Reclamação trabalhista I: petição inicial



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Transcrição:

Reclamação trabalhista I: petição inicial Denominação Daniele Sehli* A petição inicial ordinária na Justiça do Trabalho, consoante artigo 840 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), recebe a denominação de reclamação trabalhista. Assim, para se evitar qualquer tipo de discussão com a banca examinadora, deve-se utilizar a nomenclatura sugerida pelo legislador. Requisitos fundamentais A princípio, os requisitos fundamentais para a elaboração da petição inicial trabalhista se encontravam apenas no artigo 840 da CLT. As exigências desse dispositivo legal, contudo, mostram-se simplistas demais para a atuação de um profissional da área do Direito. Não se pode perder de vista que o dispositivo celetário tem o condão de possibilitar a apresentação de reclamação trabalhista pela própria parte, vez que vigora na Justiça do Trabalho o ius postulandi (CLT, art. 791). Assim, para a apresentação da referida peça processual por intermédio de advogado (que é a análise que será feita pela banca examinadora), deve-se atentar também para os requisitos constantes do artigo 282 do Código de Processo Civil (CPC), diploma jurídico esse que tem aplicação subsidiária no processo do trabalho (CLT, art. 769). Parte-se, desse modo, à análise de cada requisito processual de forma individual. Endereçamento da petição inicial O endereçamento da reclamação trabalhista enseja que se tenha conhecimento da competência da Justiça do Trabalho, 1 a fim de identificar o órgão que deve receber a postulação. Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Professora da Graduação da PUCPR. Advogada trabalhista. 1 Convém salientar que a Emenda Constitucional 45/2004, alcunhada como Reforma do Judiciário, ampliou a competência da Justiça do Trabalho, trazendo alterações substanciais quanto ao tema.

PRÁTICA EM DIREITO DO TRABALHO Considerando que a peça processual em análise é a reclamação trabalhista, a competência funcional para dirimir a lide é, via de regra, das Varas do Trabalho (CLT, arts. 650 a 653). Somente nas localidades não compreendidas na jurisdição das Varas do Trabalho é que a petição inicial será direcionada aos juízes de Direito (arts. 668 a 669; e CF, art. 112). Em relação à linguagem a ser empregada, de grande valia é a lição de Sergio Pinto Martins (2004, p. 250): É comum, naquelas localidades em que há Varas do Trabalho, o advogado dirigir a petição ao Senhor Doutor Juiz de Direito, quando o correto é ao Senhor Doutor Juiz do Trabalho da Vara do Trabalho. A petição só será dirigida ao juiz de Direito nas localidades em que não exista Vara do Trabalho e aquele magistrado tenha jurisdição trabalhista. Não será a petição dirigida ao Juiz Federal do Trabalho. O juiz do Trabalho é um magistrado federal, não existe a denominação Juiz Federal do Trabalho na Constituição, apenas juiz do Trabalho. Assim, temos: a competência da Vara do Trabalho: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da Vara do Trabalho de (localidade) caso não haja Justiça do Trabalho na localidade, a competência será do juiz de Direito, e virá da seguinte forma: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível de (localidade) A competência territorial das Varas do Trabalho, por sua vez, é explicitada no artigo 651 da CLT, cuja regra geral encontra-se no caput: Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Assim, se o empregado foi contratado no Mato Grosso, mas sempre laborou no Rio de Janeiro, é nesta localidade que a petição inicial deve ser proposta: Vara do Trabalho do Rio de Janeiro. Da mesma forma, se o empregado reside no Paraná, mas sempre trabalhou em São Paulo, é nesta localidade que a peça de ingresso deve ser proposta: Vara do Trabalho de São Paulo.

11 Com isso, deve-se ter em mente que é irrelevante o local da contratação do trabalhador ou a localidade em que o empregado reside. A peça vestibular deverá ser dirigida à Vara do Trabalho em que foram prestados os serviços. As demais hipóteses do artigo 651 da CLT apresentam exceções a essa regra geral, que podem ser assim resumidas: quando o trabalhador for agente ou viajante comercial (pressupõe-se que o trabalhador preste serviço em mais de uma localidade), a ação trabalhista deverá ser proposta na localidade onde a empresa tenha agência ou filial à qual o empregado esteja subordinado (ou seja, a localidade em que está instalado o estabelecimento no qual o empregado presta contas) e, na falta deste, a localidade em que o empregado tenha domicílio ou na localidade mais próxima (CLT, art. 651, 1.º); quando o trabalhador for brasileiro e prestar serviços no estrangeiro, desde que não exista convenção ou tratado internacional dispondo em sentido contrário, será competente para receber a demanda trabalhista a Vara do Trabalho brasileira (na localidade onde a empresa estiver sediada no Brasil ou onde o empregado foi contratado). Nesse caso, exclui-se a regra geral local da prestação de serviços, que seria no estrangeiro para atrair a competência da jurisdição brasileira (CLT, art. 651, 2.º); quando o empregador promove suas atividades fora do lugar do contrato de trabalho, o trabalhador poderá escolher propor a reclamação trabalhista no local da contratação ou no local da prestação dos serviços (CLT, art. 651, 3.º). Exemplo comum na doutrina é de trabalhadores em espetáculos circenses e teatros. Destarte, o endereçamento deverá ser feito da seguinte forma: quando há Justiça do Trabalho na localidade: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da Vara do Trabalho de (localidade) quando não há Justiça do Trabalho no local: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível de (localidade)

PRÁTICA EM DIREITO DO TRABALHO Qualificação das partes Enquanto a legislação trabalhista é genérica (art. 840, 1.º), o CPC é bastante específico em relação à qualificação das partes (art. 282, II). Assim, em atendimento à regra processual mais completa, faz-se necessário consignar o nome, prenome, estado civil, profissão e domicílio, tanto do reclamante como do reclamado. A questão objeto do Exame de Ordem, via de regra, contém todos os dados necessários para a qualificação da parte. Se, eventualmente, a questão for omissa em relação a algum dado, ainda assim a qualificação das partes deverá ser preenchida da forma mais completa possível na peça de ingresso. Importa observar que isso não autoriza o candidato a criar um dado fantasioso apenas para o preenchimento correto e completo da qualificação da parte. Tal procedimento poderá ser entendido como um meio de identificação do candidato, acarretando, por conseguinte, a sua desclassificação. Deverá o candidato, desse modo, apenas completar a questão lembrando a necessidade do dado não mencionado. Exemplificando, se restar ausente o estado civil do empregado, poder-se-ia redigir: Fulano de Tal, brasileiro, (estado civil), bancário,... Havendo ausência do endereço, poder-se-ia consignar: Rua..., n.º..., CEP..., ou seja, apenas registrar o espaço com pontilhados. Desse modo, não se deixa de mencionar o dado constante da regra processual, bem como não se identifica a prova. Isso feito, teremos: Fulano de Tal, brasileiro, casado, pintor, residente e domiciliado em Cidade, na Rua, n.º, CEP, doravante denominado reclamante, vem à presença desse Juízo,. Reclamante incapaz ou relativamente incapaz A legislação trabalhista permite a formação do contrato de trabalho de empregados maiores de 16 anos, sendo que os menores de 16 e maiores de 14 anos poderão apenas firmar contrato de aprendizagem (CF, art. 7.º, XXXIII). Ocorrendo tal situação em que o empregado ainda não seja totalmente capaz (menor de 18 anos), também deverá ser consignada na peça de ingresso a qualificação completa do assistente ou do representante do menor (CPC, art. 8.º).

13 Portanto, nessas situações, teremos que descrever duas qualificações completas: uma para o reclamante (no caso, o trabalhador incapaz, que é a parte), e outra para o seu representante. Procurador Considerando-se que, na questão objeto do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a peça processual é confeccionada por advogado, devidamente constituído, faz-se necessário consignar a existência do procurador legal da parte. Essa informação poderá ser aduzida da seguinte forma: [...] vem à presença desse Juízo, por seu advogado infra-assinado e devidamente constituído (procuração em anexo ou instrumento de mandato em anexo), inscrito na OAB - (estado) sob o n.º [...] Algumas subseções da OAB, por sua vez, exigem ainda que o candidato mencione o endereço do advogado, fazendo valer o disposto no artigo 39, I, do CPC. Para tanto, constará na prova prática o endereço do advogado, podendo-se consignar o dado da seguinte forma: [...] vem à presença do Juízo, por seu advogado infra-assinado e devidamente constituído (procuração em anexo ou instrumento de mandato em anexo), inscrito na OAB - (estado), sob o n.º, com escritório profissional na Rua, n.º, CEP, cidade (estado). Reclamado Ambas as partes, reclamado e reclamante, devem ser apresentados com qualificação completa. Se o reclamado for pessoa física, deve-se levar em consideração as mesmas observações acima aduzidas em relação ao reclamante. Se o reclamado for pessoa jurídica, será o endereçamento feito a ela, pois é a empresa que figura como empregadora e não os seus sócios. Existem, também, situações em que o reclamado deve ser representado em juízo. A regra concernente à representação processual encontra-se descrita no artigo 12 do CPC. Desse modo, nessas ocasiões, tal qual se fez com o menor incapaz relacionando na peça de ingresso também a qualificação do seu representante legal, para determinados empregadores faz-se necessário adotar o mesmo procedimento em relação ao seu representante processual.

PRÁTICA EM DIREITO DO TRABALHO A exemplo, temos o síndico da massa falida e o inventariante do espólio. Nessas situações, teremos: massa falida: [...] Massa Falida de Alimentos Alice Ltda., pessoa jurídica de direito privado, estabelecida em (cidade), na Rua, n.º, CEP, representada por seu síndico, Fulano de Tal, brasileiro, solteiro, advogado, residente e domiciliado na Rua, n.º, CEP, (cidade), (estado). espólio: [...] Espólio de, representado por seu inventariante, Sicrano de Tal, brasileiro, solteiro, advogado, residente e domiciliado na Rua, n.º, CEP, (cidade), (estado). Litisconsórcio Podem ocorrer situações de litisconsórcio ativo e passivo. A hipótese de litisconsórcio ativo diz respeito a uma ação individual plúrima (CLT, art. 842), na qual os vários empregados que ingressam com a demanda trabalhista têm em comum a identidade de matéria e pretendem a tutela jurisdicional em face de um mesmo empregador. Também poderá ocorrer a hipótese de litisconsórcio passivo, em que existe o envolvimento de mais de um sujeito relacionado ao pedido feito pelo reclamante. Tais situações ocorrem normalmente em relação ao pedido de condenação subsidiária (por exemplo, no caso da Súmula 331 do TST) ou de condenação solidária (por exemplo, no caso do art. 2.º, 2.º, da CLT). Desse modo, havendo mais de um reclamante ou reclamado, é necessário fazer a qualificação para cada um dos integrantes da lide. Comissão de Conciliação Prévia Se houver Comissão de Conciliação Prévia que envolva a categoria do empregado em determinada localidade (pode ser uma comissão que envolva apenas os sindicatos

15 patronal e obreiro ou uma comissão que envolva apenas os trabalhadores de determinada empresa), é facultado ao reclamante, antes de ingressar com a reclamação trabalhista perante a Justiça do Trabalho, optar pela tentativa de conciliação junto a Comissão. A intenção do legislador, com a Lei 9.958/2000, foi promover a autocomposição entre as partes antes da tentativa de composição judicial, que se dá com o ajuizamento da ação trabalhista perante a Justiça do Trabalho. Fatos e fundamentos jurídicos Para a confecção da peça inicial, a CLT aponta como requisito necessário apenas uma breve exposição dos fatos, porém, tal disposição tem validade apenas quando se trata do ius postulandi, isto é, quando é o próprio empregado que vem a juízo pleitear seus direitos. Para fins de Exame de Ordem, além da breve exposição dos fatos, deverão também ser aduzidos os fundamentos jurídicos, como determina a Lei Processual Civil. A esse respeito, interessante citar a lição de Tostes Malta (2004, p. 248-249): O fato a que a lei se refere é o constitutivo do pedido, aquele cuja ocorrência gerou o direito a que se reivindica. Fundamento jurídico não é a norma jurídica em que o pedido se ampara, e sim a indicação da natureza da relação de direito que decorre dos fatos expostos. Se o reclamante assevera que, havendo sido dispensado sem justa causa, é credor das parcelas tais, está indicando o fundamento jurídico da sua reivindicação. [...] A indicação do direito positivo aplicável não se exige na reclamação trabalhista, isto é, não precisa o reclamante dizer em que texto da lei, Decreto-Lei etc., ampara sua pretensão. Desse modo, verifica-se que a ausência de indicação de dispositivo legal não importa em descumprimento da norma processual, mormente para as situações em que não há grande controvérsia acerca do direito positivo (como, por exemplo, o pedido de horas extras, excedentes da oitava hora diária, ante a previsão do texto constitucional). Todavia, sempre que possível, deve ser indicado o dispositivo legal, ou entendimento doutrinário e/ou jurisprudencial, ou os princípios que embasam o direito vindicado pelo reclamante. Esses fundamentos incrementam a peça processual e permitem ao avaliador investigar o grau de conhecimento do candidato.

PRÁTICA EM DIREITO DO TRABALHO Forma de exposição Considerando-se que a reclamação trabalhista, via de regra, relata vários fatos, faz-se necessário expô-los de forma que haja um encadeamento lógico entre eles. A respeito do requisito, são bem lembradas as palavras de Wagner Giglio (2007, p. 177): Deve, por isso, ser cuidadosamente redigida, sopesando-se cada palavra, o encadeamento lógico da exposição e a correta fundamentação do pedido, [...]. Sua redação deve obedecer os requisitos do estilo: clareza, precisão e concisão. É necessário, desse modo, estabelecer uma ordem de exposição desses fatos (somente os essenciais). O mais conveniente é que os fatos sejam narrados de forma cronológica e ordenada em relação aos pedidos principais e acessórios. Vale dizer que, primeiramente, se trata da contratação, depois das condições de trabalho e, na sequência, são tratados os fatos importantes na vigência da relação de emprego, para terminar na dissolução do pacto laboral e, por fim, nos pedidos de cunho indenizatório. Pedido Especificação do pedido Após a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos, vem o pedido, que nada mais é do que a pretensão do reclamante. Não pode existir reclamação trabalhista com pedido sem a respectiva causa de pedir (fatos + fundamentos jurídicos), como também não pode haver causa de pedir sem o correspondente pedido. Se tal evento ocorrer, a petição inicial será inepta (CPC, art. 295, parágrafo único, I). Daí porque a inicial deve mencionar precisamente o que o autor pretende. Por exemplo, não pode alegar o reclamante ter sido dispensado sem justa causa e, em decorrência desse evento, simplesmente postular o pagamento dos direitos decorrentes da injusta dispensa. A pretensão do reclamante, nesse caso, seria genérica, o que é vedado pelo ordenamento jurídico (CPC, art. 286). Deveria o reclamante, nessa situação, noticiar que embora tenha sido dispensado sem justa causa, nada recebeu, razão pela qual postula o pagamento dos haveres rescisórios, a saber: saldo de salário de (apontar a quantidade) dias, aviso prévio indenizado de (apontar a quantidade) dias, com integração deste no tempo de serviço; férias e gratificação de férias, proporcionais (apontar a quantidade) e vencidas (apontar a quantidade); décimo terceiro salário (apontar a quantidade); pagamento da multa de 40%.

17 Desse modo, deverá sempre o pedido ser certo e determinado 2 ou, ao menos, determinável, não se podendo formular pedido genérico, a não ser nas hipóteses previstas no artigo 286 do CPC. Pedidos alternativos e sucessivos Os pedidos podem ser alternativos (CPC, art. 288) ou sucessivos (art. 289), devendo-se entender que são uma espécie distinta em relação aos pedidos alternativos lato sensu. Quando se faz um pedido alternativo, de acordo com a regra processual civil, o reclamado poderá cumprir a obrigação de mais de um modo, sendo que o resultado prático de tal escolha é indiferente para o reclamante. Exemplificando, pode-se postular que o reclamado comprove o recolhimento dos depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na conta vinculada do empregado num determinado período, sob pena de, não o fazendo, pagar uma indenização correspondente. Nesse caso, temos duas alternativas para o empregador: ou ele comprova em juízo o correto recolhimento, a fim de não ser condenado ao pagamento dos depósitos do FGTS, ou ele assume uma posição omissa (não junta os documentos) e será condenado ao pagamento dos referidos depósitos. Veja que, na hipótese apresentada nesse exemplo, a escolha compete ao empregador, sendo que para o empregado não há diferença no resultado prático da escolha do empregador. Isso porque, se o empregador comprovar que recolheu corretamente os depósitos fundiários, era porque não existia débito pendente. Contudo, se o empregador não comprovar que recolheu corretamente o FGTS, então ele será condenado ao pagamento. Ao final, o empregado vai obter aquilo que pretende: os valores atinentes ao correto recolhimento do FGTS. Na hipótese de pedidos sucessivos, existe uma gradação entre as pretensões formuladas pelo reclamante. O empregado quer o resultado prático da primeira pretensão (pedido principal) e somente na hipótese de não ser possível atender a pretensão principal é que o reclamante requer que o juízo investigue a possibilidade de deferir o pedido sucessivo. A título de exemplo, podemos noticiar o caso de dispensa sem justa causa de emprego estável. O empregado estável tem direito a ser reintegrado no emprego, pois o que o ordenamento jurídico garante é a sua manutenção no trabalho. Assim, o pedido principal seria de reintegração do empregado no emprego. Contudo, poderia não ser possível a reintegração, e então entra em cena o pedido de ordem sucessiva ou subsidiária, que seria o pagamento de indenização correspondente ao período de estabilidade. 2 [...] é aquele definido ou determinado em suas qualidades e quantidades (SANTOS, 1989, p. 152).

PRÁTICA EM DIREITO DO TRABALHO Observe-se que nesse caso, diferentemente do pedido alternativo que se encontra num mesmo patamar, os pedidos sucessivos têm um grau de valoração. Isto é, sempre buscará o reclamante que o pedido principal seja atendido e somente na hipótese deste não ser possível ele se contentará com o pedido subsidiário. No caso dos pedidos alternativos, é indiferente a forma de cumprimento da obrigação. No caso dos pedidos sucessivos, sempre será mais valoroso o pedido principal. Pedidos relacionados a obrigações de fazer Havendo algum pedido relacionado a obrigação de fazer ou não fazer, poderá o reclamante inserir o pedido de uma pena pecuniária (astreintes) para o caso de descumprimento da obrigação. Nesse sentido, é o artigo 287 do CPC. Pedidos relacionados à antecipação da tutela Primeiramente, cumpre destacar que a tutela antecipada e específica difere das medidas cautelares tratadas nos artigos 796 e seguintes do CPC. Nas palavras de Jorge Luiz Souto Maior (2000, p. 56) [...] a tutela antecipada trata-se de uma nova técnica de provimento jurisdicional, proferida em cognição sumária, que se baseia, em parte, nos pressupostos da tutela cautelar (ainda que os termos do artigo 273 tragam nova roupagem ao periculum in mora, chamando-o de receio de dano irreparável ou de difícil reparação e que quanto ao fumus boni iuris diga tratar-se de verossimilhança da alegação ), mas que também pode ser concedida por razões de ordem estrutural, para fins de penalizar atos que afrontem a dignidade da justiça. Uma decisão que tem por objetivo antecipar, provisoriamente, no todo ou em parte, os efeitos práticos da pretensão deduzida em juízo, e não a pretensão em si, tendo por isso, uma função executiva, mas que pode ser efetivada com força mandamental e pode, eventualmente, não coincidir com o conteúdo da sentença final. Com o advento da Lei 10.444/2002, os provimentos antecipatórios ficaram assim distribuídos: artigo 461 do CPC diz respeito às obrigações de fazer ou não fazer; artigo 461-A do CPC diz respeito às obrigações de entrega de coisa; artigo 273 do CPC diz respeito às obrigações de pagar quantia em dinheiro e, de forma residual, às demais obrigações que não se relacionem com os artigos 461 e 461-A do CPC.

19 Requerimentos Após terem sido deduzidas as pretensões de direito material, deve a petição inicial apontar alguns requerimentos de ordem processual. A CLT não impõe tais requisitos para a confecção da reclamação trabalhista. Contudo, há a necessidade de adequação da formulação da peça inicial às regras do Processo Civil. Desse modo, deverão ser requeridas: a notificação do reclamado (adotando-se a terminologia constante da CLT, art. 841, caput e 1.º) para, querendo, responder a reclamação trabalhista; a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial o depoimento pessoal do reclamado, a oitiva de testemunha, a produção de prova pericial, a juntada de documentos e outras provas que se fizerem necessárias; a procedência da ação, condenando o reclamado ao cumprimento dos pedidos formulados, acrescidos de juros e correção monetária, bem como ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. Valor da causa Não exige o artigo 840, parágrafo 1.º, da CLT que seja indicado o valor atribuído à causa. Contudo, mesmo sem expressa determinação na lei trabalhista é necessário indicá-lo. Justificamos. O valor da causa, regra geral, deve corresponder ao valor que o reclamante pretende receber. Nesse sentido, são os artigos 258 e seguintes do CPC. Na Justiça do Trabalho, se a petição inicial estiver desacompanhada do valor atribuído à causa, este será fixado pelo juiz, antes de passar à instrução do feito. Essa é a regra do artigo 2.º da Lei 5.584/70: Art. 2.º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acordo, o Presidente da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada, se este for indeterminado no pedido. Para alguns, a referida legislação acabou por prescrever a necessidade de consignar o valor da causa na peça de ingresso. Porém, essa necessidade não teria por fundamento o eventual reconhecimento de inépcia da petição inicial, se ausente o valor da causa, mas sim para se saber quais os limites de tramitação processual, ou melhor, para fixação de alçada:

PRÁTICA EM DIREITO DO TRABALHO Art. 2.º [...] 3.º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2 (duas) vezes o salário mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoi mentos, devendo constar na Ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato. 4.º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerando, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. Assim, a consignação do valor da causa na petição inicial se deu muito mais para adequação ao novo rito rito sumário do que propriamente para atender ao disposto no artigo 258 e seguintes do CPC. Como a petição inicial pelo rito sumário, cujo valor da causa limita-se até dois salários mínimos, não estaria sujeita a recurso, exceto se houver matéria constitucional, poder-se-ia limitar a tramitação do feito. Carlos Eduardo Oliveira Dias (1997, p. 74) aponta claramente os resultados dessa inovação legislativa: Como já salientamos, a única importância do valor da causa para o processo do trabalho está na fixação da alçada, daí porque tornou-se uma prática constante nos tribunais que as ações, genericamente, possuam apenas o valor suficiente para suplantar o limite legal mínimo dois salários mínimos. Para o reclamante, ser lançado um valor pequeno, não deixa até de ser estratégico, pois de toda sorte, havendo condenação do reclamado, será fixado outro valor pelo juiz, que será a base de cômputo das custas e do depósito recursal (CLT, arts. 789 e 899, 1.º). De outro lado, em caso de improcedência ou extinção do processo, a base de cálculo das custas, a cargo do reclamante, será o valor atribuído à causa. Por isso, entendemos não ser conveniente lançar um valor excessivo na inicial, justamente para evitar transtornos dessa natureza. Contudo, com o advento da Lei 9.957/2000, que deu origem ao rito sumaríssimo, 3 o valor da causa passou a ser efetivamente imprescindível nas petições iniciais. Além de implicar alterações procedimentais, existem adaptações a serem feitas na petição inicial que tramitará pelo rito sumaríssimo, sob pena do indeferimento desta. Desse modo, se a questão prática não ensejar a aplicação da Lei 5.584/70 (cujo valor da causa é de até dois salários mínimos), nem da Lei 9.957/2000 (cujo valor da causa é de até 40 salários mínimos), a petição inicial tramitará pelo rito ordinário. Nessa situação, deverão ser observadas as regras gerais do Processo Civil (CPC, arts. 258 a 260). Ao se calcular o valor da causa, deve-se levar em conta o seguinte: o valor do pedido principal, conforme dispõe o artigo 259, I, do CPC. Consoante Tostes Malta (2004, p. 286): 3 CLT, art. 852-A. Os dissí dios individuais cujo valor não excedam a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam subordinados ao procedimento sumaríssimo.

21 [...] os honorários advocatícios, os juros de mora, a correção monetária e as custas não se computam, pois a eles não se refere a lei, porque são calculados com base no valor do pedido, de modo que a sua inclusão neste levaria a um círculo vicioso. havendo cumulação de pedidos (que é o mais comum nas reclamações trabalhistas), o valor da causa deve corresponder à soma dos valores de todos eles (art. 259, II); se houver pedidos alternativos ou sucessivos, deve-se considerar o valor do pedido de maior valor ou principal (art. 259, III e IV); havendo prestações vencidas e vincendas, o valor da causa será a soma de todas (art. 260). Exemplificando: o empregado que ainda se encontra prestando serviços ao empregador reclamar diferenças de salário decorrentes de norma coletiva, o valor da sua reclamação será o das diferenças já devidas quando do ajuizamento da reclamação acrescido do valor correspondente a um ano de prestação vincendas. (MALTA, 2004, p. 287) Algumas subseções da OAB não exigem a observância do rigor da legislação processual civil, considerando-se, inclusive, que não é esta a regra que vigora no dia-a-dia da advocacia. Assim, algumas subseções da OAB reputam como válido que o candidato indique, no caso de rito ordinário, apenas que o valor atribuído à causa é superior ao limite do rito sumaríssimo. Por exemplo, se a soma dos pedidos importar em aproximadamente R$100.000,00 (cem mil reais), não seria necessário apontar essa quantia como valor da causa. Poderia se consignar apenas que se atribui à causa, para a fixação do rito ordinário, o valor de R$21.000,00 (vinte e um mil reais). 4 Pedido de deferimento Para finalizar a peça processual, pode ser utilizada a expressão: Nestes termos, pede deferimento. Local, data e assinatura Ao final, deverá ser colocado, a título de local, o lugar onde foi distribuída a reclamação trabalhista. 4 Considerando-se o atual valor do salário mínimo, ou seja, de R$510,00, e o patamar superior a 40 vezes esse valor.

PRÁTICA EM DIREITO DO TRABALHO A data, via de regra, é a data do exame, ou conforme indique a prova. A assinatura, para efeitos de não identificar a prova, não deve ser consignada. Pode o candidato, então, deixar: Assinatura do Advogado Nome do Advogado (pode ainda colocar o nome do advogado indicado na questão) OAB - (subseção) n.º (deixar em branco ou colocar o número da OAB fornecido na questão) Documentos e provas Dispõe o artigo 787 da CLT, combinado com o artigo 283 do CPC, que a petição inicial deverá vir acompanhada dos documentos necessários à propositura da ação. Tratando-se de exame para o ingresso na OAB, não serão fornecidos documentos com a questão a ser desenvolvida para serem anexados. Tal situação, contudo, não impede o candidato de cumprir o disposto nos dispositivos legais acima transcritos, devendo ao longo da peça fazer remissões à peça da existência dos documentos indispensáveis. Desse modo, todos os documentos essenciais e que poderiam estar de posse do empregado, para a montagem da reclamatória trabalhista, devem ser mencionados na peça de ingresso. Nesse sentido, podemos citar a procuração, a qual constitui o advogado, e os documentos que habilitam a representação, como, por exemplo, a certidão de nascimento, no caso de empregado incapaz representado pelo pai. Do mesmo modo, se há pedido de salário-família, deve ser mencionada a juntada da certidão de nascimento dos filhos para se ter direito ao benefício.

23 Estes seriam, em resumo, os requisitos essenciais para a elaboração da reclamação trabalhista: Reclamação trabalhista Endereçamento ao juízo competente artigo 840, 1.º, da CLT + artigo 282, I, do CPC Qualificação individualizada do reclamante e do reclamado + endereço do advogado artigo 840, 1.º, da CLT + artigo 282, II, do CPC + artigo 39, I, do CPC Exposição dos fatos e fundamentos jurídicos artigo 840, 1.º, da CLT + artigo 282, III, do CPC Pedidos artigo 840, 1.º, da CLT + artigo 282, IV, do CPC Requerimentos processuais artigo 282, VI e VII, do CPC Valor da causa artigo 282, V, do CPC + artigo 852-A da CLT + Lei 5.584/70, artigo 2.º Pedido de deferimento Local, data e assinatura artigo 840, 1.º, da CLT