profunda. São questões que nortearam a pesquisa: Como o aluno se percebe no processo de interatividade do curso? Como se dá o acesso ao conhecimento?



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EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA: A CULTURA (DE) ORGANIZADORA DO REAL THOMAZ, Sueli Barbosa UNIRIO BITTENCOURT, Cristiane UNIRIO GT-11: Política de Educação Superior I Introdução Este texto é parte integrante de uma pesquisa mais ampla que visa investigar a importância, os limites e as perspectivas do Curso de Formação de Professores para as Séries Iniciais do Ensino Fundamental a Distância do ponto de vista do aluno. O objeto de estudo é um curso de Pedagogia oferecido sob a forma de consórcio, entre as esferas públicas federal, estadual e municipal. De um lado as Universidades Públicas do Estado do Rio de Janeiro (federais e estaduais) e de outro o Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Fundação Centro de Ciência e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro CECIERJ contando com parceria, na maioria dos casos, com os municípios no gerenciamento dos diferentes postos e pólos. Para apreensão do imaginário de estudantes importa relacionar as três culturas (PAULA CARVALHO, 1991, p.105): a patente, a latente e a emergente. A cultura patente representa o instituído, o estabelecido que são as normas, as leis, os regulamentos. Corresponde ao nível racional de funcionamento do grupo ou o pólo técnico das interações grupais, regido, portanto, pelos perceptos e pelas funções conscienciais pragmático-refexivas. A cultura latente é o nível afetivo, ou afetual de estruturação do grupo, regido pelo dispositivo do inconsciente em suas características analíticas e neuro-psicológicos. São nas vivências que se dão as emoções, o imaginário e que permitem compreender a grupalidade, a afetividade e a dimensão simbólica do grupo. A cultura emergente ou enativa é captada no trajeto entre a cultura patente e a cultura latente ( PAULA CARVALHO, 1991, p. 239 No caso específico deste texto, a proposta é apresentar, exclusivamente, utilizando a culturanálise como heurística de base, o perfil etnográfico da cultura patente, a cultura visível, a dita, a proclamada pelos estudantes. O estudo da cultura patente, aqui desenhado, foi realizado com base na pesquisa de opinião para, num segundo momento, ainda a ser investigado, efetuar o estudo da cultura latente que, por suas peculiaridades, exige técnicas de análise

2 profunda. São questões que nortearam a pesquisa: Como o aluno se percebe no processo de interatividade do curso? Como se dá o acesso ao conhecimento? -Como as aulas acontecem tendo em vista o aluno e a ação docente? -Os processos de interação e comunicação vão além da relação ensinar e aprender? II Educação a Distância: o estudante como centro do processo O estudante é o centro do processo educativo, para quem todas as atenções convergem, na busca da formação do homem, do cidadão e do trabalhador. Caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para: avaliações de estudantes; estágios obrigatórios, previstos na legislação; defesa de trabalhos de conclusão de curso e atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso. Na Educação a Distância o estudante aprende a aprender, em função da busca pelo conhecimento e pela metodologia utilizada através do material impresso e do material na rede, que valoriza o hipertexto, a linguagem dialógica, exemplos claros e objetivos, exercícios variados, pesquisas etc. De um modo geral o processo de adaptação não é imediato, necessitando de auxílio. Quando se trata de Educação a Distância a idéia que o estudante possui é do antigo ensino por correspondência, não percebendo a complexidade do processo. Isso faz com que ele se surpreenda com as variadas tarefas: estágios, avaliações, trabalhos de final de curso; sessões de tutoria, entre outras. O estudante se depara com um curso com o mesmo desenho de um curso presencial, com referenciais teórico-práticos que colaboraram na aquisição de competências cognitivas, habilidades e atitudes necessárias à sua formação. Um dos fatores que dificultam o processo é o uso, pelo estudante, das novas

3 tecnologias de informação e das comunicações em função das suas possibilidades de acesso (linhas telefônicas, computadores, principalmente aqueles que residem em áreas afastadas dos grandes centros). Nesse aspecto a relevância de um Pólo bem equipado e com acessibilidade aos estudantes é de suma importância para garantia da qualidade de ensino. III O Pólo de Nova Iguaçu O Pólo CEDERJ Centro de Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro de Nova Iguaçu é um dos 26 Pólos CEDERJ espalhados pelo território do Estado do Rio de Janeiro. Ele foi inaugurado em dezembro de 2006 e teve em janeiro de 2007 o início das suas atividades, recebendo 210 estudantes ingressos em seu primeiro Vestibular, distribuídos nos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFRJ; Licenciatura em Física da UFRJ; Licenciatura em Matemática da UFF; Tecnologia em Sistemas de Computação da UFF; Pedagogia para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental da UERJ. Hoje, para atender aos 630 estudantes até então matriculados, o Pólo conta com trinta e cinco tutores presenciais que ministram duas de tutorias por semana para cada uma das disciplinas dos Cursos. O Pólo conta com três Laboratórios de Informática funcionando, com dois Laboratórios de Física e dois de Biologia, devidamente equipados para experimentos e práticas dos estudantes. A Biblioteca do Pólo possui em torno de 200 exemplares direcionados aos três primeiros períodos dos Cursos existentes, sendo fomentada consecutivamente no início dos períodos. Além de espaço para atividades obrigatórias, os estudantes fazem do Pólo um espaço para encontros dos grupos de estudos, que se reúnem com maior freqüência nas proximidades das avaliações presenciais. O Curso de Pedagogia para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, objeto de estudo desta pesquisa, à época, tinha 76 alunas matriculadas. Todas elas com formação média de Curso Normal e 90% atuando em sala de aula, dos diferentes sistemas de ensino. Além das tutorias presenciais e dos grupos de estudos formados pelas próprias alunas, elas contam com material didático especialmente preparado para modalidade a distância, com todas as aulas das disciplinas. Caso tenham dúvidas sobre os conteúdos, elas podem também acessar à tutoria a distância por um telefone gratuito

4 (0800) ou pela internet, através da Plataforma CEDERJ. IV O cotidiano do aluno no processo ensino-aprendizagem Visando apreender como se dá o processo ensino-aprendizagem, aplicou-se um questionário fechado que foi respondido por 60 alunas do Curso de Pedagogia. Pode-se perceber, através, dos gráficos que: Gráfico I Horas de Estudos Horas de Estudos 45,00% 35,00% 3 25,00% 15,00% 5,00%. De 1 a 5. De 6 a 10. De 11 a 15. De 16 a 20. De 21 a 25. De 26 a 30. De 31 a 36 Não sabe O gráfico apresenta um dado bastante preocupante no que se refere à carga horária: o elevado índice de alunas que dedicam de 1 a 5 de estudos semanais ou, ainda, de 6 a 10. Este é um dado que, certamente, comprometerá a qualidade do profissional de educação além, é claro, de manter a cultura da dedicação de poucas de estudo. Gráfico II Acessos a Plataforma Acessos Plataforma 8 7 6 5 3. De 1 a 5 acessos. De 6 a 10 acessos. De 11 a 15 acessos. De 16 a 20 acessos Não Participa Não respondido O percentual reduzido de acessos à plataforma está relacionado ao reduzido

5 número de dedicados aos estudos (gráfico). A plataforma é uma ferramenta indispensável ao processo ensino-aprendizagem na Educação a Distância. É através dela que o aluno interage com os professores-coordenadores, tutores a distância e com os colegas. Há todo um ambiente para sanar dúvidas, efetuar exercícios variados, tarefas importantes como revisão de conteúdos, textos adicionais que facilitam, em muito, o processo de aprendizagem. Não há como se pensar, hoje, a Educação a Distância sem o uso dos ambientes virtuais, uma vez que é através desse ambiente que pode ocorrer a interatividade, a comunicação e, com isso, a aprendizagem. Na medida que o aluno não compreende a importância de utilização do ambiente virtual acaba por comprometer o processo e, conseqüentemente, a sua formação de professor. Gráfico III Sessões de Tutoria Faixa das sessões de tutoria 45,00% 35,00% 3 25,00% 15,00% 5,00%. De 1 a 5. De 6 a 10. De 11 a 15. De 16 a 20. De 21 a 25. De 26 a 30 Não Participa Não respondido Mais uma vez há a confirmação da pouca dedicação dos alunos aos estudos. Isso se reflete na participação nas sessões de tutoria. A sessão de tutoria pode ser denominada como espaço-tempo de aprender na modernidade. Não há a figura distanciada do professor, mas de um tutor que domina os conhecimentos e atua como orientador do processo de aprendizagem. Participar da sessão de tutoria exige um estudo prévio do conteúdo que já está de posse do aluno. É o momento dedicado às dúvidas, às explicações que muitas das vezes o material impresso ou on-line não são esclarecedores. Gráfico IV Os alunos interagem 8 7 6 5 3

6 O gráfico IV denota que o processo de interatividade, para o aluno, está ligado diretamente à aquisição de conhecimento. O que é uma visão distorcida do processo. O diálogo, a cumplicidade aluno-professor-tutor, a afetividade, necessários à construção de uma relação solidária são abandonados revelando uma solidão curricular. V Conclusão Embora os dados coletados não sejam os desejados no sentido de dedicação aos estudos, participação no processo, a pesquisa constatou que os estudantes têm acesso e conhecimento do programa do curso, de textos complementares, questionários, testes, resultados das avaliações, oferecimento de completo das disciplinas pela Web. Consideram que as aulas não estão centradas na ação e exposição docente, mas na interação do aluno durante o processo, que não se sentem submissos aos conteúdos, podendo participar e exprimir suas opiniões, embora poucos façam.. De modo restrito, destacam a troca de informações entre estudantes e professores; têm superado as inibições, comunicando-se virtualmente com os colegas ao participarem de chats, fóruns e outras atividades que favorecem a cooperação e a interação entre estudantes. Têm conhecimento da existência de grupos de estudos propostos pela tutoria presencial em cada uma das disciplinas, como uma prática capaz de sanar as dúvidas existentes, mas pouco participam. É preciso rever a cultura que perpassa a idéia de Educação a Distância do ponto de vista do aluno e isso requer um trabalho de sensibilização, de alerta, uma vez que a EAD é parte da política pública em educação voltada para a formação de professores, pois é nesse processo que se constrói a identidade profissional, a representação sobre o papel do pedagogo, a formação de professores e o espaço em que irão atuar. VI Referências bibliográficas ARETIO, L.G. Educacion a distancia hoy.madri:unep, 1994. ARETIO. L.G. (coord.)la Educación a distancia y la UNED. Madri: 1996. BRASIL.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394). Brasília: Diário

7 Oficial da União, (DOU)em 23/12/1996. BRASIL.Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva, 1999. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Referenciais de qualidade para cursos a distância. Disponível em http://www.in.gov.br. Acesso em 15 de janeiro de 2007. FAGUNDES, L.C. Educação a distância e novas tecnologias. Revista Tecnologia Educacional. V. 15, 1996. MAFFESOLI, Michel. No mundo da aparência. Petrópolis: Vozes, 1996. MORIN, Edgar. Ciência com consciência. Portugal: Europa- América, 1995. MORAN, José Manuel (et al.) Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2003. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2000. PAULA CARVALHO, José C. A culturanálise de grupos: posições teóricas e heurísticas em educação e ação cultural. São Paulo: FEUSP, 1991 (mimeo) Antropologia das organizações e educação. Rio de Janeiro: Imago, 1990. Educação e administração: elementos para um estudo antropológico da organização. Revista da Faculdade de Educação, São PAULO: FEUSP, 14(2):173-3337, 1988.