Proposta: Falar sobre a relação da paisagem com o reservatório da hantavirose, o roedor silvestre, e discutir os métodos utilizados pelos estudos que analisaram a influência da estrutura da paisagem nos padrões espaçotemporais de ocorrência da Hantavirose. Michelle Andrade Furtado Trabalho da disciplina CCST 312 Professor responsável: Drª Maria Isabel Escada São José dos Campos, 12 de Agosto de 2011.
Transmissão da Hantavirose Camundongo infectado por hantavírus Transmissão Horizontal
Distribuição espaço-temporal dos casos de Hantavirose, com local provável de infecção confirmado, ocorridos no Brasil entre 2002 2009. Fonte: Furtado, 2011.
Análise da Paisagem A Epidemiologia da Paisagem tem como desafio integrar dinamicamente diferentes fatores, com ênfase em suas interações e não apenas em sua sobreposição espacial. A análise da paisagem permite um melhor entendimento das interações entre as mudanças nos ecossistemas e clima; uso da terra e comportamento humano; ecologia de vetores e reservatórios de agentes infecciosos. Fonte: Lambin et al., 2010 Hipóteses A estrutura da paisagem tem forte influência na ocorrência dos casos de Hantavirose.
Raiva bovina segundo os mosaicos de uso e cobertura da terra no estado de São Paulo entre 1992 e 2003. O objetivo deste trabalho foi descrever a influência dos mosaicos de uso e de cobertura da terra na distribuição espacial da raiva bovina na região de maior incidência do Estado de São Paulo, entre 1992 e 2003. Para as análises, 3 camadas foram geradas e sobrepostas: 1ª representação espacial da raiva bovina (caracterizada por uma função kernel) 2ª tipos de uso e classes de cobertura da terra (8 classes) 3ª dados de altitude Gomes et al., 2011
Estudo ecoepidemiológico de hantavírus em roedores das regiões da Mata Atlântica e Cerrado do Brasil A atividade reprodutiva é o que mais influencia a ocorrência de roedores soropositivos com cicatrizes, devido às brigas por acasalamento. Pereira, 2006 Mata Atlântica maior riqueza de espécies Cerrado dominância do Bolomys lasiurus, A gramínea braquiária é um fator determinante na distribuição ambiental e geográfica dos roedores, mas não na prevalência de hantavírus.
Espécies de roedores capturados na microregião de Ribeirão Preto Bolomys lasiurus Colomys tener Mus musculus Oryzomys nitidus Oligoryzomys nigripes Akodon sp
Roedores Silvestres Bolomys lasiurus (rato do rabo peludo) Oligoryzomys sp (ratinho do arroz) Akodon sp (rato da mata)
Land use vs. fragment size and isolation as determinants of small mammal composition and richness in Atlantic Forest remnants. 23 locais de capturas 21 fragmentos de 12 a 250 ha 2 áreas continuas de floresta 10.000 ha Vieira et al., 2009 Fonte: Vieira et al., 2009
Isolamento: a menor distância entre os fragmentos variou de 10 a1500 m Riqueza de espécies foi determinada principalmente pelo isolamento de fragmentos, Uso da terra em torno de fragmentos, a atividade econômica (peri-urbanas, agricultura, gado), e da propriedade (periurbana, os pequenos e grandes produtores rurais). Composição de espécies foi associada mais fortemente com tamanho do fragmento, seguida pelo isolamento, com um efeito menor da propriedade. Vieira et al., 2009
Small mammals in a mosaic of forest remnants and anthropogenic habitats evaluating matrix quality in an Atlantic forest landscape Umetsu e Pardini, 2007 Fonte: Umetsu e Pardini, 2007
Fonte: Goodin et al., 2006 Land cover associated with hantavirus presence in Paraguay Goodin et al., 2006
Fonte: Goodin et al., 2006
MODELING HANTAVIRUS RESERVOIR SPECIES DOMINANCE IN HIGH SEROPREVALENCE AREAS ON THE AZUERO PENINSULA OF PANAMA Suzán et al, 2006 No Panamá, as populações dos roedores, reservatórios do hantavírus, são favorecidos por habitas de pequenos fragmentos isolados por terras agrícolas. No sul do Panamá A abundância relativa do Zygodontomys brevicauda, e outros roedores foi avaliado em 24 locais dentro da Península de Azuero. Imagens de satélite foram utilizadas para produzir uma série de variáveis espaciais que descrevem a paisagem, no entanto, apenas o relevo foi relacionado com a abundância dos roedores. Modelo de regressão espacial prevê roedores dominarem as áreas planas, onde os homens também dominam.
Ecologia da paisagem da hantavirose no Estado do Rio Grande do Sul 31 fichas investigadas Os casos foram georreferenciados pela sede do município e sobrepostos as camadas de unidades ambientais de solo, vegetação e altimetria. 91,4% hom, 54,8% agr milho e o arroz Henkes e Barcellos, 2004 Maior parte dos casos ocorreram em regiões serranas com vegetação secundária e atividade agrícola Fonte: Henkes e Barcellos, 2004
Referências Furtado, MA. Uma visão sobre a eco-epidemiologia da Hantavirose: revisão sistemática e fatores socioambientais associados. Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Promoção de Saúde da Universidade de Franca, 2011. Gomes MN, Monteiro AMV, Escada MIS. Raiva bovina segundo os mosaicos de uso e cobertura da terra no estado de São Paulo entre 1992 e 2003. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., 63(2), 287-295, 2011. Goodin DG, Koch DE, Owen RD, Chu YK, Hutchinson JMS, Jonsson CB. Land cover associated with hantavirus presence in Paraguay Global Ecology and Biogeography. Global Ecol. Biogeogr., 15, 519 527, 2006. Lambin EF, Tran A, Vanwambeke SO, Linard C, Soti V. Pathogenic landscapes: Interactions between land, people, disease vectors, and their animal hosts. International Journal of Health Geographics, 9(54), 1-13, 2010.
Pereira, LE. Estudo ecoepidemiológico de hantavírus em roedores das regiões da Mata Atlântica e Cerrado do Brasil. Tese apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciências da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, São Paulo, 2006. Suzán G, Giermakowski JT, Marcé E, Suzán-Azpiri h, Armién B, Yates TL. Modeling hantavirus reservoir species dominance in high seroprevalence areas on the Azuero peninsula of Panama, Am. J. Trop. Med. Hyg., 74(6), 1103 1110, 2006. Umetsu F, Pardini R. Small mammals in a mosaic of forest remnants and anthropogenic habitats evaluating matrix quality in an Atlantic forest landscape. Landscape Ecol, 22, 517 530, 2007. Vieira MV, Olifiers N, Delciellos AC, Antunes VZ, Bernardo LR, Grelle CEV, Cerqueira R. Land use vs. fragment size and isolation as determinants of small mammal composition and richness in Atlantic Forest remnants. Biological Conservation, 142, 1191 1200, 2009.