Maria José de Souza Filha O DIREITO DO CONSUMIDOR NO COMÉRCIO ELETRÔNICO: DIREITO DE ARREPENDIMENTO Primeira Edição São Paulo 2012 PerSe
Apresentação Este trabalho científico monográfico foi apresentado à banca examinadora da Faculdade de Direito da Universidade São Judas Tadeu em 13/10/2011, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito, sob orientação do Professor Georgios José Ilias Bernabé Alexandridis, obtendo 10,00 como média final.
Agradecimentos Agradeço a Deus pela inspiração e por todas as minhas vitórias, em especial por esta, por ter me ensinado a ter paciência e persistência, por ter me ajudado a concluir este trabalho e consequentemente uma importante fase da minha vida. Agradeço a minha mãe, Maria José de Souza, e ao meu noivo, Murillo Akio Arakaki, pelo apoio e amor incondicional. Agradeço a minha irmã, Maria Izabel de Souza, por todo apoio e amizade durante estes anos.
Dedico este trabalho à Maria José de Souza e Murillo Akio Arakaki.
Tudo posso naquele que me fortalece. Apóstolo Paulo
RESUMO O presente trabalho versa sobre o direito de arrependimento, existente no Código de Defesa do Consumidor, como proteção conferida à parte mais frágil na relação de consumo realizada especialmente por meio eletrônico. Discute-se as particularidades do comercio eletrônico iniciando a análise desde o surgimento da internet, passando ao surgimento do próprio comércio por meio virtual, analisa-se os elementos e características fundamentais dos contratos de consumo realizados por este meio, passando por fim a discorrer sobre o direito de arrependimento, teorias que o justifica, razão de existência, forma de seu exercício, limites em razão de situação ou qualidade da pessoa (ser consumidor) e deveres de ambas as parte quando exercido tal direito. Outrossim, compara o direito de arrependimento com um contrato existente no direito civil e que a ele se assemelha, qual seja, venda a contento. Apresenta também jurisprudência para ilustrar e reforçar as idéias apresentadas. Ficou demonstrado que o direito de arrependimento é aplicável nos contratos de consumo realizados pela internet, vez que configura o requisito fora do estabelecimento comercial previsto no artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor e que na ausência de norma mais específica o Código de Defesa do Consumidor se aplica as relações de consumo no comércio eletrônico.
SUMÁRIO 1 Introdução 9 2 Aspectos históricos do comércio eletrônico 11 2.1 Surgimento da internet 11 2.2 Surgimento do comércio eletrônico 13 3 Conceitos 14 3.1 Internet 14 3.2 Site 15 3.3 Provedor 17 3.4 Usuário 19 3.5 Produtos e serviços virtuais 20 4 A caracterização da relação de consumo na internet 23 4.1 Comércio eletrônico 26 4.2 Sujeitos do comércio eletrônico: consumidor x fornecedor 28 4.3 Celebração do contrato eletrônico 35 4.3.1 Manifestação de vontade 36 4.4 Compras coletivas 38 5 Direito de arrependimento 42 5.1 Art. 49 do CDC 42 5.2 Teorias que justificam o arrependimento 45 5.2.1 Marketing agressivo ou marketing direto 45 5.2.2 Compra por impulso e compra à distância 46
5.2.2.1 Compra por impulso 47 5.2.2.2 Compras à distância 48 5.3 Limites de aplicabilidade do direito de arrependimento 49 5.3.1 Limite espacial: fora do estabelecimento comercial do fornecedor 49 5.3.2 Limite temporal: prazo para reflexão 56 5.3.2.1 Razão da existência do prazo para reflexão 57 5.3.2.2 Contagem do prazo 58 5.3.3 Limite do princípio da boa-fé objetiva 61 5.3.4 Venda a contento 66 5.3.4.1 Diferenças e semelhanças 67 5.3.5 Forma de execução do direito de arrependimento na internet 71 5.3.5.1 Ressarcimento dos valores 74 6 Conclusão 79 REFERÊNCIAS 83
9 1 Introdução Visando proteger o consumidor, que é a parte vulnerável na relação de consumo, o Código de Defesa do Consumidor, previsto na Constituição Federal de 1988 e concretizado em 1990, trouxe em seu artigo 49 o direito de arrependimento prevendo a possibilidade de desistir do negócio celebrado à distância. Também no início dos anos 90 com o surgimento das novas tecnologias, em especial da internet, surge o comércio eletrônico que possibilitou além de transações comerciais a realização de contratos de consumo. Com essa facilidade os fornecedores passaram a atingir grande quantidade de interessados em seus produtos e serviços, mas esse tipo de comércio que se apresentou muito vantajoso trouxe também inconvenientes. Muito se discutiu se o comércio eletrônico, no tocante as relações de consumo, seria ou não disciplinado pelo Código de Defesa do Consumidor, também se discutiu sobre a possibilidade da aplicação do direito de arrependimento para tais contratos. O assunto abordado é de grande relevância tendo em vista que trata-se de um campo novo que está sendo desvendado e interpretado aos poucos, existindo ainda interpretações conflitantes na doutrina sobre a aplicação efetiva de tal dispositivo no âmbito eletrônico. O objetivo deste trabalho é esclarecer os consumidores que se utilizam do comércio eletrônico sobre o seu direito de exercer o
10 arrependimento previsto no Código de Defesa do Consumidor, apresentando também seus deveres e as condições para o exercício de tal direito.