Reclamante: GENTIL DAGNESE RIBEIRO Reclamada: TOMASETTO ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO LTDA



Documentos relacionados
RELATÓRIO. FUNDAMENTAÇÃO.

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR MARCELO GONÇALVES DE OLIVEIRA Órgão Julgador: 7ª Turma

RECLAMADA: CARLOS ALBERTO PEDROSA FILHO - ME (BETO'S BAR)

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO 1ª VARA DO TRABALHO DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS/AL PROCESSO:

DANO MORAL PRÁTICA ABUSIVA DE SUSPENSÃO E DESCONTO SALARIAL SEM A COMPROVAÇÃO DA CULPA

É o relatório do essencial.

Reunida a RT , por conexão, conforme ata de folha 334, encontrando-se os autos apensados ao 2º volume do processo.

Reclamante: Janete Mezetti dos Santos Reclamada: Asm Serviços de Portaria Ltda. - M.E. VISTOS, ETC.

1-Da preliminar de inépcia: O reclamante postulou a condenação da reclamada ao pagamento de diferenças salariais decorrentes de equiparação.

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

DEBATE DA QUESTÃO: AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS DA RECLAMADA, NÃO SE DESINCUMBINDO DE PROVAR A NÃO INSALUBRIDADE DO

Sentença publicada em secretaria aos vinte e dois dias do mês de março de 2013, sexta-feira, às 17 horas. VISTOS, ETC.

verbas trabalhistas elencados na inicial. Deu à causa o valor de R$ ,00.

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR ANDRÉ REVERBEL FERNANDES Órgão Julgador: 4ª Turma

PROCESSO N

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO DA UNIÃO JUSTIÇA DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

Ação Indenizatória em virtude de Acidente de Trânsito. Rito. sumário. Sentença que julgou procedente o pedido,

Processo nº SENTENÇA

2ª VARA DO TRABALHO DE SANTOS. Processo:

VISTOS, ETC. ISTO POSTO: MÉRITO. I. Prescrição

Peça 1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA... VARA DO TRABALHO DE...

Após vistos e cuidadosamente analisados os au tos, foi proferida a seguinte sentença.

ACÓRDÃO RO Fl.1

EXCELENTÍSSIMO DR. JUIZ DO TRABALHO DA VARA DE

EXMO DR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE

PROCESSO: RTOrd Embargos de Declaração

SENTENÇA. 4ª Vara do Trabalho de Campinas Autos nº I - Relatório

1ª VARA DO TRABALHO DE MONTES CLAROS - MG

RECURSO ORDINÁRIO EM RITO SUMARÍSSIMO ORIGEM: 75ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO

O reclamante iniciou a prestação de serviços em favor da primeira reclamada em 02/01/2012. No entanto, mesmo trabalhando sob

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO 2ª REGIÃO. 90ª VARA TRABALHISTA DE SÃO PAULO T E R M O D E A U D I Ê N C I A

Leonardo Saraiva Pagio Editora Ática S.A. Editora Ática S.A. Leonardo Saraiva Pagio. Giselle Bondim Lopes Ribeiro

Primeiro exercício de Recurso Ordinário

ACÓRDÃO. Rio de Janeiro, / /2012. Des. Cristina Tereza Gaulia. Relator

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL R E L A T Ó R I O

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DESEMB - ANNIBAL DE REZENDE LIMA 5 de novembro de 2013

a) A defesa contra o processo - dilatória - peremptória b) A defesa de mérito - direta - indireta As conhecidas como preliminares:

/2015/ / (CNJ: )

José, já qualificado vem, respeitosamente, por meio de seu advogado interpor com fundamento nos arts. 893, II e art. 895, I da CLT Recurso Ordinário

Número: Data Autuação: 30/10/2015

APELAÇÃO CÍVEL Nº SOROCABA. APELANTES e reciprocamente APELADOS:

3ª Vara do Trabalho de Taguatinga - DF QNC 4, TAGUATINGA NORTE (TAGUATINGA), BRASILIA - DF - CEP:

Processo originário da 4ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro.

SENTENÇA. Na audiência de instrução, colheu-se os depoimentos das partes e de uma testemunha arrolada pela reclamada.

TERMO DE AUDIÊNCIA PROCESSO N.º: DATA: 14/05/2015

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 7ª TURMA VMF/cv/drs

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO 80ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO-SP Processo:

O abandono de emprego configura-se quando estão presentes o elemento objetivo ou material e o elemento subjetivo ou psicológico.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO I. RELATÓRIO

PROCESSO Nº TST-RR C Ó R D Ã O (7ª Turma) GMDAR/MG/

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (2ª Turma) GMDMA/FSA/

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 8785/2004 CLASSE II COMARCA DE SINOP APELANTE: BRASIL TELECOM S. A.

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

DANO MORAL. ERRO MÉDICO - AÇÃO JUDICIAL EM FACE DO ESTADO Aula n. 29 Módulo Saúde Pública Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde

E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES SPEGUEM LTDA - TALISMÃ,

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO 2ª Vara do Trabalho de Sorocaba

Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO 5ª VARA DO TRABALHO DE PORTO VELHO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 15ª REGIÃO 02ª Vara do Trabalho de Bauru Processo nº:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE CAMBORIÚ SC

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (2ª Turma) GMDMA/FSA/

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO 05ª Vara do Trabalho de São Paulo S E N T E N Ç A

Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS. 2ª Turma Cível. Órgão

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO DA 6ª REGIÃO. Vara Única do Trabalho de Vitória de Santo Antão-PE

ACÓRDÃO 3ª TURMA NULIDADE JULGAMENTO EXTRA PETITA É nula a sentença que julga pretensão diversa da formulada pelo Autor. Buffet Amanda Ltda.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADOR FABIANO DE CASTILHOS BERTOLUCCI Órgão Julgador: 4ª Turma

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 85ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO RJ

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DE ORDEM

20ª VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA DF Proc. No SENTENÇA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 10ª REGIÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA... VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO

SENTENÇA. Processo Digital nº: Classe - Assunto Procedimento Comum - Rescisão do contrato e devolução do dinheiro

Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região Processo n ª Vara do Trabalho de Brasília/DF

MÉRITO DO CONTRATO DE TRABALHO

3ª VARA DO TRABALHO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO TERMO DE AUDIÊNCIA. PROCESSO nº 1395/16 ( )

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA

Autor: Priscilla Yamamoto Rodrigues de Camargo Godoy

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO

P PODER JUDICIÁRIO FEDERAL Justiça do Trabalho - 2ª Região 2ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO CAPITAL 1. P Processo nº

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 5ª Turma EMP/rbs

APELAÇÃO CÍVEL DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL - SERVIÇO DE APOIO À JURISDIÇÃO AMAURI DE OLIVEIRA SALES A C Ó R D Ã O

EMENTA. 2. Recurso parcialmente conhecido e improvido. ACÓRDÃO

Ocorre que o documento citado pelo reclamante está dissociado da causa de pedir.

JF CONVOCADO ANTONIO HENRIQUE CORREA DA SILVA em substituição ao Desembargador Federal PAULO ESPIRITO SANTO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

CAPUT, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO DESPROVIDO. DECISÃO MONOCRÁTICA RELATÓRIO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO - 4ª REGIÃO RIO GRANDE DO SUL

KIT ESSENCIAL DE DIREITO DO TRABALHO Autora: Adriana Paschoal - OAB/SP Pasta: INICIAIS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 35ª. VARA DO TRABALHO DO PORTO ALEGRE RS

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR WASHINGTON LUIS BEZERRA DE ARAUJO

Transcrição:

Fl. 1 Reclamante: GENTIL DAGNESE RIBEIRO Reclamada: TOMASETTO ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO LTDA VISTOS, ETC. GENTIL DAGNESE RIBEIRO ajuíza ação trabalhista em face de TOMASETTO ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO LTDA em 19/08/2011. Relata ter trabalhado para a demandada de 03/08/2009 a 19/8/2010 e busca, em síntese: pagamento de salários, férias, 13º salário, FGTS, contribuições previdenciárias e retificação da CTPS referente ao período da alegada garantia de emprego; indenização por danos morais; multas dos artigos 467 e 477 da CLT; honorários assistenciais. Atribui à causa o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). A reclamada contesta (fls. 41/49). Suscita a litispendência, refuta os pedidos e requer a aplicação da pena de litigância de má-fé e a autorização para efetuar a compensação de valores. Juntam-se documentos. Realiza-se perícia médica (laudos das fls. 119/124 e 140). Em audiência de instrução, sem provas a serem produzidas encerra-se a instrução. As razões finais são remissivas, e as propostas conciliatórias são recusadas. É o relatório. ISTO POSTO: 1.Preliminar de litispendência A reclamada argui a preliminar de litispendência alegando que o autor ajuizou ação com mesma ação e mesma causa de pedir em face da reclamada. O autor as fls. 134/137 rechaça a alegação da reclamada e sustenta que na ação tombada sob nº 1375-70.2010.5.04.0512 o objeto da ação limita-se ao pedido de equiparação salarial e reflexos.

Fl. 2 Na peça exordial, o autor não informou ter ajuizado ulterior ação trabalhista. Compulsando os documentos de fls. 78/91, que se referem à ação anteriormente ajuizada, verifica-se que, ao contrário do alegado pelo autor, não se restringe a diferenças salariais decorrentes de equiparação, há pedido de declaração de nulidade do pedido de demissão e reconhecimento da extinção do contrato mediante dispensa se justa causa, com o conseqüente pagamento de verbas rescisórias devidas (fl. 79, itens 4.1.; 4.2. e fl. 80, item g ), dentre outros pedidos. No item 5 da decisão prolatada em 12/07/2011, o julgador rejeitou a tese do reclamante e considerou válido o pedido de demissão, via de conseqüência, julgou improcedentes os pedidos decorrentes da extinção do vínculo por iniciativa patronal, sem justa causa. A sentença foi objeto de recurso ordinário pela parte autora, o qual não foi acolhido, mantida a decisão quanto à validade do pedido de demissão apresentado pelo obreiro. A decisão transitou em julgado em 09/01/2012. 1 A litispendência ocorre quando é reproduzida ação idêntica com mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido. No caso em tela, o autor postula, em face da mesma reclamada, a sua reintegração, sustentado ter sido dispensado, sem justa causa, enquanto estava acometido de doença. Em que pese a reintegração pressupor a nulidade da dispensa, naquela ação o autor nada refere quanto à reintegração ou nulidade da dispensa, pleiteado a nulidade de seu pedido de demissão. Destarte, verifica-se que os pedidos, em ambas ações, não são os mesmos, mas diametralmente opostos, enquanto em uma o autor requer o pagamento de verbas rescisórias decorrentes da dispensa imotivada, na outra, a sua reintegração sustentado a sua garantia de emprego, o que inviabilizaria a extinção do contrato. Assim, rejeita-se a preliminar argüida. 2.MÉRITO 2.1.Garantia de emprego. Reintegração ou indenização 1 Informações obtidas no sítio do Tribunal Regional do Trabalho da Quarta Região.

Fl. 3 O autor requer seja reconhecida garantia de emprego em razão de estar acometido de doença no momento da extinção do vínculo de emprego. De conseqüência, postula o pagamento das parcelas salariais referentes a tal período. A ré destaca que o autor jamais gozou de benefício previdenciário durante o pacto laboral, refere que o reclamante não sofreu acidente de trabalho, sustenta, ainda, que o reclamante pediu, de livre e espontânea vontade, seu desligamento da empresa. À análise. Dispõe, taxativamente, o artigo 118 da Lei n. 8.213/91, que, para o reconhecimento da garantia de emprego, se faz necessária a concessão de auxílio-doença acidentário, o que não foi atendido no presente caso, pois o autor somente gozou de auxílio-doença comum, como indicam os documentos de fls. 106/119. Por outro lado, os mesmos documentos indicam que o autor gozou de benefício previdenciário auxílio doença de 21/03/2011 a 20/06/2011. Portanto, o início de sua incapacidade ocorreu sete meses após o seu afastamento da empresa reclamada. Em momento algum, a autarquia previdenciária reconheceu a doença ocupacional ou o nexo de causalidade entre as atividades desempenhadas pelo autor e a doença responsável por seu afastamento. Também não há qualquer indício de nexo epidemiológico na reclamada. Não obstante isso, foi determinada a realização de perícia médica. O laudo de fls. 120/124 concluiu, expressamente: 7.CONCLUSÃO. Pode-se concluir que o quadro clínico apresentado pelo autor ao longo da contratualidade não guarda relação com as condições de trabalho na reclamada. Inexiste nexo de causa e efeito. O exame demissional realizado em 19/08/2010 indica que o autor estava apto no momento de seu afastamento (fl.103), situação confirmada pelo perito médico nomeado pelo Juízo (fl. 123). Por fim, a extinção do contrato operou-se por iniciativa do autor, sem qualquer vício em sua manifestação de vontade, como concluiu o julgador

Fl. 4 nos autos da ação nº 1375-70.5.04.0512, decisão confirmada pelo Tribunal Regional, que transitou em julgado em 09/01/2012. Portanto, a inexistência de nexo causal entre as atividades desempenhadas pelo autor e a doença que lhe acometeu, o não gozo do benefício previdenciário acidentário e, derradeiramente, o seu legítimo pedido de demissão, afastam a pretendida garantia de emprego e, via de conseqüência, não há falar em reintegração ao emprego. Indefere-se, ainda, o pedido de pagamento de salários e demais consectários decorrentes do período de garantia de emprego e/ou indenização equivalente e retificação da CTPS. 2.2.Indenização por danos morais Alega o autor que...procedimento adotado pela reclamada, causou inegáveis prejuízos ao reclamante, o qual submeteu-se a um rosário de torturas psicológicas, sem qualquer complacência do empregador.... má-fé. A reclamada contesta o pedido, sustentando que o autor litiga de Pois bem. No direito pátrio vige o princípio da responsabilidade subjetiva (artigos 186 e 927 do Código Civil). A obrigação de indenizar, portanto, está vinculada ao ato ilícito, configurado pela ação ou omissão de alguém, ainda que por mera culpa, em face de outrem, além o nexo de causalidade ente o ato e o dano. No caso dos autos, sequer há indicação do dano sofrido, limitandose o autor a relatar que se submeteu a um rosário de de torturas psicológicas, sem, contudo, relatar um único episódio em que a reclamada tenha praticado ato ilícito e lhe provocado dano ou prejuízo, dor ou sofrimento. Logo, inexistindo comprovação dos danos sofridos, assim como não comprovada a conduta ilícita da reclamada, inexistindo, ainda, nexo de causalidade entre o trabalho e a doença, não há falar em obrigação de indenizar. Destarte, julgo improcedente o pedido de pagamento de indenização por danos morais.

Fl. 5 participam do processo: de fundamento; (...) (grifei). 2.3.Litigância de má-fé Preceitua o CPC nos artigos 14 e 17: Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - proceder com lealdade e boa-fé; III - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos; V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo (...) Na presente reclamação, ajuizada em 19/08/2011, o autor requer a sua reintegração ao emprego, sustentando que a reclamada sumariamente demitiu o Reclamante sem justa causa. (fl.03). Em momento algum, nos presentes autos, referiu acerca da ação que já tramitava e havia sido julgada em primeira instância, em 12/07/2011 (nº0001375-70.2010.5.04.0512), na qual postulou a nulidade de seu pedido de demissão e o pagamento de verbas rescisórias devidas em caso de dispensa imotivada por iniciativa patronal, pedido rejeitado pelo julgador (fls. 88/89). Também nada referiu quanto ao Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho, por ele juntado a fl.10, no qual consta RESCISÃO P/ PEDIDO DEMISSÃO. Vê-se, portanto que o reclamante litiga de má-fé, porquanto além de alterar a verdade dos fatos, omite a existência de ulterior ação e deduz pretensão incompatível com aquela formulada em processo anterior. Vale lembrar que o pedido de nulidade da demissão e pagamento de verbas rescisórias devidas, em caso de dispensa imotivada por iniciativa patronal, é absolutamente incompatível com o pedido de reintegração ao emprego, formulado posteriormente. No caso em tela, denota-se que o autor age de modo temerário, destituído de fundamento, alterando e omitindo a verdade dos fatos, capaz de

Fl. 6 induzir o juízo a erro e decisão conflitante com aquela proferida nos autos 0001375-70.2010.5.04.0512, não somente pelo pedido de demissão, que foi objeto de recurso, mas pela incompatibilidade legal dos pedidos formulados. Os princípios da boa-fé e da lealdade processual, previstos no artigo 14 do Código de Processo Civil supratranscrito, são princípios basilares, norteadores da forma com que as partes, e todos aqueles que participam do processo, devem agir. Diante do exposto, condeno o reclamante a pena de litigância de má-fé, correspondente a 1% do valor atribuído à causa (R$ 250,00), além do pagamento de indenização, correspondente a 1% do valor atribuído à causa (R$ 250,00), valores a serem revertidos em favor da reclamada, nos termos do artigo 18 do CPC. 3.Honorários periciais Fixam-se os honorários periciais técnicos em R$ 500,00, pelo reclamante, parte sucumbente no objeto da perícia. Os honorários periciais médicos deverão ser suportados pelo autor, em face da pena de litigância de má-fé que lhe foi aplicada, considerando que mesmo destituído de razão, pois demitiu-se por sua livre iniciativa, estava ciente que a sua doença não era de origem ocupacional e que não gozou de benefício auxílio doença acidentário para fazer jus à garantia de emprego, requereu e anuiu com a realização da prova pericial médica. A União tem o dever de arcar com os gastos daqueles que não tem condições de suportar os gastos com a demanda, desde que ajam dentre os princípios da boa-fé, o que não se verifica no caso dos autos. 4.Honorários assistenciais Indeferidos os pedidos, são incabíveis os honorários postulados. Indefere-se, também, o benefício da justiça gratuita, visto que a parte não pode utilizar-se do benefício legal para agir de modo temerário, desprovido de boa-fé. ANTE O EXPOSTO, decide-se, com relação às reclamatórias trabalhista movida por GENTIL DAGNESE

Fl. 7 RIBEIRO em face de TOMASETTO ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO LTDA, nos termos da fundamentação, a qual passa a integrar o presente dispositivo, julgar improcedentes os pedidos formulados pelo autor. Condenar o reclamante à pena de litigância de má-fé, correspondente a 1% do valor atribuído à causa (R$ 250,00), além do pagamento de indenização, correspondente a 1% do valor atribuído à causa (R$ 250,00), a ser revertido em favor da reclamada, nos termos do artigo 18 do CPC. Custas de R$ 500,00, pelo reclamante, calculadas sobre o valor atribuído a causa de R$ 25.000,00. Honorários periciais técnicos fixados em R$500,00, a cargo do reclamante. INTIMEM-SE as partes e o perito. CUMPRA-SE após o trânsito em julgado. NADA MAIS. Nova Prata, 13 de julho de 2012. ANA PAULA KOTLINSKY SEVERINO Juíza do Trabalho Substituta