São Paulo (SP) - Prefeitura avalia usar dinheiro repatriado na compra do parque Augusta Vista do parque Augusta; área pode ser desapropriada pela prefeitura. Ricardo Matsukawa/UOL A Prefeitura de São Paulo e o Ministério Público do Estado de São Paulo anunciaram nesta sexta-feira (13) um acordo para que os cofres públicos sejam indenizados em R$ 70 milhões por dois bancos estrangeiros usados para movimentações financeiras do ex-prefeito e deputado federal Paulo Maluf (PP). O acordo prevê que parte do dinheiro seja usada para a desapropriação do terreno do parque Augusta, que pertence a duas construtoras. Maluf é acusado de desviar US$ 300 milhões de obras feitas entre 1993 e 1998 na avenida Águas Espraiadas [atual Roberto Marinho] e no túnel Ayrton Senna, na zona sul de São Paulo. O dinheiro teria sido transferido para contas de vários bancos.
Maluf nega que o dinheiro seja dele. Os acordos desta sexta foram fechados com o Citibank, de Nova York, e com o UBS, de Zurique (Suíça). O primeiro enviará o equivalente a US$ 15 milhões; o segundo, US$ 10 milhões. As duas instituições financeiras assinaram um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) por dano moral coletivo contra os munícipes de São Paulo. Em dezembro, a prefeitura recebeu R$ 46,8 milhões de indenização do Deutsche Bank, da Alemanha, pelos mesmos motivos. Dos cerca de R$ 70 milhões da indenização acertada hoje, 90% ficarão com a prefeitura e 10% irão para fundos estaduais. Os bancos não são acusados de desviar dinheiro público, mas reconheceram que Maluf usou suas contas para fazer movimentações financeiras. Segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), os bancos fecharam o acordo para evitar litígios com o Ministério Público e a administração municipal. O dinheiro deve entrar nos cofres públicos até o fim deste semestre. O acordo ainda precisa ser homologado pelo Conselho Superior do Ministério Público e pela Justiça. Segundo Haddad, o Ministério Público propôs que o dinheiro fosse todo destinado para a desapropriação do terreno do parque Augusta, mas ele preferiu acrescentar a alternativa de aplicação na construção de creches. Talvez o recurso não seja suficiente para a desapropriação. Vamos verificar a viabilidade jurídica e financeira para que a prefeitura faça a aquisição [do terreno]. Se não for possível [desapropriar], para o dinheiro não ficar parado, vai ser usado em creche. O terreno do parque é composto por dois lotes e pertence às construtoras Cyrela e Setin. De acordo com as matrículas dos
imóveis, as empresas pagaram R$ 64 milhões pelo terreno em setembro de 2013. Ele contém árvores e edificações remanescentes de um antigo colégio tombadas [preservadas] pelo Conpresp [Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo]. A Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) estima que o terreno, que possui 25 mil metros quadrados, tenha um valor de mercado de R$ 200 milhões. A estimativa não leva em conta restrições como o tombamento de árvores e edificações. Em dezembro de 2013, a prefeitura decretou a criação do parque Augusta na área, mas divulgou que não possuía recursos para fazer a desapropriação. Reabrimos a discussão agora e vamos chamar os empreendedores na presença do Ministério Público. Quem vai dar o andamento [à negociação] é o Ministério Público, afirmou Haddad nesta sexta. As construtoras querem erguer prédios em parte do terreno e implantar o parque em outra parte. O movimento em defesa do parque se opõe às obras e cobra a criação do parque na totalidade do terreno. Responsável pelas negociações para a repatriação do dinheiro do Citibank e do UBS, o promotor Silvio Marques, de Justiça do Patrimônio Público e Social, diz que o Ministério Público defende a proposta de implantação do parque na totalidade do terreno. Segundo Marques, negociações que serão abertas com outros bancos usados por Paulo Maluf, poderão trazer recursos que completariam a quantia necessária para a desapropriação. Esse dinheiro não é do ex-prefeito e não vai abater na dívida que ele tem com o município, que é de cerca de US$ 300 milhões, declarou o promotor.
Bate-boca Parte do movimento reivindica que a prefeitura busque alternativas e não aceite o valor pedido pelas construtoras. Ao final do anúncio do acordo sobre a indenização, ativistas pediram a palavra e fizeram um jogral diante de Fernando Haddad no auditório do Ministério Público Estadual. Não aceitaremos que as construtoras recebam dos cofres públicos a quantidade que interessa a elas, disseram. Também apontaram que o partido de Maluf faz parte da base de sustentação do governo Dilma Rousseff (PT) e da gestão municipal. Ao retomar a palavra, o prefeito afirmou que sua administração vem combatendo a corrupção citou como exemplo a criação da Controladoria Geral do Município e pediu que apoiadores de gestões passadas fizessem autocrítica. Pouco depois, um ativista que estava na plateia o interrompeu, fez críticas e o chamou de demagogo. Os dois discutiram. Acho que você está um pouco alterado. Melhor a gente encerrar, finalizou Haddad falando ao microfone no palco do auditório. Por Wellington Ramalhoso Fonte original da notícia: UOL São Paulo (SP) Parque Augusta - Ocupe o
Atividades no Parque no último dia 17. / Amauri Nehn (Folhapress) Um movimento de resistência ocupa uma parte de um terreno particular, cheio de histórias e com 24.000 metros quadrados de área entre as Ruas Caio Prado, e Augusta, na região central da cidade de São Paulo. Os Aliados do Parque Augusta defendem que a área, que contempla um bosque cercado de biodiversidade, se transforme em um parque, para não se transformar em mais um pedaço pertencente à especulação imobiliária na cidade. O movimento, apartidário, é autogerido por seus membros que organizam diversas atividades gratuitas no local, como forma de resistir e manter o parque aberto à população. Batizado de Verão no Parque Augusta, as atividades programadas vão desde aulas de ioga para crianças até reuniões sobre a escassez de água que a cidade enfrenta desde o ano passado. Neste fim de semana, será possível até mesmo aprender a construir uma cisterna, artefato bem-vindo em tempos de seca na cidade. Todas as atividades são gratuitas, mas é aconselhável levar sua própria água, sua canga e um saquinho
para recolher o lixo. Sábado, 07 de fevereiro 9h30: Aula de pilates Das 10h às 14h: Oficina de cisterna e diálogo sobre a crise hídrica 15h: Bate papo sobre a água 21h: Cinemata exibição do filme Entre rios Domingo, 08 de fevereiro Programação do Coletivo Disco Xepa no Parque Augusta: Das 10h às 14h: Preparação de sucos 11h: Ioga para crianças Das 11h às 14h: Cobertura do evento, pelos Jovens do Programa Novo Olhar 12h: Oficina sobre os ciclos dos alimentos (do prato à horta) Das 12h às 15h: Oficina de culinária para crianças de todas as idades onde serão preparados espetinhos para churrasco feitos com legumes 13h: Caminhada com as crianças pelo parque para conhecer e identificar as chamadas plantas alimentícias não convencionais (PANC s) 13h: Apresentação do grupo Jazz Trio Concert 14h: Contação de histórias 15h: Concerto com a banda Teorias do amor moderno 15h: Debate sobre autogestão 20h: Oficina + debate: Panbasa, de todos para todos, sobre uma metodologia usada em ecovilas e comunidades sustentáveis 21h: Cinemata Ocupe a mídia, sobre a democratização dos meios de comunicação Acompanhe a programação diária pela página no Facebook do Parque Augusta. A briga contra o concreto
O terreno em questão abrigou, entre 1907 e 1969, um tradicional colégio interno feminino chamado Des Oiseaux. Na imponente construção, demolida em 1974, estudaram personalidades como a ex-primeira dama do Brasil, Ruth Cardoso (1930 2008), e a senadora Marta Suplicy (PT-SP). Além da planta, de inspiração art nouveau, o colégio era rodeado de um grande bosque. Em 2003, a área foi adquirida pela Sociedade Armando Conde Investimentos, de propriedade do empresário Armando Conde, mas o bosque permaneceu aberto ao público. Um ano depois, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), tombou o local. Em 2006, houve a tentativa de se construir um supermercado no terreno, mas a associação de moradores do bairro fez um abaixo-assinado e conseguiu barrar o projeto. Naquele ano surgia então o movimento Aliados do Parque Augusta. Desde então, o movimento vem colhendo algumas vitórias, como a aprovação na Câmara dos Vereadores de São Paulo de um projeto de lei que autoriza a criação do Parque Augusta. Em novembro de 2013, porém, Armando Conde repassou oficialmente sua propriedade às Construtoras Cyrela e Setin, da qual ele é um dos sócios. Juntas, as empreiteiras apresentaram à Prefeitura o projeto para a construção de duas torres, uma residencial e outra comercial. Além disso, levantaram um muro na rua Caio Prado para isolar a área. Desde então, o parque é palco de uma queda de braço entre ativistas e os proprietários do terreno. Por Marina Rossi Fonte original da notícia: El País
SP - Moradores se revoltam com liberação de prédios no Parque Augusta Donos querem construir três prédios: um hotel e um edifício na área. Ativistas devem recorrer à Justiça para impedir a construção. O Conselho Municipal de Conservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Conpresp) aprovou, na semana passada, projeto de construção de três torres na área do parque. Os moradores da região central ficaram indignados e vão brigar na Justiça para que a Prefeitura desaproprie o terreno, conforme está na lei. Uma área total de 25 mil metros quadrados, dividida em dois lotes, é o alvo da polêmica. Até a década de 70, funcionava um
tradicional colégio francês, que mais tarde foi demolido. Em 1986, ficou definido na escritura que o espaço deveria abrigar um conjunto turístico sem destruir a vegetação. Em 2004, o bosque, com espécies remanescentes da Mata Atlântica, e as ruínas do colégio foram tombados pelo município. Os moradores da região sempre pediram que o local virasse um parque. Em 2013, a Prefeitura sancionou a lei que autoriza a criação do Parque Municipal Augusta, mas, em seguida, avisou que não tinha dinheiro para desapropriação dos terrenos que são particulares. Pelo capítulo mais recente, uma coisa está certa: o parque existirá, mas não em 100% da área. Na semana passada, o Conpresp aprovou o projeto apresentado pelos donos dos lotes que pretendem construir três prédios: um hotel, um edifício com apartamentos e um com escritórios. Pelo projeto, os prédios vão ocupar 33% da área. O restante será o parque. A construtora terá que fazer toda a estrutura, preservar a área verde e restaurar as construções antigas. A autorização do Conpresp prevê o atendimento à resolução que protege a área e que garante, principalmente, a observância da escritura e a fruição pública do parque, afirmou Nadia Somekh, que presidente do Conpresp. Integrantes do movimento Aliados do Parque Augusta reclamam. Eles querem que a área seja desapropriada e transformada em parque municipal, como diz a lei de 2013. Nós vamos continuar insistindo para que o prefeito cumpra a leia. Muito simples, disse José Augusto Ferraz, que é militante do movimento Aliados do Parque Augusta Para o Conpresp o projeto, atende aos interesses da cidade e dos proprietários da área, mas para os moradores o assunto não está encerrado. Tomaremos providências judiciais, não tenha dúvida. A sociedade clama por providências imediatas, o povo está
indignado, disse a advogada Célia Marcondes. Fonte original da notícia: G1 São Paulo Órgão da Prefeitura de SP aprova projeto de prédios no Parque Augusta Conpresp considerou que empreendimento respeita área verde e tombada. A favor de criação de equipamento público, advogado quer impugnar decisão. Protesto feito no domingo para reivindicar o Parque Augusta. (Foto: Marcelo Brandt/G1 25/01/2015) O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) aprovou, nesta terça-feira (27), projeto para construção de prédios na área conhecida como Parque Augusta, no Centro da capital. Com 25 mil metros quadrados de verde, o terreno
particular fica entre as ruas Augusta e Marquês de Paranaguá. Responsável pelo órgão, a Secretaria Municipal da Cultura afirmou que as empresas Cyrela e Setin serão obrigadas a manter as edificações remanescentes do colégio Des Oiseaux, que são tombadas, e preservar a área verde. Ainda segundo a pasta, o projeto votado nesta quinta é um modificativo de outro documento apresentado pelas empresas em 2008. À época, as construtoras não previam a abertura das áreas verdes ao público o que foi modificado no novo projeto. Para Daniel Biral, integrante dos Advogados Ativistas e do movimento a favor do Parque Augusta, a decisão é ultrajante para toda a população de São Paulo. O advogado estuda entrar com ação para impugnar a reunião desta terça. Mesmo com todas as ressalvas, a construção vai influenciar muito a área verde. Acabará se tornando uma praça, apenas, não um parque. Prefeitura liberou parque No fim de 2013, a Prefeitura de São Paulo publicou a lei que autorizou a criação do Parque Municipal Augusta. De acordo com a lei, o equipamento teria como referência atividades relacionadas à prática de atividade física, educação ambiental e preservação da memória paulistana. As despesas para a construção teriam de ser feitas por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário. A Prefeitura teria que desapropriar o terreno, porque a área é particular. No ano passado, porém, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente informou que não teria dinheiro para isso. A desapropriação do terreno foi estimada, no passado, em R$ 70 milhões. O proprietário da área chegou a declarar, em uma rede social, que pretendia construir dois prédios e preservar 80% do
terreno, a parte onde fica o bosque. Os moradores da região entraram, então, com uma ação na Justiça para evitar a obra. Fonte original da notícia: G1 São Paulo São Paulo (SP) - Nossas paredes merecem jardins São Paulo recebe o primeiro jardim vertical em parede de prédio. Projeção da região do Minhocão com vários jardins verticais. (Foto: Movimento 90º/ Divulgação) Das recentes polêmicas quanto ao vão livre do Masp ao futuro
Parque Augusta, o debate segue uma direção: os moradores de São Paulo precisam ocupar os espaços livres com atividades ou apenas com verde. O problema é que, especialmente no centro, os espaços vazios parecem raros em meio aos prédios e ao asfalto. Que tal mudar de ponto de vista? Algumas mentes criativas do Movimento 90º olharam para o alto. O grupo, formado por arquitetos e outros profissionais, quer encher a cidade de jardins verticais. A manta verde vai cobrir a empena cega dos prédios, aquela parede externa sem janelas das construções. Instalação do jardim vertical em prédio do Largo Padre Péricles, no Minhocão (Foto: Movimento 90º/ Divulgação) Além de deixar a cidade com uma cara melhor, a cobertura vegetal ajuda a diminuir a temperatura do ambiente interno,
reduz a entrada de barulho da rua, melhora a qualidade do ar e o morador ainda pode virar vizinho de alguns pássaros e insetos. A primeira experiência temporária foi feita na Rua Augusta durante a Virada Cultural em maio. No último dia 9, o grupo instalou um jardim permanente em um prédio do Minhocão, o primeiro jardim vertical em empena cega da América do Sul. Uma parede de 220 metros quadrados foi coberta com 19 tipos de plantas e sistema de irrigação e adubagem automatizados. Do outro lado, uma instalação artística da Escola São Paulo ocupa uma área de mesmo tamanho. O projeto foi uma parceria com a Absolut. Por Denise Dalla Colleta Croqui do jardim Divulgação) vertical (Foto: Movimento 90º/
Ilustração do Movimento 90º (Foto: Movimento 90º/ Divulgação) Fonte: Época Vereador de SP quer discutir ideia de torres em parque
Projeto feito por construtoras para a área do Parque Augusta, na região central de São Paulo. Divulgação Donas do terreno destinado à construção do parque Augusta, na região central de São Paulo, duas incorporadoras estão propondo à prefeitura, que está sem dinheiro para tocar o projeto, bancar a implantação do parque, desde que também possam erguer duas torres com cem metros de altura no local. Para isso, seria preciso alterar no Conpresp (conselho do patrimônio histórico) trecho de resolução de 2004 que proíbe torres com mais de 45 metros de altura na área. O vereador Nabil Bonduki (PT), relator do Plano Diretor, afirmou à Folha que aceita discutir a proposta das incorporadoras Setin e Cyrela. Para ele, é preciso evitar o discurso extremo e apaixonado em torno do assunto. Segundo Bonduki, a desapropriação do terreno custaria R$ 100 milhões. Em sua opinião, seria uma irresponsabilidade a prefeitura gastar esse dinheiro com isso. Há chances muito concretas de o parque sair do papel nesta gestão, mas, se for a área total, vai haver dificuldade, porque a prefeitura não tem recursos, diz Bonduki.
Se for com algum tipo de concessão, tem a chance de sair mais rapidamente. Em 23 de dezembro, o prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou lei que autoriza a criação de área verde no terreno, mas não fixou tamanho ou prazo para isso ocorrer. Neste mês, a prefeitura anunciou que estão congeladas as desapropriações no município, para conter gastos da administração. Quintalzinho Setin e Cyrela propõem construir o parque e administrá-lo, destinando 80% do terreno para a circulação pública. As empresas propõem também pagar o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) da área. A proposta, apresentada pelas empresas Setin e Cyrela, já causa polêmica entre moradores da região, que desejam que 100% do terreno vire um parque público. Se houver qualquer concessão, vai ser um condomínio com quintalzinho, não um parque, diz Celia Marcondes, fundadora da Samorcc (associação do bairro de Cerqueira César). Antonio Setin, presidente da incorporadora Setin, elogia a lei que determina a criação de um parque no local e afirma não ter dúvidas de que seu projeto de construir duas torres, com cem metros de altura cada, vá sair do papel. Piquenique vetado Oito frequentadores da área pediram na Justiça a abertura imediata de seus portões para o público. O pedido foi negado. De acordo com a decisão judicial, a mera condição de frequentadores do parque não lhes dá legitimidade para propor uma ação nesse sentido caberia ao Ministério Público mover uma ação civil pública com o pedido.
Para fazer piquenique hoje, [frequentadores] vão ter de passar por cima do muro, diz Antonio Setin. A polícia está instruída por nós formalmente. Invadiu, vai para delegacia, faz inquérito, porque isso é crime, afirma o executivo. Por Daniel Vasques Fonte: Folha de S. Paulo