Estruturação dos processos de trabalho relativos a Serviços de Interesse à Saúde Brasília, 23 de março de 2015.
1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO 1.1. Título do Projeto Estruturação dos processos de trabalho relativos a Serviços de Interesse à Saúde 1.2. Eixo Temático Gestão sanitária 2. INTRODUÇÃO 2.1. Problema A Gerência de Fortalecimento do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária GFORT/GGCOF/Anvisa, foi criada para, entre outras competências, executar ações e elaborar medidas regulatórias relativas aos serviços de interesse à saúde sujeitos à vigilância sanitária. O setor atualmente conhecido como Serviços de Interesse à Saúde, abrange numa abordagem inicial, todos os serviços não hospitalares, tais como massagem, colocação de piercing e creches, é hoje é responsável por grande parte das ações realizadas pelos órgãos de vigilância sanitária locais. De acordo com o cadastro central de empresas (Cempre) os serviços de interesse à saúde totalizam 828.920 serviços. Há ainda os Microempreendedores individuais MEI, que totalizam 465.724 profissionais. Somados estes números, os serviços de interesse à saúde chegam a um total de 1.294.644 serviços no Brasil. A fim de comparação, o setor de serviços de saúde apresenta 350.851 serviços, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde Cnes (acesso realizado em 23/03/2015). A temática foi, historicamente, tratada de forma incipiente pela Anvisa, havendo poucas ações de relevância no setor, limitando-se à elaboração de normativas pontuais. A Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde GGTES, que, mesmo não havendo previsão clara da competência no regimento interno, era a área até então responsável pelas respostas às demandas do setor. Desta forma, há necessidade premente à Anvisa de regulamentar o setor de forma 2
organizada e sistemática, trabalhando uma tema que apresenta fundamental relevância sanitária para a população usuária e profissionais envolvidos. 2.2. Justificativa A organização da Anvisa, a partir da estruturação da Gfort, para desenvolvimento do tema Serviço de Interesse à Saúde é demanda prioritária para a execução com efetividade e eficiência das atividades previstas e para um planejamento de ações futuras. 2.3. Objetivos 2.3.1. Objetivo Geral Este projeto visa definir uma estrutura gerencial robusta no trabalho da temática Serviços de Interesse à Saúde contribuindo com o cumprimento das competências previstas no regimento interno e com a missão da Anvisa de forma eficiente e eficaz. 2.3.2. Objetivo(s) Específico(s) A determinação de um conceito de Serviços de Interesse à Saúde; A definição de escopo da GFORT/GGCOF; A definição de procedimentos operacionais padrões; A definição de modo de operação técnica; O mapeamento e contextualização dos Serviços de Interesse à Saúde no Brasil; O fortalecimento da GFORT/GGCOF como coordenadora do SNVS em sua área de atuação; 3. Metodologia de Ação O tema Serviços de Interesse à Saúde (SIS) trouxe à equipe técnica e aos gestores da Gfort questionamentos acerca de como deve ser gerido um assunto que nunca fora trabalhado de forma sistemática pela Anvisa, havendo como referência apenas ações pontuais e incipientes de normatização de temas não prioritários. O primeiro ponto observado foi o universo de atuação da nova gerência. O que são os Serviços de Interesse à Saúde? Uma pesquisa junto a alguns órgãos de vigilância 3
sanitária brasileiros demonstrou que não há uniformidade no entendimento de um conceito e, como consequência, não existe um único entendimento dos serviços que compõem os Serviços de Interesse à Saúde. A Gforte viu-se obrigada, antes de qualquer outra ação, realizar uma discussão acerca da definição de um conceito que servirá de referência para a estruturação das vigilâncias sanitárias, uma base para delimitação do escopo de atuação da própria gerência. Para tanto, contou-se com o apoio da Superintendência de Serviços de Saúde e Gestão do SNVS SSNVS, um grupo de trabalho com representantes da GFORT, coordenadora do grupo, e GGTES, gerência geral antiga responsável pela gestão do tema. O resultado foi a sugestão de um conceito e um escopo de atuação que atualmente encontram-se sob avaliação dos gestores. Como não existiam referências de gestão orientada ao tema dentro da Anvisa, a equipe da Gfort definiu a necessidade de conhecer modelos de atuação dos órgãos de vigilância sanitária municipais e estaduais. Para tanto, está realizando um levantamento do modo de operação e escopo de atuação dos órgãos de vigilância sanitária local, executores primários das ações de visa em serviços de interesse à saúde. Esta e outras atividades complementares, objetivam a melhoria do diálogo entre a Anvisa e os demais membros componentes do SNVS, promovendo a troca de experiências bem-sucedidas e informações relevantes, bem como melhorar a comunicação de risco e a execução de ações sanitárias. Foram previstas, entre outras atividades, para cumprimento deste objetivo as seguintes atividades: Encontro com os interlocutores e gestores em maio 5 visitas técnicas em serviços prioritários; 5 encontros regionais, dentro do ciclo de debates do SNVS; Seminário Nacional de Fortalecimento do SNVS; Seminário Internacional de Vigilância Sanitária. Pretende-se, após o mapeamento junto aos outros representantes do SNVS, elaborar um modelo de gestão, com a definição de procedimentos operacionais padrões e um modo de operação técnica que, além de eficientes e eficazes no monitoramento e controle sanitário dos Serviços de Interesse Sanitário, facilitem o diálogo com as diversas áreas envolvidas direta e indiretamente, dentro e fora da Anvisa. Somado à necessidade de um mapeamento dos processos dos órgãos de vigilância sanitária locais, foi percebida a necessidade de se conhecer o universo a ser regulado. Quantos SIS existem? Qual o perfil dos profissionais do setor? Quais os órgãos representativos dos diversos setores? Quais são estes setores? Estas e outras perguntas 4
estimularam um segundo processo de mapeamento a ser realizado, desta vez diretamente com o setor regulado e os órgãos, governamentais ou não, pertinentes ao setor. Como passo inicial, dentre as opções possíveis, foram escolhidos duas instituições que trabalham o mesmo público-alvo e que apresentam experiência e renome em suas atividades: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, que apresenta os dados de pesquisas diretamente direcionadas ao setor e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Sebrae, com a experiência e a informação de mercado e funcionamento de boa parte dos SIS, incluindo os Microempreendedores Individuais MEI, que representam boa parte do universo a ser trabalhado. Paralelamente, a Gfort trabalha com compromissos de trabalhos normativos de SIS e possui subtemas inseridos na discussão da priorização da Agenda Regulatória do Biênio 2015-2016, sendo eles: Requisitos de segurança sanitária para estabelecimentos que realizam procedimentos de pigmentação artificial permanente da pele e inserção de piercing; Requisitos de segurança sanitária para estabelecimentos prestadores de serviços no campo das atividades físicas, desportivas e similares; Funcionamento de Estabelecimentos Educacionais da Educação Infantil - Creches e Pré-Escolas; Requisitos de segurança sanitária para o funcionamento de instituições que prestem serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas; Procedimentos de Esterilização de Equipamentos em Estabelecimentos de Embelezamento e Estética. Estes compromissos exigem que, além do procedimento regulatório da Anvisa, a Gfort defina procedimentos para priorização normativa, baseando sua decisão em parâmetros de relevância, como o risco da atividade e a população atingida. 4. Recursos Para a realização dessa gama de atividades a área conta com profissionais com formação e conhecimento multidisciplinar. Atualmente, a área possui, além do gerente, um analista administrativo, cinco especialistas e dois funcionários terceirizados no apoio administrativo. Como recursos financeiros serão necessárias passagens e diárias proporcionais, 5
bem como do suporte logístico e de material para a realização dos eventos previstos. 5. Cronograma de Execução As atividades estão previstas para serem executadas segundo o seguinte cronograma: Definição de conceito Definição de escopo Definição de procedimentos operacionais padrão Definição de modo de operação técnica Mapeamento e contextualização 1 trimestre de 2015 2 trimestre de 2015 3 trimestre de 2015 4 trimestre de 2015 6 5. Resultados Esperados Com a definição de conceito e consequente delimitação de escopo de atuação, pretende-se ter um mapa de duas linhas de interesse da GFORT: os processos sanitários e ferramentas administrativas utilizadas pelos demais membros do SNVS e o perfil e contexto do setor regulado. Estas informações serão de vital importância para as futuras ações da GFORT, embasando sua estruturação para o desempenho eficiente e eficaz de suas atividades, acompanhando o grande dinamismo de um gigante setor da saúde, no Brasil. A GFORT pretende, no papel da Anvisa de coordenadora do SNVS em sua área de competência, facilitar a comunicação entre os entes do SNVS bem como executar sua função de normatização de temas de relevância sanitária, entre outras ações. 7. Principais fatores de sucesso e insucesso Um fator que pode influenciar o planejamento, dificultando a sua execução é o vácuo de gestão da gerência geral de coordenação e fortalecimento do SNVS. A demora na definição do gerente-geral dificulta a interlocução com o SNVS e outros órgãos. Porém, o processo de seleção desse gestor acabou de ser finalizado e espera-se em breve que este problema esteja solucionado. Outro fator de risco negativo ao projeto é o número reduzido de servidores na área que além de tratar dos SIS, tem a atribuição de gestão do trabalho e da educação no
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária SNVS, que demandam tempo e esforço da equipe. A ausência ou diminuição dos recursos financeiros previstos para a execução das atividades do projeto poderão dificultar ou impedir sua execução. 7