ESTUDO COMPARATIVO DOS INDICADORES DE SINTOMAS DE ESTRESSE E ANSIEDADE ENTRE ESTUDANTES ENTRANTES E CONCLUINTES DO CURSO DE PSICOLOGIA



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Transcrição:

177 ESTUDO COMPARATIVO DOS INDICADORES DE SINTOMAS DE ESTRESSE E ANSIEDADE ENTRE ESTUDANTES ENTRANTES E CONCLUINTES DO CURSO DE PSICOLOGIA Victor Cesar Amorim Costa¹, Andréa Olimpio de Oliveira² Resumo: A entrada na educação superior é um momento marcante na vida dos estudantes Universitários, assim como a conclusão dessa etapa. Tanto entrantes como concluintes confrontam-se com desafios de ordem pessoal, interpessoal, familiar e institucional. Tomando consciência dessas múltiplas questões que abordam a Educação Superior, tanto no processo de entrada quanto no de conclusão, é que esta pesquisa vem investigar a saúde dos estudantes universitários. Objetivaram-se com esta pesquisa revelar a presença ou a ausência de sintomas e indicadores de ansiedade e estresse entre os grupos de estudantes entrantes e concluintes, especificamente osdo curso superior de Psicologia, e comparar os resultados. Para satisfazer estes objetivos, utilizaram-se testes psicológicos. A pesquisa contou com 24 entrantes e 24 concluintes. Os resultados indicaram que os entrantes apresentaram sintomas de ansiedade em níveis mais altos do que os concluintes, enquanto os concluintes, os de estresse. Inferiu-se, com base nos resultados, que uma das influências sobre esses níveis mais altos de ansiedade entre os entrantes deve-se à expectativa sobre o curso e que os sintomas de estresse sobre os concluintes se devem à tensão pela futura entrada no mercado de trabalho, aos questionamentos relacionados ao plano de vida e à sensação de despreparo diante do mercado profissional. Propôs-se que serviços se estabeleçam para essa população específica, como plantão psicológico, grupos de dinâmicas, orientação profissional. A partir de maior atenção a essa parcela da população, é possível que se estabeleça um ambiente saudável à vida acadêmica. Palavras-chave: ansiedade, avaliação psicológica, educação superior, psicologia educacional estresse. ¹ Graduando do Curso de Psicologia UNIVIÇOSA, Viçosa, MG, e-mail: victorcacosta@hotmail.com; ² Professora do Curso de Psicologia UNIVIÇOSA, Viçosa, MG, e-mail: andreajf@ig.com.br. Revista Científica Anais IV Univiçosa SIMPAC - Volume 34 - n. 1 - Viçosa-MG - jan. - dez. 2013 2012 - p. 177-182

178 Victor Cesar Amorim Costa et al. Introdução A entrada na educação superior é um momento marcante na vida dos estudantes universitários. O vestibular é uma etapa do ciclo vital de complexidade indiscutível e tem um impacto significativo na vida dos estudantes (RODRIGUES; PELISOLI, 2008). Segundo Silva e Fabris (2010), o ingresso na universidade é caracterizado pela presença do sentimento de conquista por parte dos estudantes. Essa conquista não é apenas no sentido de merecimento ou vitória em uma jornada, mas em sentido concorrencial, resultado de uma ação disputada e vencida contra alguém. Esse característico comportamento de disputa e concorrência na corrida pela vaga universitária afeta a saúde dos vestibulandos. Utilizandose o Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp, foram encontrados maiores escores de estresse entre estudantes de cursos pré-vestibulares (CALAIS; ANDRADE; LIPP, 2003). Rodrigues e Pelisoli (2008) encontraram escores altos de ansiedade em candidatos ao vestibular, utilizando-se a Escala Beck de Ansiedade. A conclusão do curso superior é também uma etapa do ciclo vital significativa, pois é marcada pelas tensões decorrentes de questionamentos pessoais sobre a preparação profissional e a científica recebidas e a futura entrada no mercado de trabalho. Tomando consciência dessas múltiplas questões que abordam a educação superior, tanto no processo de entrada quanto no de conclusão, foi que esta pesquisa investigou a saúde dos estudantes universitários. Os objetivos desta pesquisa foram revelar a presença ou a ausência de sintomas e indicadores de ansiedade e estresse entre os grupos de estudantes entrantes e concluintes, especificamente os do Curso de Psicologia, e comparar os resultados. Para satisfazer este objetivo, utilizaram-se os testes psicológicos. Material e Métodos Os critérios para participar desta pesquisa foram: estar cursando o último ou o primeiro período do Curso de Psicologia, no turno noturno. A pesquisa contou com 24 entrantes e 24 concluintes. Não foi possível atingir a amostra Anais Revista IV Científica SIMPAC - Univiçosa Volume 4 - Volume n. 1 - Viçosa-MG 3 - n. 1 - Viçosa-MG - jan. - dez. - 2012 jan. -- dez. p. 177-182 2013 - p. 177-182

Estudo comparativo dos indicadores de sintomas... 179 previamente determinada, pois foi respeitada a disponibilidade das turmas em participar. Decorrente disso, os resultados deste estudo possuíram uma confiabilidade de 87%. Foram utilizados dois instrumentos de avaliação: o Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp, para a indicação de sintomas, e a avaliação das fases de estresse entre os estudantes. A Escala Beck de Ansiedade foi utilizada para a indicação e avaliação dos níveis de ansiedade entre os estudantes. Os grupos de estudantes concluintes e entrantes foram avaliados separadamente e os testes foram aplicados em um só momento em cada grupo. Resultados e Discussão Os resultados indicaram que 58,34% dos entrantes apresentaram sintomas mínimos de ansiedade; 25%, sintomas leves; e 8,33%, sintomas de nível grave, como se pode observar na Tabela 1. Em relação ao estresse, os resultados indicaram uma ausência de 66,67% de sintomas entre entrantes. Na Tabela 2, está evidenciado que 25% dos alunos apresentaram sintomas da fase de resistência, que é caracterizada por a pessoa automaticamente tentar lidar com os seus estressores de modo a manter a sua homesostase interna (Lipp, 2005). Tabela 1: s relativas para análises de indicadores de sintomas de ansiedade entre concluintes e entrantes do Curso de Psicologia Nível de Ansiedade Entrante Concluinte Mínimo 14 58,34 17 70,84 Leve 6 25 5 20,83 Moderado 2 8,33 2 8,33 Grave 2 8,33 0 0 Total 24 100 24 100 Revista Científica Anais IV Univiçosa SIMPAC - Volume 34 - n. 1 - Viçosa-MG - jan. - dez. 2013 2012 - p. 177-182

180 Victor Cesar Amorim Costa et al. Entre os concluintes, observou-se, na Tabela 1, que os resultados indicaram que 70,84% apresentaram sintomas de ansiedade mínimos; e20,83%, sintomas leves. Com relação ao estresse, 58,34% não evidenciaram sintomas; porém, 33,33% apresentaram sintomas de estresse da fase de resistência, como se pode notar na Tabela 2. Os sintomas de nível moderado de ansiedade e sintomas de estresse da fase de exaustão apresentaram homogeneidade entre os grupos. A fase de exaustão do estresse é caracterizada pela presença de doenças graves, podendo ocorrer nos órgãos mais vulneráveis, como enfarte, úlceras, psoríase, depressão e outros (LIPP, 2005). Tabela 2: s relativas para análises de indicadores de sintomas de estresse entre concluintes e entrantes do Curso de Psicologia Fases do estresse Entrante Concluinte Alerta 0 0 0 0 Resistência 6 25 8 33,33 Quase 0 0 0 0 Exaustão Não 16 66,67 14 58,34 indicado Total 24 100 24 100 Esses resultados evidenciaram que os entrantes apresentaram sintomas de ansiedade em níveis mais altos do que os concluintes; porém, os concluintes demonstraram mais sintomas de estresse. Inferiu-se, com base nos resultados citados anteriormente, que uma das influências sobre esses níveis mais altos de ansiedade em estudantes entrantes deve-se à expectativa sobre o Curso (IGUE; BARIANE; MILANESE, 2008). Os sintomas de estresse sobre os estudantes concluintes se devem à tensão pela futura entrada no mercado de trabalho, aos questionamentos relacionados ao plano de vida e à sensação de despreparo diante do mercado profissional. Anais Revista IV Científica SIMPAC - Univiçosa Volume 4 - Volume n. 1 - Viçosa-MG 3 - n. 1 - Viçosa-MG - jan. - dez. - 2012 jan. -- dez. p. 177-182 2013 - p. 177-182

Estudo comparativo dos indicadores de sintomas... 181 Conclusões Os indivíduos entrantes assim como aqueles concluintes de um curso superior confrontam-se com uma série de múltiplos desafios de ordem pessoal, interpessoal, familiares e institucionais, que merece um olhar mais cuidadoso das autoridades e dos serviços acadêmicos, como a recepção e o apoio aos estudantes. Propõe-se que se estabeleçam, para essa população específica, serviços como plantão psicológico, grupos de dinâmicas e orientação profissional. A partir de uma maior atenção a essa parcela da população é possível que se estabeleça um ambiente saudável à vida acadêmica. Referências Bibliográficas CALAIS, S.L.; ANDRADE, L.M. B.; LIPP, M.E.N. Diferenças de sexo e escolaridade na manifestação de Stress em adultos jovens. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 16, 7 n. 2, 2003. LIPP, M.N. Manual do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. RODRIGUES, D.G.; PELISOLI, C. Ansiedade em vestibulandos: um estudo exploratório. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo, v. 35, n. 5, 2008. SILVA, R.R.D. da; FABRIS, E.T.H. O jogo produtivo da educabilidade/ governamentalidade na constituição de sujeitos universitários. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v. 15, n. 44, ago. 2010. Revista Científica Anais IV Univiçosa SIMPAC - Volume 34 - n. 1 - Viçosa-MG - jan. - dez. 2013 2012 - p. 177-182

182 Victor Cesar Amorim Costa et al. Anais Revista IV Científica SIMPAC - Univiçosa Volume 4 - Volume n. 1 - Viçosa-MG 3 - n. 1 - Viçosa-MG - jan. - dez. - 2012 jan. -- dez. p. 177-182 2013 - p. 177-182