Disciplina: Tópicos de Comunicação e Arte Data: / /2010 Professor: Luiz Lana Período: 4º; 5º Segmento: Publicidade e Propaganda Tipo de Atividade: Prova Semestre: 1º Nome do(a) Aluno(a): Valor: Nº: Nota: Leia os textos abaixo e faça o que se pede. Texto 1 Fotografia Realidade ou Cópia? Artigo de Yuri Bittar A discussão que proponho aqui diz respeito à natureza da fotografia. Será a fotografia uma cópia empobrecida da realidade, um simulacro? Ou será ela uma outra realidade, uma visão real em si mesma, apenas originaria da realidade de que foi extraída?. Ou ainda poderíamos dizer que é impossível essa tentativa de definição, já que nem podemos definir com segurança o que é real, muito menos o que não é? As Pessoas e a Fotografia Há muito tempo me preocupo com a relação das pessoas com as imagens. Especialmente com a fotografia, e mais ainda com a fotografia profissional, que por ter às vezes mais qualidade ou mais conceitos embutidos, podem conduzir as pessoas com algum propósito. Este problema está mais latente na atualidade, na era do digital, nesse momento de sobrecarga visual em que vivemos. A questão que se coloca é, se a fotografia é falsa, um simulacro, uma representação irreal, extraída da realidade (...) A essa questão outras podem ser opostas: mas é o real assim tão real mesmo? E a fotografia pretende ser real? Essa questão não é nada nova, pelo contrário, nos acompanha há milênios. Diversos filósofos da maior importância tem se dedicado a entender a relação (entre) homem-imagem. Para Jean B. Baudrillard, importante filósofo do século XX, a imagem é um pobre simulacro, vazio de significado, uma mera cópia, que não capta nada do real. Assim também pensava Platão, 25 séculos antes, pois ele não via nenhum valor nas imagens, nas artes, já que estas, além de pretender imitar o real e não conseguir, ainda privava as pessoas de ver o que era mesmo importante, a realidade por si mesma. Veja por exemplo no mito da caverna, Platão vê imagem como correntes que nos prendem ao falso. Para outros, como Pierre Levy, mais recentemente, e Dante Alighieri, há 700 anos, a imagem, o virtual, não é irreal, e sim uma outra realidade, a realidade das realizações ideais especulativas, é o espaço da virtude e do futuro, não podada pelo possível, o atual e o existente. A fotografia é real também enquanto experiência. Imagine uma foto tirada em uma festa na qual você esteve, ao ver a foto, você lembrará do que realmente viveu naquele dia. Mais ainda é a possibilidade de você se lembrar das coisas boas. Quando você quer lembrar de algo, busca uma fotografia que te lembre daquilo, mas lembre positivamente ou negativamente, conforme você quiser. A fotografia então liga o passado e o presente, concretizando um sentimento real. Outros ainda, como Cervantes, na Espanha do século XVII, através de seu célebre Dom Quixote, ou para Mario Perniola, recentemente, não separam real e virtual. Afinal, pensemos em diferentes relatos de pessoas que presenciaram um
mesmo acontecimento. Todas falam a verdade, o que viram, mas contam coisas diferentes. Qual é a versão real? Todas ou nenhuma? Para alguns, a realidade existe, mas quem tem percepção suficiente para captá-la? Quando vemos algo, vemos através da nossa cultura, preconceitos, nosso treinamento visual, nossas intenções e expectativas. O que vemos é o real, filtrado e selecionado por nós mesmos. Então uma fotografia, que seria a luz real existente em um momento, tratada por uma máquina, operada por um especialista, que além de conhecer a máquina também tem intenções estético-artísticas, comerciais ou até políticas, além dos mesmos filtros de qualquer pessoa. Assim, essa foto é tão real quanto qualquer outra visão, se pensarmos que ela carrega apenas resquícios da realidade. Mas podemos até pensar que não há real, pois tudo é apenas uma interpretação. De qualquer forma tanto o que vemos quanto uma fotografia, são um tão real quanto o outro. Ao pensar em virtureal, é inevitável pensar no Second Life, onde podemos viver uma segunda vida dentro do virtual, que para muitos é tão real quanto à vida física, já que as experiências vividas lá podem afetar nossos sentidos. Devemos opor real e virtual? A questão é, ao observar uma fotografia, devemos confrontá-la com o real? Mas afinal, o que é o real? Pergunte a duas pessoas diferentes, que estiveram no mesmo evento, como foi esse evento, e você poderá ter relatos totalmente diferentes. Eles estão mentindo? Claro que não, mas eles viram coisas diferentes. Qual é a realidade? As duas. Ou nenhuma. Se pensarmos que a realidade pode ser múltipla, os dois relatos são a realidade, mas então, uma imagem do evento, também é real, pois é a visão do fotógrafo através da máquina. Mas se considerarmos que o real, em sua essência é único e total, e assim inatingível, então a fotografia é irreal como qualquer outra coisa. Por isso cada um tem uma visão diferente, que é na verdade parcial, pois não temos capacidade de ter uma visão ampla o suficiente para ver a realidade, que é então apenas teórica. Real ou irreal, uma imagem não é tão diferente do que vê nosso olho. Será que devemos comparar as duas coisas então? A fotografia atua sobre nossos sentidos e sentimentos, tanto como as experiências físicas. E os fotógrafos, o que devem fazer? A fotografia é totalmente real enquanto lembrança para os retratados, que a partir dela rememoram suas próprias lembranças daquele acontecido, que são também reais enquanto fato vivido a apreendido, e são também uma imagem artística para um espectador que não sabe nada sobre ela. Apenas seria falsa se ela se pretendesse registro do que de fato aconteceu. Os historiadores concordam, nada é registro que que aconteceu, mas algo parcial, que deve ser analisado em sua complexidade. Não devemos opor o real e o virtual, mas esse erro acontece sempre, com a maioria das pessoas. É preciso olhar uma imagem como imagem, não como recorte do real. A falta de cultura visual às vezes impede que as pessoas olhem uma foto como experiência visual, como interpretação plástica e mutável e como algo que transmite ideais e intenções. A imagem é, na verdade, hiper-real, por ser a própria virtude, a possibilidade plena de beleza e de acontecimento. A foto pode ser o que quisermos (e pudermos fazer, como artistas ou fotógrafos). A fotografia não passou pelo obstáculo do possível. Ela não é o possível, é o potencial, o virtuoso. A imagem pode ser o protótipo do real, mais plena do que qualquer outra coisa. Não sejamos nem iconoclastas (os que repelem a imagem) nem iconófilos (os que adoram imagens), devemos entender a imagem por si mesma, com suas potências estéticas e sociais.
O fotógrafo não está apenas registrando imagens e acontecimentos, está transmitindo sua visão do mundo, consciente ou inconsciente, que começa a surgir desde a escolha de seu equipamento, até as leituras que ele faz e a cultura que adquire. E ele está também experimentando realidades paralelas, repletas de possibilidades e potencialidades. O fotógrafo deve então encarar seu ofício não apenas como documental, mas também como omunicativo, experimental e, claro, artístico. Deve Ter consciência que as imagens fazem parte do mundo atual, a atuam sobre ele, criando conceitos e idéias, muitas vezes errôneas. Retrado de http://www.confoto.art.br/artigos23.php, acesso em 03/07/10. Texto 2 A viagem do homem à Lua foi uma farsa? Luiz Carlos Marin Em setembro, o governo americano anunciou sua disposição de voltar a fazer vôos tripulados à Lua. Porém, Mas, mais de 30 anos após a Apolo 11 levar o homem ao satélite pela primeira vez, ainda há quem duvide que isso de fato ocorreu em 20 de julho de 1969. Em livros, filmes e sites, há cada vez mais argumentos "científicos" para defender a ideia de que tudo não passou de uma conspiração americana para cumprir o objetivo proposto, em 1961, pelo presidente John Kennedy, de que os EUA fariam uma viagem tripulada à Lua antes do fim da década de 1960 (tudo para passar à frente dos soviéticos na chamada corrida espacial). A cara e cuidadosa farsa teria sido preparada e realizada num estúdio no estado de Nevada, sob a direção de ninguém menos que Stanley Kubrick, o realizador de 2001 - Uma Odisséia no Espaço. Confira aqui algumas das "provas" dessa teoria conspiratória. Você pode se divertir... ou acreditar. Uma teoria da conspiração espacial Luz, vento, vácuo, estrelas. O que sobra e o que falta nas fotos da Nasa, segundo os incrédulos. Na penumbra Como só há uma fonte de luz na Lua (o Sol) e como não há atmosfera para difundi-la, as sombras não deveriam formar as regiões de penumbra mostradas nas fotos. Além disso, objetos paralelos não têm sombras paralelas, o que prova que havia mais de uma fonte de luz: os refletores do estúdio.
Além do Sol, havia fontes de luz secundárias - a reflexão da luz solar na Lua, nas roupas dos astronautas e no módulo lunar. Boa parte dos raios refletidos na superfície do satélite "bate" de novo nos objetos e espalha-se em diversas direções, o que explica o aparecimento da penumbra. Quanto ao paralelismo, a transposição de 3 dimensões para 2 provoca as distorções. Tremulando no vácuo As fotos e os vídeos exibidos mundo afora mostram a bandeira americana tremulando. Como isso é possível se na Lua não há atmosfera nem vento? Esta é mais uma prova de que a tripulação da Apolo 11 simulou a alunissagem num estúdio, onde começou a ventar acidentalmente. Além da haste vertical, a bandeira tinha um suporte horizontal, para manter-se aberta. Ao ser fincado no solo, o mastro foi girado, criando o movimento. Justamente porque não existe atmosfera em solo lunar o movimento durou algum tempo (não há ar para brecá-lo). Além disso, as dobras do pano reforçam essa impressão. Aliás, se havia vento no estúdio, por que não se vê poeira? Filmes ultra-resistentes As temperaturas na superfície lunar variam de 120o Celsius negativos a 150o Celsius positivos. O fato é que nem filmes especiais seriam capazes de resistir a tamanha oscilação. Por isso, todas as fotos que você já viu sobre o homem na Lua (inclusive as que ilustram estas páginas) são, é claro, 100% falsas. De fato, nenhum filme agüentaria tais condições de temperatura. Só que os filmes não foram expostos a elas. No vácuo lunar o calor não se propaga por condução ou convecção, só por irradiação (incidência direta de luz) e seus efeitos podem ser muito reduzidos com proteção reflexiva. Por isso, as câmeras foram envolvidas com material branco - como as roupas. Ouvir estrelas Mais uma prova de que o homem não foi à Lua é o fato de que não aparecem estrelas no céu em nenhuma das fotos. Certamente os manipuladores da Nasa se esqueceram de colocá-las no cenário montado dentro do estúdio. Quantas vezes você já fez fotos à noite e apareceram estrelas? Além disso, em locais muito claros, como o solo dos desertos ou da Lua, o tempo de exposição do filme deve ser muito reduzido, o que impede que as estrelas sejam "impressas" na película. Tem fogo?
As imagens do pouso e da decolagem em solo lunar não mostram as chamas expelidas pelo foguete e também não há marcas na superfície do satélite. Além disso, como os 3 astronautas poderiam retornar da Lua num módulo tão pequeno para caber o combustível necessário para impulsioná-lo? A combustão da mistura de hidrazina e tetróxido de nitrogênio produz uma substância incolor. Como não havia ar em volta da nave, os gases espalharam-se rapidamente. Ou seja, nada de chamas visíveis. O mesmo vale para a ausência de crateras. Como não há ar, a parte do solo atingida pelos gases não se dispersou. A gravidade menor exige menos energia para a decolagem. Siga as pegadas As marcas das botas usadas pelos astronautas são mais parecidas com pegadas feitas em solo úmido. Mas todo mundo sabe que na Lua não há água. Ou seja, as imagens são mais uma prova da grande armação. Essa nem os cientistas explicam direito. As fotos foram feitas para registrar a natureza da poeira lunar e os efeitos da pressão sobre o solo. E elas mostram que a superfície é seca, fina e se compacta facilmente, por causa da ausência de ar. Retirado de: http://super.abril.com.br/superarquivo/2005/conteudo_108858.shtml, acesso em: 03/07/10 Muitas pessoas acreditam que, de fato, o homem nunca pisou na lua e que tudo seria, como diz a reportagem da Super Interessante, uma fraude. Sendo ou não adeptos às teorias da conspiração e de não termos uma resposta acertiva, é inevitável considerar a importância histórica deste evento. As conquistas tecnológicas e culturais são gigantescas. Agora, lhe convido a seguinte reflexão: vamos por um momento imaginar que este evento seja uma fraude. Se assim entendermos, teremos que admitir que relações técnicas fotográficas e, porque não, comunicacionais, determinaram de maneira manipulatória a história da humanidade. Mas já que a fotografia não é o registro do real e sim nova realidade, não estaria a foto montagem cumprindo o mesmo papel da documental: criando uma nova realidade? Todos conhecemos pessoas que acreditam em algo só porque viram uma foto, e outras que não acreditam em nenhuma imagem, acham todas falsas. Na verdade não há uma conclusão sobre o que é a imagem, se é ou não real. Mas podemos sim concluir que devemos encará-las com mais crítica e consciencia, para sabermos que podemos usá-las, mas que também podemos ser usados por elas, pois são criações repletas de filtros e intenções. Partindo destes comentários, escreva um texto dissertativo argumentativo que responda a seguinte questão: qual é o papel da fotografia e de seu tratamento digital na mídia contemporânea? Dica: use o material teórico postado no SIGA, pesquise na Internet, procure pelos textos sugeridos na ementa.