11 3159 1970 www.apiacasarquitetos.com.br IGREJA PRESBITERIANA UNIDA COREANA DE SÃO PAULO. São Paulo - SP - 2007



Documentos relacionados
HOTEL PAINEIRAS Paineiras Hotel Rio de Janeiro - RJ

RESIDENCIAL QUINTA DE JUQUEHY. Juquehy - SP

Lendo o Manual de Diretrizes de projeto e olhando as imagens do google, me deparei com algumas duvidas iniciais.

ESTUDO DE CASO CONJUNTO HABITACIONAL. HIS Conjunto Heliópolis/Gleba G

Proposta para a nova entrada social. -vista da Recepção, administração, salão de festas e restaurante-

Parque do Engenho Central e Mirante 2002

Imagem ilustrativa. A oportunidade de morar com segurança e tranquilidade no Centro, a um minuto dos principais pontos de Canoas.

NPT 002 ADAPTAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EDIFICAÇÕES EXISTENTES E ANTIGAS

ANEXO 1 TABELA DO TIPO, PADRÃO E VALOR UNITÁRIO DE METRO QUADRADO DE CONSTRUÇÃO

PURP 62 PLANILHA DE PARÂMETROS URBANÍSTICOS E DE PRESERVAÇÃO SETOR DE HABITAÇÕES COLETIVAS SUDOESTE - QUADRAS MISTAS QMSW E CENTRO COMERCIAL - CCSW

MEMÓRIA DESCRITIVA 1. INTRODUÇÃO E DESCRIÇÃO GERAL

NPT 002 ADAPTAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EDIFICAÇÕES EXISTENTES E ANTIGAS. Versão: 03 Norma de Procedimento Técnico 8 páginas

REVITALIZAÇÃO DA ÁREA DA CASA DAS RETORTAS PROJETO DE TFG APRESENTADO À UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE EVENTOS DE JATAÍ - Memorial Justificativo

Neste item estão relacionados os seguintes edifícios: Ficha 24 Edifício Jardim Buenos Aires Ficha 28 Edifício Vera Maria - década de 1960

TRANSPORTE COLETIVO URBANO

PROCEDIMENTO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE ARQUITETURA

TÉCNICO TÊXTIL EM MALHARIA E CONFECÇÃO PLANTA BAIXA. Prof. Fábio Evangelista Santana, MSc. Eng. fsantana@cefetsc.edu.br

DESENHO DE ARQUITETURA CORTES

INICIATIVAS INSPIRADORAS HABITAÇÃO CONJUNTO HABITACIONAL BOX HOUSE SÃO PAULO - SP

É neste pequeno e muito charmoso chalé abraçado pela natureza que o proprietário descansa e recarrega as energias para voltar ao trabalho

Instalações para Bovinos de Corte. Profa. Dra. Letícia Ane Sizuki Nociti

ORIENTAÇÕES BÁSICAS Lei Complementar 06/2013

RESIDÊNCIA MDT. Implantação e Partido Formal

GE.01/202.75/00889/01 GERAL GERAL ARQUITETURA / URBANISMO INFRAERO GE.01/202.75/00889/01 1 / 6 REVISÃO GERAL ARQ. CLAUDIA

INSTRUÇÕES TÉCNICAS PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL - LICENÇA SIMPLIFICADA (LS)

EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO

UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E AMBIENTAIS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

DIAGNOSTICO DE DEMANDAS E NECESSIDADES Versão reduzida

ATELIÊ DE PROJETO 2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E INFORMAÇÕES SOBRE O TERRENO

Viver em uma cidade que respeita o espaço urbano, o patrimônio histórico e a integridade da arquitetura das edificações é um direito de todos.

Residência Rua Vicente Racioppi. Arquiteto Joel Campolina

ESCOLAS: Estratégias de Projeto

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO / NOTURNO PROGRAMA DE DISCIPLINA

CASA VARANDA. Implantação e Partido Formal

EDITAL 01/ DE CONCURSO. IV Workshop da Escola de Engenharia e Ciências Exatas UnP Campus Mossoró

Residência contemporânea

Histórico. Conceituação

PROCEDIMENTO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE ARQUITETURA

Capítulo 4 - EXECUÇÃO E SEGURANÇA DAS OBRAS

Termo de Referência. Anexo A DESCRIÇÃO FÍSICA CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO

Ficha Técnica DETALHADA Av. Paranapanema, Taboão - Diadema

FUNCIONAL TOPOGRAFIA SOLAR/ PRIMEIRA METADE DO TERRENO E O INFERIOR LOCADO MAIS A

Código da Disciplina CCE0047 AULA

TERMINAL DE CARGAS. Profª Janaína Araújo, MSc.

Relatório Técnico. Analise de sistemas de lajes.

ESCOLA PARQUE DOURADO Parque Dourado School Ferraz de Vasconcelos - SP

design arquitetura tendência

Lei Municipal N.º 1414

Totalmente erguida em alvenaria estrutural, Obra racionalizada ARQUITETURA

Casarão que vai receber Museu do Sal é reformado em São Pedro (RJ)

MEMORIAL DESCRITIVO versão 04

Aterro Sanitário. Gersina N. da R. Carmo Junior

CADERNOS DE INFORMÁTICA Nº 1. Fundamentos de Informática I - Word Sumário

nada é referência por acaso. corporate&offices

Termo de Situação Física das Áreas

PLANO DIRETOR DA FAHOR FACULDADE HORIZONTINA

Av. Alto Jacuí, 979 Esquina com Rua Victor Graeff. Centro - Não-Me-Toque/RS

ORIENTAÇÕES TECNICAS PARA O PLANEJAMENTO ARQUITETONICO DE UMA CENTRAL DE REGULAÇÃO MÉDICA DE URGÊNCIA SAMU-192

Vila do IAPI - Patrimônio Cultural da Cidade

Adolf Franz Heep: edifícios residenciais

O luxo de uma casa de Fazenda. fotos: Sérgio Israel

TERRENOS: 36, 37, 38, 39 e 45

2.2. LOCALIZAÇÃO: Rua Bento Gonçalves e Av. General Osório, lotes 2 e 20 e parte lote 01, cidade de Torres-RS.

DECRETO Nº , DE 30 DE ABRIL DE 2015

EVENTOS QUADRO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA DADOS DO EVENTO

UM AMBIENTE DE TRABALHO ÚNICO CONECTANDO A TRADIÇÃO DO BATEL À PRATICIDADE DO CENTRO.

Instituto Estadual do Patrimônio Cultural. Inventário de Identificação dos Reservatórios da CEDAE. Secretaria de Estado de Cultura - RJ

Roteiro Para Entrevista com o Proprietário PROJETO RESIDENCIAL. Cliente(s): Processo: Informações gerais:

institucional do projeto, além de permitir uma inserção urbana mais democrática e inusitada no entorno imediato ao prédio.

ANEXO I MEMORIAL DESCRITIVO

Residência. Cenários para o dia-a-dia e ocasiões especiais. c a s e. Por Claudia Sá

Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Cultural de Uberlândia

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA DECRETO Nº 1401

MANUAL PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS NO LOTEAMENTO ALPHAVILLE MOSSORÓ

Material preliminar sujeito a alteração e exclusivo para uso interno da Even. Proibida a divulgação. As unidades só poderão ser comercializadas

ADILSON PASINI PLANO DE TRABALHO APRESENTAÇÃO

Ambientes acessíveis

Foto aérea do local. Não jogue este impresso na via pública, de acordo com a Lei Municipal /1995.

SESC Guarulhos SESC Guarulhos Guarulhos - SP

PLANTA BAIXA AULA 09. O que é um Projeto Arquitetônico?

O EMPREENDIMENTO DEFINITIVO DA AVENIDA MAIS FAMOSA DO PAÍS

PROJETO RFU. Chácara prática, com área social integrada e íntima preservada, para uma jovem família descontraída.

Material sujeito a alteração e exclusivo para uso interno da Even. Proibida a divulgação.

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO PROJETO BÁSICO ANEXO XII - ESPECIFICAÇÕES DOS SERVIÇOS

ARQUITETURA A PARTIR DOS ANOS DE 1950 AULA 04 - ARQUITETURA BRITÂNICA DO PÓS GUERRA new brutalism e urban structuring

Memoria Descritiva DPQ ESTUDO PRELIMINAR CENTRO GÍMNICO. DRAFT21 URBANISMO & ARQUITECTURA Lda

Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática Mestrado Profissional. Produto da Dissertação

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA

Startup reinventa mercado de imóveis com Lego da vida real

LEI COMPLEMENTAR Nº 019, DE 09 DE AGOSTO DE ESTABELECE NORMAS SOBRE EDIFICAÇÕES NO CONDOMÍNIO BOSQUES DE ATLÂNTIDA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

ILUMINAÇÃO NA ARQUITETURA. Prof. Arq. Minéia Johann Scherer

CASA CIRURGIÕES Local Botucatu Ano Escritório FGMF Autoras: Jéssica Lucena e Tamires Cabral

ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA REPRESENTAÇÕES DE DESENHO TÉCNICO E APROVAÇÃO DE PROJETOS SETOR DE ENGENHARIA

GAPTEC. Estudos de Orientação Para o Planeamento do Concelho de Odivelas. Relatório Final Volume II. Maio 2003

ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO BOSQUE DOS ITALIANOS (PRAÇA SAMUEL WAINER)

Prepare o local para a instalação

Minirrotatória. Um projeto simples e eficiente para redução de acidentes

Apostila Técnica de Estantes 01 de 12

Transcrição:

IGREJA PRESBITERIANA UNIDA COREANA DE SÃO PAULO São Paulo - SP - 2007

MEMORIAL Sítio e Programa. Linha, Cubo, Praça e Árvore O projeto arquitetônico para o Complexo Unida parte de duas condicionantes principais: o Sítio e o Programa. A primeira o Sítio se refere ao local de implantação, às características dos lotes adquiridos pela instituição e seus acessos, os recuos permitidos por lei, o percurso do sol, as edificações vizinhas e, também, a relação com os demais edifícios pertencentes à Comunidade. A segunda o Programa considera a lista de ambientes solicitada pela Comissão de Obras, a análise cuidadosa das especifidades de cada uso e, sobretudo, a criação de novos espaços necessários para a confortável utilização pelos membros da comunidade, principalmente nos horários de pico. Dessa primeira análise (Sítio) pudemos perceber a importância da Rua Mituto Mizumoto como espaço de chegada e de encontro da comunidade e a possibilidade de acesso de veículos pela Rua Shinimbu, aproveitando o desnível entre as ruas para a criação de dois pavimentos de estacionamento (sem desperdiçar espaço com grandes rampas de acesso). Além disso, considerando a difícil geometria do lote, foi estudada qual seria a melhor ocupação do terreno, procedimento que evitou a criação de espaços recortados e de difícil utilização ou prejudicados pela falta de iluminação e ventilação. A segunda análise (Programa) nos levou a perceber que os espaços poderiam ser organizados em dois tipos de estruturas principais, uma para o recinto da Igreja e outra para os demais ambientes previstos no programa de necessidades. A sobreposição dessas duas análises Sítio e Programa nos levou à solução de projeto dividida em dois blocos principais: um edifício flexível construído em estrutura metálica (que permite racionalidade, economia e velocidade da obra) foi posicionado ao longo da Rua Mituto Mizumoto (Linha) enquanto um volume de concreto foi disposto na parte posterior do lote (Cubo). O primeiro bloco Linha abriga em seu pavimento térreo os espaços necessários ao refeitório, à cozinha e à administração (ambos com acessos independentes), além de se configurar como o recinto de chegada ao complexo. Por esse motivo, o espaço em frente ao edifíco da Igreja atual permanece livre de programas, sendo que a projeção do edifício cria uma cobertura ao longo da calçada que funcionará como uma marquise sobre o passeio público, ampliando a largura da calçada para o grande número de pessoas que utilizará o complexo durante os finais de semana. O primeiro pavimento desse bloco abriga a creche e o mezanino do refeitório, aproveitando o pé-direito duplo do salão e a visão dos jardins localizados sobre as coberturas da cozinha e da secretaria. Enquanto o segundo andar é ocupado pelas salas dos Presbíteros, dos Pastores e dos Evangelistas, o terceiro dá espaço às salas de reuniões de 10, 20 e 50 pessoas. No último, aproveitando a possibilidade de se criar um pé-direito maior, foram dispostas as duas salas de coro e o salão para 200 pessoas. Em todos ospavimentos a circulação se abre para a rua ou para o recinto de chegada, protegidas por meio de um brise de madeira que define os planos de fachadas do edifício. O segundo bloco Cubo foi pensado como um edifício especialmente desenhado para abrigar a igreja. Seu grande salão foi posicionado no pavimento térreo para facilitar o acesso e a ligeira inclinação da platéia permite melhor visibilidade ao público. Do ponto de vista arquitetônico, foi necessário criar um grande pé-direito, proporcional às dimensões da sala de planta quadrada especialmente desenhada para garantir proximidade entre palco e platéia. Ao mesmo tempo, esse grande espaço permite criar um mezanino para complementar capacidade de 600 lugares (com

acesso independente) e, em outro pavimento, um mezanino para as salas de som e vídeo. Uma característica importante desse espaço são as aberturas zenitais (frestas localizadas na cobertura) que permitem que as paredes laterais e do fundo da igreja sejam banhadas de luz, garantindo ao recinto uma iluminação homogênea e difusa, coerente com o uso previsto. Esse grande volume de concreto, quando fechado, cria a intimidade necessária aos cultos. Entretanto, com as portas abertas (portas retráteis que permitem que a abertura da igreja seja da largura do edifício), permite uma total integração com o espaço externo, conferindo maior flexibilidade de uso ao lugar. Entre esses dois edifícios, Linha e Cubo, uma pausa: Praça. Um espaço vazio (pátio interno) destinado aos eventos da comunidade e ao grande fluxo de entrada e saída de pessoas. Essa Praça funciona como espaço de ligação entre o recinto de chegada coberto e o ambiente da igreja. Além de ser definida pelos dois edifícios, essa Praça é configurada por passarelas de ligação em diferentes níveis. Estruturas aéreas que não só permitem a ligação oportuna entre os dois edifícios (com acesso público ou privado), mas também possibilitam a visão de todo o conjunto e o acontecimento de eventos imprevistos. Essa organização Linha, Cubo e Praça cria um conjunto onde se destacam os contrastes entre cheios e vazios, entre estruturas leves e pesadas, entre as texturas do concreto e da madeira. Ao mesmo tempo, esses três elementos que definem o conjunto foram organizados de forma a ressaltar o alinhamento visual entre todos os elementos, inclusive com a fachada do Edifício da Igreja Atual, que permance como parte fundamental do Complexo Unida. Intenção reforçada pelos recortes criados nos brises de madeira das fachadas e pela ligação visual pretendida entre a igreja atual e a Árvore localizada na cobertura da igreja, marco simbólico da construção do Novo Complexo Unida.

IMPLANTAÇÃO PLANTA_térreo

PLANTA_1º subsolo PLANTA_2º subsolo

PLANTA_1º pavimento PLANTA_2º pavimento

PLANTA_3º pavimento PLANTA_4º pavimento

CORTE_longitudinal do edifício linha CORTE_pátio

CORTE_transveresal da igreja olhando para o altar CORTE_conjunto linha-praça-cubo

Ficha técnica _ Igreja Presbiteriana Unida Coreana de São Paulo Localização São Paulo Ano do projeto 2010 Status Concurso Classificação Edifício _ institucional Área 6.950 m² Escritórios Apiacas Arquitetos Centro Arquitetura SIAA