Métodos de Ensino e Aprendizagem no Movimento Escoteiro
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1 Métodos de Ensino e Aprendizagem no Movimento Escoteiro Isabela Almeida Costa Universidade Sagrado Coração, Bauru/SP. isabelazagatto@gmail.com Comunicação Oral Pesquisa Concluída Introdução O presente trabalho tem como objetivo geral versar sobre como o Movimento Escoteiro contribui na formação de jovens cidadãos. O Movimento Escoteiro foi criado pelo inglês Robert Stephenson Smyth Baden-Powell,1907, com o intuito de dar algo de útil para os jovens do pós-guerra fazerem, como obterem mais independência dos pais. Inicialmente para garotos mais velhos, não demorou muito para que fosse necessária a criação de uma vertente para crianças e meninas. Atualmente, o Escotismo é dividido em 4 ramos: Ramo Lobo, para crianças de 7 a 11 anos, Ramo Escoteiro, de 11 a 15 anos, Ramo Sênior, de 15 a 18 anos e Ramo Pioneiro, de 18 a 21. Após esse período, o jovem pode vir a ser Chefe, continuando sua formação nessa área. Vamos explicitar aqui sobre o Ramo Lobo, onde as crianças são incluídas nesse Movimento Mundial. Classificado como um método de educação não-formal, esse Movimento nos traz infinitas possiblidades de incrementar a formação da criança, utilizando-se de jogos e histórias do mundo do imaginário para apoiar a educação. O Método é baseado na história de Rudyard Kipling, O Livro da Selva, que conta a história de Mowgli. Dentro dessa mística, as reuniões de sábado são planejadas levando em conta todas as áreas de desenvolvimento da criança como social, físico, caráter, espiritual, afetivo e intelectual (UEB, 2011), utilizando métodos de avaliação comportamental baseados em habilidades e competências adquiridas. As crianças nesse Ramo são chamadas de Lobinhos, daí o coletivo dos Lobinhos ser a Alcateia, onde eles trabalham e convivem juntos. Trata-se de um estudo sobre a inserção de crianças sem contato anterior com o Movimento em uma Alcateia, onde os adultos responsáveis (chamados Chefes Escoteiros) aplicam atividades relacionadas aos campos Físicos, Afetivos, Caráter, Social e Espiritual. 1
2 Metodologia O método de pesquisa inicial foi bibliográfico, realizando uma busca documental sobre o tema escolhido. Depois, foi utilizado a pesquisa de campo durante 6 meses, estudando uma Alcateia em formação dentro do Grupo Escoteiro Tiradentes. Foram utilizadas análises prévias das crianças, sobre como elas estavam quando ingressaram no Movimento e das expectativas dos pais. Jogos e atividades foram aplicados, e a observação do comportamento da criança durante a aplicação nos informa o que e necessário trabalhar, por exemplo: Quando a criança não segue as regras do jogo e só quer ganhar de qualquer maneira, quando não auxilia a equipe a chegar ao mesmo objetivo, quando desrespeita os colegas e as ordens dos adultos responsáveis. Isso nos dá um parâmetro para trabalhar e aplicar o que é chamado de Ensinamentos, utilizando histórias, a convivência em grupo, o Aprender Fazendo e a participação ativa das crianças nas atividades. No final do período de 6 meses, além da análise das fichas individuas com os níveis alcançados (de responsabilidade dos chefes), foi aplicado um questionário com perguntas abertas para os pais sobre as atividades comportamentais das crianças. Os resultados foram confirmados com essas análises documentais e mais importante ainda, com a visualização da mudança em cada uma das crianças. As fichas individuais nos mostram onde e como cada criança evoluiu, sendo uma evolução gradativa, e claro, sempre contanto com a total ajuda e apoio dos pais. Todo o processo de coleta foi realizado dentro do Grupo Escoteiro Tiradentes, Bauru SP. Participaram da pesquisa 24 crianças e seus respectivos responsáveis. Resultados e Discussões Normalmente, uma Alcateia é formada por crianças que já estão no Movimento a mais tempo, ajudando os novos a se integrarem. Nesse caso específico, uma nova Alcateia foi formada inteiramente de crianças novas. Os resultados obtidos através das aplicações de jogos e contação de histórias foram todos observados por uma equipe de chefes. De acordo com o Manual do Escotista Ramo Lobinho (UEB, 2011), pág 13 criar novas perguntas e buscar suas respostas é parte do jogo nessa idade. Os jogos e atividades de ensinamentos da Alcateia foram aplicados aos sábados, com uma grande diversidade de temas e regras. Os resultados obtidos analisando as fichas individuais e observando da evolução de cada criança foram a 2
3 melhora expressiva no relacionamento social, melhora na observação da autoridade e em seguir instruções, entendimento sobre as histórias e os princípios do Escotismo, tudo isso observado e documentado pelos adultos responsáveis a partir das competências e habilidades atingidas em fichas de avaliação individuas das crianças e corroborado pelas respostas do questionário dos pais. Um dos resultados mais aparentes foi a grande integração dentro do Movimento Escoteiro, onde o Método aplicado como se deve possibilita um crescimento da criança e do jovem em todas a áreas humanas necessárias. Existem competências esquematizadas em ordem educacional pela comissão da União dos Escoteiros do Brasil, e isso norteia o trabalho e a avaliação da progressão de cada criança. Segue quadro com exemplo de competências da área Física: 3
4 (EUB, 2011) A imagem acima é um exemplo das competências do Ramo Lobo na área do desenvolvimento Físico. Podemos ver no gráfico abaixo as competências adquiridas do grupo de crianças que participaram da pesquisa: Considerando que o total de Competências que podem ser adquiridas pelas crianças dentro do Ramo Lobo é de 77, no período da pesquisa, podemos notar que 29% das crianças estão alcançando altos níveis dentro de sua progressão pessoal (mais de 20 competências), sendo assim, são exemplos para os mais novos. Conforme essas crianças vão evoluído dentro do Método e do Movimento, nota-se o interesse das outras crianças, sendo o início de um ciclo de desafios pessoais. Comparando os resultados baseado em Campos (2008), podemos destacar que as próprias crianças percebem essa mudança em si mesmas e mais ainda nos colegas. Porém, a observação e registro dos chefes responsáveis é o grande norte em relação a mudança de comportamento e de agregação de competências das áreas físicas, morais e intelectuais. Os resultados em forma de gráficos são fontes de discussão e comprovação dos resultados obtidos pelas próprias crianças. 4
5 Considerações Finais O agrupamento de crianças que nunca tiveram contato com o Movimento antes para uma nova Alcateia foi extremamente exitoso. Os trabalhos iniciaram-se com as crianças todas aprendendo em conjunto os mesmos ensinamentos. Respeitando mais tarde suas idades diferentes e seus interesses pessoais, os ensinamentos e trabalhos afetivos e físicos foram desenvolvidos com grande sucesso. As crianças hoje estão em níveis diferentes e trabalhando com grupos menores dentro da Alcateia, e isso nos dá um enorme parâmetro de trabalho diversificado para cada idade. Essa Alcateia não deixa a desejar em nenhum aspecto importante de Alcateias e crianças envolvidos a mais tempo com o Escotismo. A comparação dos resultados obtidos através das fichas e dos gráficos nos permite inferir que a maior quantidade de competências adquiridas pelos lobinhos foi nas áreas Físicas e Afetiva, sendo essas as que englobam o desenvolvimento corporal e a vida em grupo. Foi catalogado também as respostas do questionário pelos pais, o que evidencia de forma sistemática as observações feitas em trabalho de campo. Acredita-se que com o contínuo trabalho dos chefes e pais com essas crianças, todas as áreas do desenvolvimento prevista pelo Método Escoteiro para o Ramo Lobo sejam atendidas com satisfação. Palavras Chaves Escotismo, Métodos de Aprendizagem, Educação. Referências UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL. Manual do escotistas: ramo lobinho: um método de educação não-formal para meninos e meninas de 7 a 11 anos. 3 ed. Curitiba: Organização Interamericana de Escotismo, J. PIAGET. A Formação do Símbolo na Criança. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, CAMPOS, Érica Cristina Machado. Método Escoteiro: educação não formal. 93 f.trabalho de Conclusão de Curso Universidade Paulista UNIP, Bauru,
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