Resumo. Palavras-Chave Sustentabilidade; Viabilidade; Sustentabilidade.



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Transcrição:

1 A inclusão de indicadores sociais e ambientais na análise de viabilidade de projetos. Estudo de caso Itaipu Binacional / Condomínio de Agro Energia para Agricultura Familiar Sanga Ajuricaba Ivana Mukai (ISAE-FGV) ivana.mukai@gmail.com Leandro Piva (ISAE-FGV) lpiva@itaipu.gov.br Luiz Henrique Marcondes Nascimento (ISAE-FGV) ick@itaipu.gov.br Priscila da Paz Vieira (ISAE-FGV) priscila_paz@yahoo.com Denise Oldenburg Basgal (ISAE-FGV) denise.basgal@isaebrasil.com.br Resumo A discussão sobre a sustentabilidade tem crescido nas organizações brasileiras desde a década de noventa. A sociedade tem exigido cada vez mais que as organizações (empresas privadas, instituições públicas e organizações do terceiro setor) pautem suas ações, de maneira equilibrada, nos pilares econômico, social e ambiental. As organizações são orientadas a inserir os princípios da sustentabilidade na sua estratégia, quer dizer, a essência das empresas deve considerar os três pilares, por outro lado, os mesmos princípios devem nortear as iniciativas pontuais. A sustentabilidade, por tanto, coloca ao Gerenciamento de Projetos um grande desafio: como podem as organizações gerenciar seus projetos de maneira sustentável? Este artigo propõe uma reflexão sobre como desenvolver e avaliar a viabilidade dos projetos desde as perspectivas econômico-financeira, ambiental e social, analisando o projeto da Itaipu Binacional Condomínio de Agro Energia para Agricultura Familiar Sanga Ajuricaba. Para isso, apresenta os conceitos de sustentabilidade, viabilidade econômico-financeira e estuda alguns instrumentos, utilizados internacionalmente, para medir a sustentabilidade. Palavras-Chave Sustentabilidade; Viabilidade; Sustentabilidade. 1. Introdução O mercado capitalista só se sustenta com o aumento contínuo dos níveis de consumo. Para continuar crescendo, as empresas buscam recursos para atender à demanda por seus produtos. É a natureza que fornece as matérias-primas e o homem, o trabalho, assim as indústrias conseguem transformar os insumos em bens de consumo para a sociedade. Mas até quando este crescimento se sustentará em um mundo em que os recursos são limitados e estão cada vez mais escassos? A natureza dá sinais claros que está sentindo os reflexos dessa exploração desenfreada. Além disso, a sociedade já arca com as consequências causadas por esse modelo da economia e está ciente do que pode causar para as gerações futuras se nenhuma atitude for tomada. Estes motivos fizeram com que as empresas adotassem estratégias de negócios que não objetivassem apenas garantir o pilar econômico, mas também a inclusão dos pilares social e ambiental, levando às organizações considerarem a sustentabilidade na prestação de contas aos stakeholders e na análise de viabilidade de seus projetos.

2 O presente artigo tem como objetivo principal analisar a importância de como os indicadores de sustentabilidade podem ser considerados para a análise de viabilidade de projetos. Para atingir este fim, o referente trabalho foi estruturado da seguinte maneira: caracterizar projetos de sustentabilidade, identificar as técnicas de análise de viabilidade econômico-financeira de projetos, estudar técnicas de análise da sustentabilidade Dow Jones, GRI e ODM, avaliar a aplicação da análise econômico-financeira no projeto agroenergético de Sanga Ajuricaba da Itaipu Binacional e propor sugestões do uso de indicadores de sustentabilidade para serem avaliados juntamente com a viabilidade econômico-financeira para a aprovação de projetos. 2. Referencial Teórico 2.1. Conceito de sustentabilidade: A sustentabilidade começou a ter maior destaque na década de setenta, a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo. Para avaliar os resultados da Conferência, na década de oitenta foi publicado estudo mundialmente reconhecido por sua contribuição às reflexões sobre sustentabilidade: o Nosso Futuro Comum ou o relatório de Bruntland, como ficou conhecido, apresentou o conceito de sustentabilidade que hoje é amplamente aceito pela comunidade internacional desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem as suas próprias necessidades (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991, p.9). No Brasil, o conceito de desenvolvimento sustentável foi definitivamente consolidado durante a Eco 92, com a aprovação de diversos documentos, em especial a Agenda 21. Estas três iniciativas (Conferência Estocolmo, Relatório de Bruntland e a Eco 92) marcaram o mundo atual e impulsaram transformações nas atividades de todas as organizações (tanto públicas como privadas). Tal como afirmam CREDIDIO e MAO (2010, p. 44) conciliar o propósito de cada organização com as demandas do ambiente e o exercício da sustentabilidade se tornou fundamental para os dias de hoje. O termo sustentabilidade tem elevado grau de complexidade já que envolve três pilares: econômico, social e ambiental. A sociedade busca se desenvolver, avançar em busca de qualidade de vida, o que necessariamente passa por esses pilares, ou seja, é necessário que o desenvolvimento seja alcançado com negócios economicamente viáveis, que promovam a justiça social e respeitem o meio ambiente. O desafio é garantir que as atividades humanas equilibrem de maneira equitativa estes princípios. Esse desafio é ainda mais importante, já que o mundo moderno é ainda movido por princípios individualistas e de maximização econômica. Como destaca o INSTITUTO ETHOS (2007, p. 5) a sustentabilidade exige das organizações uma visão sistêmica, a noção do todo, a noção do longo prazo, o repensar do individualismo, a incorporação da solidariedade como uma lógica de permanência no planeta. Neste mesmo sentido, STIGLITZ, SEM e FITOUSSI (2012, p. 117) destacam que toda abordagem focada em somente uma parte desses elementos não oferece uma visão exaustiva da sustentabilidade. Elkington reforça as discussões iniciadas com a publicação do Relatório de Bruntland ao propor em seu livro Sustentabilidade, canibais com garfo e faca (2012) o conceito de sustentabilidade empresarial, fazendo referência ao triple botton-line, composto pelos pilares econômico, social e ambiental. Conforme mostra a figura 1, o pilar econômico propõe a viabilidade dos negócios desde o prisma da competitividade, dos resultados econômicos e da eficiência financeira. O

3 pilar ambiental sugere a ecoeficiência, a proteção ambiental, a utilização de recursos renováveis e a gestão de resíduos. O pilar social defende que a viabilidade dos negócios só é completa quando oferece oportunidades de desenvolvimento social. Já são mais de trinta anos discutindo a sustentabilidade do planeta. Algumas conquistas já foram alcançadas: já existem dados disponíveis sobre o impacto do ser humano no planeta, provocado por iniciativas insustentáveis; são amplas as discussões sobre os aspectos gerenciais e comportamentais que devem ser revistos. No entanto, avançou-se muito pouco quanto aos critérios que devem ser seguidos para garantir iniciativas pautadas nas três dimensões da sustentabilidade. Este questionamento apresenta ao Gerenciamento de Projetos um dilema: como desenvolver e avaliar a viabilidade dos projetos desde as perspectivas econômico-financeira, ambiental e social? Fonte: BARRETO e MULLER, 2013. Figura 1 Tripé da Sustentabilidade Empresarial 2.2. As técnicas de análises de viabilidade econômico-financeira: Um dos desafios impostos aos administradores de uma empresa é a tomada de decisão de investimentos que garantirão a sobrevivência de seus negócios. TITMAN e MARTIN (2010, p. 29-31) apontam como fator importante para o sucesso de uma empresa, a habilidade dos gestores em avaliar e selecionar investimentos que gerem riqueza com base em informações incertas sobre eventos futuros. BORDEUX-RÊGO et al. (2010, p. 18) cita que o objetivo dos administradores de uma empresa é a maximização do seu valor aos acionistas. LAPPONI (2007, p. 7) também reforça esta teoria alegando que a obtenção de lucro não é suficiente para atender aos objetivos de negócios e sim a agregação de valor através da maximização de riqueza da empresa e dos acionistas. A análise de viabilidade econômico-financeira é uma etapa essencial na proposição de um projeto pois corresponde a uma metodologia de cálculo fundamentada em técnicas da Engenharia Econômica, cujos resultados apresentam a viabilidade ou não de investimento (REBELATTO, 2004, p. 141-142). Seu estudo depende de alguns conceitos como fluxo de caixa, valor do dinheiro no tempo, taxa mínima de atratividade e custo de oportunidade. PUCCINI (2000, p. 1) conceitua fluxo de caixa como o conjunto de pagamentos e recebimentos de dinheiro, ou seja, entradas e saídas do caixa ao longo do tempo. Graficamente, as saídas ou aplicações num fluxo de caixa são representadas pelo uso de setas

4 para baixo, indicando valores negativos. As entradas ou recebimentos em caixa são representadas por setas para cima, indicando valores positivos. A figura 2 apresenta um fluxo de caixa convencional, que possui uma saída inicial e as demais entradas, e um fluxo não convencional, com uma saída inicial seguida de entradas e saídas não uniformes. Fonte: Adaptado de BOURDEUX-RÊGO et.al. (2010, p. 41) Figura 2 - Fluxo de caixa convencional e não convencional Num fluxo de caixa, só é possível fazer a comparação e operações algébricas das grandezas se movimentá-las para uma mesma data, pois o valor do dinheiro cresce no tempo ao longo dos períodos devido à taxa de juros aplicada (PUCCINI, 2000, p. 3). Em relação à taxa de juros referencial para a análise econômico-financeira, existe a denominada taxa mínima de atratividade (TMA) que é o custo de capital ajustado ao risco do investimento exigido pelas fontes de capital próprio e/ou de terceiros, sendo que esta deverá agregar o custo de oportunidade dos acionistas (CORREIA NETO, 2009, p. 136). O custo de oportunidade é à perda da remuneração pelo não investimento dos recursos dos acionistas na melhor aplicação financeira (BORDEUX-RÊGO et al., 2010, p. 32). Além desses conceitos, técnicas como payback simples, payback descontado, valor presente líquido (VPL), taxa interna de retorno (TIR), índice de lucratividade (IL), estão entre os principais modelos determinísticos para auxiliar na escolha de projetos de investimento (BORDEUX-RÊGO et al., 2010, p. 41). a) Payback Simples: BORDEUX-RÊGO et al. (2010, p. 41) define que no método de payback simples o investidor determina um prazo máximo para a obtenção do retorno do capital investido. Um projeto será considerado viável se a soma dos fluxos de caixa futuros resultar no valor investido inicialmente dentro deste prazo estabelecido. A desvantagem é que esta técnica não usa o valor do dinheiro no tempo, ou seja, não é aplicada a taxa de juros. b) Payback Descontado: O payback descontado utiliza uma taxa de atratividade ou desconto no cálculo do valor presente dos fluxos de caixa, assim a soma dos valores acumulados é trazida para a data zero (BORDEUX-RÊGO et al., 2010, p. 43). O problema do payback é ter como critério de aprovação apenas o tempo de retorno do investimento, estando sujeito a não aprovação de projetos com altos retornos, porém a longo prazo. Por esse motivo, o payback simples e o payback descontado geralmente são utilizados para desempatar outros métodos, quando o segundo critério de avaliação é o retorno rápido do investimento. c) Valor Presente Líquido (VPL): Neste método, a avaliação do projeto baseia-se na comparação do valor inicial investido no instante zero com os valores dos retornos de todo o

5 período do fluxo de caixa, trazidos para a data presente a uma determinada taxa de juros (LAPPONI, 2007, p. 59). Fonte: BORDEUX-RÊGO et al. (2010, p. 45) onde I = investimento inicial; FCt = fluxo de caixa líquido na data t ; r = custo de capital definido pela empresa; VR = valor residual do projeto ao final do período de análise. De acordo com a equação (1), um valor do VPL maior que zero implica que o valor presente dos fluxos de caixa futuros, descontados da taxa de juros, é maior que o capital investido no início do projeto. Neste caso, o projeto deverá ser aceito pois gerará riqueza aos acionistas. Um VPL igual a zero representa que valor presente dos fluxos de caixa futuros é igual ao investimento inicial do projeto. VPL menor que zero o projeto deverá ser rejeitado por representar destruição de riqueza. Entre as vantagens deste método estão o uso do valor do dinheiro no tempo descontado a uma taxa relacionada ao risco do projeto, considera o fluxo de caixa completo do projeto e mostra se a empresa irá gerar ou destruir riqueza. Para projetos mutuamente excludentes, em que se é permitido a escolha de apenas uma projeto dentro de um conjunto, o VPL auxilia na identificação da melhor opção. Além disso, o VPL pode ser aplicado sem restrições para fluxos convencionais e não convencionais. Uma desvantagem é dificuldade de interpretação por ser um valor absoluto e não uma taxa de juros ou um valor relativo (LAPPONI, 2007, p. 134-135). d) Taxa Interna de Retorno (TIR): A TIR corresponde à taxa que torna o valor do VPL da equação (1) com resultado igual a zero (BORDEUX-RÊGO et al., 2010, p. 54). VPL 0 + Taxa interna de retorno (TIR) Taxa de desconto - Fonte: Adaptado de BORDEUX-RÊGO et al. (2010, p. 55) Figura 3 - VPL em função da taxa de desconto Conforme o gráfico da figura 3, para os casos em que a taxa de desconto for menor que a TIR, significa que o projeto tem o valor de VPL maior que zero e deverá ser aceito. Se a

6 taxa de desconto for igual ao valor da TIR, é indiferente e se a taxa de desconto for maior que a TIR, o projeto deverá ser desaprovado. Assim como o VPL, a TIR também tem as vantagens de considerar o fluxo de caixa completo e o valor de dinheiro no tempo, informa se o projeto irá gerar ou destruir valor e é de fácil compreensão por ser uma taxa relativa. As desvantagens desta técnica são problema de múltiplos valores da TIR para fluxos não convencionais, dificuldade de reinvestir os fluxos de caixa intermediários à mesma taxa TIR, não seleciona o melhor projeto dentro de um grupo de projetos mutuamente excludentes por ser uma taxa que ignora a diferença de escala de grandeza entre valores (LAPPONI, 2007, p. 177). e) Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM): A taxa interna de retorno modificada (TIRM) é um método para solucionar as limitações do uso da TIR em fluxos não convencionais e à dificuldade de manter o reinvestimento dos fluxos de caixa positivos à taxa TIR. Na TIRM, o fluxo de caixa não convencional é ajustado para que os retornos sejam reinvestidos a uma taxa de reaplicação (que pode ser o custo de capital da empresa) e levados para a data final do projeto como um valor futuro único de capital. De maneira análoga, os desembolsos ao longo do fluxo deverão ser descontados ao custo de capital e trazidos para o valor presente na data inicial do projeto (COSTA; PEREIRA; COSTA, 2012, p. 367). Se TIRM maior que a taxa mínima de atratividade, o projeto deverá ser aceito, caso contrário, deverá ser rejeitado. f) Índice de Lucratividade (IL): O IL corresponde ao valor resultante da razão entre a soma dos valores presentes dos retornos do projeto a uma taxa requerida pelo módulo do investimento inicial, representando o valor do projeto por unidade de investimento inicial na data zero do período avaliado (LAPPONI, 2007, p. 216). Fonte: BORDEUX-RÊGO et al. (2010, p. 61) onde VP = valor presente dos fluxos de caixa recebidos e I = investimento inicial (valor em módulo). O projeto deverá ser aceito quando o valor de IL for maior que a unidade, ou seja, a soma dos fluxos de caixa descontados a uma taxa de juros é maior que o investimento inicial. Um IL com valor correspondente à unidade implica que o projeto não terá criação ou destruição de valor à empresa. Para IL menor que a unidade significa que o projeto causará prejuízo. Esta técnica pode ser utilizada para projetos independentes, pois fornece as informações de geração ou não de riqueza. Porém, assim como a TIR, o IL pode apresentar um resultado conflitante ao VPL para projetos mutuamente excludentes, por seu cálculo ser uma razão, ignorando a diferença de escala entre os projetos (LAPPONI, 2007, p. 220). O IL é ideal para casos cujo capital reservado para investimento é limitado, sendo assim, a escolha de um projeto influencia financeiramente nos demais (projetos dependentes). Nesta situação, o VPL irá avaliar apenas a riqueza gerada, já o IL mostrará a relação da riqueza gerada com o investimento previsto para o projeto. Como os recursos financeiros são

7 limitados, são escolhidos os projetos com maior IL e que estejam dentro do orçamento (BORDEUX-RÊGO et al., 2010, p. 67-68). 2.3. Técnicas de avaliação da sustentabilidade: ELKINGTON (2012, p. 110) destaca a importância de medir o progresso considerando os três pilares da sustentabilidade, já que o que não pode ser medido será de difícil gerenciamento. São diversas as tentativas para definir instrumentos que orientem as organizações no processo de definição de indicadores de sustentabilidade, como é o caso do documento elaborado por STIGLITZ, SEM e FITOUSSI (2012) ou a publicação de LOUETTE (2009), no entanto, ainda não existe um consenso a este respeito. Este artigo propõe o estudo sobre três instrumentos que orientam a medição da sustentabilidade: o Índice de Dow Jones de Sustentabilidade, o Global Reporting Initiative (GRI) e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. São ferramentas que apresentam indicadores que poderiam ser utilizados pelas organizações, em especial pelas empresas, no processo de avaliação da viabilidade de seus projetos e que são mundialmente aceitos e aplicados. a) Índice Dow Jones de Sustentabilidade: Lançado em 1999, o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (Dow Jones Sustainability Index - DJSI) é uma referência de sustentabilidade global resultante da parceria entre a S&P Dow Jones Indices e a RobecoSAM. Este índice foi criado para acompanhar o desempenho financeiro das maiores companhias globais que estão comprometidas com a filosofia do desenvolvimento econômico, social e ambiental, proporcionando aos investidores uma visão sobre as tendências de oferta e demanda de produtos e serviços sustentáveis (DOW JONES SUSTAINABILITY INDEXES, 2013a). A quantificação financeira das estratégias de sustentabilidade das companhias motiva a aumentar no longo prazo o valor de mercado da companhia para os acionistas. Os investidores estão cada vez mais cientes de que a sustentabilidade corporativa contribui para uma gestão transparente, íntegra e confiável dos negócios da empresa, tornando um fator crítico de sucesso (DOW JONES SUSTAINABILITY INDEXES, 2013b). São elegíveis a participar anualmente da seleção para compor o DJSI, duas mil e quinhentas maiores companhias que fazem parte do Dow Jones Global Index (DJGI) para o mercado de capital global. Estas empresas são separadas em 58 setores, os quais são agrupados em 19 super setores. Esta seleção é feita através da análise das respostas dadas no Corporate Sustainability Assessment (CSA), que é um questionário composto por perguntas genéricas e específicas para o setor que a companhia atua, relacionadas ao desempenho econômico, social e ambiental (DOW JONES SUSTAINABILITY INDEXES; SAM, 2012a, p.5-14). A maioria das questões do CSA são de múltipla escolha e atribuída uma nota de zero a cem para cada resposta. Porém há questões em que as respostas são descritivas, para estes casos, os analistas avaliam esta resposta qualitativa através de um método pré-definido para quantificá-la num valor entre zero e cem. Para estes casos, as empresas devem apresentar material de apoio e documentação adequada para comprovar as respostas dadas, só assim poderão receber a pontuação máxima para a pergunta (SAM, 2012, p.10).

8 b) Global Reporting Initiative (GRI): Com o objetivo de desenvolver instrumento que definisse diretrizes para a elaboração de relatório de sustentabilidade, a Global Reporting Initiative (GRI) desenvolveu ferramenta que orienta as organizações, em todo o mundo, interessadas em apresentar seu desempenho econômico, social e ambiental. Seu principal objetivo é elevar a qualidade dos relatórios a um nível passível de comparação, consistência e utilidade (LOUETTE, 2007, p.126). A construção da primeira versão das Diretrizes para Relatórios de Sustentabilidade, publicada em 2000, contou com o envolvimento de diversas organizações entre empresas, organizações não governamentais, representantes empresariais e trabalhistas e agências das Nações Unidas. Seu conteúdo é revisado frequentemente, respeitando o princípio da participação e envolvimento de diversos setores e organizações. Diversas organizações publicam seus relatórios respeitando as orientações das Diretrizes. O Brasil é o 4.º país que mais envia relatórios GRI, conforme demonstra a tabela 1. A Diretriz, disponível em diversos idiomas no site da GRI (www.globalreporting.org), está dividida em quatro tópicos: 1) Introdução Visão Geral da Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade; 2) Parte 1 Definição de Conteúdo, Qualidade e Limite do Relatório; 3) Parte 2 Conteúdo do Relatório. 4) Esclarecimentos Gerais sobre a Elaboração de Relatórios. Country Tabela 1 Top 10 Reporting Countries 2011 % of registered 2011 GRI reports % Global 500 HQs* GDP (IMF data in US$ billions)** USA 11% 27% 15,094.025 Spain 8% 2% 1,493.513 Sweden 6% 1% 538.237 Brazil 6% 1% 2,492.908 China 5% 12% 7,298.147 Netherlands 4% 2% 840.433 Germany 4% 7% 3,577.031 Australia 4% 2% 1,488.221 Switzerland 3% 3% 636.059 Canada 3% 2% 1,736.869 Fonte: https://www.globalreporting.org/resourcelibrary/gri-reporting-trends-2011.pdf O primeiro tópico, Visão Geral da Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade, traz referências sobre a finalidade de um relatório de sustentabilidade, as orientações sobre a estrutura de relatórios da GRI, orientações sobre as diretrizes da GRI e a aplicação das diretrizes. A parte 1, Definição de Conteúdo, Qualidade e Limite do Relatório, apresenta a definição do conteúdo do relatório, os princípios para assegurar a qualidade do relatório e as orientações para estabelecer o limite do relatório. A parte 2, Conteúdo do Relatório, define os elementos que devem ser inseridos nos relatórios de sustentabilidade: perfil da organização (estratégia e análise; perfil organizacional; parâmetros para o relatório; governança, compromissos e engajamento; forma de gestão e indicadores de desempenho), os

9 desempenhos econômico, ambiental e social, práticas trabalhistas e trabalho decente, direitos humanos, sociedade e responsabilidade pelo produto. Finalmente, o último tópico, Esclarecimentos Gerais sobre a Elaboração de Relatórios, define o processo de coleta de dados, a forma e periodicidade do relatório e a verificação. O GRI define diversos indicadores econômicos, sociais e ambientais e sua utilização varia de acordo com as características e preferências das organizações e seus stakeholders. c) Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) são uma plataforma de desenvolvimento proposta durante a Cúpula do Milênio em Nova York em 2000. Os ODM definidos com o propósito reunir os compromissos assumidos pelos países que compõem as Nações Unidas durante os diversos encontros da década de noventa (Cúpula Mundial da Criança,1990; Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1992; Conferência Internacional sobre Direitos Humanos, 1993; Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, 1994; Conferência Mundial sobre a Mulher (1995); Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social, 1995; Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos, 1996). Mais do que definir um conjunto de objetivos, os ODM definem metas e estabelecem indicadores que orientam os países na definição de suas políticas e projetos. 3. Metodologia 3.1. A Empresa A Entidade Binacional Itaipu nasceu de um acordo diplomático entre o Brasil e o Paraguai em 1974 e foi estruturada como uma empresa de Direito Internacional Público : ambos os países compartilham em partes iguais sua propriedade e administração. A sociedade entre os dois países é representada pela Eletrobras (Brasil) e pela ANDE (Paraguai). Desde março de 1985 quando a Itaipu Binacional começou a comercializar energia o Brasil já recebeu US$ 4,3 bilhões em royalties que foram divididos entre municípios e estados que tiveram área alagadas para formação do reservatório da usina. O ministério da fazenda do Paraguai também já recebeu em royalties o montante de US$ 4 bilhões. Em 2003, sua Missão Empresarial foi ampliada para atender os novos anseios da sociedade que é de gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico sustentável, no Brasil e no Paraguai. Em 2012, Itaipu forneceu 17,3% de toda energia consumida no Brasil e 72,5% da consumida no Paraguai. Também nesse ano, Itaipu produziu 98.287.128 megawatts-hora quebrando seu próprio recorde mundial de produção de energia que tinha ocorrido em 2008, ultrapassando em geração a Usina de Três Gargantas na China que têm uma potência instalada 60% superior à de Itaipu. O Projeto Itaipu até hoje é considerado benchmarking para usinas e barragens de todo o mundo. 3.2. Assessoria de Energias Renováveis da Itaipu Binacional Foi criada em agosto/2008 com a principal atribuição de elaborar e coordenar políticas e diretrizes da Itaipu Binacional relativa à fontes de energias renováveis, bem como difundir os conceitos de energias renováveis e os trabalhos da Itaipu sobre o tema. Sua principal característica é de manter a articulação da política Empresarial de Energias Renováveis, garantindo desta forma o fluxo do conhecimento específico sobre o tema, implantando unidades de demonstração e estudos de viabilidade técnica e econômica da

10 geração de energias baseadas em fontes renováveis, formando assim um laboratório a céu aberto e em escala real, como exemplo pode-se mencionar o Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar Sanga Ajuricaba. Outra atribuição desta assessoria é a articulação com outras instituições de pesquisa, órgãos públicos e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu Brasil da qual é parceira da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis. Estão sob responsabilidade desta assessoria a Plataforma Itaipu de Energia Renováveis que compreendem vários projetos tais como Energia Eólica, Biomassa, Solar, Hidrelétrica e Produção de Hidrogênio. 4. Descrição do projeto analisado A produção agropecuária do estado do Paraná é caracterizada principalmente pela produção de cana-de-açúcar, soja e milho (SEAB, 2011). Especificamente, as culturas de soja e milho favorecem a produção em escala de ração animal, provocando como consequência a disseminação da criação de bovinos, suínos e aves. Segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná (SEAB, 2011), somente no ano de 2011 foram abatidos 7.443.819 suínos, totalizando um volume de aproximadamente 652.100 toneladas de carne suína fornecidas ao mercado. Dessa atividade pecuária resulta um impacto considerável ao meio ambiente, principalmente no que tange o manejo dos dejetos dos animais e dos resíduos do processamento da carne. Se não forem corretamente destinados, esses resíduos geram contaminação do solo, do ar, dos cursos de água e lençol freático. Especificamente no que tange à Itaipu Binacional, a atividade pecuária realizada por produtores no entorno do reservatório e de seus afluentes, cuja designação formal é Bacia do Paraná 3 (na margem brasileira), trás uma série de consequências. Essas consequências vão desde a contribuição para o assoreamento das sangas e do reservatório, até a diminuição da qualidade da água, fator importante para a geração de energia e para os demais usos dados à água do reservatório, como irrigação, piscicultura e consumo por animais e pela população dos municípios lindeiros ao reservatório. Outras consequências que preocupam à Itaipu Binacional dizem respeito à geração de biogás, formado em sua grande parte por metano (CH 4 ), proveniente da decomposição dos dejetos e resíduos do processamento da carne. O metano possui a característica de ser 20 vezes mais ativo no fenômeno do efeito estufa que o gás carbônico (CO 2 ) (HOUGHTON, 2004). De acordo com Souza (2008), cada litro de fezes de suíno pode produzir cerca de 76,8 ml de metano por dia, ou o equivalente a pouco mais de um litro e meio de CO 2 equivalente. Considerando-se que um suíno destinado ao corte gera em média sete litros de dejetos por dia, somente o rebanho de suínos do estado do Paraná gera diariamente quatro mil metros cúbicos de metano, ou o equivalente a cinquenta mil metros cúbicos de CO2 equivalente, despejado diretamente na atmosfera. O biogás, todavia, tem interessantes características combustíveis (SOUZA, 2008), e, associado a equipamentos adequados, pode ser queimado, diminuindo-se consideravelmente o impacto relacionado com o efeito estufa já que o produto da queima passa a ser gás carbônico. Pode-se inclusive utilizar a queima do biogás como fonte de calor para atividades diversas ou para a geração de energia elétrica. É nesse contexto que um potencial projeto de implantação de equipamentos para a captura e aproveitamento do biogás proveniente de resíduos da pecuária local passou a interessar à Itaipu Binacional. A Assessoria de Energias renováveis da Itaipu Binacional, em

11 acordo com suas atribuições descritas anteriormente, desenvolveu ação específica para o desenvolvimento e implantação de unidades de demonstração de geração distribuída de energia elétrica a partir de implantação de biodigestores e grupos geradores. A ideia básica é a de que os produtores e processadores de animais da área de influência da entidade possam utilizar os resíduos de suas atividades principais para a geração de receita, diminuindo o gasto com a aquisição de combustíveis e de energia elétrica da concessionária local ou mesmo vendendo o excedente dessa energia para a concessionária. O modelo contempla ainda mais duas fontes de renda, sendo a primeira o aproveitamento ou venda do subproduto dos biodigestores, o biofertilizante; e a segunda a venda de créditos de carbono nos mercados nacionais e internacionais. De modo a verificar a viabilidade de tal empreitada, a Assessoria de Energias Renováveis da Itaipu Binacional (ER.GB) levou a cabo o estudo de viabilidade de um condomínio de pequenos produtores rurais, cujos biodigestores individuais poderiam alimentar uma estrutura de aproveitamento (geração de energia elétrica e calor) única compartilhada. A alternativa de se implantar um condomínio se justificava na medida em que a produção individual de biogás em cada pequena propriedade potencialmente não justificaria o custo de uma infraestrutura individual, ao passo que a escala da produção de todo o condomínio poderia viabilizar a ideia. Desse estudo também resultou um Projeto de Estágio do Curso de Administração da Faculdade Anglo-Americado de Foz do Iguaçu, empreendido pelos estudantes Geanfranchesco Auri Zimmermann, estagiário da referida assessoria; Gustavo Luiz Zimmermann, colaborador da Itaipu Binacional e Thiago Luiz Gobbo, colaborador da Itaipu Binacional. O trabalho foi orientado pelo professor e colaborador da Assessoria de Energias renováveis da Itaipu Binacional, Prof. MSc. Kleber Vanolli. No estudo Análise de viabilidade financeira e econômica sobre o prisma da sustentabilidade no Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar Sanga Ajuricaba, os pesquisadores citados definiram o objeto de estudo como sendo o condomínio de mesmo nome, cuja potencialidade de aplicação do projeto era considerável. Sendo parte do portfólio de projetos de sustentabilidade da Itaipu Binacional, o projeto visa promover a redução dos impactos ambientais sobre as águas e sobre a atmosfera, produzidos pelos dejetos gerados em estabelecimentos de agricultura familiar, na região da BP 3. Para isso, os dejetos são submetidos a tratamento sanitário por biodigestão, estimulando a valorização máxima dos subprodutos que dela resultam como o biogás e o biofertilizante. Este processo, além de produzir energia elétrica, térmica e veicular, gera acesso a créditos de carbono pela redução de gases que provocam o efeito estufa e incentiva o uso de biofertilizantes para a fertilidade dos solos. (ZIMMERMANN, 2011) Portanto, a metodologia de realização desse artigo baseia-se na análise documental do estudo de viabilidade citado. Assim sendo, passamos a descrever os detalhes do projeto analisado e a forma como o estudo de viabilidade foi conduzido. 5. Apresentação dos resultados O primeiro passo do estudo foi o levantamento de dados sobre as propriedades e criações da região delimitadas para a pesquisa. O resultado desse levantamento foram dados de 41 propriedades que incluíram estimativas da quantidade de dejetos e de biogás que seriam

12 produzidos, utilizando metodologia específica e ainda realizando-se adaptações devido à diferenças climáticas da região sul do país. Após levantamento quantitativo do potencial de produção, o estudo passou a analisar os diversos tipos de tecnologias disponíveis para o aproveitamento. Na época da implantação do projeto, chegou-se à conclusão de que as tecnologias mais adequadas para a implantação dos biodigestores era a utilização de tanques de fibra de vidro para volumes de até 50 m3, e a utilização de modelos com lonas de polietileno de alta densidade (PEAD) para volumes maiores. O volume dos tanques varia conforme o tamanho e a característica da criação em cada propriedade. Ademais dos biodigestores, foram definidas as tecnologias para a efetiva utilização do biogás produzido: uma micro central termoelétrica, um secador de grãos, uma composteira, um posto para armazenagem do biogás e um kit para a conversão de veículos convencionais para utilização do biogás como combustível. Assim que definidos os equipamentos, foram realizadas pesquisas de preço para aquisição dos mesmos, além do levantamento de custos dos serviços necessários para a implantação, tais como a realização dos projetos executivos, escavações, obras civis e montagens eletromecânicas. Também foram levantados impostos e encargos sociais de mãode-obra dos processos de implantação, manutenção e operação, bem como os custos com a depreciação dos equipamentos e estruturas cuja vida útil é relevante. Em seguida ao levantamento dos custos, foram estimadas as receitas de operação do condomínio, baseadas essencialmente na energia elétrica e na lenha economizada nas propriedades utilizando o secador de grãos e a composteira movidas a biogás proveniente dos biodigestores, na venda de combustível para os veículos utilitários das propriedades, da venda da energia elétrica excedente à concessionária local, da venda do biofertilizante resultante após a retirada do biogás dos resíduos e da venda de Créditos de Carbono. Todas essas receitas foram calculadas levando em consideração as características técnicas específicas de cada tipo de aproveitamento. Tendo em mãos os custos e receitas previstos, foram então construídos a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstração do Fluxo de Caixa (para um período de 20 anos) conforme os padrões de mercado. A partir desses demonstrativos, foram utilizadas algumas ferramentas de análise de viabilidade financeira e econômica. Essas ferramentas foram o Payback Simples, o Payback Descontado, o Valor Presente Líquido (VPL), o Custo Anual Equivalente (CAE), a Taxa Interna de Retorno (TIR) e Taxa Mínima de Atratividade em relação à TIR (TMA/TIR). Foi também realizada uma análise superficial dos riscos associados ao projeto. Após a aplicação das ferramentas citadas, a equipe de projeto chegou à conclusão que o projeto é viável em um horizonte de recuperação do investimento de 20 anos. O projeto fruto dessa análise encontra-se em processo de implantação, com apoio da Itaipu Binacional. 6. Análise dos resultados Observa-se que no estudo de viabilidade empreendido sobre o projeto Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar Sanga Ajuricaba, foram levados em consideração importantes ferramentas de análise econômico-financeira, tais como Payback (simples e descontado), VPL e TIR. Através dessas ferramentas, foi possível chegar-se a um entendimento sobre os resultados do projeto do ponto de vista do capital, do ponto de vista de

13 um capitalista ou dos próprios produtores e potenciais associados que estivessem buscando retorno financeiro sobre o investimento. Foram também descritas suscintamente as alternativas técnicas de implantação, chegando-se através de todos esses dados a um parecer de viabilidade favorável ao projeto, ainda que num contexto de tempo relativamente grande, 20 anos. Porém, do ponto de vista da sustentabilidade, conforme foi embasado na introdução desse artigo, a viabilidade tem também outros enfoques, que visam definir parâmetros que vão além do retorno financeiro do projeto. A análise de viabilidade do projeto não contemplou os outros dois fatores considerados essenciais para que a sustentabilidade seja verificada e atingida: os fatores social e ambiental. No estudo citado, não é difícil verificar que, embora não tenha sido mencionado sobre esse ponto de vista específico, o projeto atende alguns requisitos sociais e ambientais importantes, principalmente para a região de interesse da Itaipu Binacional: a qualidade da água de parte da sua bacia de captação de água e também sua preocupação com o fenômeno do aquecimento global. O adequado tratamento dos dejetos animais das áreas de criação mencionadas pode efetivamente melhorar a qualidade da água da região, evitar agravamento das condições naturais de assoreamento dos cursos de água da bacia e do reservatório, bem como evitar que uma quantidade considerável de metano, altamente ativo quando se trata de efeito estufa, venha a ser liberado na atmosfera. Porém, o estudo de viabilidade não utilizou ou sugeriu a adoção de nenhuma ferramenta que pudesse ser utilizada para mensurar o real impacto do tratamento dos dejetos nos pontos de vista ambiental. Embora existam medidas para a produção de metano, esses dados não foram utilizados para enfatizar uma potencial redução de dióxido de carbono equivalente na atmosfera. Também não foi relacionado o potencial impacto que poderia existir no estilo de vida dos agricultores que potencialmente fariam parte do empreendimento, já que, conforme o próprio estudo mostrou, existirá um impacto financeiro positivo para a economia da microregião analisada, ainda que no longo prazo. Potencialmente, quando são analisados fatores sociais e ambientais de um determinado projeto, pode-se chegar à conclusão de que, ainda que indicadores de viabilidade econômicofinanceira não atestem sua viabilidade do ponto de vista do capital, o investimento é viável e necessário. É o caso de projetos de melhoria das condições de vida de uma determinada população, ou de preservação ou mitigação de impactos ambientais de uma área degradada ou sob ameaça de degradação. Nesses dois casos, ainda que o fluxo de caixa do projeto seja negativo, sem expectativa de qualquer retorno financeiro, o investimento pode ser considerado uma contrapartida indispensável de um projeto maior, cujas barreiras econômicas são menores que os potenciais prejuízos sociais e ambientais resultantes. Assim sendo, considera-se que, ainda que de extrema importância e indispensável à realização dos projetos, a análise de viabilidade econômico-financeira sozinha não é capaz de exprimir todas as nuances de um projeto, principalmente quando o projeto está diretamente relacionado com o tratamento ou impactando em questões sociais e ambientais. São necessárias ferramentas extras, cujo enfoque seja social e ambiental, para que o projeto consiga ser avaliado como sob um ponto de vista economicamente, socialmente e ambientalmente sustentável. 7. Recomendações / Sugestões

14 Com o propósito, por tanto, de garantir os princípios da sustentabilidade na análise de viabilidade de um projeto, sugere-se as organizações em geral, e a Itaipu Binacional em específico, que incluam nos processos de decisão de realização de um projeto, além dos indicadores econômico-financeiros, também indicadores sociais e ambientais. Tal como afirmam STIGLITZ, SEM e FITOUSSI (2012, p.117) análises focadas em somente uma parte desses elementos não oferece uma visão exaustiva da sustentabilidade. Para a dimensão ambiental, recomenda-se avaliar o impacto do projeto em termos de utilização dos recursos naturais, uso de energia, emissões de gases poluentes, fauna e flora e geração de resíduos. Já para avaliação do pilar social, sugere-se incluir investimentos no capital humano, geração de empregos, impactos na comunidade, salários e condições de trabalho, direito das mulheres e retenção de talentos. A seguir são propostas variáveis que poderiam ser consideradas na análise de viabilidade do projeto agroenergético de Sanga Ajuricaba da Itaipu Binacional, inspirados nas referências DOW JONES SUSTAINABILITY INDEXES; SAM (2012b), GRI (2006) e MOVIMENTO NÓS PODEMOS PARANÁ (2013): Emissão Direta de Gases Causadores do Efeito Estufa (DJSI): O total de emissão direta de gases causadores do efeito estufa pelo projeto em toneladas de CO2 e a meta para este indicador. Porcentual e volume total de água reciclada e reutilizada (GRI): O total de água utilizada no processo produtivo oriunda da reciclagem e reutilização. Incluir uma meta para este indicador. Rede de esgoto (ODM): O número total de famílias beneficiadas pelo projeto que em suas residências tem acesso ao tratamento de esgoto. Incluir uma meta para este indicador. Indicadores de Desempenho de Capital Humano (DJSI): Número de horas investidas em treinamento. Incluir uma meta para este indicador. Renda Familiar (ODM): Proporção da população beneficiária do projeto que ganha menos de U$1,00 por dia. Incluir uma meta para este indicador. Diversidade e Igualdade de Oportunidades (GRI): Proporção de trabalhadores beneficiários do projeto por gênero, faixa etária e minorias. Incluir uma meta para este indicador. 8. Conclusões O Gerenciamento de Projetos do século 21 tem um grande desafio colocado pela sustentabilidade do planeta: garantir que suas iniciativas sejam viáveis economicamente, garantam a eficiência social e respeitem o meio ambiente. Este artigo propõe que a análise de viabilidade de um projeto não deve se basear somente no princípio da aplicação da análise econômico-financeira e do retorno financeiro que este projeto venha a gerar no menor espaço de tempo possível, preocupando-se somente no retorno que um investidor ou empresa buscam na maximização de seus lucros. O gerente de projetos moderno deve se basear nos indicadores de sustentabilidade se preocupando com fatores sociais e ambientais que seu projeto venha a gerar, pois tais fatores atualmente devem ser muito bem observados e avaliados, tornando-os desta forma fatores críticos e de suma importância na condução de projetos desta natureza. Muitas empresas na atualidade estão repensando toda sua estratégia de negócios e não visando somente garantir o pilar econômico, mas priorizando a inclusão dos pilares social e ambiental, levando tais organizações a considerarem como fundamental a sustentabilidade na

15 prestação de contas aos Stakeholders. O presente estudo propõe que esta iniciativa seja aplicada também nas atividades táticas e operacionais das empresas, em especial nos estudos de viabilidade de seus projetos. Uma das principais lições aprendidas com esta análise é que empresas que estão comprometidas com a sustentabilidade estão menos expostas ao risco e que desta forma venham a gerar mais valor à longo prazo, não só para seus acionistas mas para a sociedade como um todo. 9. Referências BARBIERI, José Carlos e cajazeira, Jorge Emanuel Reis. Responsabilidade Social Empresarial e Empresa Sustentável. Da teoria à prática. São Paulo: Saraiva, 2009. BARRETO, Karla e MULLER, Marilei. Sustentabilidade Organizacional. Faça sua parte. Disponível em:< http://facasuaparte2010.blogspot.com.br/>. Acesso em 24 de jan. 2013. BORDEAUX-REGO, Ricardo et al. Viabilidade econômico-financeira de projetos Série gerenciamento de projetos, 3.ª ed. Rio de Janeiro: FVG, 2010. COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. 2.ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 1991. Disponível em: <http://futurocomum.spruz.com/downloads.htm>. Acesso em 16 de fev. 2013. CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO INSTITUTO ETHOS, 2006, São Paulo. Oficina: Gestão de projetos para sustentabilidade v.7. Disponível em: <http://www.ethos.org.br/ci2006/apresentacoes/oficina_de_gestao_para_sustentabilidade_ver sao7.pdf>. Acesso em 15 de jan. 2013. CORREIA NETO, Jocildo Figueiredo. Elaboração e avaliação de projetos de investimento: considerando o risco. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. COSTA, Luiz Guilherme Tinoco Aboim; PEREIRA, Agnaldo Santos; COSTA, Luiz Rodolfo Tinoco Aboiml. Análise de investimentos. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2012. CREDIDIO, Fernando e MAO, Joana. Ecorrelações: a prática da sustentabilidade. Revista Filantropia e Gestão Social, São Paulo, edição 44, p. 44-45, jan./fev. 2010. DOW JONES SUSTAINABILITY INDEXES. Disponível em: <http://www.sustainabilityindexes.com/about-us/dow-jones-sustainabilityindexes.jsp>. Acesso em 10 de fev. de 2013a. DOW JONES SUSTAINABILITY INDEXES. Disponível em: <http://www.sustainabilityindexes.com/sustainability-assessment/sustainability-investing.jsp>. Acesso em 11 de fev. 2013b. DOW JONES SUSTAINABILITY INDEXES; SAM. The Dow Jones Sustainability World Index Guide v.12.0, 2012a. Disponível em: <http://www.sustainabilityindex.com/images/djsi-world-guidebook_tcm1071-337244.pdf>. Acesso em 10 de fev. 2013. DOW JONES SUSTAINABILITY INDEXES; SAM. DJSI 2012 Test Companies, 2012b. Disponível em: <http://www.sustainability-index.com/images/samplequestionnaire_tcm1071-337498.pdf>. Acesso em 13 de fev. 2013b. ELKINGTON, John. Sustentabilidade, canibais com garfo e faca. Tradução de Laura Prades Veiga. São Paulo: M.Books, 2012.

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17 TITMAN, Sheridan; MARTIN, John D. Avaliação de projetos e investimentos: valuation. Porto Alegre: Bookman, 2010. ZIMMERMANN, Geanfranchesco A. et al. Análise de viabilidade financeira e econômica sobre o prisma da sustentabilidade no Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar Sanga Ajuricaba. 2011. 95 p. Projeto de Estágio apresentado ao Curso de Graduação de Administração, Faculdade Anglo-Americano de Foz do Iguaçu.