PONTO ELETRÔNICO. Confira as normas para o controle da jornada de trabalho do empregado



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Transcrição:

PONTO ELETRÔNICO JORNADA DE TRABALHO Controle de Horário Confira as normas para o controle da jornada de trabalho do empregado O empregado fica à disposição do empregador para dar cumprimento às tarefas que lhe são atribuídas durante a jornada de trabalho. Esse tempo deve ser controlado a fim de resguardar os interesses das partes. Para tanto, é facultada ao empregador a utilização de registros de ponto manual, mecânico ou eletrônico, podendo até mesmo utilizar-se de ambos os sistemas em seu estabelecimento. Cabe ressaltar que as empresas que adotam ou venham adotar o controle eletrônico de jornada de trabalho deverão adequar seus s sistemas de tratamento de dados para a utilização obrigatória do REP Registrador Eletrônico de Ponto, a partir de 25-8-2010. Examinamos, a seguir, os procedimentos que o empregador deve observar para controlar a jornada de trabalho do empregado utilizando uma das modalidades de registro. 1. OBRIGATORIEDADE DO CONTROLE DE HORÁRIO A legislação determina que é obrigatório o controle de horário de trabalho nos estabelecimentos que mantêm mais de 10 empregados, ou seja, a partir de 11. O controle de horário de trabalho permite ao empregador constatar o tempo em que de fato o empregado permaneceu trabalhando, podendo, inclusive, fiscalizar os atrasos e as saídas antecipadas. Somente os controles de horário refletem a exata dimensão da duração do trabalho diário, quer quanto à determinação do início, quer quanto ao encerramento. Portanto, a apuração da jornada de trabalho, inclusive das horas extras, é feita, obrigatoriamente, através dos registros. Cabe ressaltar que mesmo não havendo obrigatoriedade, é recomendável que nos estabelecimentos com até 10 empregados seja feito o controle do horário de trabalho, pois no caso de uma reclamação trabalhista o empregador não terá dificuldade em comprovar qual foi de fato a jornada de trabalho que o empregado cumpriu. Por outro lado, também deve ser verificada a existência de norma coletiva que obrigue o estabelecimento empregador a efetuar o registro de ponto, mesmo com número de empregados inferior a 11. 1.1. MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE Desde 1-7-2007, por meio da Lei Complementar 123/2006, que instituiu o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional, as microempresas e empresas de pequeno porte estão obrigadas a anotação da hora de entrada e saída em registro manual, mecânico ou eletrônico, para os estabelecimentos de mais de 10 empregados. 1.2. ÔNUS DA PROVA O TST Tribunal Superior do Trabalho, através da Súmula 338, firmou entendimento que é ônus do empregador que conta com mais de 10 empregados o registro da jornada de trabalho na forma do artigo 74, 2º, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, alho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. Segundo a Súmula 338 TST, os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.

2. FORMAS DE REGISTRO A legislação determina que ao empregador é facultado adotar registros manuais, mecânicos ou eletrônicos individualizados de controle de horário de trabalho, contendo a hora de entrada e de saída, bem como a pré-assinalação do período de repouso ou alimentação. A legislação não estabelece o modelo que deve ser utilizado para os registros manuais e mecânicos, podendo a empresa utilizar seus próprios modelos, os adquiridos no comércio ou sistemas fornecidos por terceiros. Cabe ressaltar que as empresas que adotam ou adotarem registro eletrônico de ponto deverão adequar seus sistemas de tratamento de dados, para a utilização obrigatória do REP Registrador Eletrônico de Ponto. A empresa não está obrigada a adotar o mesmo tipo de registro para todos os empregados. Ela poderá conviver com os três sistemas, ou seja, partes dos empregados poderão utilizar registro mecânico, outra parte o manual, e a última o eletrônico. 2.1. INTERVALO PARA REPOUSO OU ALIMENTAÇÃO Apesar de a legislação exigir somente a pré-assinalação (indicação pelo empregador) do intervalo de repouso ou alimentação, não há impedimento legal para que o empregador exija que seus empregados assinalem (registrem/anotem) o horário de saída e de retorno do referido intervalo. Isto porque é conveniente que a assinalação dos intervalos para descanso seja feita, obrigatoriamente, pelo próprio empregado, pois são comuns as reclamações trabalhistas por horas extras, sob a alegação de que o empregador não concedeu os referidos intervalos. 3. REGISTROS MANUAIS Os registros manuais, também chamados de manuscritos, são normalmente utilizados por empresas com poucos funcionários, ou utilizados por determinadas seções ou mesmo grupos de empregados. O seu uso em larga escala torna-se complicado, pois a assinalação é feita de próprio punho, o que acarreta muito tempo, tornando demorada a entrada e a saída dos empregados. Os registros manuais mais comuns são o livro de ponto e a folha individual de ponto. 3.1. LIVRO E FOLHA DE PONTO O livro de ponto é composto de folhas encadernadas, podendo ser utilizado tanto para um como para vários empregados. Cada folha pode ser utilizada para um único dia, onde vários empregados anotam seus horários, ou pode ser utilizada individualmente por um empregado, sendo que ele a utilizará por todo o mês. A folha individual de ponto por ser avulsa, sendo utilizada somente por um único empregado, devendo ficar em local apropriado riado para que não se extravie. Tanto o livro como as folhas individuais terão que ser assinalados pelos próprios empregados, não podendo ser feito pelo empregador ou seu preposto. O empregador poderá somente rubricar os registros confirmando as marcações efetuadas pelos empregados. As anotações da hora de entrada, saída, e dos intervalos, devem ser assinaladas com precisão, evitando-se que todos os empregados assinalem sempre o mesmo horário, pois isto pode levar a fiscalização e a Justiça do Trabalho a acreditarem que o controle de ponto era feito periodicamente e não diariamente, o que se constituiria numa fraude, tirando o valor probatório do mesmo. 3.1.1. Rasuras ou Emendas Para que o controle de horário tenha valor, não deve ter rasuras, erros ou emendas. Caso isto ocorra, o empregado deve de próprio punho retificar o erro, esclarecendo o que se passou, e rubricar esta anotação. É conveniente que o empregador ou seu preposto também rubrique a anotação.

4. REGISTROS MECÂNICOS O registro mecânico é realizado através do chamado relógio de ponto. Como o nome diz, ele se constitui de um relógio acoplado a um sistema mecânico que registra a hora exata, em um cartão introduzido no mesmo. O relógio de ponto pode ser utilizado por todas as empresas, independentemente do número de empregados. Normalmente este sistema é adotado pelas empresas com um grande número de empregados, pois ele, além de agilizar o registro, pois sua operacionalização é simples, possibilita maior controle sobre os empregados, evitando que estes assinalem horários que de fato não cumpriram. A sua fiscalização pela empresa é mais fácil que a do ponto manuscrito. 4.1. NÚMERO DE RELÓGIOS Da mesma forma que a legislação não estabelece modelo de controle de horário, ela não estabelece número mínimo nem máximo de relógios de ponto que a empresa deva possuir. Portanto, cabe a empresa definir, de acordo com as suas necessidades, o número ideal de relógios de ponto. A empresa poderá utilizar um único relógio de ponto para todos os empregados, como poderá utilizá-lo lo por seção ou departamento. A inconveniência da utilização de um único relógio de ponto, para empresas com um grande número de empregados, está nas filas que se formam, e, consequentemente, nos atrasos que ocasionam na entrada e na saída do trabalho. Estes atrasos tanto podem ser prejudiciais para a empresa como para o empregado. O ideal é que a empresa instale tantos relógios de ponto quanto sejam necessários, a fim de evitar filas e outros transtornos. 4.2. AUTENTICAÇÃO DO CARTÃO Apesar de os cartões serem assinalados mecanicamente, é prudente que os empregados ao término do mês, reconheçam a veracidade dos mesmos, apondo sua assinatura. Isto não é uma determinação legal, mas é recomendável, pois uma vez assinados, os empregados estariam dando autenticidade aos mesmos, isentando assim a empresa de ter que provar no futuro que não houve realização de horas extras que possivelmente eles possam reclamar. 4.3. FRAUDE NA ASSINALAÇÃO Como normalmente o relógio de ponto é utilizado por muitos empregados, a empresa deve criar mecanismos a fim de evitar fraudes na assinalação. As fraudes são de vários tipos, sendo as principais aquelas cometidas por empregados que faltam ou se atrasam e que pedem ao colega que assinale seu cartão, ou mesmo aqueles empregados que ficam no local de trabalho após o término da jornada sem fazer nada ou realizando tarefas de interesse próprio. Em ambos os casos, as faltas cometidas são graves, podendo ocasionar a demissão por justa causa de todos os empregados envolvidos na fraude. Para evitar as fraudes na assinalação, a empresa deve expedir circular onde informe aos empregados que não é permitido que um assinale o ponto pelo o outro, e que as prorrogações da jornada de trabalho somente poderão ser realizadas com autorização da chefia imediata e a rubrica deste no cartão atestando a prorrogação. Outro procedimento que deve ser adotado é o de manter os cartões em quadro próprio, em que os empregados somente tenham acesso no momento da assinalação, devendo o referido quadro estar sob a responsabilidade de um empregado, que periodicamente deverá checá-los. Também constitui fraude o empregador que manda pessoa de sua confiança assinalar o cartão de ponto pelo empregado, a fim de que não sejam registradas as horas extraordinárias realizadas. Neste caso, o empregado poderá propor a rescisão do contrato por justo motivo, cabendo ao empregador indenizá-lo conforme prevê a legislação.

5. REGISTROS ELETRÔNICOS O registro eletrônico de ponto é outra modalidade de controle de horário prevista na legislação. Por conta da fragilidade na manipulação dos sistemas e dos dados, algumas empresas fraudavam o registro eletrônico de ponto e os empregados não detinham um efetivo controle sobre o registro da jornada. Entretanto, com intuito de inibir qualquer fraude nesta modalidade de controle de horário dos empregados, o Ministério do Trabalho e Emprego, através da Portaria 1.510 MTE/2009 veio disciplinar as normas sobre o registro eletrônico de ponto e a utilização do SREP Sistema de Registro Eletrônico de Ponto. 5.1. OBRIGATORIEDADE Cabe ressaltar que a Portaria 1.510 MTE/2009 não obriga as empresas a adotarem o sistema eletrônico de ponto. Contudo, se a empresa já utiliza o sistema eletrônico de ponto ou pretende adotá-lo, terá que se adequar às normas da referida Portaria. Em outras palavras, a Portaria 1.510 MTE/2009 não criou nenhuma restrição à utilização dos registros manuais e mecânicos, que ainda podem continuar sendo adotados pelas empresas. 5.2. SISTEMA DE REGISTRO ELETRÔNICO DE PONTO O SREP é o conjunto de equipamentos e programas informatizados destinado à anotação por meio eletrônico da entrada e saída dos trabalhadores das empresas. O empregador somente poderá utilizar o SREP se possuir os atestados emitidos pelos fabricantes dos equipamentos e programas utilizados, conforme constante nos subitens 5.5.1 e 5.5.2. O empregador que usar o SREP deve se cadastrar no MTE, pelo endereço eletrônico: http://www2.mte.gov.br/sistemas/carep,, informando seus dados, equipamentos e sofwares utilizados. A seguir, apresentamos a tela inicial para cadastramento no SREP: 5.2.1. Ações que desvirtuam o SREP O SREP deve registrar fielmente as marcações efetuadas, não sendo permitida qualquer ação que desvirtue os fins legais a que se destina, tais como: a) restrições de horário à marcação do ponto; b) marcação automática do ponto, utilizando-se horários predeterminados ou o horário contratual; c) exigência, por parte do sistema, de autorização prévia para marcação de sobrejornada; e d) existência de qualquer dispositivo que permita a alteração dos dados registrados pelo empregado.

5.3. REGISTRADOR ELETRÔNICO DE PONTO Para a utilização de SREP é obrigatório o uso do REP Registrador Eletrônico de Ponto no local da prestação do serviço, vedados outros meios de registro, devendo estar disponível para pronta extração e impressão de dados pelo Auditor-Fiscal do Trabalho. O REP, que passa a ser obrigatório a partir de 25-8-2010,, é o equipamento de automação utilizado exclusivamente para o registro de jornada de trabalho e com capacidade para emitir documentos fiscais e realizar controles de natureza fiscal, referentes à entrada e à saída de empregados nos locais de trabalho, sendo vedada a sua utilização para outros fins, como por exemplo, a catraca eletrônica (aparelho que controla a entrada e saída de pessoas num estabelecimento). 5.3.1. Requisitos do REP Para ser utilizado nos estabelecimentos, o equipamento REP deve apresentar os seguintes requisitos: a) relógio interno de tempo real com precisão mínima de um minuto por ano com capacidade de funcionamento ininterrupto por um período mínimo de 60 dias na ausência de energia elétrica de alimentação; b) mostrador do relógio de tempo real contendo hora, minutos e segundos; c) dispor de mecanismo impressor em bobina de papel, integrado e de uso exclusivo do equipamento, que permita impressões com durabilidade mínima de 5 anos; d) meio de armazenamento permanente, denominado MRP Memória de Registro de Ponto; e) meio de armazenamento, denominado MT Memória de Trabalho; f) porta padrão USB externa, denominada Porta Fiscal, para pronta captura dos dados armazenados na MRP pelo Auditor-Fiscal do Trabalho; g) para a função de marcação de ponto, o REP não deverá depender de qualquer conexão com outro equipamento externo; e h) a marcação de ponto ficará interrompida quando for feita qualquer operação que exija a comunicação do REP com qualquer outro equipamento, seja para carga ou leitura de dados. Além do mencionado anteriormente, as empresas que adotarem o REP também devem atender aos demais requisitos a seguir: não permitir alterações ou apagamento dos dados armazenados na Memória de Registro de Ponto; ser inviolável; não possuir funcionalidades que permitam restringir as marcações de ponto e registros automáticos de ponto; e possuir identificação no equipamento REP, gravada de forma indelével na sua estrutura externa, contendo CNPJ e nome do fabricante, marca, modelo e número de fabricação do REP. O número de fabricação do REP é o número exclusivo de cada equipamento e consistirá na junção sequencial do número de cadastro do fabricante no MTE, número de registro do modelo no MTE e número série único do equipamento. 5.3.2. Meios de Armazenamento do REP O REP possui os seguintes meios de armazenamento de dados e operações: a) MT Memória de Trabalho, onde ficarão gravados os dados necessários à operação do REP, que são: do empregador: tipo de identificador do empregador, CNPJ ou CPF; identificador do empregador; CEI, caso exista; razão social; e local da prestação do serviço; e dos empregados que utilizam o REP: nome; número do PIS; e demais dados necessários à identificação do empregado pelo equipamento. b) MRP Memória de Registro de Ponto, onde serão gravadas operações de forma permanente, cujos dados armazenados não possam ser apagados ou alterados, direta ou indiretamente. Essas operações são: inclusão ou alteração das informações do empregador na MT, contendo os seguintes dados: data e hora da inclusão ou alteração; tipo de operação; tipo de identificador do empregador, CNPJ ou CPF; identificador do empregador; CEI, caso exista; razão social; e local da prestação do serviço;

marcação de ponto, com os seguintes dados: número do PIS, data e hora da marcação; ajuste do relógio interno, contendo os seguintes dados: data antes do ajuste, hora antes do ajuste, data ajustada, hora ajustada; e inserção, alteração e exclusão de dados do empregado na MT, contendo: data e hora da operação, tipo de operação, número do PIS e nome do empregado. 5.3.3. Funcionalidades do REP O REP deve apresentar as seguintes funcionalidades: a) marcação de ponto, composta dos seguintes passos: receber diretamente a identificação do trabalhador, sem interposição de outro equipamento; obter a hora do Relógio de Tempo Real; registrar a marcação de ponto na MRP; e imprimir o comprovante do trabalhador. b) geração do AFD Arquivo-Fontarmazenados na MRP; c) gravação do AFD em dispositivo externo de memória, por meio da Porta Fiscal; d) emissão da Relação Instantânea de Marcações com as marcações efetuadas nas 24 horas de Dados, gerado pelo REP, contendo todos os dados precedentes, deve conter: cabeçalho com identificador e razão social do empregador, local de prestação de serviço, número de fabricação do REP; NSR Número Sequencial de Registro; número do PIS e nome do empregado; e horário da marcação. Em relação às funcionalidades, deve ser observado: o empregador não poderá restringir o horário para o empregado realizar a marcação de ponto, no entanto, é conveniente que o empregador utilize-se de seu poder diretivo a fim de evitar abusos por parte do empregado, isto é, a realização de horas extras sem efetivo trabalho; o REP deve emitir comprovante a cada marcação efetuada pelo trabalhador; o empregador tem a responsabilidade de manter o REP com o papel necessário para a quantidade de registros que serão efetuados, bem como disponibilizar equipamentos em quantidade e capacidade suficiente para atender aos empregados; em relação à letra c deste subitem, a Porta Fiscal do REP não pode ter outra função além da gravação do AFD, sendo esta porta utilizada para uso exclusivo da fiscalização, devendo o REP ter outros conectores para o intercâmbio de dados; a Relação Instantânea de Marcações também é documento previsto para o uso da fiscalização do trabalho, dispondo de comando, a ser acionado pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, para permitir a impressão dessa relação durante a inspeção. 5.3.3.1. Comprovante de Registro de Ponto O comprovante de registro de ponto do trabalhador é um documento impresso para o empregado acompanhar, a cada marcação, o controle de sua jornada de trabalho, contendo as seguintes informações: a) cabeçalho contendo o título Comprovante de Registro de Ponto do Trabalhador ; b) identificação do empregador contendo nome, CNPJ/CPF e CEI, caso exista; c) local da prestação do serviço; d) número de fabricação do REP; e) identificação do trabalhador contendo nome e número do PIS; f) data e horário do respectivo registro; e g) NSR. A impressão deverá ser feita em cor contrastante com o papel, em caracteres legíveis com a densidade horizontal máxima de 8 caracteres por centímetro e o caractere não poderá ter altura inferior a 3 milímetros. O empregador deverá disponibilizar meios para a emissão obrigatória do comprovante de registro de ponto do trabalhador no momento de qualquer marcação de ponto. Ressaltamos que o comprovante de marcação de ponto será emitido pelo REP a cada registro (entrada, saída e intervalo, este último se for o caso), em via única destinada ao trabalhador, ou seja, não pode ser emitido um único comprovante de marcação por dia. O REP não emitirá uma cópia desse comprovante para o empregador. A título de ilustração, demonstramos, a seguir, um modelo do referido Comprovante:

ASSESSORIA CONTABIL REIS 5.3.4. Intervalo para Repouso e Pausas O 2º do artigo 74 da CLT Consolidação das Leis do Trabalho admite a pré-assinalação do período de repouso. É facultado ao empregador exigir ou não o registro da entrada e saída dos intervalos de seus empregados. Entretanto, as convenções e acordos coletivos de trabalho poderão prever a obrigatoriedade da marcação nos intervalos. Por outro lado, se a empresa concede aos empregados outros intervalos, como por exemplo para lanche, não deduzidos da duração do trabalho, esses intervalos não devem ser registrados no REP. à Pausas Obrigatórias Esclarecemos que, de acordo com a legislação, algumas atividades profissionais, por questões de Ergonomia e com o objetivo de garantir a saúde do trabalhador, concedem pausas obrigatórias. Nesse sentido podemos citar, por exemplo, as atividades de processamento eletrônico de dados, os mecanógrafos, os operadores de telemarketing,, os operadores de checkout, entre outros. Essas pausas são inseridas dentro da jornada de trabalho, não sendo necessário o registro no REP. Porém, o empregador deverá utilizar outra forma de controle das pausas para demonstrar o cumprimento da norma legal. 5.3.5. Ausência de Número de PIS Quando o trabalhador recém-admitido não possuir o número do PIS, necessário para registrálo no REP, nos primeiros dias de trabalho o controle de jornada de trabalho poderá ser feito manual ou mecanicamente até que ele receba o seu número de PIS. 5.3.6. Empresa Prestadora de Serviço Segundo entendimento do MTE, a empresa terceirizada (contratada) não poderá utilizar o REP da tomadora de serviço (contratante) para marcação da jornada dos trabalhadores que prestam serviço no local da contratante. Isto porque a Portaria 1.510 MTE/2009 não prevê mais de um empregador por REP. Neste caso, a fim de manter o controle de jornada de trabalho de seus empregados, a empresa contratada deverá adotar o registro que lhe for mais viável, isto é, podendo utilizar o registro manual (folha ou livro de ponto) ou mecânico (relógio de ponto). 5.3.7. Mudança do Local da Prestação de Serviços Conforme já mencionado, é obrigatório o uso do REP no local da prestação do serviço. Entretanto, quando houver alteração deste local, o REP poderá ser movimentado e essa alteração deve ser assinalada na sua Memória de Registro de Ponto.

5.3.8. Jornada de Trabalho Fora do Estabelecimento No caso das empresas que adotam ou venham adotar o REP mas possuam empregados que executam integralmente a jornada de trabalho fora do estabelecimento, o horário de trabalho desses empregados deve constar, explicitamente, de ficha ou papeleta, que ficará em poder dos mesmos, sem prejuízo da anotação desse horário no registro de empregados. 5.4. PROGRAMA DE TRATAMENTO TAMENTO DE REGISTRO DE PONTO O Programa de Tratamento de Registro de Ponto é o conjunto de rotinas informatizadas que tem por função tratar os dados relativos à marcação dos horários de entrada e saída, originários exclusivamente do AFD, gerando: a) o relatório Espelho de Ponto Eletrônico; b) o AFDT Arquivo Fonte de Dados Tratados; e c) o ACJEF Arquivo de Controle de Jornada para Efeitos Fiscais. A função de tratamento dos dados limitar-se-à a acrescentar informações para complementar eventuais omissões no registro de ponto ou indicar marcações indevidas. 5.4.1. Intervalos Pré-Assinalados Os intervalos pré-assinalados pelo empregador serão registrados utilizando-se o Programa de Tratamento de Registro de Ponto e deverão constar do AFTD. 5.4.2. Marcação dos Horários O Programa de Tratamento de que trata o subitem 5.4 admite a inserção justificada de informações, seja para a inclusão de marcação faltante, seja para a assinalação de marcação indevida. Porém, os dados originais permanecerão. Esses casos devem ser atendidos pelo Programa de Tratamento e documentados no AFDT. à Marcação Incorreta Na situação de marcação incorreta, ou seja, quando o empregado marcar uma entrada ou saída sem ter realmente entrado ou saído do trabalho ou quando o fizer em duplicidade, esse registro deve ser sinalizado como marcação desconsiderada ( D ) no campo 7 do AFDT e, na justificativa, a ocorrência deve ser explicada. à Falta de Marcação Se, por outro lado, houve falta de marcação de ponto, deve ser incluído no AFDT o correto horário de entrada ou saída do empregado, bem como a justificativa para a omissão da marcação, e no campo 9 deve ser informado que aquela marcação foi incluída ( I ). 5.4.3. Horário de Trabalho dos Empregados Como já esclarecemos anteriormente, o REP serve unicamente como meio de marcação de ponto. Informações sobre o horário contratual do empregado e outras necessárias à apuração da jornada deverão estar disponíveis no Programa de Tratamento de Registro de Ponto, especificamente no ACJEF. 5.5. APROVAÇÃO DO REP Para ser utilizado nos estabelecimentos, o REP deve estar adequado à legislação, sendo certificado por órgão técnico credenciado no MTE. Estes órgãos técnicos são os responsáveis por certificar que os equipamentos atendem às normas vigentes. Os fabricantes do REP também devem cadastrar-se se junto ao MTE e solicitar o registro de cada um dos modelos. Para registro do modelo produzido, o fabricante deve apresentar: a) Certificado de Conformidade do REP à Legislação, emitido pelo órgão técnico credenciado; e b) Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade. Os REP certificados encontram-se cadastrados e disponibilizados para consultas no site www.mte.gov.br. Qualquer alteração do REP certificado, inclusive nos programas residentes, determinará novo processo de certificação e registro. 5.5.1. Obrigações do Fabricante do REP O fabricante do REP deve fornecer ao empregador usuário um documento denominado

Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade assinado pelo responsável técnico e pelo responsável legal pela empresa, afirmando expressamente que o equipamento e os programas neles embutidos atendem à legislação. No referido Atestado, deve constar que os declarantes estão cientes das consequências legais, cíveis e criminais, quanto à falsa declaração, falso atestado e falsidade ideológica. Quando solicitado, o empregador deverá apresentar este documento à Inspeção do Trabalho. 5.5.2. Obrigações do Fabricante do Programa O fabricante do programa de tratamento de registro de ponto eletrônico deve fornecer ao consumidor do seu programa um documento denominado Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade assinado pelo responsável técnico pelo programa e pelo responsável legal pela empresa, afirmando expressamente que seu programa atende às determinações da Portaria 1.510 MTE/2010. A declaração deve constar ao seu término que os declarantes estão cientes das consequências legais, cíveis e criminais, quanto à falsa declaração, falso atestado e falsidade ideológica. 5.6. FISCALIZAÇÃO Se for comprovada a adulteração de horários marcados pelo trabalhador ou a existência de dispositivos, programas ou subrotinas que permitam a adulteração dos reais dados do controle de jornada ou parametrizações e bloqueios na marcação, o Auditor-Fiscal do Trabalho deverá apreender documentos e equipamentos, copiar programas e dados que julgar necessários para comprovação do ilícito. O Auditor-Fiscal do Trabalho elaborará relatório circunstanciado, contendo cópia dos autos de infração lavrados e da documentação apreendida. 6. TOLERÂNCIA NA ASSINALAÇÃO A legislação estabelece que não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de 5 minutos, observado o limite máximo de 10 minutos diários. Tal determinação trata-se de uma tolerância legal de 10 minutos diários para marcação do controle de horário, visto que os 5 minutos gastos pelo empregado para registro de ponto antes e após a jornada normal diária não devem ser considerados como hora extra, posto que dependendo do número de empregados sujeitos à marcação de ponto, razoável a concessão de tolerância tanto na entrada quanto na saída, já que é impossível que todos marquem o ponto simultaneamente. 7. TROCA DE UNIFORMES As empresas que exijam, por interesse próprio ou para cumprir a legislação, que seus empregados andem uniformizados deverão determinar que a assinalação do ponto seja feita antes da troca do uniforme, quando do início da jornada, e após a troca do uniforme quando do término da jornada, pois o tempo despendido na troca é tempo à disposição do empregador. A seguir, transcrevemos jurisprudências que dispõem sobre o tempo despendido na troca de uniforme, caracterizando tempo à disposição do empregador: Considera-se se como tempo à disposição do empregador, nos termos do artigo 4º, da CLT, o lapso de 10 minutos, antes e depois dos registros de entrada e saída nos cartões de ponto, destinados às trocas de uniforme de uso obrigatório. Esse tempo deve ser considerado como extra, e como tal remunerado, eis que à disposição do empregador no sentido jurídico do termo. É evidente que a força de trabalho do autor, em tal momento, ainda que não materialmente prestada, estava por completo direcionada à Ré. A correção e tal posição evidenciam-se facilmente pelo raciocínio inverso, ou seja, não poderia o trabalhador utilizar tais minutos em interesse próprio, qualquer que fosse, senão da própria empresa. Em sendo obrigatório o uso do uniforme, sua desatenção a tal condição de trabalho implicaria em causa justa à rescisão do contrato, não sendo nada mais justo que considerar o tempo despendido na colocação e tirada do uniforme como tempo dedicado à empresa. (TRT 9ª Região Recurso Ordinário 12.643 Relatora Desembargadora Sueli Gil El Rafihi DJ-PR de 27-2-2009); O tempo gasto pelo empregado com troca de uniforme, lanche e higiene pessoal, dentro das dependências da empresa, após o registro de entrada e antes do de saída, considera-se à disposição do empregador. Inteligência da Súmula nº 366 do TST. (TST 8ª Turma Recurso de Revista 660 Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi DJ-U de 6-3-2009); Comprovado nos autos que o Reclamante efetuava a troca de uniforme no local de trabalho,

antes do início e após o término da jornada, o tempo despendido nesse mister deve ser considerado como à disposição do empregador CLT, artigo 4º e remunerado a título de horas extraordinárias, pois em prol da atividade econômica. Recurso do Reclamante conhecido e provido, nesse aspecto particular. (TRT 9ª Região Recurso Ordinário 197 Relator Desembargador Paulo Ricardo Pozzolo DJ-PR de 9-12-2008). 8. SERVIÇO EXTERNO Quando o trabalho for executado fora do estabelecimento do empregador, o horário de trabalho dos empregados constará, explicitamente, de ficha ou papeleta, que ficará em poder do empregado. Para este caso, também não há modelo oficial para registro, podendo a empresa adotar modelos próprios ou adquiri-los no comércio. Apesar de a legislação não regulamentar de que maneira se deve dar o serviço externo, para justificar o uso da papeleta ou ficha de serviço externo, entendemos que ela deva ser utilizada quando o empregado egado passa o maior tempo fora do estabelecimento do empregador, havendo inclusive os casos de não retornar ao estabelecimento ao término da jornada. No caso de empregados que executam serviços no perímetro de localização do estabelecimento, em que haja o deslocamento constante de entrada e saída dos mesmos, entendemos que é desnecessária a utilização da ficha ou papeleta. O fato de se utilizar a papeleta ou ficha de serviço externo não retira a necessidade de se adotar também os controles internos do horário de trabalho. Desta forma, os empregados deverão utilizar os dois sistemas de controle de horário, salvo aqueles que não compareçam ao estabelecimento no começo e no final da jornada de trabalho. Estes deverão se limitar a utilizar somente a ficha ou papeleta de serviço externo. VComo a ficha ou papeleta se constitui em sistema manuscrito, ele deverá ser anotado pelo próprio empregado. 9. EXCLUÍDOS DO CONTROLE DE HORÁRIO Independentemente do número de empregados do estabelecimento, a legislação determina que estão fora do regime do controle de horário, não tendo portanto que assinalar o começo e término da jornada de trabalho, bem como seus intervalos, os seguintes empregados: a) aqueles que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados. Esses empregados não devem ser confundidos com aqueles que se encontram na situação analisada no item 8 anterior que, apesar de executarem serviço externo, estão submetidos a controle de horário pelo empregador. Os empregados para estarem isentos de assinalar o horário de trabalho deverão trabalhar com total tal independência, não podendo o empregador efetuar qualquer tipo de controle, nem mesmo através de relatórios de serviço em que o tempo despendido nas tarefas seja mencionado. Assim, se a empresa contrata um vendedor externo, este deverá executar seu trabalho sem obrigação de ter hora para comparecer à empresa, nem de relatar a esta como ocupou seu tempo, devendo somente relatar sua produtividade. b) os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para este efeito, os diretores e chefes de departamento ou filial. Se o empregado é chamado a exercer uma função que exige qualidades especiais, como a de gerente, chefe de seção ou outra qualquer, envolvendo maior responsabilidade que a dos demais empregados, diz-se que ele ocupa cargo de confiança. O empregado que exerce cargo de confiança é portador de um elemento a mais no seu contrato de trabalho, pois é merecedor de um tratamento especial por parte do empregador que lhe confiou uma função distinta das executadas pelos demais empregados. Em contrapartida, sua responsabilidade é maior. Assim, os gerentes investidos de poderes de mando e gestão, que são aqueles com poderes para administrar, estipulam sua própria jornada de trabalho. Entretanto, para que os empregados fiquem fora do regime de controle de horário, é necessário que o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, seja igual ou superior ao salário efetivo acrescido de 40%. Exemplificando, um empregado do departamento de vendas com salário de R$ 2.100,00 que passa a ocupar o cargo de chefe de departamento, para ficar fora do regime de controle de horário, terá que perceber, no mínimo, a remuneração de R$ 2.940,00, ou seja, salário mais a gratificação de função no valor de R$ 840,00 (R$ 2.100,00 x 40%).

10. FALTA DE ASSINALAÇÃO É comum ocorrer que o empregado deixe de assinalar no controle de horário a sua hora de entrada e/ou sua hora de saída. Os motivos para isto podem ser muitos. O empregado pode deixar de marcar o ponto, seja manuscrito, mecânico ou eletrônico, por esquecimento, por chegar atrasado e não querer que a chefia tome conhecimento, como também sair mais cedo sem que a chefia saiba. Em todas as situações, o empregado que deixa de assinalar seu horário de trabalho comete falta grave, passível de punição, sendo que esta não deve ser aplicada com o mesmo rigor em todos os casos. No caso de esquecimento, o empregado deve ser advertido e alertado que a reincidência poderá caracterizar falta grave, ensejando a justa causa, já que a assinalação do horário de trabalho faz parte de suas obrigações contratuais. Com relação aos empregados que agem de má-fé, e não assinalam o horário por atrasos ou saídas antecipadas, estes devem ser advertidos que na repetição do fato serão punidos com a demissão por justa causa. A punição dos empregados deve se limitar às disciplinares, não podendo a empresa deixar de pagar a remuneração referente ao período efetivamente trabalhado, mas que não foi assinalado nos controles de horário. 11. PENALIDADE Os infratores dos dispositivos que tratam do controle de jornada de trabalho estão sujeitos a lavratura de auto de infração com multa variável entre R$ 40,25 à R$ 4.025,33, aplicada em dobro em caso de reincidência e oposição à fiscalização ou desacato à autoridade. Fonte: Portal COAD.