Bancos comunitários capixabas 10 de November de 2008



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Transcrição:

Bancos comunitários capixabas 10 de November de 2008 Fonte: Jornal A Gazeta Ao mesmo tempo em que o mundo tenta compreender o que vai acontecer com a economia diante de uma crise financeira e que políticos, aparentemente alheios aos acontecimentos, propõem aumento de até 147% no próprio salário, as organizações não-governamentais arregaçam as mangas e tentam fazer a diferença emprestando dinheiro para pessoas de baixa renda com intuito de promover o desenvolvimento de bairros carentes. Há, na Grande Vitória, vários exemplos de economia solidária: o Banco Bem, em São Benedito, Vitória, Banco Verde Vida, em Aribiri, Vila Velha, o Banco Terra, em Terra Vermelha, também Vila Velha e o Banco Sol, que será inaugurado este mês em Cariacica. A idéia é simples e ética: financiar produtores e consumidores e criar uma rede de desenvolvimento econômico. Segundo a presidente da organização Artidéias e coordenadora do Banco Bem, Leonora Mol, uma outra forma de fomentar a circulação do dinheiro dentro do bairro foi a criação de uma moeda própria. No caso do Banco Bem, a moeda Bem. Com a moeda Bem, concedemos para a população crédito de consumo. O empreendedor que recebe esse dinheiro poderá utilizá-la para pagar contas no Banco Bem ou trocá-las pelo mesmo valor em Reais. Uma das idéias da economia solidária é estimular as pessoas a adquirir nos bairros onde moram os produtos que consomem. Com isso, potencializamos o comércio, e a economia da região, naturalmente, cresce. Além do crédito de consumo, fazemos empréstimos para construções ou reformas, que também geram trabalho e renda para os trabalhadores locais, conclui. Moedas sociais Segundo Itamarcos Coutinho, coordenador de projetos do Movive, entidade gestora dos bancos Terra e Verde Vida, os empreendedores que pegaram empréstimos nas instituições conseguiram aumentar a renda, em média, R$ 442,95 a mais do que os empreendedores que não fizeram o financiamento. Um outro fator interessante é o nível de inadimplência, que é de apenas 2%. Com base nesse apoio da comunidade, os bancos estão crescendo. O Verde Vida vai se instalar, ainda este ano, em uma sede própria, e o Terra vai lançar um projeto de sustentabilidade. Segundo o coordenador do curso de economia da UVV, Mário Vasconcelos, os bancos comunitários e as moedas sociais surgiram no Brasil na década de 1980 e se desenvolveram fortemente durante a década de 1990. A moeda social oferece um novo modelo de economia às comunidades que decidem complementar as atividades com um sistema econômico local, baseado na solidariedade. Na Grande Vitória temos iniciativas desse tipo e existem centenas de experiências no Brasil, em Cuba, na Europa, no Senegal, na Austrália, no Japão. Cifrão nasce após invasão da Espanha Há símbolos tão arraigados na cultura que passam despercebidos. É o caso do cifrão, que precede a letra que indica a moeda de cada país. A história do símbolo universal do dinheiro é antiga. Em 711 d.c, os árabes invadiram a Espanha. Sob o comando do general Djebel-el-Táriq, os guerreiros atravessaram vários desertos e cruzaram o estreito das Colunas de Hércules (hoje, estreito de Gibraltar). Chegando à Espanha, o general mandou gravar, em moedas, uma linha sinuosa, em forma de "S", representando o longo e tortuoso caminho percorrido. Cortando essa linha sinuosa, mandou colocar, no sentido vertical, duas colunas paralelas, representando as Colunas de Hércules, com o significado de força, poder, perseverança. Compras são pagas com a moeda Bem Há quatro meses, a comerciante Luciene Gomes da Silva e o marido, Laudimar Marques da Silva, tomaram um empréstimo no Banco Bem para investir em novas mercadorias. Segundo a comerciante, foi aos poucos que eles notaram que era hora de expandir os negócios. "Agora vendemos alguns produtos a mais, como ovos. Está sendo muito

bom, porque mais clientes vêm à mercearia e acabam comprando também outros produtos". O incremento no empreendimento não parou por aí. Agora, eles já fazem parte do grupo de empreendedores que aceitam a moeda Bem. "Aceitamos a moeda Bem e, com esse dinheiro, podemos pagar contas de água, de telefone e de energia no próprio banco. Alguns de nossos fregueses já pagam suas compras com a moeda", afirma a comerciante. Empréstimo vale para começar negócio próprio A história do mecânico Valdir Meireles Santana mostra que ele é um empreendedor de mão cheia. Começou consertando automóveis mesmo sem ter uma oficina ou um espaço próprio para fazer o trabalho. Aos poucos, ele foi montanto o negócio. Segundo ele, a possibilidade de fazer um financiamento foi fundamental para melhorar o negócio. "Peguei um empréstimo para começar a equipar minha oficina e agora quero pegar mais dinheiro para comprar um macado hidráulico". O mecânico diz que os novos equipamentos atraem mais clientes à oficina e ressalta que, se tivesse que pegar um financiamento por meio de outra fonte, talvez, o projeto tivesse que ser adiado por algum tempo. "Os juros do banco solidário são baixos e fica bem mais fácil de pagar as prestações", conclui o mecânico. Banco solidário financia até construção Ela mostra orgulhosa a casa que conseguiu construir. O capricho está em todos os detalhes: na cortina verde da sala, na mesa nova e no armário da cozinha. A auxiliar de serviços gerais Marlene de Souza Deoclécio é a cara da mulher brasileira: batalhadora e pronta para o que der e vier. Sempre por perto e pronto para ajudar, o Banco Bem também é a cara do brasileiro. Foi por meio de um empréstimo na agência, que fica no morro de São Benedito, que dona Marlene conseguiu sair do barraco onde morava e erguer a residência nova. "Peguei um empréstimo a juros baixos e juntei a um dinheiro que já tinha guardado". Ela já pensa em melhorar ainda mais o espaço onde mora com a filha, o genro e os netos. "Quando terminar de pagar, vou pegar outro para fazer o terraço", planeja. Crescimento natural "Uma das idéias da economia solidária é estimular as pessoas a adquirir nos bairros onde moram os produtos que consomem. Com isso, potencializamos o comércio, e a economia da região cresce naturalmente" Leonora Mol, Presidente da organização Artidéias e coordenadora do Banco Bem. Alavancagem e... Mário Vasconcelos, Coordenador de Economia da UVV A crise mundial tem chamado a atenção para o papel do dinheiro nesse contexto. Os economistas falam em alavancagem, e poucos entendem o significado dessa palavra e o que isso pode representar no seu dia-a-dia. O gestor do dinheiro que circula na economia é o Banco Central, que tem entre outras funções a de servir de banqueiro dos bancos comerciais e ser o responsável pela emissão do papel-moeda. Por outro lado, os bancos comerciais também "criam" dinheiro na medida em que emprestam parte dos depósitos de seus correntistas, aumentando, dessa forma a capacidade de saque da economia (alavancagem). Daí a expressão que "dinheiro faz dinheiro". Essa facilidade de se emprestar sem uma regulamentação mais rigorosa do Banco Central, sem dúvida, foi um dos grandes responsáveis pela atual crise nos EUA. As facilidades de concessão de créditos ganharam destaque nos dois últimos anos. Em função disso, as próprias comunidades mais organizadas passaram a buscar formas de criar seus mecanismos de autofinanciamento para alavancar suas atividades econômicas. Dessa forma criaram bancos comunitários. Essas "instituições financeiras", todavia, não estarão imunes à crise que, pouco a pouco, vai atingindo a área social, uma vez que as incertezas fazem com que os setores privado e público apertem os cintos, com reflexos para o Terceiro Setor. É prioritário que bancos comunitários reavaliem o planejamento e busquem parcerias como forma de não permitir que a crise afete uma iniciativa tão ética e geradora de emprego, de renda e de cidadania....ética necessária Angelita Feijó, psicóloga Por que uma iniciativa do Terceiro Setor funciona e aquelas feitas pelo poder público demandam muito mais dinheiro e nem sempre dão o resultado desejado? O grande salto ético de programas como os bancos comunitários está no fato de eles criarem mecanismos econômicos baseados na frutificação. É o que falta em nossa política: ver o outro como um cidadão que merece oportunidades para gerir a própria vida. Os projetos sociais representam um contraponto a essa

realidade. São louváveis, porque partem do princípio de que não é preciso explorar o outro para ter algum retorno financeiro. O contraponto está justamente nos empréstimos a pessoas de baixa renda. E essas iniciativas geram mais benefícios. Por exemplo, uma costureira que faz um empréstimo de R$ 500,00 para uma nova máquina, com o tempo, vai precisar de uma ajudante. No fim, ela melhorou de vida e criou oportunidade para a comunidade. Agora, um político que compra uma cadeira massageadora, qual é o benefício que isso gerará para a comunidade? O custo desse dinheiro mal empregado é muito alto. Quando falamos da relação do poder público no Brasil com o dinheiro entramos em uma seara histórica e cultural. Em nossa história de colonização, um grupo de pessoas ganhou a posse dos territórios sem terem feito nada para ganhar. É mais ou menos "Só sou amigo do rei". Isso se reflete nos dias de hoje, quando alguns políticos fazem mau uso do dinheiro público. É mais ou menos "O mandato é meu. Se o dinheiro que entra em meu bolso não é fruto do meu trabalho, nunca acho que é suficiente". Poder do bem Veja a história do dinheiro e o exemplo dos bancos comunitários As cifras do crescimento Bancos comunitários assumem papel de catalizares do desenvolvimento Banco Terra - Terra Vermelha - Vila Velha Criado em 25 de novembro de 2005, desenvolve as atividades com uma linha de crédito solidário e uma moeda social de nome Terra. A comunidade possui uma longa história de organização e empreendedorismo social e econômico. Banco Verde Vida - Aribiri - Vila Velha Inaugurado em 8 de maio de 2008, no bairro Ataíde, em Vila Velha, o Vida Verde conta com uma moeda social chamada Verde. As cédulas serão adquiridas mediante a troca de materiais recicláveis no posto de coleta instalado na sede do Banco. Banco Bem - São Benedito - Vitória O Banco Bem foi a primeira iniciativa do tipo na Grande Vitória. Inaugurado em 2005 por meio da associação Artidéias, o projeto visa a inclusão social e o desenvolvimento da comunidade, por meio de geração de renda. O nome do dinheiro diz tudo: moeda Bem. Banco Sol - Vista Dourada - Cariacica A inauguração será ainda esse ano e o banco vai funcionar no molde dos demais, com empréstimos e moeda própria.. Nosso dinheiro Os brasileiros tiveram que se adaptar a uma nova moedas diversas vezes. Só nos últimos trinta anos, foram sete novas denominações e cortes de zeros. Muita gente ainda se lembra do Cruzado, que até rendeu o nome abrasileirado de um enlatado americano. Hoje, a moeda oficial é o Real, o mesmo que inaugurou a era da moeda brasileira. 1500 a 1833 Real (R) O plural desta moeda era Réis.

1833 a 1942 Mil Réis (Rs) Ainda ouvimos a expressão "Custa um conto". É porque, na época, um conto de réis equivalia a um milhão de réis. 1942 a 1967 Cruzeiro (CR$) 1967 a 1970 Cruzeiro Novo (NCr$) 1970 a 1986 Cruzeiro (Cr$) 1986 a 1989 Cruzado (Cz$) 1989 a 1990 Cruzado Novo (NCz$) 1990 a 1993 Cruzeiro (CR$) 1993 a 1994 Cruzeiro Real (CR$) 1994 até hoje Real (R$) Diferente do Real de 1500, o plural da nova moeda é Reais. Como tudo começou Escambo: No início não havia moeda. Praticava-se o escambo, simples troca de mercadoria por mercadoria, sem equivalência de valor. Moeda-mercadoria: Algumas mercadorias passaram a ser mais procuradas do que outras. Aceitas por todos, assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por outros produtos. Eram as moedas-mercadorias. Metal: Por apresentar vantagens como a possibilidade de entesouramento, a divisibilidade, a raridade, a facilidade de transporte e a beleza, o metal se elegeu como principal padrão de valor. Era trocado sob as formas mais diversas. Moeda em formato de objetos: Os utensílios de metal passaram a ser mercadorias muito apreciadas. Como sua produção exigia técnicas de fundição e conhecimento dos locais onde o metal poderia ser encontrado, essa tarefa, naturalmente, não estava ao alcance de todos. A valorização, cada vez maior, destes instrumentos levou a sua utilização como moeda e ao aparecimento de réplicas de objetos metálicos, em pequenas dimensões, que circulavam como dinheiro. Moedas antigas:

Surgem no século VII a.c. as primeiras moedas com características das atuais: são pequenas peças de metal com peso e valor definidos e com a impressão do cunho oficial, isto é, a marca de quem as emitiu e garante o seu valor. Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata. Moeda de papel: Na Idade Média, surgiu o costume de se guardar os valores com um ourives, pessoa que negociava objetos de ouro e prata. Este, como garantia, entregava um recibo. Com o tempo, esses recibos passaram a ser utilizados para efetuar pagamentos, circulando de mão em mão e dando origem à moeda de papel. Sistema Monetário: O conjunto de cédulas e moedas utilizadas por um país forma o sistema monetário. Esse sistema, regulado por meio de legislação própria, é organizado a partir de um valor que lhe serve de base e que é sua unidade monetária. Atualmente, quase todos os países utilizam o sistema monetário de base centesimal, no qual a moeda divisionária da unidade representa um centésimo do valor. Cheque: Com a supressão da conversibilidade das cédulas e moedas em metal precioso, o dinheiro, cada vez mais, se desmaterializa, assumindo formas abstratas. Esse documento, pelo qual se ordena o pagamento de certa quantia ao seu portador ou à pessoa nele citada, visa, primordialmente, à movimentação dos depósitos bancários. Cartão de crédito: Mais uma forma de transação financeira abstrata. O pagamento eletrônico surgiu na década de 1920, nos Estados Unidos. Mas foi na década de 1950, quando Frank MacNamara estava com executivos financeiros em um restaurante na cidade de Nova York e percebeu que tinha esquecido seu dinheiro e seu talão de cheques para pagar a conta, que ele teve a idéia de criar um cartão que contivesse o nome do dono, e que, após um tempo, o dono do cartão pudesse pagar a conta. Então, naquele mesmo ano, ele criou o Diners Club Card, que era feito de papel cartão. Em 1956, o Diners chegou ao Brasil, sendo inicialmente um cartão de compra e não um cartão de crédito. Em 1968, foi lançado o primeiro cartão de crédito de banco, o Credicard.