A percepção da equipe de enfermagem sobre liderança no serviço de urgência e emergência de um hospital geral de Belo Horizonte



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Transcrição:

A percepção da equipe de enfermagem sobre liderança no serviço de urgência e emergência de um hospital geral de Belo Horizonte Karla Rona Silva Regina Coeli Cançado P. Pires Resumo No serviço de urgência e emergência a liderança é importante para efetividade do trabalho do grupamento de enfermagem, podendo interferir diretamente nas articulações entre os membros da equipe, refletindo na assistência e recuperação do paciente. O objetivo deste estudo foi avaliar a percepção da equipe de enfermagem sobre liderança no serviço de urgência e emergência hospitalar. Foi utilizada uma abordagem quantitativa e qualitativa, através de questionário, aplicado a 20 técnicos de enfermagem e 4 enfermeiros e entrevistas com 4 profissionais de cada uma dessas áreas, atuantes na equipe do serviço de atendimento de urgência e emergência de um hospital geral de grande porte, de Belo Horizonte. Observou-se que com relação ao significado do trabalho em equipe 5 (21%) entenderam ser um agrupamento de diversos profissionais em determinado local desenvolvendo atividades no mesmo horário e para 19 (79%) o trabalho em equipe consiste na união de um grupo de pessoas em torno de um objetivo comum. Os 16 (67%) técnicos perceberam o enfermeiro como um líder democrático, contudo afirmaram que não foram preparados para exercer liderança durante sua formação e que essa capacitação acontece com a vivência cotidiana. Concluiu-se que a liderança é fundamental para o desenvolvimento da atividade de trabalho em equipe. Percebeu-se que esses profissionais possuem uma visão crítica da capacidade de liderar e sabem identificar a qual tipo de liderança estão submetidos e como interfere nas articulações do trabalho. Palavras-chave: enfermagem; urgência; emergência; liderança; equipe. Doutoranda em Ciências da Saúde, pelo Instituto de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (conclusão provável em 12/2012); Mestre em Ciências da Saúde, pela UNINCOR / Betim (2009); especialista em Urgência e Atendimento pré-hospitalar Móvel, pela Universidade Estácio de Sá/BH (2006); graduada em Enfermagem, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2005); docente do Instituto Metodista Izabela Hendrix e do Centro Universitário Newton Paiva (BH/MG). karla.silva@metodistademinas.edu.br Doutora em Epidemiologia UFMG. Docente e coordenadora do curso de Mestrado em Ciências da Saúde da Universidade Vale do Rio Verde UNINCOR/Betim reginamestrado@gmail.com Revista Tecer - Belo Horizonte vol. 4, nº 7, novembro de 2011 88

Introdução No serviço de urgência e emergência a liderança é algo importante para a efetividade do trabalho do grupamento de enfermagem, sendo que a falta pode interferir diretamente nas articulações entre os membros da equipe e refletir na assistência e recuperação do paciente. O imprevisto é algo comum nesse serviço, com isso a liderança não é essencialmente desempenhada de modo singular, não é estática, está intimamente ligada às diversas situações que ocorrem e podem ser desempenhadas por diferentes profissionais. Nesta situação é inevitável o papel de liderar, todos podem vivenciar esta ação. Não há uma melhor forma de liderar dentro de uma assistência de urgência e emergência, cabe ao profissional entender e ter a capacidade de se fazer líder, articulando suas ações para o estabelecimento desta liderança (4,5). Esses profissionais desempenham papéis diversificados e com isso podem desempenhar diferentes formas de liderança, objetivando o trabalho em equipe, a satisfação entre os membros desta equipe e o atendimento de qualidade aos pacientes. Liderar dentro do serviço de urgência e emergência significa saber direcionar o atendimento de toda equipe de enfermagem na busca pela organização e dinamismo que resultará numa ideal abordagem ao paciente e refletirá definitivamente em seu processo de recuperação e satisfação (1,7). Esta liderança pode ser apresenta de formas e características singulares ao momento de adequação. A enfermagem é uma categoria profissional que precisa organizar o trabalho, de forma que cada integrante da equipe contribua com eficiência e competência no atendimento das pessoas que procuram o serviço, especialmente quando este serviço é de cuidados críticos, onde são comuns situações que exigem observações e decisões rápidas e seguras, cuidado frequente e prolongado, que envolve uma sequência de procedimentos invasivos e complexos, mediados pela tecnologia. O enfermeiro é o articulador, sendo reconhecido em função do seu saber, de sua competência, que influência o seu fazer e o próprio reconhecimento e credibilidade da equipe (1). São escassos os estudos que discutam a liderança no setor de atendimento de urgência e emergência, dessa forma, torna-se necessário a realização de novas pesquisas e reflexões com diferentes abordagens sobre o tema (5). Por meio deste estudo, pretendeu-se avaliar a percepção da equipe de enfermagem sobre liderança no serviço de urgência e emergência hospitalar. Os resultados podem contribuir para as instituições de ensino superior, para capacitarem e desenvolverem o olhar e o pensar de seus alunos frente à realidade de ser um líder, buscando a efetividade no processo de formação do profissional enfermeiro. Além disso, poderão trazer benefícios para as instituições hospitalares e líderes de equipe, pois o conhecimento das percepções e impressões sobre a liderança na ótica dos membros da equipe assistencial poderá trazer subsídios para a convivência harmônica, tendo em vista o desenvolvimento dos cuidados em enfermagem, melhorando a efetividade do trabalho em equipe. Revista Tecer - Belo Horizonte vol. 4, nº 7, novembro de 2011 89

Metodologia Trata-se de pesquisa com abordagem quantitativa e qualitativa, desenvolvida na unidade de Atendimento de Urgência e Emergência de um Hospital Geral de Belo Horizonte, no primeiro semestre de 2009. Participaram do estudo quatro enfermeiros e vinte técnicos de enfermagem deste setor. Buscou-se contemplar todos os turnos de trabalho, uma vez que a liderança é algo desempenhado em toda a unidade de forma a contemplar a assistência de enfermagem. Os dados foram operacionalizados segundo a proposta de Minayo (2004) seguindo como passos a ordenação, classificação e análise final. A ordenação inclui a transcrição de fitas-cassetes, releitura do material, organização dos relatos seguindo uma determinada ordem e organização de observação, tanto nas entrevistas quanto nos questionários. A classificação dos dados compõe-se da leitura exaustiva e repetida dos textos, permitindo apreender as estruturas de relevância, procurando representar o encontro da especificidade do objeto pela prova do vivido com as relações essenciais. Para a análise final quantitativa e qualitativa foram geradas tabelas de frequência, análise descritiva das variáveis, para caracterizar a população alvo. Assim, utilizamos o Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 13.0, que permite realizar análises estatísticas de dados em pesquisa na área da saúde. Trata-se de um conjunto de métodos estatísticos que torna possível a análise simultânea de múltiplas variáveis em um único relacionamento ou conjunto de relações. Essas variáveis podem ser quantitativas (contínuas) ou qualitativas (ordinais ou nominais) (13). Com o objetivo de verificar o entendimento das questões do questionário, foi realizado um estudo piloto com um enfermeiro e seis técnicos de enfermagem, sorteados aleatoriamente. Para as entrevistas foi sorteado, um dentre os seis técnicos de enfermagem e solicitada à participação do mesmo enfermeiro. Como não houve dificuldade para as respostas, as questões foram mantidas sem alterações. Na primeira fase do estudo, foi utilizado como instrumento de pesquisa um questionário autoaplicável visando traçar o perfil sócio-cultural-econômico dos participantes e avaliar a percepção sobre a liderança. Nesta etapa participaram todos os profissionais. Na segunda fase do estudo, foram realizadas entrevistas com questões específicas para enfermeiros e técnicos de enfermagem. A escolha dos participantes foi feita levando-se em consideração a categoria profissional, a equipe e turno de trabalho. Os técnicos de enfermagem foram escolhidos aleatoriamente por meio da realização de um sorteio de acordo com o número da matrícula funcional. Devido ao número menor dos enfermeiros no setor, todos foram entrevistados. Foi solicitado ao hospital autorização para o desenvolvimento do projeto que posteriormente foi encaminhado para apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNINCOR /Betim, sendo aprovado com CAAE 0006.0.380.000-09. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Revista Tecer - Belo Horizonte vol. 4, nº 7, novembro de 2011 90

Resultados Perfil sociocultural demográfico A população do estudo foi composta por todos os enfermeiros e técnicos de enfermagem, lotados no serviço de urgência e emergência de um hospital geral de Belo Horizonte. Participaram do estudo quatro enfermeiros e vinte técnicos de enfermagem, que de acordo com a escala de trabalho a unidade conta com um enfermeiro por turno de trabalho. Para esta análise não houve estratificação por classe profissional. Em relação ao gênero 15(62%) são do sexo feminino. A idade dos profissionais variou entre 25 a 50 anos, sendo que 12 (50%) dos participantes estavam na faixa etária entre 30 a 35 anos. Quanto ao tempo de serviço na instituição, 5 (21%) apresentavam de 7 a 10 anos, os demais apresentavam tempo inferior, sendo que 3 (12%) apresentava tempo de serviço institucional superior a 10 anos. De acordo com a renda familiar média, 4 (17%) recebem de 6 a 8 salários mínimos, 9 (37%) 4 a 5 salários mínimos e 11 (46%) recebem de 1 a 3 salários mínimos. Quanto ao tempo de formação profissional 9 (38%) dos participantes, afirmaram possuir de 4 a 6 anos de formados. Analisando essa formação escolar, 1 (4%) possui 2º grau incompleto, 15 (63%) segundo grau completo, 2 (8%) 3º grau incompleto, 2 (8%) 3º grau completo e 4 (17%) possuem pós-graduação. Percepção profissional Para o significado do trabalho em equipe 5 (21%) dos participantes entenderam que consiste em um agrupamento de diversos profissionais em determinado local, desenvolvendo atividades no mesmo horário e para 19 (79%) o trabalho em equipe consiste na união de um grupo de pessoas em torno de um objetivo comum (TAB. 1). divisão de SIGNIFICADO DO TRABALHO EM EQUIPE N(%) agrupamento de diversos profissionais em determinado local, desenvolvendo atividades no mesmo horário 5(21%) união de um grupo de pessoas em torno de um objetivo comum 19(79%) ddivisão de atividades e responsabilidades a serem realizadas, cada um desenvolvendo as suas por si próprios 0(0%) Total 24(100%) (TAB. 1) Distribuição dos profissionais da equipe de enfermagem da unidade de Pronto Atendimento do Hospital SEMPER / BH-2009, segundo percepção sobre o conceito de trabalho em equipe. Revista Tecer - Belo Horizonte vol. 4, nº 7, novembro de 2011 91

Ao abordar sobre o exercício de atividades de trabalho em equipe 23 (96%) responderam que exercem tais atividades e 1 (4%) respondeu que exerce atividades, as vezes (TAB.2). EXERCEM ATIVIDADES DE TRABALHO EM EQUIPE N(%) Sim 23(96%) Não 0(0%) Às vezes 1(4%) Total 24(100%) (TAB. 2) Distribuição dos profissionais da equipe de enfermagem da unidade de Pronto Atendimento do Hospital SEMPER / BH-2009, segundo exercício de atividades de trabalho em equipe. Frente ao questionamento sobre o tipo de liderança que estão veiculados, 16 (67%) dos profissionais relataram que estão submetidos a uma liderança democrática. Contudo outros tipos de liderança foram citadas (TAB. 3). TIPO DE LIDERANÇA SUBMETIDO N(%) Autoritária 1(4%) Democrática 16(67%) Centralizadora 7(29%) Não trabalha sob influencia de liderança 0(0%) Total 24(100%) (TAB. 3) Distribuição dos profissionais da equipe de enfermagem da unidade de Pronto Atendimento do Hospital SEMPER / BH-2009, segundo tipo de liderança a que está submetido. Participaram das entrevistas os quatro enfermeiros e foram sorteados quatro técnicos de enfermagem. Discussão Características dos profissionais Observou-se que 15(62%) profissionais são do gênero feminino, característica peculiar ao profissional da enfermagem, enfatizando a influência de sua historicidade quanto a sua criação e aceitação enquanto categoria profissional. O perfil dessa equipe é jovem, com pouco tempo de formação profissional. É importante a observação desse dado, pois a capacidade de liderar é aprimorada com o compartilhamento e a vivência profissional (8,12). Com uma equipe jovem a capacidade de liderar pode tornar-se um desafio para todos os profissionais, buscando fazer com que o trabalho em equipe e a comunicação em enfermagem seja mais efetiva e coesa. Quanto a percepção, no que se refere ao trabalho em equipe, observou-se que 23(96%) dos profissionais relataram exercer atividades de trabalho em equipe. Isto Revista Tecer - Belo Horizonte vol. 4, nº 7, novembro de 2011 92

demonstrou o reconhecimento que essa forma de trabalho é essencial para a atividade de enfermagem. Vários estudos ressaltaram que o trabalho em equipe é de fundamental importância e depende de uma liderança capaz de gerenciar os conflitos e anseios que possam intervir nas articulações de trabalho (2, 3). É um desafio para a interdisciplinaridade e as relações humanas, na busca contínua pela qualidade e pela liderança consciente (4, 8, 12). Contudo a forma de exercer a liderança é dinâmica e dependente das situações que a margeiam. Então, não existe um único modo melhor de influenciar as pessoas. O estilo de liderança dependerá do nível de maturidade dos liderados e da situação vivenciada (4). Os estilos de liderança predominantes podem ser autoritária, democrática, centralizadora e imparcial (6, 7, 8). Assim, vários foram os tipos de liderança mencionados durante a realização deste estudo, porém houve predomínio da citação de execução de uma liderança democrática pelos técnicos de enfermagem, já os enfermeiros enfatizaram o predomínio de uma liderança autoritária. Esta divergência pode ser explicada pela presença do enfermeiro muito próxima ao técnico de enfermagem, permitindo a este se manifestar durante todo o desenvolvimento de suas atividades. Mas em algumas questões as respostas dos técnicos de enfermagem remeteram ao autoritarismo e reforçam a presença de uma liderança diversificada, onde o técnico de enfermagem não se manifesta. No serviço de urgência e emergência, mesclam-se as diversas formas de liderança, líderes e liderados, por existirem momentos que requerem intervenção imediata e eficaz para o desenvolvimento do ato de cuidar em enfermagem. A liderança na visão dos técnicos de enfermagem Para avaliar a liderança pelos técnicos de enfermagem utilizou-se uma entrevista com questões relativas ao conceito de liderança, trabalho do enfermeiro e sobre sua representação dentro da equipe de enfermagem. Os técnicos de enfermagem entrevistados entendem que a liderança consiste na capacidade de humanizar a assistência, ter competência para o alcance dos objetivos, ser justo, organizado, resolutivo, compreensivo, saber operacionalizar e elaborar as normas e defender o grupo:...para mim liderança em enfermagem, a pessoa, capaz de coordenar todos os trabalhos e rotinas de um determinado setor. Esta pessoa terá que saber fazer de tudo, para orientar seus liderados. Ser humana, cooperativa, clara e transparente. Significa liderar, resolver, organizar, ter visão lógica, aliás, crítica, pois construtiva saber impor melhorias para o setor. Na formação do enfermeiro, é enfatizado o cumprimento das ordens e regras, a responsabilidade inquestionável pela execução das atividades a ele prescritas e o conhecimento direcionado para a assistência direta ao paciente hospitalizado (6). Confirmando assim o papel do enfermeiro no estabelecimento da liderança em busca de um cuidado holístico e eficaz ao outro (1). Para tanto é preciso se fazer entender como líder. Revista Tecer - Belo Horizonte vol. 4, nº 7, novembro de 2011 93

O trabalho do enfermeiro líder, nas instituições de saúde, visa ao alcance de objetivos comuns à instituição, às equipes de trabalho e ao paciente. Neste caso, a liderança na enfermagem, como um fenômeno de grupo, será entendida pelo líder como um desafio no sentido de compartilhar ideias, esforços e recursos para satisfação dos pacientes e dos profissionais (5). Foi abordado se o enfermeiro a que está referenciado o técnico de enfermagem atua como um líder, tendo resposta positiva, porém percebeu-se a acentuação da liderança autoritária. Sim, ele que coloca normas, determina quase tudo. É quem obedecemos de verdade, defende a equipe. Sim, ela lidera e executa tarefas junto com os liderados. Nesta instituição, conforme foi observado, o enfermeiro está sempre muito próximo à equipe, atuando e direcionando o trabalho dos técnicos de enfermagem. Com isso sua presença torna-se essencial para os membros do grupo, contribuindo para a busca do sucesso na realização de suas atividades. Contudo algumas das respostas remetem o autoritarismo extrínseco nesta forma de liderar, identificando formas de lideranças diversificadas, característica peculiar ao tipo de atendimento fornecido na unidade. A liderança democrática estimula a participação dos membros da equipe, melhorando com isso o trabalho em equipe, resultando na qualidade do atendimento ofertado. Já a liderança autoritária, estimula a centralização do poder e desestimula a qualidade assistencial e o ato de cuidar. Em relação aos técnicos de enfermagem entrevistados se consideram um líder dentro de sua equipe de trabalho, todos afirmam não se considerarem um líder. Relataram que apenas cumprem as tarefas de sua responsabilidade técnica e procuram executar com perspicácia, as funções extras delegadas pelos enfermeiros. Não. Estou aqui para cumprir minha obrigação e atender as solicitações da supervisão.... Não, estou aqui para cumprir o determinado pela instituição.... Percebeu-se que os técnicos de enfermagem exercem seu papel apenas como liderados e buscam sua referência a partir de uma liderança democrática e coesa. Contudo esta afirmativa nos remeteu a uma liderança autoritária pautada em imposição e realização de normas institucionais. Percebeu-se que a liderança não é aberta, os técnicos de enfermagem apenas cumprem suas funções e não se manifestam. É importante que todos os membros da equipe de enfermagem de uma unidade de atendimento de urgência e emergência se percebam em algum momento como líderes, pois as atividades assistenciais são proporcionais aos membros que as executam e nestes momentos precisam ter liderança para definição de algumas atuações assistenciais. A liderança na visão dos enfermeiros Na entrevista para esses profissionais procurou-se abordar questões relativas ao trabalho realizado pelos técnicos de enfermagem, sobre sua formação acadêmica para ser um líder, sua capacidade e desafios em estabelecer a liderança. Os enfermeiros afirmaram que esperam dos técnicos de enfermagem responsabilidade, competência técnica e ética profissional. Revista Tecer - Belo Horizonte vol. 4, nº 7, novembro de 2011 94

Que exerçam sua função com responsabilidade e respeito aos pacientes e a equipe.... que sejam éticos e rápidos. Todos os enfermeiros entrevistados enfatizaram que esperam do técnico de enfermagem a capacidade de saber cuidar e trabalhar em equipe. Demonstrou-se com isso a valorização do ato de cuidar e a importância do trabalho em equipe para a enfermagem. O processo de trabalho do técnico de enfermagem está centrado nas ações do cuidar. Um cuidar fundamentado no saber, no fazer e no sentir, voltado ao atendimento das necessidades de saúde do paciente. Quando o enfermeiro foi questionado sobre se sua formação os capacitou a tornarem-se um líder, a resposta não foi conclusiva, pois acreditam que o líder é formado a partir de sua experiência profissional. Em termos, pois liderança a gente conquista com o tempo e experiência adquirida no cotidiano.... a experiência só com o tempo. Tais afirmativas reforçaram a importância da educação do profissional enfermeiro de modo a se entender como líder e sua valorização ao desenvolver este papel, sendo essencial saber liderar, pois desta liderança resulta no sucesso da qualidade de seu trabalho e de toda equipe. Estudos ressaltaram a importância do questionamento sobre a liderança e a habilidade do enfermeiro em ser um líder, enfatizando que tal habilidade pode ser adquirida e sistematizada com o tempo de trabalho e o compartilhamento inter profissional (1, 3, 7, 12). A liderança pode ser aprendida a partir de experiências vivenciadas no cotidiano (8), principalmente quando temos uma equipe de jovens líderes, como se verificou neste estudo todos os enfermeiros possuem pouco tempo de formação profissional. Ao exercer a liderança é sabido que alguns conflitos devem ser bem gerenciados. Quando questionados sobre se já tiveram problemas para se impuser como líder, foi respondido que não. Não. Sei como abordo meus colaboradores.... Não, sempre procuro resolver os conflitos junto da equipe. O enfermeiro deve ser capaz de expressar-se verbalmente de forma clara e objetiva empregando as palavras adequadas e ao falar com as pessoas verificar o nível de compreensão (9, 10). A comunicação é fundamental para o líder exercer influência, coordenar as atividades do grupo, ou seja, efetivar o processo de liderança (11). Através desta comunicação, é importante que o enfermeiro transmita empatia, segurança, confiança e que faça diferença num trabalho realizado em equipe onde há compartilhamento de decisões, frustrações e alegrias; podendo envolver positivamente ou negativamente a assistência prestada ao paciente. Considerações finais O estabelecimento da liderança no serviço de atendimento de urgência e emergência é parte importante para a efetividade do processo de trabalho de equipe para o grupamento de enfermagem. Nesta unidade as ações precisam ser determinadas e Revista Tecer - Belo Horizonte vol. 4, nº 7, novembro de 2011 95

realizadas de forma rápida e efetiva, pois podem comprometer a qualidade de vida do paciente. Os momentos de estresses são frequentes e necessitam de líderes diversos que saibam ser precisos e dinâmicos a cada situação. Percebeu-se que esses profissionais valorizam e entendem a importância da presença de um líder para o cumprimento dos objetivos e da organização das atividades assistenciais, visando à melhoria da qualidade da assistência prestada aos pacientes. Contudo, não são todos que se entenderam como líder, os técnicos de enfermagem não se afirmam como líderes, já os enfermeiros foram unânimes em se entender como líder, e isso pode ser um fator singular ao desenvolvimento da assistência prestada. Mesmo que os profissionais apresentem atitudes de liderança é essencial o reconhecimento desta liderança. Esta vertente faz refletir sobre a importância da capacitação para a liderança. Percebeu-se que os técnicos de enfermagem não entendem efetivamente o processo e as diversas formas de liderança existentes e empregadas em suas práticas diárias. Reforçando o papel do enfermeiro enquanto educador e gestor de uma equipe, que deve utilizar da comunicação para elucidação e capacitação destes profissionais. Essa equipe é capaz de desempenhar suas atividades assistenciais de maneira perspicaz e dinâmica, mas que a capacitação no que tange o processo de exercer liderança será de grande valia para o aprimoramento dessas atividades e capacidade de desempenhar trabalho em equipe, culminado no sucesso assistencial e profissional. Os resultados desse estudo poderão contribuir para a reflexão desses profissionais em relação a formação de novos líderes e para o desenvolvimento das atividades do trabalho em equipe na unidade de urgência e emergência, onde a capacidade de liderar influência diretamente no êxito e empenho de toda equipe buscando a qualidade na assistência. Abstract In the service of urgency and emergency the leadership is important for effectiveness of the work of the nursing grouping, being able to directly intervene with the joints between the members of the team, reflecting in the assistance and recovery of the patient. The objective of this study was to evaluate the perception of the nursing team on leadership in the urgency service and hospital emergency. A quantitative and qualitative boarding was used, through questionnaire, applied the 20 technician of nursing and 4 nurses and interviews with 4 professionals of each one of these areas, operating in the team of the service of attendance of urgency and emergency of a general hospital of great transport, of Belo Horizonte. It was observed that with regard to the meaning of the work in team 5 (21%) they had the same understood to be a grouping of diverse professionals in determined local developing activities in hourly and for 19 (79%) the work in team consists of the union of a group of people around a common objective. The 16 (67%) technician had perceived the nurse as a democratic leader, however they had affirmed that they had not been prepared to exert leadership during its formation and that this qualification happens with the daily experience. One concluded that the leadership is basic for the development of the activity of work in team. One perceived that these professionals possess a critical vision of the capacity to lead and know to identify which type of leadership is submitted and as it intervenes with the joints of the work. Revista Tecer - Belo Horizonte vol. 4, nº 7, novembro de 2011 96

Key-words: nursing; urgency; emergency; leadership; team. Resumen En el departamento de emergencia y el liderazgo de emergencia es importante para el trabajo efectivo del grupo de enfermería, que pueden interferir directamente en las juntas entre los miembros del equipo, lo que refleja el cuidado y la recuperación del paciente. El objetivo de este estudio era evaluar la opinión del equipo del oficio de enfermera en la dirección en el servicio de la urgencia y la emergencia del hospital. Se utilizó un enfoque cuantitativo y cualitativo, a través de un cuestionario aplicado a 20 técnicos de enfermería y las enfermeras y cuatro entrevistas con cuatro profesionales en cada una de estas áreas, trabajando en equipo, el servicio de atención de emergencia y la aparición de un gran hospital general, Belo Horizonte. Se observó que con respecto al significado del trabajo en equipo 5 (21%) se entiende un grupo de diversos profesionales en un determinado lugar, al mismo tiempo el desarrollo de actividades y para 19 (79%), trabajo en equipo es la unión de un grupo de la gente en torno a un objetivo común. El 16 (67%) percibe el técnico de enfermería como un líder democrático, pero dijeron que no estaban dispuestos a ejercer su liderazgo durante su formación y que la capacitación hace la vida cotidiana. Se concluyó que el liderazgo es fundamental para el desarrollo de la actividad del trabajo en equipo. Se consideró que estos profesionales tienen una visión crítica de la capacidad de conducir y saben cómo identificar qué tipo de liderazgo que se presentan, y cómo el trabajo afecta a las articulaciones. Palavras-chave: oficio de enfermera; urgencia; emergencia; dirección; equipo Referências BACHION, Maria Márcia. Comunicação interpessoal: ensino de algumas habilidades desejadas. Tese (Doutorado). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, jan. 1994. Disponível em <http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?isisscript=iah/iah.xis&src=google&base=lilacs&lang=p&next Action=lnk&exprSearch=579381&indexSearch=ID> acesso em 15 março de 2009. BALSANELLI, Alexandre Pazetto; CUNHA, Isabel Cristina Kowal Olm; WHITAKER, Iveth Yamaguchi. Estilos de liderança de enfermeiros em unidade de terapia intensiva: associação com perfil pessoal, profissional e carga de trabalho. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v.17, n.1 Jan./Fev. 2009. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0104-11692009000100005&script=sci_arttext&tlng=pt> acesso em 21 julho de 2009. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-11692009000100005. Acesso em 07 maio 2009. COLETA, José Augusto Dela et. al. Liderança situacional: estrutura de referência para o trabalho do enfermeiro-líder no contexto hospitalar. Rev. Latinoam. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 6, n. 1, p. 81-90, janeiro 1998. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v6n1/13924.pdf> acesso em 07 maio 2009. CORRAR, Luís José; PAULO, Edson; FILHO, José Martins Dias. Análise multivariada para os cursos de administração, ciências contábeis e economia: Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e Financeiras (FIPECAFI). São Paulo: Atlas, 2009. Revista Tecer - Belo Horizonte vol. 4, nº 7, novembro de 2011 97

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