VIOLÊNCIA DE GÊNERO: A NECESSIDADE DO SEU RECONHECIMENTO



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Transcrição:

VIOLÊNCIA DE GÊNERO: A NECESSIDADE DO SEU RECONHECIMENTO Jézica Neres Fonseca Buniotti; Suellen Regina Vedovato. Maria Inez Barboza Marques (orientadora) marques@sercomtel.com.br (UNESPAR/Campus Paranavaí/PR) INTRODUÇÃO O texto que se apresenta, constitui-se em uma parte do Trabalho de Conclusão de Curso no Curso de Serviço Social, que foi concluído no ano de 2010. O referido trabalho teve como tema "A efetivação da Lei Maria da Penha do Município de Paranavaí", partindo dai a necessidade em sistematizar o conceito de violência de gênero. OBJETIVO: Discutir o conceito de violência de gênero. METOLOGIA Para efeito do resumo expandido foi realizada uma revisão bibliográfica, utilizando autores/autoras que são especialistas na temática. RESULTADOS A definição acerca de violência de gênero é explanada por Almeida (2007) quando descreve que essa temática designa a produção da violência configurada por um contexto de relações produzidas socialmente, tendo sua repercussão em um espaço de produção societal e com caráter relacional. E utilizando-se da mesma autora, esta acrescenta: A violência de gênero só se sustenta em um quadro de desigualdades de gênero. Estas integram o conjunto das desigualdades sociais estruturais, que se expressam no marco do processo de produção e reprodução das relações fundamentais as de classe, étnico-raciais e de gênero. A estas relações podem-se agregar as geracionais, visto que não correspondem tão-somente à localização de indivíduos em determinados grupos etários, mas também à localização do

sujeito na história, na ambiência cultural de um dado período, na partilha ou na recusa dos seus valores dominantes, nas suas práticas de sociabilidade. (ALMEIDA, 2007, p. 28). A violência de gênero desencadeia nas vítimas fatores emocionais como medo, constrangimento, abalos psíquicos e desequilibram a base da personalidade devido à opressão constante em que convivem, contribuindo para o desenvolvimento de sentimentos de culpa, debilidade emocional e inferioridade. (PRIORI, 2007). No que tange a esse assunto, a mesma autora discorre que todas essas tensões emocionais configuram-se em barreiras para as vítimas, impedindo-as de denunciar seus agressores aos órgãos competentes e especializados, por viverem sob o prisma do medo de represálias e sob ameaças de vingança por parte de seus agressores. Destaca ainda que as barreiras enfrentadas pelas vítimas para denunciar e punir seus algozes culmina no encorajamento da violência, uma vez que os agressores, impunes ou passíveis de condenação, continuam reproduzindo as práticas agressivas, perpetuando, assim o círculo da violência (PRIORI, 2007). De acordo com Strey (1995), a violência de gênero é paralela a outras formas de abuso que estão visíveis e consistentemente incluídas no discurso dos direitos humanos. Os golpes e ataque sexuais no lar se assemelham amplamente às formas reconhecidas e definidas como tortura (CARILLO, 1997). Ao passo que a subjugação das mulheres, incluindo a violência em suas diversas formas, é tão comum em nossas tradições culturais e religiosas, que não consegue ser amplamente aceita como uma questão de direitos humanos. Segundo as abordagens de Saffioti (2004), entende-se violência de gênero como uma categoria da violência em sua forma mais geral, podendo abranger a violência doméstica e familiar. Esse modo de violência ocorre normalmente no desenho homem contra mulher, mas pode ser perpetrada também em relações mulher contra mulher. Sendo assim, faz-se necessário entender especificamente a violência de gênero, violência contra as

mulheres, violência familiar e violência doméstica, ainda que de certo modo estejam intrínsecas, mas não sendo a mesma coisa. De acordo com Pereira (2008) que, citando Cavalcanti (2005), reforça o conceito de violência de gênero argumentando que o mesmo deve ser compreendido como uma correlação de fatores, como: de poder, de dominação do homem e de submissão da mulher. Ela demonstra que os papéis impostos às mulheres e aos homens, consolidados ao longo da história e reforçados pelo patriarcado e sua ideologia, induzem relações violentas entre os sexos e indica que a prática desse tipo de violência não é fruto da natureza, mas sim do processo de socialização das pessoas. Assim, não é a natureza a responsável pelos padrões e limites sociais que determinam comportamentos agressivos aos homens e dóceis e submissos a mulher. Os costumes, a educação e os meios de comunicação tratam de criar e preservar estereótipos que reforçam a idéia de que o sexo masculino tem o poder de controlar os desejos, as opiniões e a liberdade de ir e vir das mulheres (TELES; MELO, 2003 apud PEREIRA, 2008, p. 20). A partir dessa abordagem levantada por Teles e Melo (2003), torna-se possível entender e observar os elementos que perpassam essa relação, como o patriarcado, que é um dos protagonistas responsáveis pela desigualdade entre homens e mulheres. Sobre essa abordagem acerca de patriarcado, Saffioti (2004) complementa: O patriarcado baseia-se no controle e no medo, atitude/sentimento que formam um ciclo vicioso. Há muito tempo, afirmou-se que os homens ignoram o altíssimo preço [...] que pagam pela amputação de facetas de suas personalidades, da exploração dominação que exercem sobre as mulheres. Desta forma, não se trata de uns serem melhores do que os outros, mas de disputa pelo poder, que comporta necessariamente, controle e medo (SAFFIOTI, 2004, p. 121, apud PEREIRA, 2008, p. 20). Utilizando-se das considerações de Almeida (2007), a violência de gênero, gerada no interior de disputas pelo poder em relações íntimas, visa

a produzir a heteronomia, a potencializar o controle social e, em última análise, a reproduzir a matriz hegemônica de gênero na sua expressão microscópica. Enfatizando, que a violência de gênero se passa num quadro de disputa pelo poder, o que significa que não é dirigida a seres, em princípio, submissos, mas revela que o uso da força é necessário para manter a dominação, porquanto a ideologia patriarcal tensionada por conquistas históricas, sobretudo feministas não se revela suficientemente disciplinadora. (ALMEIDA, 2007, p. 28) Essas discussões são salutares para o entendimento que aponta para a existência de lutas simbólicas, configuradas quando os agentes se envolvem de modo individual ou coletivo, ou seja, dispersa ou organizadamente. De acordo com Rocha (2007): As lutas simbólicas são históricas, expressando a processualidade da participação de sujeitos múltiplos, com múltiplas inserções e posições sociais. Nesse sentido, vale destacar a contribuição dos movimentos feministas para a construção de uma identidade feminina no Brasil, buscada na luta pela ampliação da cidadania das mulheres e na consciência de seus direitos enquanto sujeitos. Do ponto de vista do combate à violência de gênero, essa contribuição é fundamental, posto que colabora para a reelaboração das representações e práticas das mulheres, bem como para a desconstrução de modelos historicamente a elas destinados, ajudando a criar possibilidades de resistência ao processo de dominação (ROCHA, 2007, p. 17). Muitos foram os esforços para o reconhecimento dos direitos femininos e a denúncia de sua violação; essa luta foi empreendida por mulheres de várias nações, ressaltando o empenho dos movimentos feministas e de outros movimentos e organizações para colocar a violência de gênero na agenda política. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão bibliográfica sobre a violência de gênero, demonstrou que essa se relaciona à violência simbólica, constituída em um processo histórico, que é perpassada pelas relações de poder e que precisa ser reconhecida e compreendida para ser enfrentada. REFERENCIAS ALMEIDA, Suely Souza de Almeida (org). Violência de gênero e políticas públicas. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007. CARRILLO, Roxana. Violência contra las mujeres. In: Las Mujeres contra La violência: rompiendo com el silencio. UNIFEM. New York, 1997. BRASIL. Lei Maria da Penha Lei nº. 11.340 de 2006 Coíbe a violência doméstica e familiar contra a Mulher. Brasília: Secretaria Especial de Políticas Públicas para as mulheres, 2008b. PEREIRA, Beatriz dos Santos. O ciclo da violência e a contribuição das medidas protetivas de urgência, previstas na Lei Maria da Penha, para o seu rompimento. Monografia (Graduação em Serviço Social) - Universidade Estadual de Londrina, Paraná, 2008. PRIORI, Claudia. Retratos da violência de gênero: denúncias na Delegacia da Mulher de Maringá (1987-1996). Maringá: Eduem, 2007. RICOTTA, Luiza. Quem grita perde a razão: a educação começa em casa e a violência também. São Paulo: Annablume, 1999. ROCHA, Lourdes de Maria Leitão Nunes. Casas-Abrigo No Enfrentamento da Violência de Gênero. Série Temas. 6ª Edição. São Paulo: Veras Editora, 2007. SAFFIOTI, Heleieth I. Gênero, patriarcado e violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.