TÍTULO: O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL E AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NA CONSTITUIÇÃO E CONDUÇÃO DE SEUS NEGÓCIOS. UM ESTUDO NA CIDADE DE JALES-SP



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Transcrição:

Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL E AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NA CONSTITUIÇÃO E CONDUÇÃO DE SEUS NEGÓCIOS. UM ESTUDO NA CIDADE DE JALES-SP CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS SUBÁREA: ADMINISTRAÇÃO INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JALES AUTOR(ES): JOSY CRISTHINE DIAS LOPES ORIENTADOR(ES): VITOR PAULO BOLDRIN COLABORADOR(ES): 158.127.218-90, MARINALVA DA SILVA TALPO BOLDRIN

1.RESUMO Com a expansão do empreendedorismo no Brasil, surgiu a necessidade de criar condições especiais para que milhões de trabalhadores informais pudessem exercer suas atividades formalmente, contudo, surge a Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, dando oportunidade a todos aqueles que desejavam ter seu negócio próprio, surgindo assim, a figura do MEI (Microempreendedor Individual). Embora a entrada no mercado de trabalho seja facilitada com o MEI, é preciso muita preparação e conhecimento para conseguir ser um MEI de sucesso. Por esse motivo este artigo foi desenvolvido com o objetivo de identificar as principais dificuldades encontradas pelos MEIs na constituição e condução de seus negócios, bem como, identificar quais áreas da administração que os MEIs possuem maior dificuldade. Os procedimentos metodológicos utilizados nessa pesquisa foram: pesquisa exploratória, de campo e para a fundamentação teórica foi realizado pesquisas em material bibliográfico acerca do tema. Como instrumento de coleta de dados optouse pelo questionário, que foi aplicado a 83 MEIs ativos da cidade de Jales-SP. Com os resultados obtidos pode-se perceber que os MEIs entram no mercado de trabalho sem nenhuma preparação, principalmente no que diz respeito ao planejamento do negocio, recursos financeiros e com pouca flexibilidade para gerenciar mudanças, seja ela interna ou externa. Esse trabalho é de grande contribuição para aqueles que já são empreendedores formalizados como MEI, e também para aqueles que desejam entrar no mercado de trabalho. Palavras chaves: Microempreendedor Individual. Empreendedorismo. Dificuldade. 2.INTRODUÇÃO O empreendedor hoje é a principal fonte de riqueza de um país, é ele quem fornece e produz bens e serviços necessários a população. Segundo o Sebrae (2011, p.4) No Brasil, são criados anualmente mais de 1,2 milhão de novos empreendimentos formais. Desse total, mais de 99% são micro e pequenas empresas e Empreendedores Individuais (EI). A economia do Brasil é movimentada pelas Micro e Pequenas Empresas e pelos Microempreendedores Individuais (MEIs). Segundo o portal do empreendedor, hoje o Brasil possui cerca de 2,8 milhões de microempreendedores individuais formalizados, e esse número está aumentando gradativamente todos os anos.

Há alguns anos atrás possuir um negócio próprio, era um sonho difícil de ser realizado, pois os empreendedores se deparavam com dois empecilhos: a carga tributária e a burocracia. Com esses empecilhos era muito difícil para o empreendedor abrir seu negócio e trabalhar formalmente. Devido a esses fatores, muitos empreendedores no país começaram a trabalhar informalmente. Com o passar do tempo, quando o termo empreendedorismo começou a ser popularizado; o governo percebeu a necessidade de facilitar e entrada desses pequenos empreendedores no mercado de trabalho. Diante essa realidade, criou-se uma nova classe de pequena empresa o Microempreendedor Individual (MEI), conhecido também como Empreendedor Individual (EI). Regido pela Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, que criou condições especiais para que o trabalhador conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado, o Microempreendedor Individual é classificado como aquele que tem faturamento de até R$ 5.000,00 por mês; e esta é a realidade de milhares de pequenos empreendedores espalhados pelo país. Com essa atitude louvável do governo, muitos trabalhadores que antes eram informais agora podem trabalhar formalmente, tendo registro de CNPJ e muitos outros benefícios. A tributação dessa classe é baixa, e a burocracia está menor. Com esta nova realidade, com milhões de MEIs trabalhando no país, é importante que pesquisas sejam realizadas, para contribuir com os milhões de empreendedores ativos, e também com aqueles que desejam iniciar suas atividades. É preciso que todos os MEIs ingressantes e ativos no mercado de trabalho consigam se estabelecer. Com um mercado competitivo, repleto de mudanças, é necessária muita preparação; uma empresa seja ela pequena ou grande, envolve muitos fatores, e é preciso estar preparado para sobreviver a estas transformações. Muitos empreendedores se arriscam nessa jornada, sem terem o mínimo do conhecimento necessário para iniciar suas atividades; e se esquecem de que a partir do momento que se tornam MEIs, deixam de ser pessoas físicas, e passam a ser jurídicas, o que acarreta uma série de obrigações. 3. OBJETIVOS Objetivo Geral: Esse trabalho tem por objetivo geral identificar as principais dificuldades encontradas pelos Microempreendedores Individuais (MEIs). Objetivos Específicos: Identificar:

As principais dificuldades que os MEIs enfrentam para constituir seu negócio. As principais dificuldades enfrentadas pelos MEIs, na condução de suas atividades. Quais áreas da administração que os MEIs possuem maior dificuldade. 4. METODOLOGIA Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica acerca do tema. Para a realização da pesquisa, foi escolhida a cidade de Jales-SP, que possui um universo de 550 microempreendedores individuais formalizados; conforme dados coletados através da prefeitura municipal da cidade, que disponibilizou uma lista contendo todos os MEIs cadastrados, até a data de 04 de Junho de 2013. Posteriormente realizou-se a pesquisa de campo, que de acordo com Lakatos e Marconi (2010, p. 69), a pesquisa de campo é aquela utilizada objetivando conseguir informações e/ou conhecimentos sobre um problema, para o qual se procura uma resposta, ou ainda descobrir novos fenômenos ou relações entre eles. Os dados coletados foram baseados na amostra probabilística aleatória simples extraída com base na tabela de Arkin&Colton, com margem de erro de 5%, totalizando uma amostra de 83 MEIs a serem entrevistados. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário, contendo 2 questões abertas e 31 questões fechadas. 5. DESENVOLVIMENTO 5.1 A Evolução do MEI O Brasil nos anos 90 sofreu várias mudanças sociais e econômicas, como por exemplo, a implementação do Plano Real, a sociedade passava por uma séries de transformações de desenvolvimento, sócio políticos, culturais, tecnológicos, entre outros. Foi nessa época que o empreendedorismo se acentuou no país, antes disso os empreendedores brasileiros não recebiam qualquer tipo de incentivo, e o termo era quase desconhecido. Com a criação do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas), o termo empreendedorismo começou a ser mais intensificado e o país começou a perceber a importância do empreendedor, a partir daí várias leis, incentivos e capacitações foram criados no país para as micros e pequenas empresas. Segundo o portal do empreendedor o Brasil hoje conta com mais de 2,8 milhões de microempreendedores individuais cadastrados. A taxa de sobrevivência de pequenas empresas no país tem melhorado nos últimos anos, mais muita coisa

ainda é preciso ser feita, tanto pela iniciativa privada, como pelo governo. É preciso que o governo crie políticas públicas, que além de só facilitar a entrada de pequenos empreendedores no mercado, ajudem esses na gestão de seus negócios. Embora o Sebrae tenha desenvolvido um trabalho eficiente no país, tendo conseguido alcançar resultados muito positivos, é preciso de muito mais. Estima-se que daqui a alguns anos, o Brasil consiga o objetivo de formalizar seus trabalhadores informais, sendo esse um grande passo para economia. Fazer com que essas pequenas empresas se estabeleçam no mercado, é o próximo objetivo a ser traçado e conquistado pelo país. O gráfico a seguir mostra a evolução do MEI no Brasil, registrados até a data de 01 de abril de 2013. Gráfico 01 - A evolução do micro empreendedorismo individual no Brasil Fonte: Portal do Empreendedor, 2013. Através do gráfico é possível visualizar o aumento gradativo de MEIs no país, no ano de 2009, logo após da criação da Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, que regularizou o MEI, o sistema tinha cadastrado um pouco menos de 50 mil MEIs, e em 2010 esse número já havia aumentado para quase 800 mil, o que demonstra que o MEI começou a ser solidificado no país no ano de 2010. A partir do ano de 2010, o MEI passou a ter aumento gradativo; no ano de 2013, apenas em 03 mês ( 1 de janeiro a 1 de abril), o sistema registrou mais de 200 mil cadastrados, com esses dados é possível identificar que esse aumento continuará sendo contínuo. Assim, como no país todo, a cidade de Jales, também apresenta um aumento gradativo de microempreendedores individuais formalizados. O gráfico a seguir representa o crescimento de microempreendedores individuais na cidade de Jales, registrados no sistema desde o ano de 2009, até a data de 01 de abril do ano de 2013.

Gráfico 2- A evolução do micro empreendedorismo individual na cidade de Jales-SP. Fonte: Portal do Empreendedor, 2013 O gráfico 02 da evolução do MEI na cidade de Jales, confirma o gráfico 01 da evolução do MEI no Brasil; é possível visualizar que a frequência de crescimento nos dois gráficos é bem parecida. 6. RESULTADOS Após a realização da pesquisa, os dados foram tabulados, processados e analisados, gerando informações. 1.Principal Dificuldade para Constituir o Negócio Diante das dificuldades apresentadas para a constituição do negócio, conforme gráfico 01 a seguir, 54% dos MEIs entrevistados responderam a falta de capital ser o principal problema para iniciar um negócio. Segundo Degen (2005) normalmente a maioria dos negócios bem sucedidos foram iniciados por empreendedores carentes de recursos, ou seja, pessoas que lutaram para viabilizar seus recursos. Degen também defende que antes de iniciar qualquer negócio o empreendedor precisa buscar os recursos necessários. Para Dornelas (2005) esses recursos são provenientes de recursos pessoais, recursos de amigos e parentes, angels, capitalistas de risco, bancos, governo, incubadoras. Através de conversas informais com os MEIs podemos perceber que todos se queixam da dificuldade de se conseguir empréstimos com juros menores; e todos possuem pouco conhecimento da importância do plano de negócios para conseguir captar esses recursos. Segundo Pinson e Jinnett apud Dornelas (2001), toda empresa precisa de um planejamento de seu negócio, para assim poder apresentar sua ideia a investidores e bancos, e assim conseguir o capital para iniciar seu empreendimento. Em segundo lugar ficou com a falta de experiência do ramo, com 17%, o que pode ser um fator negativo para o sucesso de uma empresa. Segundo Bangs (1998), entre as maiores armadilhas no gerenciamento de pequenas empresas está a falta de experiência do ramo do negócio; a falta de experiência no ramo do

negócio pode levar o empreendedor ao total fracasso. Segundo Dornelas (2005), iniciar um negócio onde o empreendedor conhece muito pouco, e que não possui nenhuma experiência, onde nunca tenha trabalhado as chances de se ter sucesso são mínimas. Gráfico 01: Principal Dificuldade para Constituir o Negócio Fonte: O Microempreendedor Individual e as dificuldades encontradas na constituição e condução de seus negócios. Um estudo na cidade de Jales-SP 2013. 2. Principal dificuldade na condução de seus negócios O gráfico 02, apresentou como alternativas alguns dos problemas apontados pelas empresas como piores dificuldades; as respostas foram bem diversificadas, ficando com a predominância com 27% os maus pagadores, ou seja, o famoso calote. Essa resposta condiz com a realidade em que os MEIs estão inseridos, os MEIs são aqueles pequenos empreendedores que atuam nas mais diversas formas: a costureira, a boleira, a vendedora de roupas, o pet shop, o bicicleteiro, a cabelereira; ou seja, quase todos os MEIs são empreendedores que tem como seu público alvo, as pessoas do seu bairro ou pessoas ao redor do seu negócio. Normalmente esses pequenos negócios tem muitas dificuldades em atender seus clientes trabalhando somente com a forma de pagamento á vista, e por isso acabam disponibilizando a forma de pagamento a prazo (fiado), por isso é importante que os MEIs tomem cuidado com a forma de pagamento que vão disponibilizar aos seus clientes, é preciso buscar formas de amenizar esses prejuízos. Em segundo lugar ficou a falta de capital de giro com 24% das respostas; problema esse proveniente de diversos fatores como: o falta de experiência gerencial do empreendedor, o desconhecimento do mercado, a ineficiência, a falta de clientes, problemas com os produtos e serviços oferecidos, local inadequado, entre muitos outros. Em terceiro lugar os MEIs apontam como dificuldade para

conduzir o negócio a recessão econômica do país, que está ligado a juros altos, impostos, inflação, falta de políticas que apoiem o empreendedor, entre outras. A falta de clientes ficou com 11% das respostas, e esse problema também provém de vários fatores como a qualidade dos produtos e serviços oferecidos, o local inadequado, preço entre outros. Segundo Degen (2005) não adianta iniciar um negócio, se o empreendedor não possui a quantidade de clientes necessários, que utilizarão seus produtos ou serviços, se o empreendedor perceber que seu produto ou serviço não possua a quantidade de clientes necessários para o sucesso do seu negócio, é necessário que ele consiga atrair os clientes necessários, ou mesmo desistir do novo empreendimento. Demais alternativas ficaram com 2% e 5% das respostas. Gráfico 02: Principal dificuldade na condução de seus negócios Fonte: O Microempreendedor Individual e as dificuldades encontradas na constituição e condução de seus negócios. Um estudo na cidade de Jales-SP, 2013. 3.Principal Dificuldade nas Áreas da Administração Quando se questionou aos empreendedores em qual área da administração de um negócio que eles sentem maiores dificuldades, muitos não sabiam nem o significado das alternativas, o que demonstra a falta de conhecimentos administrativos, por esse motivo a alternativa outros possuiu grande quantidade de respostas, ficando com o segundo lugar. Como maior dificuldade, com 28% das respostas ficou o planejamento, esse fator é muito nítido, o planejamento assim como em Micro e Pequenas Empresas, é caracterizado como principal falha cometida pelos empreendedores. Segundo Degen (2005) os erros administrativos são apontados como umas das principais causas que levam pequenas empresas ao fracasso. É importante que os MEIs tentem melhorar sua capacidade gerencial,

fazendo cursos preparatórios, buscando informações, procurando ajuda em que já possua experiência no ramo, que tenha trabalhado ou trabalha no mesmo setor, desenvolvendo o plano de negócios, entre muitas outras atitudes que podem ser tomadas. Para se iniciar um negócio antes de tudo é preciso planejar; se um negócio começa errado, com certeza terminará fracassado. Em terceiro lugar com 17% das respostas fica a conjuntura econômica, ou seja, a dificuldade em controlar suas movimentações financeiras; como entradas e saídas, capital de giro, fluxo de caixa, análises financeiras entre outras. Segundo Oliveira (2005), os principais problemas de controles de gestão financeira são: caixa, contas a receber, contas a pagar, controles de despesas e estoques. Ter um controle rigoroso desses é necessário para que o empreendedor consiga se manter no mercado. Demais opções ficam com 5%, 7% e 8% das respostas. Gráfico 03: Principal Dificuldade nas Áreas da Administração Fonte: O Microempreendedor Individual e as dificuldades encontradas na constituição e condução de seus negócios. Um estudo na cidade de Jales-SP, 2013. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O governo está propiciando aos empreendedores, a facilidade de ser o dono de negócio próprio e fica aparente que se tornar um microempreendedor individual (MEI), é fácil, e qualquer um pode ter sua empresa formalizada, e está aí o risco; pois muitos empreendedores não estão preparados para a formalização e para abertura de um negócio. É evidente que a lei que ampara o microempreendedor individual foi de muito estima para os pequenos empreendedores, e traz muitos benefícios, mais isso por si só não é o suficiente. A partir do momento em que uma pessoa passa de física para jurídica, ela carrega consigo obrigações jurídicas, e é

preciso estar preparado para isso. A lei do MEI possibilita aos empreendedores informais, se tornarem empresários legalizados; mas para conseguir sobreviver no mercado de trabalho atual é preciso de muita dedicação. Hoje depois de quase cinco anos da aprovação da Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, que regularizou ao empreendedor trabalhar como um MEI formalizado, o MEI tem se expandido e crescido gradativamente no país inteiro. Segundo o portal do empreendedor, hoje o Brasil possui cerca 2,8 milhões de MEIs, número que tende a crescer; e não há pesquisas que indicam se esses microempreendedores estão conseguindo o estabelecimento no mercado, ou se estão conseguindo progredir. Os objetivos dessa pesquisa foram identificar as dificuldades encontradas por essa classe de empreendedores que estão tomando grande espaço no país todo. É importante ressaltar que o MEI, não é uma micro empresa, pois seu faturamento é menor, mais é legalizado por lei como micro empresário, e pode trabalhar de diversas formas, com estabelecimento fixo (lojas, bares, restaurantes), ambulantes( de porta em porta), por internet, por correios, por televendas, entre várias outras. São mais de 500 atividades diferentes que os MEIs podem exercer e estão presentes em todos os setores de atuação: serviços, comércio, indústria, entre outros. Quanto aos objetivos específicos da pesquisa, os resultados alcançados foram: 1- Principal dificuldade para constituir o negócio: segundo as respostas obtidas na pesquisa, os MEIs indicaram como principal dificuldade a falta de capital, com essas informações pode-se concluir que os MEIs já começam seus negócios cometendo sérios erros. 2- Principal Dificuldade na Condução dos Negócios: Os MEIs apontaram como principal dificuldade na condução dos negócios os maus pagadores, os famosos caloteiros. Esse fato se deve porque normalmente o público alvo dos MEIs, são pessoas do próprio bairro, conhecidos, ou ao redor de seus negócios; esse público alvo normalmente são pessoas que exigem formas de pagamento a prazo. Por isso todos os MEIs devem ter cautela quanto a esse aspecto. 3- Principal Dificuldade nas Áreas da Administração: Essa questão foi elaborada para identificar em qual área administrativa o empreendedor tem mais dificuldade em atuar. A grande maioria dos MEIs apontou como área de

maior dificuldade o planejamento, ou seja, os MEIs tem dificuldade em planejar, e esse fator se deve a falta de conhecimento dos mesmos. É preciso que o empreendedor que deseje iniciar suas atividades seja muito cauteloso, e planeje antes de iniciar seu negócio, para que assim o negócio possa ter crescimento e sucesso. Percebe-se que as maiorias dos MEIs ingressantes no mercado de trabalho entram com o objetivo de continuar sendo um MEI; são poucos o que possuem características empreendedoras, e desejam o crescimento. Segundo Degen (2005), esses negócios podem ser classificados como medíocres, ou seja, que tendem para masoquista e não para empreendedor, onde o empreendedor trabalhará muito e ganhará pouco. E somente empreendedores de verdade que consigam se diferenciar no mercado, conseguirá obter sucesso como MEI. Antes de tudo é preciso estar preparado, buscar conhecimento, realizar cursos para ajudar o empreendedor na gestão, fator necessário para que o negócio do MEI consiga obter crescimento. 8. REFERÊNCIAS BANGS J. R.; DAVID, H. Guia Prático Como Abrir seu Próprio Negócio: um guia completo para novos empreendedores. Tradução Rosa Krausz. São Paulo: Nobel, 1999. DEGEN, R. O empreendedor: Fundamentos da iniciativa empresarial 8.ed. São Paulo: Makron Books, 2005. DORNELAS, J. C. A.Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo Transformando Ideias em Negócio. Rio de Janeiro: Campus, 2001. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Técnicas de Pesquisas: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. OLIVEIRA, D. C. Manual Como Elaborar Controles Financeiros. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. PORTAL DO EMPREENDEDOR: Disponível em:<http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual>. Acesso em 15 de abr. 2013. SEBRAE-DF. Taxa de Sobrevivência das Empresas no Brasil. Brasília, 2011.