CONTABILIDADE GERENCIAL



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Transcrição:

CONTABILIDADE GERENCIAL PROF. DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 1º SEMESTRE/2014 APOSTILA DESENVOLVIDA COM BASE NA PRODUÇÃO DA PROF. MARISA GOMES DA COSTA

Caracterização da contabilidade gerencial A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços, colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório. A contabilidade gerencial, num sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente para a administração da empresa, procurando suprir informações que se encaixem de maneira válida e efetiva no modelo decisório do administrador. A contabilidade gerencial também se vale, em suas aplicações, de outros campos de conhecimento não circunscritos à contabilidade. Atinge e aproveita conceitos da administração da produção, da estrutura organizacional, bem como da administração financeira, campo mais amplo, no qual toda a contabilidade empresarial se situa. De maneira geral, portanto, pode-se afirmar que todo procedimento, técnica, informação ou relatório contábeis feitos sob medida para que a administração os utilize na tomada de decisões entre alternativas conflitantes, ou na avaliação de desempenho, recai na contabilidade gerencial. Certos relatórios financeiros, todavia, são válidos tanto sob o ponto de vista do interessado externo à empresa quanto sob o ponto de vista da gerência. Diferenças entre a Contabilidade Gerencial e Financeira Embora as informações econômicas possam ser classificadas de várias maneiras, os contadores sempre dividem a informação contábil em dois tipos: financeira e gerencial. O diagrama abaixo ilustra as relações entre a contabilidade financeira e gerencial. Entender essas relações ajuda a entender as necessidades informacionais da gerência. Demonstrações Financeiras Relatórios Gerenciais Usuários: Usuários Externos e Administração Administração Características: Preparados conforme os princípios fundamentais da contabilidade (PFCs) Preparados de acordo com as necessidades gerenciais Preparados periodicamente Preparados periodicamente ou quando necessário As informações da contabilidade financeira são relatadas em demonstrativos financeiros úteis para pessoas ou instituições de fora ou externos à empresa. Exemplos de tais usuários incluem acionistas, credores, instituições governamentais e público em geral. Na medida em que a administração usa esses demonstrativos financeiros para dirigir operações atuais e planejar operações futuras, a administração freqüentemente começa a avaliar os resultados já contidos nas demonstrações financeiras. A administração financeira, objetiva e periodicamente, relata os resultados das operações e a condição financeira da empresa de acordo com os princípios fundamentais da contabilidade (PFCs). As informações da contabilidade gerencial incluem dados históricos e estimados usados pela administração na condução de operações diárias, no planejamento de operações futuras e no desenvolvimento de estratégias de negócios integradas. As características da contabilidade gerencial são influenciadas pelas variadas necessidades da administração. Primeiramente, os relatórios de contabilidade gerencial fornecem medidas objetivas de operações passadas e estimativas subjetivas de futuras decisões. O uso de estimativas subjetivas nesses relatórios auxilia a administração a responder

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 3 às oportunidades de negócios. Segundo, os relatórios gerenciais não precisam ser preparados conforme os princípios fundamentais da contabilidade. Já que somente a administração usa as informações da contabilidade gerencial, o contador pode fornecê-las de acordo com as necessidades da administração. Terceiro, os relatórios de contabilidade gerencial podem ser preparados periodicamente junto com a contabilidade financeira, ou a medida que a administração precisar das informações. Por exemplo, se um gerente sênior estiver tomando uma decisão sobre uma expansão geográfica, o relatório gerencial pode ser desenvolvido em seu formato e dentro de um período planejado que possa auxiliá-lo na decisão. Por último, os relatórios gerenciais podem conter informações para a empresa ou para um segmento dela, como divisão, produto, projeto ou território. Onde termina a contabilidade financeira e onde se inicia a contabilidade gerencial? O ponto de ruptura entre os dois grandes ramos da contabilidade não é tão fácil de ser discernido. Certos relatórios, cúpula do processo contábil-financeiro, tais como o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultados representam, de certa forma, a fronteira entre contabilidade financeira e gerencial. Não se pode afirmar, todavia, que tais peças contábeis, apenas por serem o último degrau ou a súmula do processo de contabilidade financeira, e por servirem preponderantemente aos interessados externos à empresa (bancos, agências governamentais e mesmo acionistas desligados da gerência), não sejam importantes, pelo menos como ponto de partida, para a contabilidade gerencial e para a administração. Assim serão à medida que sirvam como indicador válido do desempenho, mesmo que em largos traços, da empresa, e desde que possam ser utilizados no modelo previsional da gerência. A análise financeira e a de balanços, por exemplo, tanto podem servir para o emprestador de dinheiro na avaliação da segurança do retorno do empréstimo ou financiamento como para a gerência na avaliação de tendência da empresa. Provavelmente, ambos se utilizarão de um bom número de índices calculados da mesma forma, com ênfases diferenciadas. A contabilidade de custos, por sua vez, e todos os procedimentos contábeis e financeiros ligados a orçamento empresarial, a planejamento empresarial, a fornecimento de informes contábeis e financeiros para decisão entre cursos de ação alternativos recaem, sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade gerencial. Decisões do último tipo, como fabricar ou comprar, substituição de equipamentos, expansão da planta, redução ou amento de volume, combinação de produtos, etc. requerem informações contábeis (além das de outras disciplinas) que não são facilmente encontradas nos registros da contabilidade financeira. Na melhor das hipóteses, requerem um esforço extra de classificação, agregação e refinamento para poderem ser utilizadas em tais decisões. Atitudes e características do contador gerencial Se nos fosse perguntado qual ou quais as características que distinguem o bom contador gerencial de outros profissionais ligados à área da contabilidade, diríamos que a fundamental é saber tratar, refinar e apresentar de maneira clara, resumida e operacional dados esparsos contidos nos registros da contabilidade financeira, de custos, etc., bem como juntar tais informes com outros conhecimentos não especificamente ligados à área contábil, para suprir a administração em seu processo decisório. Outros conceitos A contabilidade gerencial, segundo o professor Lopes de Sá, através de um sistema de informações, de métodos e conhecimento da organização e da utilização do planejamento, fornecerá informações para atender a necessidade de seus usuários, com relatórios que demonstram os resultados por atividades e global da empresa, comparando-se o planejado com o realizado, para análise da gestão empresarial e da necessidade de tomada de decisões, visando auxiliar a empresa a atingir seus objetivos. O professor Crepaldi define a contabilidade gerencial como o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em funções gerenciais. É voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuados por um sistema de informações gerenciais.

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 4 A Contabilidade Gerencial é um processo com a finalidade de produzir informações estratégicas, econômicas e de gestão das operações, de custos e das demais atividades organizacionais que ocorrem na empresa, para o processo decisório e de controle, com medidas de desempenho e lucratividade. A contabilidade gerencial é definida por Atkinson como um processo de produzir informações operacionais e financeiras para funcionários e administradores. Que só deve ser direcionado pelas necessidades informacionais dos indivíduos internos da empresa e deve orientar suas decisões operacionais e de investimentos (...) Medidas da condição econômica da empresa, como as de custos e lucratividade dos produtos, dos serviços, dos clientes e das atividades das empresas, são obtidas do sistema de contabilidade gerencial (...) como medida de desempenho econômico de unidades operacionais descentralizadas, como as unidades de negócios, as divisões e os departamentos, ligando a estratégia da empresa à execução da estratégia individual de cada unidade operacional, sendo também, um dos meios primários pelo qual operadores/funcionários, gerentes intermediários e executivos recebem feedback sobre seus desempenhos, capacitando-os a aprenderem com o passado e melhorarem para o futuro. A seguir apresenta-se as distinções entre a contabilidade Gerencial e a contabilidade Financeira, segundo dois autores diferentes. Figura 1: Comparação entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial USUÁRIOS PRIMÁRIOS LIBERDADE DE ESCOLHA IMPLICAÇÕES COMPORTAMENTAIS ENFOQUE DE TEMPO Horizonte de tempo Relatórios Delineamento de atividades Fonte: Horngren (2004, p.5) - adaptação Contabilidade Gerencial Gestores da organização em vários níveis. Sem restrições, exceto custos em relação a benefícios de melhores decisões gerenciais. Preocupação com a influencia que as mensurações e os relatórios exercerão sobre o comportamento cotidiano dos gestores. Orientação para o futuro: uso formal de orçamentos, bem como de registros históricos. Ex.: orçamento de 20X1 comparado com o desempenho real de 20X1. Flexível, com uma variação que vai de horas a 10 ou 15 anos. Detalhados; preocupam-se com detalhes de partes da entidade, produtos, departamentos, territórios etc. Campo de ação se define com menor precisão. Uso mais intenso de disciplinas como economia, ciências de decisão e comportamentais. Contabilidade Financeira Usuários externos, como investidores e agências governamentais, mas também gestores das organizações. Restringida pelos princípios de contabilidade geralmente aceitos. Preocupação em mensurar e comunicar fenômenos econômicos. As considerações comportamentais são secundárias, embora a compensação dos executivos baseada em resultados relatados possa ter impacto em seu comportamento. Orientação para o passado: avaliação histórica. Ex.: desempenho real de 20X2 comparado com o desempenho real de 20X1. Menos flexível: geralmente um ano ou um trimestre. Resumidos; preocupam-se primeiramente com a entidade como um todo. Campo de ação se define com maior precisão. Menor uso de disciplinas afins.

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 5 Figura 2: Comparação entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial FATOR CONTABILILIDADE CONTABILIDADE GERENCIAL FINANCEIRA Usuários Externos e Internos. Internos. Objetivos dos relatórios Reportar o desempenho passado Facilitar o planejamento, controle, às partes externas, facilitando a avaliação de desempenho e tomada de análise financeira. decisão internamente. Freqüência dos relatórios Anual, trimestral, mensal. Quando necessário pela administração. Custos ou valores Históricos ( passados). Históricos e esperados (previsões) utilizados Bases de mensuração Moeda corrente. Várias (moeda corrente, moeda Restrições nas informações Regulamentada: dirigida por regras e princípios fundamentais da contabilidade e por autoridades governamentais. Natureza da Informação Objetiva, auditável, confiável, consistente e precisa. Perspectiva dos relatórios Orientação histórica. Fonte: Padoveze (p.39-40, 2005). estrangeira, índices, etc.). Desregulamentada: sistemas e informações determinadas pela administração para satisfazer necessidades estratégicas e operacionais. Mais subjetiva e sujeita a juízo de valor, válida, relevante e acurada. Atual, orientada para o futuro para facilitar o planejamento, controle a avaliação de desempenho. Bibliografia: Contabilidade Gerencial, Sérgio de Iudícibus, Editora Atlas e Contabilidade Gerencial, Warren, Reeve e Fess, Editora Pioneira. PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. Introdução ao Plano da Obra. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2004. Pág. 35-45. HORNGREN, SUNDEM, STRATTON. Contabilidade Gerencial, 12ª edição, 2004.

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 6 1. PRINCIPAIS INDEXADORES USADOS NO BRASIL 1.2. INTRODUÇÃO A inflação pode ser definida como um processo duradouro de elevação dos preços. Tal processo pode ocorrer com maior intensidade em alguns setores da economia do que em outros e, também, algumas regiões de um país podem ser mais afetadas do que outras. A inflação pode ser medida por meio de um índice geral de preços, onde o adjetivo "geral" significa que esse indicador deve representar não apenas uma categoria específica de produtos, mas, ao contrário, deve incluir um conjunto amplo de bens e serviços. No Brasil, os principais índices de medida da inflação são calculados e publicados por entidades publicas e privadas tais como o IBGE, FGV, FIPE, DIEESE¹, entre outros. A metodologia e o conceito da cesta básica para a medida de inflação, bem como o período da coleta de preços, variam grandemente. Uma mesma entidade pode calcular diversos índices, específicos para diversas situações. O dólar é também usado muitas vezes como número índice, medindo-se a inflação em relação àquela moeda. Os principais indexadores utilizados no Brasil são: I. Índice Geral de Preços da Fundação Getúlio Vargas (IGP/FGV): - é composto por 3 índices: a. Índice de Preços por Atacado (IPA): representa 60% do IGP/FGV, registrando os aumentos de 431 produtos no mercado atacadista, em pesquisa que inclui dez mil cotações mensais. b. Índice de Preços ao Consumidor (IPC): constitui 30% do IGP/FGV, apurando a inflação de famílias que ganham na faixa de 1 a 33 salários mínimos, através de pesquisas de 45.000 preços de 388 produtos, no Rio de Janeiro e em São Paulo. c. Índice Nacional do Custo da Construção (INCC): com peso de 10%. O IGP/FVG é calculado no período entre os dias 1 a 30 do mês em referencia e divulgado no dia 10. II. Índice Geral Dos Preços - Mercado (IGP-M /FGV): este índice, também calculado pela FGV, difere do IGP no período de coleta de preços que é feita do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referencia, sendo divulgado no dia 30. É utilizado por todo o mercado financeiro. O IGP-M quando foi concebido teve como princípio ser um indicador para balizar as correções de alguns títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e Depósitos Bancários com renda pós fixadas acima de um ano. Posteriormente passou a ser o índice utilizado para a correção de contratos de aluguel e como indexador de algumas tarifas como energia elétrica. III. Índice de Preços ao Consumidor da FIPE (IPC / FIPE): reflete a variação de preços apenas em São Paulo, baseado nas despesas de família que ganham de 2 a 6 salários mínimos. Não inclui bens duráveis. Sua estrutura é composta por 260 produtos, a partir de uma pesquisa mensal de 51 mil preços.

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 7 IV. Índice de Custo de Vida / DIEESE (ICV / DIEESE): Também reflete a variação de preços em São Paulo, mas com base em famílias com renda mensal entre 1 e 30 salários mínimos. Pesquisado entre os dias primeiro e trinta do mês de referência. A comparação entre índices deve ser feita cuidadosamente em função da diferença das cestas de medida e do período utilizadas para seu cálculo. Nunca podemos misturar índices diferentes numa mesma atualização. 1.3. ÍNDICE DE PREÇOS: CÁLCULO Consideremos um produto que, no instante inicial (chamado data-base), tenha um preço P data-base e que em instante posterior, tenha o preço P atual. Define-se índice de preços desse produto por: Índicedepreço P o, t ou Pt P o P P atual data base A variação percentual de preço, em relação à época base, é dada por: Exemplo: No início de janeiro de certo ano, o preço de um produto era R$ 30 e no início de fevereiro do mesmo ano o preço era R$ 31,05. a) Qual é o índice de preço deste produto entre as duas datas? b) Qual foi a variação percentual de preço correspondente?

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 8 A taxa acumulada de juros (ou variação acumulada) é dada por: Exemplo 1: Em dois anos sucessivos, o preço de determinado produto aumentou 10% e 12% respectivamente. Qual foi a taxa acumulada do período? Exemplo 2: Em dois anos sucessivos, o preço de determinado produto aumentou 10% e diminuiu 12% respectivamente. Qual foi a taxa acumulada do período? 1.4. EXERCÍCIOS 1) Em janeiro, o preço médio de uma cesta básica era R$ 150 e em fevereiro o preço médio era R$ 153. Qual foi a variação percentual de preço? 2) Em 1 o de março de certo ano o preço de um produto era R$ 70 e em 1 º de dezembro do mesmo ano o preço era R$ 60. Qual foi a variação percentual de preço? 3) Em agosto de um certo ano o preço de um produto aumentou 2% e em setembro do mesmo ano aumentou 3%. Qual é a taxa acumulada no bimestre? 4) Em setembro de certo ano o preço de um produto aumentou 3,5% e em outubro do mesmo ano diminuiu 2%. Qual é a taxa acumulada no período?

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 9 5) Em janeiro, fevereiro e março de um certo ano, as taxas de inflação foram respectivamente de 1,6%, 0,76% e 0,92%. Qual é a taxa acumulada do trimestre? 6) Uma empresa fabrica um só produto com os seguintes custos e respectivas inflações em determinado mês. Custo Unitário Inflação do mês (data-base) (R$) Material 1.200 4% Mão-de-obra 800 12% C.I.F 1.300 5% Custo Unitário total 3.300 a) Calcule o custo unitário atual do produto. b) Calcule a variação percentual do custo do produto, ou seja, a taxa de inflação do produto.

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 10 1.5. A INFLAÇÃO DA EMPRESA Inflação da empresa é a apuração da variação percentual média ponderada dos custos e despesas da empresa de um período para outro. É o que denominamos inflação interna da empresa. Os critérios para calcular a inflação da empresa são fundamentalmente os mesmos que são utilizados para o cálculo de qualquer índice medidor de inflação. Exemplo: Uma empresa produz dois produtos: X e Y, relativamente homogêneos, mas diferentes em tamanho e peso, com as seguintes estruturas de custos (data-base) e dados de inflação. Janeiro Fevereiro Produto X Produto Y % Inflação Materiais 140 340 12% Mão-de-obra 400 500 5% Custos Indiretos de Fabricação 100 120 2% Total 640 960 a) Com os dados das inflações do último mês, obtidas para cada item da estrutura de custos, dos produtos X e Y, calcule o custo atualizado de cada produto no mês de fevereiro. Materiais Mão-de-obra C.I.F. Total Produto X Produto Y b) Calcule a variação percentual do custo do produto, ou seja, a taxa de inflação do produto. Produto X Produto Y c) Considere que o volume de produção previsto seja de 1.200 unidades do Produto X e 850 unidades do Produto Y. Calcule a inflação interna da empresa. Produto X Produto Y Custo Total Quantidade X Custo Unitário data-base Quantidade X Custo Unitário atual

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 11 1.6. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR HAZZAN, Samuel. Matemática Financeira. Capítulo 5 Taxa real de juros. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001. PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial um enfoque em sistema de informação contábil. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. 1.7. EXERCÍCIOS 1) Uma empresa produz dois produtos: X e Y, relativamente homogêneos, com as seguintes estruturas de custos (data-base) e dados de inflação. Janeiro Fevereiro Produto X Produto Y % Inflação Materiais 12 36 12,5% Mão-de-obra 40 50 5,5% Custos Indiretos de Fabricação 10 12 2% Total 62 98 a) Com os dados das inflações do último mês, obtidas para cada item da estrutura de custos, dos produtos X e Y, calcule o custo atualizado de cada produto no mês de fevereiro. Materiais Mão-de-obra C.I.F. Total Produto X Produto Y b) Calcule a variação percentual do custo do produto, ou seja, a taxa de inflação do produto. Produto X Produto Y c) Considere que o volume de produção previsto seja de 1.500 unidades do Produto X e 500 unidades do Produto Y, calcule a inflação interna da empresa. Produto X Produto Y Custo Total Quantidade X Custo Unitário data-base Quantidade X Custo Unitário atual

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 12 2) Uma empresa produz dois produtos: A e B com as seguintes estruturas de custos e dados de inflação (ou deflação) do último mês: Produto A Produto B Inflação/Deflação Materiais 15 46 8,5% Mão-de-obra 52 55 6,5% Custos Indiretos de Fabricação 13 32-4,5 Custo Total 80 133 Pede-se: a) Com os dados de inflação/deflação do último mês, obtidas para cada item da estrutura de custos, dos produtos A e B, calcule o custo atualizado de cada produto no período. Materiais Mão-de-obra C.I.F. Total Produto A Produto B b) Calcule a variação percentual do custo do produto, ou seja, a taxa de inflação (ou deflação) do produto. Produto A Produto B c) Considere que o volume de produção previsto seja de 6.500 unidades do Produto X e 4.500 unidades do Produto Y, calcule a inflação (ou deflação) da empresa. Produto A Produto B Custo Total Quantidade X Custo Unitário data-base Quantidade X Custo Unitário atual

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 13 3) Uma empresa produz dois produtos: P e Q com as seguintes estruturas de custos e dados de inflação (ou deflação) do último mês: Produto P Produto Q Preço data base Taxa de Inflação Preço data base Taxa de Deflação Materiais 680 5% 800-5% Mão-de-obra 320 6% 530-6% Custos Indiretos de Fabricação 400 7% 120-7% Custo Total 1.400 1.450 Pede-se: a) Com os dados de inflação (ou deflação) do último mês, obtidas para cada item da estrutura de custos, dos produtos P e Q, calcule o custo atualizado de cada produto no período. Materiais Mão-de-obra C.I.F. Total Produto P Produto Q b) Calcule a variação percentual do custo do produto, ou seja, a taxa de inflação (ou deflação) do produto. Produto P Produto Q c) Considere que o volume de produção previsto seja de 1.000 unidades do Produto P e 500 unidades do Produto Q, calcule a inflação (ou deflação) interna da empresa. Produto P Produto Q Custo Total Quantidade X Custo Unitário data-base Quantidade X Custo Unitário atual

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 14 4) Uma empresa produz dois produtos: A e B. A seguir, são apresentados os dados obtidos por coleta de preços nos meses de janeiro e fevereiro, para cada item da estrutura de custos: Cotações de preços à vista Janeiro Fevereiro Produto A Produto B Produto A Produto B Materiais 0,32 1,12 0,40 1,15 Mão-de-obra 0,20 2,00 0,22 2,25 Custos Indiretos de Fabricação 1,12 6,10 1,15 6,70 Total 1,64 9,22 1,77 10,10 a) Calcule a variação percentual do custo do produto, ou seja, a inflação do produto. Produto A Produto B b) Calcule a inflação geral da empresa, considerando que os volumes de produção e de vendas sejam de 50.000 unidades do Produto A e 10.000 unidades do Produto B. Produto A Produto B Custo Total Quantidade X Custo Unitário data-base Quantidade X Custo Unitário atual

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 15 5) Uma empresa produz dois produtos: A e B. A seguir, são apresentados os dados obtidos por coleta de preços nos meses de janeiro e fevereiro, para cada item da estrutura de custos: Cotações de preços à vista Janeiro Fevereiro Produto A Produto B Produto A Produto B Materiais 350 120 380 110 Mão-de-obra 200 200 205 185 Custos Indiretos de Fabricação 100 600 105 550 Total 650 920 690 845 a) Calcule a variação percentual do custo do produto. Produto A Produto B b) Calcule a inflação (ou deflação) interna da empresa, considerando que os volumes de produção e de vendas sejam de 500 unidades do Produto A e 1.000 unidades do Produto B. Produto A Produto B Custo Total Quantidade X Custo Unitário data-base Quantidade X Custo Unitário atual

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 16 2. INTERPRETAÇÃO DA CONTABILIDADE: A CUSTOS ORIGINAIS, A CUSTOS CORRIGIDOS E A CUSTOS DE REPOSIÇÃO. 2.2. O PROBLEMA DAS VARIAÇÕES DE PREÇOS NUMA OPERAÇÃO DE COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS Certa empresa, dispondo de um patrimônio líquido de R$ 100.000 em 31-12-X1, inteiramente aplicado em numerário, adquire certa mercadoria, à vista, por R$ 100.000. Nesta primeira data, o índice geral de preços (escolhido como melhor indicador das flutuações do poder aquisitivo médio da moeda) está no nível de 100 (hipotético). Em 30/06/X2, 60% do lote físico da mercadoria foram vendidos à vista por R$ 105.000. Sabe-se que, nesta última data, o índice geral de preços está no nível de 116 e que, se quiséssemos repor os 100% do lote físico inicialmente adquirido, teríamos de gastar R$ 125.000. Você, como Contador Gerencial da empresa, está convidado a apresentar uma versão correta sobre as variações efetivas, decorrentes das operações descritas sobre patrimônio líquido da empresa. 2.2.1. A INTERPRETAÇÃO DA CONTABILIDADE A CUSTOS ORIGINAIS ( - ) Custo dos Produtos Vendidos Lucro Bruto Você, como Contador Gerencial, não se sentiu à vontade para apresentar estes resultados ao Diretor Financeiro. Afinal, sabia que, já por várias vezes, ele havia expedido críticas aos conceitos contábeis históricos em períodos de flutuações de preços. Nestas condições, quais teriam sido as alterações no patrimônio líquido se tivéssemos trabalhado com dados expressos em poder aquisitivo de uma mesma data? E se levássemos em conta o valor de reposição da mercadoria, qual seria o lucro? 2.2.2. A INTERPRETAÇÃO DA CONTABILIDADE A CUSTOS ORIGINAIS CORRIGIDOS ( - ) Custo dos Produtos Vendidos Corrigido Lucro Histórico Corrigido 31/12/X1 a 30/06/X2

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 17 2.2.3. A INTERPRETAÇÃO DA CONTABILIDADE A CUSTOS DE REPOSIÇÃO ( - ) Custo de Reposição Lucro Operacional (Lucro Distribuível) ( + ) Ganho realizado de estocagem Lucro Realizado ( + ) Valorização do Estoque (Ganho não realizado) Lucro Líquido 31/12/X1 a 30/06/X2 2.3. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR IUDÍCIBUS. Sérgio de. Contabilidade Gerencial. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 1998. 2.4. EXERCÍCIOS 1) A Cia Flutuações, após a sua constituição, utiliza todo o capital, totalmente integralizado em dinheiro, para aquisição de mercadoria à vista, por $800.000, em 30/12/X1. Em 30/06/x2, a empresa vende 80% do lote físico da mercadoria por $672.000. Outros dados: Período Índice Geral de Preços Preço Atual da Mercadoria 31/12/X1 100 800.000 30/06/X2 119 1.000.000 Na posição de Contador Gerencial da Cia Flutuações, você está convidado a apresentar os seguintes relatórios à Diretoria em 30/06/X2: a) Resultado contábil a custos originais (históricos). ( - ) Custo dos Produtos Vendidos Lucro Bruto

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 18 b) Resultado contábil a custos históricos corrigidos. ( - ) Custo dos Produtos Vendidos Corrigido Lucro ou Prejuízo Histórico Corrigido c) Resultado contábil a custos de reposição. ( - ) Custo de Reposição Lucro (prejuízo) Operacional (Lucro Distribuível) ( + ) Ganho realizado de estocagem Lucro Realizado ( + ) Valorização do Estoque (Ganho não realizado) Lucro Líquido 2) Determinada empresa, após a sua constituição, utiliza todo o capital, totalmente integralizado em dinheiro, na aquisição de 500 unidades de mercadorias para revenda a R$20,00 por unidade em 31 de dezembro de 2002. Em 31 de dezembro de 2003, foram vendidas 300 unidades a R$40,00 por unidade. Nesta ocasião, o custo de reposição dos estoques era de R$37,00 por unidade. O índice geral de preços era de 100 em 31 de dezembro de 2002 e de 114 em 31 de dezembro de 2003. Supondo que estas tenham sido as únicas transações, demonstre: a) Resultado contábil a custos originais (históricos) ( - ) Custo dos Produtos Vendidos Lucro Bruto b) Resultado contábil a custos históricos corrigidos. ( - ) Custo dos Produtos Vendidos Corrigido Lucro Histórico Corrigido

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 19 c) Resultado contábil a custos de reposição. ( - ) Custo de Reposição Lucro Operacional (Lucro Distribuível) ( + ) Ganho realizado de estocagem Lucro Realizado ( + ) Valorização do Estoque (Ganho não realizado) Lucro Líquido 3) Determinada empresa, após a sua constituição, utiliza todo o capital, totalmente integralizado em dinheiro, na aquisição de 1.400 unidades de mercadorias para revenda a R$ 35,00 por unidade em 31 de dezembro de 2006. Em 31 de dezembro de 2007, foram vendidas 1.120 unidades a R$ 55,00 por unidade. Nesta ocasião, o custo de reposição dos estoques era de R$ 40,00 por unidade. a) Calcule e demonstre o resultado contábil a custos históricos corrigidos, considerando que a inflação tenha sido de 18%. ( - ) Custo dos Produtos Vendidos Corrigido Lucro Histórico Corrigido b) Calcule e demonstre o resultado contábil a custos de reposição. ( - ) Custo de Reposição Lucro Operacional (Lucro Distribuível) ( + ) Ganho realizado de estocagem Lucro Realizado ( + ) Valorização do Estoque (Ganho não realizado) Lucro Líquido c) Se houvesse deflação de 15%, qual seria o resultado histórico corrigido. ( - ) Custo dos Produtos Vendidos Corrigido Lucro Histórico Corrigido

CONTABILIDADE GERENCIAL PROFESSOR DANIEL VIEGAS RIBAS FILHO 20 4) Determinada empresa, após a sua constituição, utiliza todo o capital, totalmente integralizado em dinheiro, na aquisição de 1.520 unidades de mercadorias para revenda a R$ 210,00 por unidade em 31 de dezembro de 2002. Em 31 de dezembro de 2003, foram vendidas 505 unidades a R$ 240,00 por unidade. Nesta ocasião, reposição dos estoques era de R$ 226,00 por unidade. O índice geral de preços era de 100 em 31 de dezembro de 2002 e de 112 em 31 de dezembro de 2003. Supondo que estas tenham sido as únicas transações, calcular o lucro histórico corrigido. 5) Com base nos dados da questão anterior, calcule o ganho não realizado e o ganho realizado na valorização do estoque. 6) A Cia Beta, após a sua constituição, utiliza todo o capital, totalmente integralizado em dinheiro, para aquisição de mercadoria à vista, por R$ 1.500.000, em 30/12/X1. Em 30/06/x2, a empresa vende 75% do lote físico da mercadoria por R$ 1.250.000. Nesta ocasião, o custo de reposição, de 100% do estoque, era de R$ 1.650.000. Supondo que estas tenham sido as únicas transações, pede-se: a) Calcule e demonstre o resultado contábil a custos históricos corrigidos, considerando que a inflação tenha sido de 10%. ( - ) Custo dos Produtos Vendidos Corrigido Lucro Histórico Corrigido b) Calcule e demonstre o resultado contábil a custos de reposição. ( - ) Custo de Reposição Lucro Operacional (Lucro Distribuível) ( + ) Ganho realizado de estocagem Lucro Realizado ( + ) Valorização do Estoque (Ganho não realizado) Lucro Líquido