Totalmente erguida em alvenaria estrutural, Obra racionalizada ARQUITETURA

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1 ARQUITETURA Obra racionalizada A alvenaria estrutural reduziu os custos da construção deste sobrado, que, apesar do método construtivo, tem cômodos integrados, no maior estilo contemporâneo POR CÍNTIA MAGALHÃES FOTOS CARLOS EDUARDO RIBEIRO Totalmente erguida em alvenaria estrutural, a casa foi projetada pela arquiteta Monica Vieira, em Três Rios (RJ), para os pais que buscavam um lugar tranquilo e amplo para criar bichos e plantar. A utilização de um sistema racionalizado permitiu que o projeto fosse executado com baixa produção de resíduos gerando uma economia de 30% em comparação ao método tradicional. Com isso, foi possível construir uma casa maior, de 325 m², ao custo de R$ 861,53 o m² e em apenas duas semanas. A alvenaria estrutural é mais rápida e a mão de obra mais em conta, tanto que precisamos de apenas três pedreiros para todo o serviço, comenta a arquiteta. 68 Arquitetura_57.indd 68 14/07/ :43:52

2 A profissional tirou proveito da declividade do terreno adotando o estilo de telhado desencontrado em três águas Escolha do terreno A amplitude do lote foi um dos aspectos considerados pela arquiteta, incluindo a localização. Por ser uma área íngreme, a principal preocupação foi encaixar a casa sem precisar construir um muro de arrimo. A solução foi projetá-la em dois níveis para que se moldasse ao terreno, explica a profissional. A construção no alto do morro teve o intuito de manter a privacidade do imóvel, além de favorecer a liberdade arquitetônica na execução do projeto. NOTE O DETALHE A caixa vertical de concreto foi moldada na obra e une duas das janelas Arquitetura_57.indd 69 14/07/ :44:06

3 LUZ NATURAL A maioria das aberturas foi projetada para que a casa não precisasse de luz artificial durante o dia, por isso a arquiteta investiu em portas de vidro e janelas para cruzar a ventilação e, assim, manter o lar arejado Etapas da obra 1. A fundação foi feita de sapatas corridas. Essa etapa custou 8% do valor total da obra. 2. Para erguer a alvenaria foram utilizados blocos estruturais cerâmicos, que custam R$ 1,55 a unidade. A amarração foi feita apenas na última fiada com blocos tipo canaleta (29 x 14 x 19 cm). 3. O telhado foi construído com estrutura de madeira maçaranduba, manta de alumínio e telhas cerâmicas claras. Já a tubulação hidráulica foi embutida na laje de piso e sobe na vertical. 70 Arquitetura_57.indd 70 14/07/ :44:15

4 Espaços integrados Como se trata de um método construtivo que não permite integrações posteriores, uma vez que as paredes são estruturais, os cômodos foram originalmente integrados. O mezanino acima da sala de TV foi criado para acomodar o escritório da família, acessado pela escada de angelim. O painel de venezianas, formado por uma porta maciça e folhas fixas de vidro, fecha o grande vão da entrada principal. O elemento garante ventilação cruzada e a saída de ar quente do ambiente, explica Monica, ao lado da mãe, Eliane. 71 Arquitetura_57.indd 71 14/07/ :44:28

5 A marcenaria planejada inclui nichos sob medida para acomodar os eletrodomésticos Copa e cozinha A varanda funciona como extensão da copa, onde os moradores fazem algumas refeições. A área é dividida por uma porta de correr em vidro com esquadria de madeira para favorecer a iluminação natural no interior do imóvel. Algumas paredes foram revestidas com azulejos brancos, enquanto as outras receberam tinta acrílica fosca (R$ 47,90 a lata de 3,6 l, da Coral) na cor branca, para manter a neutralidade. A marcenaria, também branca, possui portas de vidro e MDF, além de nichos para os eletrodomésticos. Arquitetura_57.indd 72 14/07/ :44:44

6 DOIS EM UM A arquiteta instalou uma porta de correr na sala de TV, assim, quando for necessário, a moradora pode transformá-la em quarto de hóspedes. O lavabo fica no hall de acesso ao banheiro social A bancada do lavabo foi feita a partir da parte externa de um bloco de mármore branco fatiado e impermeabilizado antes da instalação Abaixo do nível Ao pensar na disposição dos cômodos, a arquiteta partiu do princípio de que áreas como varanda, cozinha e suíte principal deveriam ser acessadas facilmente, evitando a subida de escadas o tempo todo, visto que os moradores tinham 55 anos na época da construção (2003). Sendo assim, esses cômodos ficam abaixo do nível da rua e não é preciso usar escadas. O banheiro social também se situa nesse nível e foi interligado às salas por um corredor. Nele, as paredes foram revestidas com cerâmica azul (10 x 10 cm) da Portobello, que custaram em média R$ 31,90 o m², na C&C, enquanto o piso exibe porcelanato branco (30 x 30 cm). 73 Arquitetura_57.indd 73 14/07/ :45:03

7 Para entrar na casa é preciso descer cerca de 1,5 m. Nesse nível ficam a área social, garagem e a suíte do casal. Assim, para usar os cômodos mais importantes não é preciso subir escadas Monica Vieira Suíte principal Sem cabeceira, a parede da cama foi destacada com uma pintura em tom marrom-claro, utilizada também no banheiro. O forro é feito de laje pré-moldada em concreto, com réguas de 20 cm emassadas e pintadas de branco, que ficam aparentes, reforçando o estilo campestre da casa, sem escurecer os ambientes. Além de proporcionar um efeito interessante, é uma solução econômica, pois evita emboço ou a instalação de gesso, diz Monica. A esquadria da suíte é do tipo baia e pode ser usada como janela ou porta. A bancada de mármore foi combinada ao piso de porcelanato (30 x 30 cm) e ao rodameio de pastilhas cerâmicas verdes (5 x 5 cm), da Jatobá, que delimitam onde termina a cerâmica e começa a pintura. 74 Arquitetura_57.indd 74 14/07/ :45:21

8 Segundo nível Aqui fica a suíte do filho do casal, com cabeceira em lambri e prateleiras em MDF branco. No banheiro, a marcenaria em tom natural se mistura à miscelânea de pastilhas em tons de verde, azul e branco, que destaca a área do box e divide os acabamentos nas demais paredes. A bancada é de mármore branco e recebeu cuba de sobrepor. PLANTA Projeto Monica Vieira O piso foi revestido com azulejos cerâmicos (28 x 40 cm), da Incepa Arquitetura_57.indd 75 14/07/ :45:33