O uso do Crédito por consumidores que não possuem conta corrente Junho/2015
1. INTRODUÇÃO 84% dos consumidores que não possuem conta corrente fazem compras parceladas O fato de não possuir conta em banco não chega a ser um impedimento para o parcelamento de compras. É o que mostra a pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz sobre o uso do crédito pelas pessoas que não possuem conta corrente, segundo a qual oito em cada dez consumidores nesta categoria realizam compras parceladas. As saídas mais comuns encontradas por essas pessoas são o parcelamento por meio do crediário (42%), o cartão de crédito (40,4%) e o financiamento (15%). O estudo também mapeia as principais atitudes e comportamentos das pessoas. Observa-se, por exemplo, que quase metade dos entrevistados fez compras por impulso nos últimos três meses, principalmente roupas, calçados e celulares/smartphones, sendo que a motivação para esse tipo de consumo tem a ver, sobretudo, com promoções. A pesquisa ainda traz informações sobre o significado do crédito para os consumidores que não possuem conta em banco, os artigos mais adquiridos a partir de cada modalidade de crédito e o que os entrevistados levam em conta na hora de escolher a modalidade mais adequada às suas necessidades.
2. PANORAMA DO USO DO CRÉDITO PELOS CONSUMIDORES QUE NÃO POSSUEM CONTA EM BANCO Crédito é necessidade (24,0%) e ajuda nos momentos difíceis (21,9%) Oito em cada dez pessoas (84,2%) que não possuem conta corrente parcelam compras, sendo que os eletrônicos (34,6%), os celulares (32,7%) e as roupas (30,1%) são os itens mais citados. Dentre os ouvidos pelo SPC Brasil e Meu Bolso Feliz, 17,2% tiveram o crédito negado nos últimos três meses. Metade da amostra (51,8%) prefere não escutar ofertas de crédito, sobretudo por entender que seu orçamento não permite mais gastos (34,6%). Há também os consumidores que recusam ouvir as ofertas por que desejam evitar compras desnecessárias (17,2%). Considerando aqueles que ouvem a oferta de crédito, 23,9% avaliam de acordo com seu orçamento, enquanto 5,8% decidem com base em sua vontade de fazer mais compras. Para 24,0% dos entrevistados que não possuem conta corrente, o crédito é uma necessidade, pois muitas vezes a renda não é suficiente para comprar, à vista, tudo aquilo que precisam ou pagar as contas. Além disso, dois em cada dez consumidores que não possuem conta em banco (21,9%) consideram que o crédito é uma ajuda nos momentos difíceis. Há quem acredite que o crédito significa descontrole (10,6%), uma vez que a facilidade de consumir acaba resultando em compras supérfluas. As respostas citadas incluem ainda a realização de sonhos e (9,9%) e a alegria de poder comprar as coisas que desejam (9,8%). Cartão de crédito e crediário são modalidades mais utilizadas A pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz indica que o crediário (42%) e o cartão de crédito (40,4%) são as modalidades de crédito mais utilizadas pelos consumidores que não possuem conta corrente. Bem mais abaixo aparece o financiamento, que concentra 15% das respostas.
Para seis em cada dez entrevistados, a escolha da modalidade mais adequada leva em conta as menores taxas de juros (61,1%). O estudo indica que 12,5% optam pelo menor valor das parcelas, enquanto 11,8% alegam que nem sempre podem escolher, ficando com a modalidade para a qual conseguem aprovação, independente da taxa de juros. Usos do crédito e principal finalidade Crediário 42% dos entrevistados pelo SPC Brasil e Meu Bolso Feliz têm o hábito de fazer crediário, sendo que dentre esses 8% o fazem ao menos uma vez ao mês. Os itens mais adquiridos a partir do crediário são eletrodomésticos (31%) e calçados (29%). Observa-se que 34,6% dos usuários desta modalidade possuem alguma compra com crediário no momento. Entre aqueles que têm algum crediário, a média de compras é de 1,94, sendo que 18,7% afirmam possuir pelo menos três compras, atualmente. O estudo mostra ainda que 12,0% pedem a outras pessoas para que façam crediário para uso próprio. Cartão de crédito 40,4% dos entrevistados que não têm conta em banco possuem cartão de crédito, e 21,5% costumam comprar parcelado utilizando o cartão de crédito de terceiros. Os itens mais adquiridos com esta modalidade são roupas (62%) e calçados (53%). Dentre aqueles que possuem cartão de crédito, praticamente seis em cada dez consumidores (57,6%) não sabem qual é o limite disponível para compras.
Ainda assim, 40,1% dos entrevistados que possuem cartão de crédito têm, atualmente, entre uma e duas compras parceladas no cartão. Um em cada quatro (25,0%) mencionam três compras parceladas no cartão de crédito. Questionados sobre a principal vantagem no uso do cartão, 33% mencionam o fato de não precisarem andar com dinheiro ou cheque. Outros 24,7% falam em poder fazer compras mesmo quando não tem dinheiro, enquanto 17,6% não veem vantagem e 15% acreditam que o melhor é poder parcelar o valor das compras. Financiamento 15% dos consumidores ouvidos na pesquisa possuem financiamento, atualmente. Apenas 3% da amostra afirmam que já pediram a terceiros para poderem utilizar esta modalidade de crédito. Observa-se que os itens mais adquiridos com ajuda do financiamento são motos (45%) e carros (37%). 3. COMPRAS POR IMPULSO Praticamente metade das pessoas que não possuem conta em banco fizeram compras por impulso nos últimos três meses devido a facilidade do crédito Quatro em cada dez pessoas dizem ter realizado compras desnecessárias nos últimos três meses, devido à facilidade de crédito, sendo que os artigos mais adquiridos desta forma foram roupas (21,6%), calçados (9,4%) e celular/smartphone (8,6%). O motivo que mais leva às compras por impulso é a promoção, citada por 55,2% dos consumidores que admitem este comportamento. Logo em seguida aparecem o preço atrativo (16,8%) e as características, funcionalidade e beleza do produto (6,0%). As lojas de departamento (31,4%), seguidas das lojas virtuais (20,7%) e lojas de rua (17,0%) são as que mais facilitam o crédito, estimulando as compras por impulso.
Finalmente, uma em cada cinco pessoas que não possuem conta em banco ouvidas na pesquisa do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz já pediram a conhecidos para utilizar cartão de crédito, cheque pré-datado, empréstimo e/ou financiamento (20%). 4. CONCLUSÃO A maior parte dos consumidores que não possuem conta em banco, ouvidos pelo SPC Brasil e Meu Bolso Feliz realiza compras parceladas (84,2%), sobretudo eletrônicos (34,6%), celulares (32,7%) e roupas (30,1%). Para driblar a ausência do crédito bancário os entrevistados recorrem, principalmente, ao crediário (42%) e ao cartão de crédito (40%). 15% possuem financiamento, em especial de motos (45%) e carros (37%). Os artigos mais adquiridos com cartão de crédito são roupas (62%) e calçados (53%). Observa-se também que 21,5% têm o hábito de fazer compras parceladas utilizando o cartão de terceiros. O índice de consumidores que dizem não saber qual é o limite de compras de seu cartão de crédito é expressivo, chegando a 57,6%. No caso do crediário, 35% possuem alguma compra no momento, e o estudo indica que a média de compras entre os consumidores que fazem uso desta modalidade é de 1,94, sendo que dentre os que usam crediário, 8% compram ao menos uma vez ao mês. Também vale notar que 12% dos consumidores ouvidos pedem a outras pessoas que façam crediário para uso próprio. Os itens mais adquiridos a partir do crediário são eletrodomésticos (31%) e calçados (29%). A escolha de seis em cada dez consumidores (61,1%) é baseada na modalidade de crédito que ofereça as menores taxas de juros, mas também há quem opte pelo menor valor das parcelas (12,5%) e aqueles que alegam não ter margem de escolha, ficando com a opção que conseguirem aprovar (11,8%). A pesquisa mostra que o crédito acaba sendo uma saída viável para que muitos consumidores consigam manter suas contas em dia. Mas, ao mesmo tempo, ele também pode gerar transtornos. Parte dos entrevistados considera o crédito uma necessidade (24%), já que nem sempre conseguem comprar, à vista, tudo que precisam. 21,9% dos entrevistados enxergam o crédito como uma ajuda nos momentos difíceis, enquanto 9,9% citam a realização de sonhos e 9,8% mencionem a alegria de poder
comprar as coisas que desejam. Por outro lado, 10,6% acreditam que o crédito significa descontrole, já que a facilidade de consumir pode levar a compras desnecessárias. A esse respeito, vale notar que 51,8% dos consumidores ouvidos preferem nem ouvir ofertas de crédito, seja por que seu orçamento não permite gastos extras, seja por que desejam, justamente, evitar compras desnecessárias. Ao mesmo tempo, o estudo também revela que quase a metade da amostra (46,6%) realizou compras desnecessárias nos últimos três meses, devido à facilidade de crédito. Roupas (21,6%), calçados (9,4%) e celular/smartphone (8,6%) são os produtos que mais adquiridos, sendo que a maior motivação para esta atitude são as promoções (55,2%) realizadas pelas lojas. Finalmente, a pesquisa mostra que uma em cada cinco pessoas ouvidas (20%) admitem já ter pedido a conhecidos para utilizar cartão de crédito, cheque pré-datado, empréstimo e/ou financiamento. Os dados mostram que a ausência de uma conta corrente não implica em inexistência de acesso ao crédito, Há muitas alternativas de crédito disponíveis que permitem o pagamento de compras em parcelas. As alternativas para parcelamento além do crédito bancário podem ser importantes em um momento em que os banco restringem o montante de crédito concedido e exigem mais garantias. Mas é recomendável que o consumidor reflita antes de recorrer o crediário, ao cartão de crédito, ao financiamento e outras modalidades, a fim de saber se poderão mesmo honrar os compromissos assumidos sem desequilibrar seu orçamento. 5. METODOLOGIA Público alvo: Consumidores das 27 capitais brasileiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas (excluindo analfabetos) e que não possuem conta corrente. Os dados foram pós-ponderados para ficarem representativos do universo estudado. Método de coleta: pesquisa realizada pela web.
Tamanho amostral da Pesquisa: 255 casos, gerando margem de erro no geral de 6,1 p.p para um intervalo de confiança a 95%. Data de coleta dos dados: 23 a 31 de março de 2015.