas de drenagem. Na figura 5.1 II é apresentado o detalhe da seção transversal do canal Paralelo Norte e do Braz a serem uniformizados em sua extensão. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 29

CANAL PARALELO NORTE 7 m (base máxima) Nível do solo CANAL DO BRAZ (INTERNO) 5 m (base máxima) Nível do solo 1 1 5 m (base) 1 m (NA máximo) 1 1 3 m (base) 1 m (NA máximo) Figura 5.1 II: Seção transversal do canal Paralelo Norte e do Braz a serem limpos, desobstruídos e uniformizados 5.1.3.1 Metodologia As seções transversais definidas para o canal Paralelo Norte e para o canal do Braz consideraram parte das contribuições de vazões de drenagens das regiões do empreendimento SAPIENS PARQUE na sua Fase Zero assim como da conexão entre o canal do Braz e dos volumes a serem conduzidos para o rio do Braz e/ou Papaquara. Desta forma, a conexão efetuada entre o canal do Braz (interno ao terreno) e o rio do Braz, além do canal Paralelo Norte, receberá águas da microdrenagem de Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus sendo posteriormente escoados até o rio Papaquara. O sistema estará totalmente interligado e poderá haver o escoamento livre tanto para o rio Papaquara como para a foz do rio do Braz, desde que esta esteja aberta. Em termos de vazões de cheias não ocorrerão acréscimos em função da ocupação prevista para a Fase Zero, pois serão realizadas medidas de controle na fonte do empreendimento (reservatórios de infiltração, pavimentos permeáveis e captação de água da chuva). Há um gradiente bastante satisfatório entre as regiões de montante (Fase Zero) em relação ao rio Papaquara, com desníveis de fundo de canal entre 0,8 a 1,0 m (o que para regiões planas favorece em muito o escoamento). O fato de ocorrerem, em eventos de cheias, problemas de inundações em algumas regiões do terreno, se dá em virtude das obstruções e da falta de manutenção dos canais principais de escoamento. A rede hídrica tem seu sentido favorecido na quase totalidade do tempo na direção do rio Papaquara, e somente em eventos de grandes cheias combinadas com refluxos de marés é que ocorre mudança de sentido em direção à foz do rio do Braz, desde que a barra esteja aberta. Tendo em vista a proposta de um estudo hidrodinâmico e de macrodrenagem mais amplo na região do SAPIENS PARQUE que contemple a problemática da drenagem de Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus junto ao canal do Braz, serão avaliadas futuramente alternativas que visem melhorar a drenagem neste ponto. Para a situação atual em que teremos parte das intervenções de todo o projeto do SAPIENS PARQUE (com a implantação da Fase Zero) a melhoria do escoamento pela limpeza/desobstrução e uniformização de seção do canal do Braz e do canal Paralelo Norte (junto a Av. Boiteux Piazza) terão capacidade suficiente de manter a função de ligação e de drenagem entre o rio do Braz junto a praia de Canasvieiras e o rio Papaquara. As direções de fluxos ainda permanecerão influenciadas pelas condições de precipitação e marés. Desta forma a alternativa de implantação de um novo canal perimetral norte e sudoeste (que faria uma função compartilhada a do canal do Braz, permitindo a conexão do rio do Braz PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 30

ao rio Papaquara) que interligaria a região do rio do Braz (em conjunto com o canal do Braz) ao rio Papaquara, será objeto de um estudo maior capaz de analisar o entorno da região como citado anteriormente. 5.1.3.2 Resultados esperados Com a desobstrução/limpeza e uniformização das seções transversais do canal Paralelo Norte, assim como do canal do Braz, haverá uma sensível melhoria do sistema de drenagem da região. Como comentado anteriormente, em virtude do sistema estar obstruído em diversos pontos e por falta de manutenção nos canais existentes, toda a região está adequada hidricamente (de maneira bastante precária) aos pontos disponíveis de desemboque dos sistemas de drenagem. As ocupações previstas para esta Fase Zero não acrescentarão mudanças significativas nas vazões de cheia, uma vez que será implementada uma série de medidas para controle de geração de escoamento superficial na fonte, como reservatórios de infiltração, pavimentos permeáveis e captação da água da chuva. Assim, de maneira geral, as medidas a serem tomadas diretamente nestes canais, como nas formas de controle e manejo da drenagem, possibilitarão por um lado elevar se os volumes drenados, abatendo se assim picos de cheias capazes de elevar os volumes de inundação nesta região, assim como controlar parte das águas a serem drenadas. Mesmo com a utilização dos canais de drenagem Paralelo Norte e do Braz para o escoamento das águas remanescentes desta região do empreendimento, espera se que não ocorrerá a transferência de inundações (cheias) para jusante. 5.1.3.3 Forma de medição dos resultados A execução será acompanhada por meio de relatórios de supervisão ambiental. O monitoramento da drenagem da região será composto por uma rede de 05 (cinco) linígrafos digitais instalados no canal do Braz, Papaquara e Ratones, além de registros de variação de nível da maré no mar (praia de Jurerê). Junto a estes linígrafos também teremos a instalação de réguas limnimétricas para a consistência e confirmação dos dados registrados pelos equipamentos automáticos (mais detalhes são apresentados no Programa de Monitoramento). Todo este acompanhamento dos níveis d água na região será de suma importância para a definição e conhecimento das adequações no sistema hídrico implementado inicialmente através do livre escoamento dos canais internos e pela recuperação do fluxo através do canal do Braz. De acordo com a operação dos linígrafos poderão ser realizadas medidas manuais (por observador) e frequentes nas réguas limnimétricas para a manutenção da continuidade dos registros sem falhas. Assim, com os resultados medidos teremos uma avaliação da situação do sistema hídrico anterior e posterior às obras do SAPIENS PARQUE. 5.1.3.4 Indicadores Para a avaliação da efetividade destas medidas no sistema hídrico de uma maneira geral, através das intervenções no canal Paralelo Norte e canal do Braz, serão analisados os seguintes fatores: Aquisição e comparação dos níveis de água antes e depois das obras entre as regiões de montante e jusante; PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 31

Freqüência e quantidade (número) de aberturas da barra do Braz, assim como efeitos observados nos canais perimetrais e internos do SAPIENS PARQUE; Direções de fluxos nos canais internos e perimetrais registradas posteriormente às intervenções no terreno, durante os eventos de cheias; e Níveis alcançados durante eventos de inundações recorrentes e severas, avaliando se as condições de concomitância com refluxos de marés através do rio Papaquara. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 32

5.2 Revitalização de Canais Internos 5.2.1 Objetivo da medida e aplicabilidade à Fase Zero Considerando a problemática discutida na medida anterior (canais perimetrais), onde observou se que as soluções viáveis para a macrodrenagem deficiente de todo o sistema do rio do Braz e rio Papaquara precisam passar por uma avaliação integrada a ser discutida posteriormente e cujas alternativas devem levar em consideração toda a bacia balneária de Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus. Por ora a solução é a melhoria do escoamento dos canais existentes que estão completamente assoreados e praticamente sem escoamento, reduzindo se com isto os impactos advindos do aumento da impermeabilização do solo. Deve se frisar que essa é apenas uma das ações/medidas visando resolver tal tipo de impacto, podendo se citar, dentre outras, o uso da água de chuva para abastecimento, reservatórios de infiltração ou pavimentos permeáveis. Para a Fase Zero os canais a serem revitalizados são parte do canal Paralelo Norte (paralelo a Av. Boiteux Piazza) e o canal do Braz, conforme Figura 5.2 I. 5.2.2 Localização da ação L=600m Figura 5.2 I: Canal Paralelo Norte e canal do Braz PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 33

5.2.3 Dimensionamento/Quantitativo O canal do Braz interno ao terreno do Sapiens será desobstruído e limpo em seu leito na Fase Zero numa extensão de 1.750 m e seção trapezoidal de lâmina livre com base maior de 5,0 m e menor de 3,0 m, taludes 1:1 e lâmina d água de 1,0 m. Esta seção será uniformizada em toda a sua extensão, possibilitando o escoamento livre pelo seu leito até o rio Papaquara. Atualmente a seção deste canal é bastante variável, mas possui sua geometria bastante semelhante à proposta. 5.2.4 Metodologia O dimensionamento deste canal interno considerou parte das contribuições de vazões de drenagens das regiões tanto do empreendimento SAPIENS PARQUE na sua Fase Zero, como de Canasvieiras na sua porção nordeste que drena para os canais de drenagem da Av. Luiz Boiteux Piazza, bem como para as duas margens do rio do Braz e do canal do Braz. Este canal interno terá a maior parte do tempo (em pequenas precipitações) esgotamento no sentido do rio Papaquara. Somente em eventos críticos (grandes precipitações) onde a barra do rio do Braz esteja aberta é que ele esgotará no sentido oposto, em direção a praia de Canasvieiras. Assim, o sistema funcionará como ocorre atualmente, porém com maior eficácia. Tendo em vista a proposta de um estudo hidrodinâmico mais amplo na região do Sapiens Parque que contemple a problemática da drenagem de Canasvieiras, e Cachoeira do Bom Jesus junto ao Canal do Braz, serão avaliadas futuramente alternativas que visem melhorar ainda mais a drenagem neste ponto. Para a situação atual em que teremos parte das intervenções de todo o projeto do SAPIENS PARQUE, a melhoria do escoamento pela revitalização do canal do Braz terá capacidade suficiente de manter a função de ligação entre o rio do Braz junto a praia de Canasvieiras e o rio Papaquara. As direções de fluxos ainda permanecerão influenciadas pelas condições de precipitação e marés. Desta forma a alternativa de implantação de um novo canal (que faria uma função compartilhada a do canal do Braz, permitindo a conexão do rio do Braz ao rio Papaquara) será objeto de um estudo maior capaz de analisar o entorno da região como citado anteriormente. 5.2.5 Resultados esperados Essa medida, possibilitará uma composição de um pequeno sistema hídrico local capaz de atender as demandas de escoamento, possibilitando ainda uma sensível melhoria do sistema de drenagem da região. Como comentado anteriormente, em virtude do sistema estar obstruído em diversos pontos e por falta de manutenção nos canais existentes, toda a região está adequada hidricamente (de maneira bastante precária) aos pontos disponíveis de desemboque dos sistemas de drenagem. Aliadas a esse fato, com o passar do tempo ocorreram ocupações desordenadas que resultaram em perdas de áreas de infiltração, fazendo com que a região elevasse seus volumes a serem drenados e por conseqüência demandando gradientes e seções de escoamento inexistentes nos pontos requeridos. Desta forma, as medidas a serem tomadas nesses canais possibilitarão aumentar os volumes drenados, abatendo se assim picos de cheias capazes de acrescer os volumes de inundação nesta região. Entretanto, com o objetivo de reduzir os volumes a serem transportados para jusante, o SAPIENS PARQUE nesta Fase Zero implantará ainda os controles de drenagem na fonte, como reservatórios de infiltração, pavimentos permeáveis e captação da água da chuva para abastecimento. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 34

5.2.6 Forma de medição dos resultados A execução será acompanhada por meio de relatórios de supervisão ambiental. O monitoramento da drenagem da região será composto por uma rede de 05 (cinco) linígrafos digitais instalados no canal do Braz, Papaquara e Ratones, além registros de variação de nível da maré no mar (praia de Jurerê). Junto a estes linígrafos também teremos a instalação de réguas limnimétricas para a consistência e confirmação dos dados registrados pelos equipamentos automáticos (mais detalhes são apresentados no Programa de Monitoramento). Todo este acompanhamento dos níveis d água na região será de suma importância para a definição e conhecimento das adequações no sistema hídrico implementado inicialmente através do livre escoamento dos canais internos e pela recuperação do fluxo através do canal do Braz. De acordo com a operação dos linígrafos poderão ser realizadas medidas manuais (por observador) e frequentes nas réguas limnimétricas para a manutenção da continuidade dos registros sem falhas. Assim, com os resultados medidos teremos uma avaliação da situação do sistema hídrico anterior e posterior às obras do SAPIENS PARQUE. 5.2.7 Indicadores Para a avaliação da efetividade destas medidas no sistema hídrico de uma maneira geral, através das intervenções no canal do Braz, serão analisados os seguintes fatores: Aquisição e comparação dos níveis de água antes e depois das obras entre as regiões de montante e jusante; Freqüência e quantidade (número) de aberturas da barra do Braz, assim como efeitos observados no canal do Braz e demais canais internos, assim como no entorno da região do SAPIENS PARQUE; Direções de fluxos do canal do Braz e demais canais internos registradas posteriormente às intervenções no terreno, durante os eventos de cheias; e Níveis alcançados durante eventos de inundações recorrentes e severas, avaliando se as condições de concomitância com refluxos de marés através do rio Papaquara. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 35

5.3 Manter Livre a Passagem de Cursos de Água 5.3.1 Objetivo da medida e aplicabilidade à Fase Zero Esta medida diz respeito ao sistema viário nos locais em que cruza os canais existentes na região. Sistemas de drenagem deficientes têm sido, sempre, os maiores causadores de problemas das rodovias. Portanto, qualquer obra de drenagem projetada de forma inadequada poderia agravar ainda mais a deficiente drenagem da região. Mas além do aspecto da drenagem em si, uma questão que não deve ser esquecida é que a região, em função de sua qualidade ambiental, é abrigo de uma fauna relativamente bem conservada, que se desloca através dos canais ou das áreas de banhados. Desta forma, não só os aspectos de livre passagem da água para promover a boa drenagem da região devem ser considerados, mas também a livre circulação da fauna, principalmente para espécies como jacaré, lontra, cobra, lagarto e aves. Na Fase Zero Anterior eram previstos 11 bueiros para travessias das valas existentes pelo sistema viário, sendo que teríamos 06 existentes (que seriam realizados prolongamentos) e 05 projetados para as novas intervenções. Para a Fase Zero Atual é previsto somente 01 bueiro de travessia ao canal paralelo a Av. Boiteux Piazza (Canal Paralelo Norte), junto ao sistema viário (trecho 1 e 2 do projeto da Infra Estrutura da Iguatemi) que podem ser visualizadas no sub item Localização. Este mesmo bueiro foi estabelecido considerando o critério hidrológico/hidráulico para o livre escoamento das águas pelo canal, mantendo se a seção já disponível. Teremos também a implantação de mais 01 bueiro que tem por função a ligação entre os lagos 1 e 2. Os mesmos não terão alas e funcionarão como vasos comunicantes entre os dois lagos, pois terão declividade de 0%. 5.3.2 Localização da ação Na figura 5.3 I é apresentada a localização do bueiro a ser implantado na travessia do canal junto ao sistema viário (trechos 1 e 2) a ser implantado durante a Fase Zero do SAPIENS PARQUE. Como pode ser visto projetou se um bueiro triplo celular de concreto para a travessia deste canal existente junto à junção dos trechos 1 e 2 do sistema viário segundo o Projeto Final de Engenharia da Iguatemi dando continuidade ao seu escoamento para jusante em direção ao canal do Braz, mantendo se assim a livre passagem das águas. Entre os lagos 1 e 2 temos um bueiro de ligação, funcionando somente como vaso comunicante. As características de cada passagem são descritas no sub item a seguir. 5.3.3 Dimensionamento/Quantitativo Na Fase Zero do SAPIENS PARQUE 01 bueiro será construído junto ao Canal Paralelo Norte (paralelo a Av. Boiteux Piazza) para a travessia do sistema viário na junção dos trechos 01 e 02 do projeto da Iguatemi. Desta forma, será mantida a livre passagem das águas neste canal que será limpo, desobstruído e uniformizado quanto a geometria de sua seção. Entre os lagos 1 e 2 teremos o bueiro de ligação entre os mesmos, funcionando somente como vaso comunicante. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 36

Figura 5.3 I: Localização dos bueiros de passagem de água (Fonte: Iguatemi) PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 37

As características destes bueiros são as seguintes: Tabela 5.3 I: Características dos bueiros de passagem de água de drenagem (Obras de Arte Corrente OAC) OAC Obra Seção L total (m) OBS 1 BTCC 3 x 2 m 13 Sistema Viário Junção dos Trechos 1 e 2 2 BDTC 0,80 m 15 Interligação dos Lagos 1 e 2 5.3.4 Metodologia Conforme o Projeto Final de Engenharia Rodoviária da Iguatemi, para a delimitação das áreas de contribuição foram utilizados os levantamentos topográficos, aerofotogramétricos e de fotos aéreas existentes, apoiados com visita a campo para confirmação dos canais a serem estabelecidas travessias e a manutenção do livre escoamento das águas em direção ao canal do Braz. Como a região possui pequenas declividades e é extremamente baixa, as valas de drenagem funcionam como elementos de equilíbrio do sistema hídrico. O dimensionamento destes bueiros foi realizado de forma a garantir o escoamento normal existente, ou seja, manter a mesma seção de escoamento nas passagens sob o sistema viário, evitando com isso, alterar o fluxo normal da água. Neste contexto e devido às condições de gradientes geométricos, optou se por projetar bueiros triplos de seção 3,00 x 2,00 m, do tipo pré moldado, com pequena declividade. 5.3.5 Resultados esperados Espera se que as estruturas projetadas possam escoar plenamente as águas sem causar represamentos para montante, ou seja, com escoamento de lâmina livre. Além disso é esperada que estas intervenções não interfiram nas cotas de inundação já estabelecidas pelos estudos hidrodinâmicos do EIA/RIMA. 5.3.6 Forma de medição dos resultados Relatórios de supervisão ambiental. Aspecto Hidráulico do Escoamento: acompanhamento dos níveis à montante e à jusante das estruturas hidráulicas, assim como dos sentidos de fluxos do sistema. 5.3.7 Indicadores Comparação dos níveis de água antes e depois do empreendimento; Manutenção dos níveis de água à jusante e à montante das estruturas; Avaliação e comparação antes e depois do empreendimento dos sentidos de fluxos do sistema. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 38

5.4 Aplicação de Boas Práticas Construtivas nas Obras de Drenagem, Acompanhadas por Monitoramento 5.4.1 Objetivos da medida e aplicabilidade à Fase Zero As características da região exigirão que várias obras de drenagem sejam realizadas no local. Durante o processo de adequação do sistema de drenagem serão realizadas obras junto à rede de canais interna e externa ao terreno, que poderão modificar a dinâmica hidrossedimentológica local. Como impacto destas atividades ter se ia o potencial risco ao incremento de erosão dos leitos dos canais (margens e fundo desestabilizadas) uma vez que, pela ocorrência de chuvas intensas e com as margens desprotegidas e expostas, poderia haver processos de desestabilização de partículas que seriam carreadas para pontos de jusante no sistema fluvial (ocasionando assoreamentos e depósitos nestas áreas). Para redução destes impactos nas áreas adjacentes ao SAPIENS deverão ser adotadas práticas construtivas e de manejo de forma a reduzir a quantidade de materiais desestabilizados e removidos. Paralelamente a essas ações diretas nos canais alterados, deverão ser acompanhadas as mudanças aceleradas de suas feições e das áreas adjacentes, avaliando se possíveis processos de deposição de sólidos. Neste sentido, deve ser realizada a remoção destes, evitando se interrupções de escoamento para as regiões de jusante (com reflexos para as regiões de montante dos canais erodidos). Para diminuir os riscos de impactos e como medida preventiva, pode se priorizar a realização das obras de drenagem em períodos de baixa probabilidade de chuvas intensas. Na Fase Zero estas medidas serão aplicadas principalmente junto ao canal Paralelo Norte e canal do Braz. 5.4.2 Localização da ação Na figura 5.4 I são apresentadas as localizações do canal Paralelo Norte e do canal do Braz, local onde se aplicarão as boas práticas de drenagem nessa Fase Zero. 5.4.3 Dimensionamento/Quantitativo da ação Estas boas práticas de drenagem se darão junto com a limpeza/desobstrução de 600 metros do canal paralelo Norte e de 1.750 metros do canal do Braz (interno) que abriga o antigo leito do rio do Braz. 5.4.4 Metodologia e procedimentos As boas práticas de drenagem a serem implantadas no SAPIENS PARQUE dizem respeito a princípios modernos e a boas práticas propriamente ditas, ações estas bastante localizadas. Princípios modernos Não aumentar o escoamento para jusante, transferindo a inundação; Evitar inundações no local; Conservar os processos naturais do escoamento; Minimizar os impactos de jusante sobre os sedimentos e a qualidade da água, evitando se a erosão e a redução da qualidade da água. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 39

L=600m Figura 5.4 I: Canal Paralelo Norte e Canal do Braz Boas práticas Implantar a limpeza dos canais antes de iniciar as obras de drenagem (bueiros) do sistema viário; Utilizar barreiras de siltagem com geotêxteis para evitar que as áreas a serem aterradas venham a gerar sedimentos que possam obstruir os canais; Conduzir para bota foras adequados o material retirado na limpeza dos canais; Implantar vegetação junto aos taludes dos canais para evitar a erosão; Antes de encaminhar as águas pluviais das áreas impermeabilizadas para os canais, estas deverão passar primeiramente por áreas de wetlands ou banhados com a finalidade de remoção de poluentes; Todos os pontos de deságüe da drenagem deverão receber proteção contra a erosão; Nos casos em que possa haver transporte de sedimentos, deverão ser previstas caixas de sedimentação de sólidos, as quais receberão manutenção periódica. Esta medida se aplica aos locais onde se tem previsão de escavar material para aterro e ao local do próprio aterro; Não deverão ser lançados esgotos nos canais de drenagem; e Todos os taludes gerados em áreas de empréstimo ou bota fora deverão estar adequadamente protegidos contra a ação erosiva das águas pluviais, até que tais áreas sejam recuperadas de forma definitiva. Estas medidas ocorrerão durante as obras e nos primeiros meses após a realizacão destas, em virtude das mesmas neste período ainda não estarem devidamente consolidadas. Mas também será fundamental a permanente manutenção, sem o que as obras não reverterão o sucesso desejado. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 40

5.4.5 Resultados esperados O resultado esperado para esta medida é que as obras de drenagem previstas acabem não causando problemas em razão de seus aspectos construtivos. 5.4.6 Forma de medição dos resultados Supervisão das obras e monitoramento sistemático do aspecto visual dos canais. Além disso, as medições efetuadas para avaliação dos canais que serão limpos/desobstruídos e uniformizadas as suas seções trarão subsídios para avaliação da eficácia das obras. 5.4.7 Indicadores Níveis de água no sistema hídrico do SAPIENS PARQUE e entorno (canais de drenagem); Identificação de áreas alagadas; Freqüência, magnitude e duração das aberturas da Barra do Braz; Identificação de locais erodidos; Identificação de locais de sedimentação (depósitos) de sólidos; e Identificação de instabilidade de margens de taludes. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 41

5.5 Condução de Águas de Chuva Excedentes para Reservatórios de Infiltração 5.5.1 Objetivos da medida e aplicabilidade à Fase Zero O objetivo principal dessa medida é combater o aumento do escoamento superficial em função do aumento da impermeabilização do solo. Esta é uma das medidas que visam não aumentar o escoamento para jusante, evitando com isto transferir os problemas de inundação. Diante da vasta bibliografia existente sobre os impactos na drenagem causados pelas ocupações urbanas não controladas, pode se afirmar que, a medida em que ocorre o acréscimo de áreas impermeáveis na bacia, ocorre um aumento também do volume a ser escoado. Devem, porém, ser considerados os diferentes tipos de ocupação, uma vez que todos os estudos ligados a estas questões tratam de áreas urbanas densamente ocupadas e com percentuais de impermeabilização muito acima daqueles encontrados em bacias suburbanas e rurais (os quais possuem efeitos minimizados e retardados em relação às anteriores), como é o caso da região do rio Ratones e, mais especificamente, do empreendimento. Quando se faz referência ao SAPIENS PARQUE aborda se um tipo de ocupação que não pode ser considerada como área urbana do ponto de vista de impermeabilização do solo, pois suas características e conseqüentes impactos, quando comparados a áreas reconhecidamente urbanas, são muito menores. Antecipando se a todo este contexto que envolve a drenagem urbana na região do empreendimento, foram adotadas várias medidas para fazer frente ao problema, destacando se uma, que é a utilização de zona de detenção/armazenamento da água da chuva com posterior infiltração no solo para controle do escoamento no próprio terreno, aqui denominado de Reservatório de Infiltração. Esta ação visa que as conseqüências da urbanização não sejam transportadas para jusante, sendo desta forma controladas na fonte, ou seja, na microdrenagem, conforme recomendado por TUCCI & GENZ (1995) 3. Os dispositivos de armazenamento permitem o retardo do escoamento, atenuando o pico do hidrograma e possibilitando a recuperação da capacidade de amortecimento, reduzida pela bacia devido ao incremento de impermeabilização. Segundo os estudos efetuados por CRUZ et al. (2000) 4, para controle do escoamento através de reservatório com infiltração no solo, pode se reduzir a vazão de escoamento para cheias freqüentes (2 a 5 anos) em média de 20 a 35% para as taxas de impermeabilização variando entre 50 e 100%. Assim como a utilização dos pavimentos permeáveis, a implementação do controle de escoamento na microdrenagem constitui se como tendência moderna e racional na área de drenagem urbana, uma vez que incrementa a infiltração e aumenta o retardo do escoamento. O município de São Paulo, em decorrência das graves enchentes ocorridas freqüentemente em sua zona urbana, aprovou a Lei nº 13.276, de 04/01/02, que torna obrigatória a execução de reservatório (as chamadas piscininhas) para as águas coletadas por coberturas e pavimentos nos lotes, edificados ou não, que tenham área impermeabilizada superior a 500 m². Para a Fase Zero estes dispositivos serão utilizados tanto para a drenagem das águas do sistema viário como das edificações. No sistema viário teremos estes dispositivos sob a forma de wetlands e para as edificações como reservatórios de infiltração. 3 TUCCI, C.E.M; GENZ, F. Drenagem Urbana. Porto Alegre: Ed. Universidade/ UFRGS/ ABRH, 1995. 4 CRUZ, M. A. S.; TUCCI, C.E.M. e SILVEIRA, A. L.L. Controle do escoamento em lotes urbanos com detenção. In Carlos E. M. Tucci e David da Mota Marques (org). Avaliação e controle da drenagem urbana. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2000. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 42

5.5.2 Localização da ação Na Figura 5.5 I é apresentada a localização dos reservatórios de infiltração das Unidades Privativas. Procurou se atender cada setor da Fase Zero prevendo se os reservatórios próximos às áreas em que são gerados os escoamentos de água. São previstos 07 reservatórios de infiltração (RI 1 a RI 7), junto às áreas onde são gerados os volumes a serem infiltrados. Figura 5.5 I: Localização dos reservatórios de infiltração 5.5.3 Metodologia e procedimentos Esses reservatórios poderão ser do tipo caixas de concreto ou material similar que permitam a passagem da água e ao mesmo tempo possam retê las por um determinado tempo, formado se uma espécie de pulmão e conjuntamente ocorrendo a infiltração. Os dispositivos ficam enterrados e em pleno contato com o solo (de maneira protegida) para a efetividade dos processos de infiltração. Na figura 5.5 II, a seguir, pode se analisar um exemplo de utilização desses reservatórios de infiltração subterrâneo através de sistema modular de fabricação industrial, de larga utilização no exterior. Para o detalhamento dessas estruturas é necessária a realização do projeto hidro sanitário, assim como dos locais exatos das descidas das drenagens nos prédios, terraços, praças e calçadas, avaliando se a sua localização. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 43

Figura 5.5 II: Exemplo de reservatório de acumulação e infiltração de água de chuva em área de estacionamento Na tabela a seguir são apresentados os volumes dos reservatórios de infiltração para a Fase Zero do SAPIENS PARQUE. Tabela 5.5 I: Volumes de Infiltração Fase Zero Local Área de Impermeabilização (m²) Volume do(s) Reservatório(s) (m³) Sistema Viário sem canteiros 9.610 59 Unidades 73, 93 e 94 5.910 122 (17,5 m³/unidade) Total 15.520 181 A taxa de impermeabilização da Fase Zero é de 8,11% (15.520/191.425), e quando comparado ao terreno como um todo este valor cai para apenas 0,34% (15.520/4.500.000). Ressalta se que dentro do montante total de áreas construídas estão contidos também os valores equivalentes ao sistema viário. Entretanto, sabe se que nesta fase serão utilizados pavimentos intertravados (permeáveis), além de medidas de controle na fonte (como reservatórios de armazenamento e infiltração) em todas as vias que serão implantadas e nos setores construídos, reduzindo o nível de impermeabilização. No sistema viário os volumes de infiltração foram dimensionados através da metodologia para wetlands, uma vez que esse reservatório faz parte do sistema de forma integrada. Nas edificações foram considerados 50% de área dos telhados como contribuição de excesso (não captada para abastecimento) a ser armazenada e infiltrada. Na figura 5.5 III é apresentado o conceito de aproveitamento e disposição das águas pluviais. PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 44

TELHADO (ÁREAS EDIFICADAS) (início da precipitação) DEMAIS ÁREAS IMPERMEABILIZADAS SISTEMA VIÁRIO RESERVATÓRIO DE ÁGUA BRUTA RESERVATÓRIO DE ÁGUA DE DESCARTE (excesso) TRATAMENTO TIPO 1 RESERVATÓRIO PARA CONSUMO CONSUMO RESERVATÓRIO DE INFILTRAÇÃO INFILTRAÇÃO NO SOLO (excesso) WETLAND Figura 5.5 III: Conceito do aproveitamento e disposição das águas pluviais (drenagem) PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 45

Como para o município de Florianópolis não há nenhuma normatização para o dimensionamento destes dispositivos, foi utilizada a metodologia do Método das Chuvas (Baptista, M. 2005), que analisa a função entre as alturas precipitadas e os volumes armazenados e evacuados. Para isto são necessárias as curvas IDF s para os diversos períodos de retorno, além das curvas de PDF s. Assim as IDF s analisadas foram obtidas através da seguinte equação de chuvas de Florianópolis apresentada a seguir. No gráfico apresentado (Figura 5.5 IV) temos a representação destas curvas para diversos tempos de recorrência. 190,9. T i t 0, 339 0,149 sendo: i = intensidade da chuva em mm/h; T = período de retorno em anos; e t = duração da chuva em minutos Intensidade-Duração-Frequencia Intensidade de precipitação (mm/h) 240,0 220,0 200,0 180,0 160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 Período de Retorno (anos) 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 Duração (minutos) 2 5 10 20 25 50 100 Figura 5.5 IV: Curvas de Intensidade(mm/h), Duração (minutos) e Freqüência (anos) para Florianópolis (INMET) Área da projeção das edificações (telhados) = 5.910 m² Como foi adotado 50% de área dos telhados como contribuição de excesso (não captada para abastecimento) a área de contribuição final é de 2.955 m². Assim realizando se os balanços entre as contribuições de precipitação para n durações em relação a taxa de evacuação de vazões pelo solo temos que os seguintes resultados: Tempo de duração precipitação (TR 10 anos) = 60 minutos Altura de precipitação = 64,52 mm/hr PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 46

Altura de água a evacuar = 23,1 mm/hr Altura de água a armazenar = 41,5 mm/hr Vazão específica de saída (qs) = 0,384 mm/min Volume total a armazenar = 122 m³ Área para infiltração = 189 m² Desta forma para o total das edificações a serem atendidas pelos sistemas de infiltração e armazenamento temos um volume total de 108 m³, sendo necessário 189 m² de área de infiltração (porções de fundo e paredes dos reservatórios). Considerando se que teremos 07 unidades nesta Fase Zero serão então necessários reservatórios de armazenamento e infiltração com capacidade de no mínimo 17,5 m³ e área de 27 m². Assim prevemos a implantação de reservatórios no solo com medidas de 7 x 2,5 m com altura de 1 m, podendo os mesmos estarem preenchidas com britas de grande graduação ou pedras de mão, ou ainda por dispositivos industriais para infiltração como mostrados anteriormente. Como forma de garantia estes sistemas de infiltração estarão conectados ao sistema de Wetland s no caso de haver extravasamento por excesso de chuvas por conta de maiores recorrências. 5.5.4 Resultados esperados Como resultado dessa medida conclui se que haverá a atenuação dos volumes escoados superficialmente gerados em cada setor da Fase Zero do SAPIENS PARQUE e, por conseqüência, a atenuação do hidrograma de escoamento total a contribuir com todo o sistema hídrico. Todos esses efeitos serão ainda mais retardados em função de outras medidas, como a utilização de pavimentos permeáveis e captação da água da chuva, as quais atuam em diferentes momentos do processo chuva vazão, diminuindo o escoamento superficial. 5.5.5 Forma de medição dos resultados A execução será acompanhada por meio de relatórios de supervisão ambiental. Como forma de medição dos resultados dessa medida ter se ão avaliações de diversos fatores interligados relacionados às questões do escoamento superficial. Ou seja, através das relações de precipitação efetiva, que fornecem as parcelas infiltradas e escoadas, serão medidos os volumes médios escoados e através de níveis dos canais de drenagem obter se á a contribuição média efetiva pelos sistemas de infiltração decorrentes das áreas impermeáveis. Instalação de poços piezométricos de acompanhamento dos níveis do lençol freático no terreno do SAPIENS PARQUE (ver Programa de Monitoramento). PBA SAPIENS PARQUE Fase Zero: Volume I - Programas e Medidas Ligados aos Projetos Urbanístico, Arquitetônico e de Engenharia 47