PROJETO GINCANA CONTRA A DENGUE EM JARDIM /MS 1. Caracterização da situação anterior: Cidade polo da região sudoeste de Mato Grosso do Sul, Jardim está situado na região da Serra da Bodoquena no entroncamento das BRs 267 e 060, que ligam o município às cidades da região. Palco da Guerra da Tríplice Aliança no memorável episódio da Retirada da Laguna no ano de 1867, Jardim foi criada em 14 de maio de 1946 pelo Major Alberto Rodrigues da Costa, na época Comandada da CER 3 Comissão de Estradas de Rodagem nº 3 que, para atender os servidores da Comissão, adquiriu 39 há. de terras da Fazenda Jardim, cujo proprietário na época era Fabio Martins Barbosa. Loteou essas terras e vendeu os lotes aos seus funcionários. O dia em que assinou a ata de entrega dos lotes é considerado a data de criação do município. Sua emancipação política ocorreu em 11 de dezembro de 1953, através da Lei Estadual nº 677/53. Hoje a população total é de aproximadamente 24, 346 habitantes, sendo que 21.757 residem na zona urbana, e 2.589 na zona rural. A densidade demográfica é de 8,99 h/km². A extensão territorial do município é de 2.507 Km². O clima é subtropical úmido, e as temperaturas variam entre 15º a 39º centígrados, precipitação pluviométrica de 1.750 a 2.000 mm/ano. O setor econômico em que se apresenta o maior percentual de receitas é o comércio, com 79,24%, seguido da pecuária com 8,25%, a agricultura com 5,19% e demais setores com 7,32%. (fonte IBGE, 2010). O município de Jardim pertence à micro-região homogenia 341 (MRG), denominada Bodoquena. Latitude 21º 28 49 e longitude 56º 08 17. Sua posição geográfica facilita a visitação de pessoas, não só das grandes cidades, como a capital do Estado, bem como das cidades vizinhas. Os municípios que fazem limite são: Guia Lopes da Laguna, Bonito, Bela Vista, Ponta Porã, Caracol e Porto Murtinho. Jardim está ligada à capital do Estado pela BR 060, que atravessa os municípios de Guia Lopes da Laguna, Nioaque e Sidrolândia, bem como pela BR 419 que liga Nioaque a Anastácio e pela BR 262, que completa o percurso até Campo Grande. Está ligada a Bonito pela MS-382. Sendo que todas as vias de acesso são asfaltadas. O Projeto Gincana contra a DENGUE em Jardim MS foi iniciado em janeiro de 2010, Elucidados pela necessidade e vontade de intervir no problema, Controlar epidemias em curso, Reduzir a incidência de Dengue, Evitar a ocorrência de óbitos e buscar soluções
para a diminuição dos casos e possível eliminação dos criadouros da Dengue na comunidade, buscar, pensar e refletir coletivamente o problema da incidência da Dengue na cidade e numa ação conjunta propor a elaboração e implementação de um projeto de intervenção na saúde da população local..3. Descrição da prática inovadora: 3.1. Objetivos que se propõe e resultados visados: A única maneira de evitar a dengue é eliminar os criadouros, ou seja, lugares onde o mosquito possa nascer: na sua casa, no seu local de trabalho ou na escola. Os ovos do mosquito da dengue continuam vivos por até um ano. Desencadear as ações preconizadas para a eliminação de criadouros, de focos de larvas e combate ao Aedes aegypti: Intensificar as ações de vigilância epidemiológica e de vigilância ambiental. Aplicar as estratégias de mobilização social, para o enfrentamento de epidemia, visando encurtar a duração do período epidêmico. E sendo o controle de vetores o responsável pela construção do saber e de disseminação da informação justifica-se a importância da elaboração e implementação desse projeto junto à comunidade: combate a dengue, com responsabilidade e ação coletiva, com vistas a minimizar os problemas e possíveis soluções, buscando estabelecer parcerias com a comunidade local e outros órgãos objetivando a discussão e desenvolvimento de ações que possam ser coletivamente pensadas e implementadas para diminuir os casos de incidência de dengue em nosso município, procurando ainda intervir na manutenção da saúde ambiental, social e física conscientizando a comunidade local sobre a importância da prevenção e combate dos criadouros do mosquito da dengue. 3.2. Público-alvo da prática inovadora: O trabalho visa instruir e incluir toda a população local em torno da região onde será realizada a gincana. A gincana e programada uma semana em cada área. Os Agentes de saúde fazem à divulgação e orientação. Toda a comunidade local como donas de casa, alunos professores funcionários públicos e privados, comerciantes e empresários em geral.
Conscientizar a comunidade por meios de trabalhos de educação sócio ambiental, promovendo mudanças de comportamento do cidadão, visando melhorias no bem estar social de todos. 1.3Concepções e trabalho em equipe. 1.3.1 O mosquito Aedes aegypti é hoje provavelmente o mais grave problema de saúde no Brasil, dada sua ocorrência em todos os Estados do País e o fato de que ele transmite os vírus causadores de três doenças humanas graves: a dengue, a dengue hemorrágica e a febre amarela. Para a febre amarela já existe vacina, a qual ajuda na sua prevenção, mas, apesar disto, hoje vivemos, em algumas regiões, sobre forte ameaça dessa terrível doença. Para as outras duas doenças ainda não existe vacina, é difícil prever quando haverá e, além disso, não existe um tratamento específico para elas. Isto nos deixa muito vulnerável e é exatamente por isso que temos que fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para impedir o alastramento dessas doenças. A dengue é uma doença muito dolorosa, deixa seqüelas e na sua forma hemorrágica tem um alto índice de mortalidade. Durante a reunião para a discussão da problemática situação da dengue em nosso município foi detectado a necessidade e viabilidade da elaboração e desenvolvimento do projeto da saúde, na comunidade com representantes de todos os segmentos da Secretaria de Saúde do município e agentes educativos de endemias. Figura 1: Reunião servidores da saúde Fonte: João Vieira Junior
1.4Ações e etapas da implementação: Elaboração das ações e sistematização do projeto, juntamente com funcionários da secretaria de saúde, coordenadores municipais, professores, alunos,agentes de endemias e comunidade local. Reunião com a comunidade local e agentes públicos para a implantação do projeto, definindo datas, atividades e local. Visita domestica para observação das condições de moradia e salubridade dos lares, eliminando os possíveis criadouros encontrados. Realização de palestras educativas sobre a dengue. Dramatização teatral sobre a dengue no pátio de escolas. - Figura 2: Manejo Ambiental Fonte: João Vieira Junior
4. Recursos utilizados: 4.1. Descrição dos recursos humanos, financeiros, materiais, tecnológicos, entre outros. Recursos humanos: Coordenadores, Supervisores de área, Supervisor geral, Agentes de endemias, Agentes comunitários de saúde, Agentes de vigilância sanitária e a comunidade em geral. Recursos Financeiros: Recursos próprios e doações de simpatizantes. Recursos Materiais: Faixas, carros de som, microfone, caixa amplificada, sacos para lixo, luvas, panfletos informativos entre outros. Ampla divulgação em rádios, jornais e sites regional. O Departamento se dispõe de 30 (trinta) agentes de endemias e 01 (uma) coordenadora, 03 (três) supervisor de área, 01(um) supervisor geral formando a equipe que atende os vários segmentos dos Vetores. O custo para a implantação do sistema foi considerado baixo, se comparado ao imenso benefício trazido pelo projeto. Todo o custeio foi pago através de convênios prefeitura municipal, doações de simpatizantes e setor de vetores. 4.2. Por que considera que houve utilização eficiente dos recursos na prática: Considerando que para o desenvolvimento e implantação do projeto não há custos de mão de obra, pois é executado por funcionários públicos e a comunidade local, e trazem imensos resultados tanto ambientais, como sociais e saúde, o projeto é benéfico e eficiente em nossa cidade. 5. Caracterização da situação atual 5.1. Mecanismos ou métodos de monitoramento e avaliação de resultados e indicadores utilizados: As ações de Controle Vetorial realizadas durante o período não epidêmico são essenciais para que durante o curso de um surto ou epidemia, as atividades de controle alcancem uma rápida redução dos índices de infestação do Áedes aegypti, a níveis aceitáveis e encurte a duração do evento. Dentre as ações de rotina destacam-se: 1. Reconhecimento Geográfico (RG): Essa atividade deve ser contínua, dadas as constantes alterações no número de imóveis e formação de novos pontos estratégicos
numa determinada localidade. O RG é parte indispensável do planejamento das atividades de controle vetorial e deve ser realizado durante o levantamento de índice, momento em que se observam as alterações na área em que se está trabalhando. 2. Estratificação das Áreas de Atuação: A estratificação das áreas de trabalho é uma atividade que depende da existência de um RG atualizado. Dessa forma, garantirá que as áreas de trabalho estejam sempre atualizadas e contenham o quantitativo de imóveis preconizado pelo PNCD. 3. Ponto Estratégico (PE): Os PE, como o próprio nome sinaliza, são locais em que, por suas características, oferecem maiores risco de postura de ovos e franca disseminação do vetor. O Tratamento químico do PE deve ocorrer de forma sistemática, quinzenalmente, a partir de um cronograma prévio que deve ser cumprido. 4. Levantamento de índice Rápido Amostral do Aedes aegypti (LIRAa): A metodologia do LIRAa permite conhecer de forma rápida a situação de entomológica de uma localidade. Sua realização pode ocorrer de forma rotineira, a cada dois meses, ou em situações que se necessite monitorar o índice de infestação predial de forma rápida, para nortear as ações de controle, conhecendo os depósitos predominantes de modo a permitir que o manejo ambiental seja efetivo. 5. Manejo ambiental: O manejo ambiental é uma importante atividade de remoção de inservíveis com potencial de ser tornar um criadouro do Áedes aegypti. A sua realização deve obedecer a um cronograma prévio, sendo intensificado no período que precede as chuvas. Essa atividade deve envolver todos os órgãos governamentais de saneamento ambiental e outras, quando necessário, para o recolhimento dos inservíveis, sendo facultativa a participação de outras entidades do gênero, cabendo a coordenação e o direcionamento das ações ao Controle Vetorial. 6. Resposta às denúncias publica: A sociedade consciente e participativa é um importante aliado na prevenção e controle da dengue. As denúncias de focos devem ser investigadas de forma oportuna. Quando há uma resposta imediata a um chamamento da comunidade, o serviço mantém sua credibilidade social e, sobretudo, permite uma intervenção que pode significar a prevenção de um surto e impedir que evolua para uma epidemia.
7. Saneamento ambiental: o saneamento ambiental é uma a atividade de extrema importância para a prevenção e controle da dengue, visto que, é possível reduzir a quantidade de recipientes artificiais no meio ambiente, impedido a proliferação de focos do Aedes aegypti. O manejo ambiental requer a participação de Serviço de Limpeza Pública. 8. Reunião semanal de planejamento e avaliação das atividades de prevenção da dengue, com a participação dos profissionais de saúde responsáveis por cada segmento: Gerente de saúde, coordenadores da atenção básica, controle de vetores, vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, Enfermeiros responsáveis pelas /ESF/EACS/Hospital, Laboratório e supervisores de área. 5.2. Resultados quantitativos e qualitativos concretamente mensurados: -Identificação e eliminação de criadouros domiciliares, em trabalho integrado com os Agentes Comunitários e Agentes Endemias (Zoneamento Compartilhado). -Identificação e estadiamento de casos suspeitos de dengue. -Ações de educação em saúde e mobilização social, com ênfase na mudança de hábitos para prevenção e controle da dengue. Controlar epidemias em curso; Reduzir a incidência de Dengue, Evitar a ocorrência de óbitos. 6. Lições aprendidas: 6.1. Soluções adotadas para a superação dos principais obstáculos encontrados Sensibilização dos educadores da rede pública e privada de ensino quanto à importância de se trabalhar o tema dengue nas atividades cotidianas da escola, a fim de conscientizar os alunos a se preocupar com o meio ambiente, prevenir a dengue em casa e motivar pais e responsáveis a aderirem a essa luta. A gincana contra a dengue em nosso município é um sucesso graças à participação, in loco, de toda a comunidade envolvida em prol da saúde de todos. 6.2. Fatores críticos de sucesso: Foram as ações de mobilização social relacionadas abaixo:
1. Estabelecer parceria com as Gerências Municipais: Obras, Meio Ambiente, Educação, Assistência Social e outras instituições visando ações preventivas. 2. Parcerias com associações de moradores e sindicatos, para fortalecer as ações preventivas na comunidade. 3. Realizar, anualmente, lançamento de campanha de mobilização social envolvendo os diversos órgãos governamentais, iniciativa privada e lideranças comunitárias, tendo a frente o Prefeito Municipal e o Gerente de saúde. 4. Realizar parceria com as lideranças religiosas e fornecer materiais (Folder) de utilidade pública com vistas a sensibilizar a comunidade para a prevenção da dengue no domicilio, para que possa ser lida diariamente ao final das celebrações. 5. Sensibilizar educadores da rede pública e privada de ensino quanto à importância de se trabalhar o tema dengue nas atividades cotidianas da escola, a fim de conscientizar os alunos a se preocupar com o meio ambiente, prevenir a dengue em casa e motivar pais e responsáveis a aderirem a essa luta. 6. Manter Comitê da Dengue, com a participação de instituições privadas, órgãos públicos, rede educacional, seguimento religioso, dentre outros que poderão ser identificados, para trabalhar de forma continuada a preservação do meio ambiente e prevenção da dengue. 7. Estabelecer a terceira semana do mês de novembro, como sendo a semana D de mobilização social, manejo ambiental e prevenção utilizando estratégias diversificadas e o apoio da maquina governamental necessária. 6.3. Por que a prática pode ser considerada uma inovação: As ações de controle vetorial realizadas durante o período não epidêmico são essenciais para que durante o curso de um surto ou epidemia, as atividades de controle alcancem uma rápida redução dos índices de infestação do Aedes aegypti trazendo a níveis aceitáveis e encurte a duração do evento. Priorizando as necessidades apontadas pela comunidade e pelos profissionais de saúde nelas envolvidos juntamente com atividades de educação ambiental.
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