RESENHAS O TRABALHO NO BRASIL PÓS- NEOLIBERAL José Izecias de Oliveira* POCHMANN, Márcio. O trabalho no Brasil pós-neoliberal. Brasília: Líber Livro, 2011. 206p. O trabalho no Brasil pós-neoliberal instiga vislumbrar um Estado em novas bases, a partir das recentes e profundas transformações nas relações do trabalho, diferente daquele do século passado, então conformado em caixinhas setorializadas para as ações públicas, padronizado no Estado do Bem-Estar social do pós-guerra, que sucedeu o Estado Liberal a partir da democratização política das estruturas de poder, produção e consumo, levados avante por intensas lutas sociais (p. 14). Pochmann, um dos mais acurados estudiosos da temática do trabalho no país oferece, em cada um de seus inúmeros livros, olhar privilegiado do assunto a partir do prisma da desigualdade, da tributação, do emprego globalizado, da superterceirização, da inclusão social, dentre outros. Conforme o autor, esse novo Estado ainda a ser instituído já apresenta as condições favoráveis gestadas nas profundas transformações que vem alterando o padrão de trabalho, com sua maior expressão na crise global de 2008, ápice de desgaste da hegemonia do neoliberalismo. Tal crise expressa uma especial condenação do processo de financeirização da riqueza, proporcionando entrar em cena uma nova maioria política, até então formada por atores antagônicos ou heterogêneos, em direção a bandeiras comuns como a defesa ambiental e a sustentação das atividades produtivas, com redistribuição da renda e riqueza. São as marcas do pós-neoliberalismo a emergir, e, como ele, as, Goiânia, v. 15, n. 1, p. 153-161, jan./jun. 2012. 153
exigências de reformulação do fundo público com vinculação às novas receitas originárias do então predominante trabalho imaterial, permitindo favorecer tanto a progressividade na tributação sobre a renda dos ricos, como a universalidade da proteção social (p. 11). Para o leitor compreender melhor as acentuada transformações da divisão do trabalho, nesse advento da sociedade pós-urbano-industrial no Brasil, no livro, estruturado em três capítulos assim intitulados: Novo contexto mundial e as perspectivas do trabalho; O trabalho e suas relações no Brasil do início do século 21; considerações gerais das transformações sociais no Brasil. Pochmann (2011) começa desenhando a evolução das perspectivas do trabalho em um contexto mundial. Discorre sobre a primeira Revolução Industrial e Tecnológica, capitaneada pela Inglaterra, no século 18, caracterizada pelos ganhos de produtividade e transição da sociedade agrária, época em que o trabalho era essencialmente para a sobrevivência, começando-se a partir dos cinco, seis anos de idade, durante 14 a 16 horas diárias exercidas até morrer (p. 20). O final do século seguinte, com a ocorrência da Depressão entre 1873 e 1896, os novos atores emergentes são os Estados Unidos e a Alemanha, como protagonistas da industrialização retardatária, mas com ganhos de produtividade superiores a todos os demais países, que marca a segunda Revolução Industrial. Um novo liberalismo estadunidense vai emergir da pós-crise de regulação da década de 1970, juntamente com ele uma nova fronteira de expansão do capitalismo global, representados em especial pela China e Índia. É nessa sociedade pós-industrial em construção, cristalizada pela crise imobiliária iniciada em 2008, nos Estados Unidos, notadamente não mais dependente da escassez de produção a partir do trabalho material, caracterizados pelas então revoluções industriais, que o novo horizonte do trabalho se descortina, onde: O conhecimento pode se tornar um dos principais ativos da propulsão do desenvolvimento, cujo avanço da produtividade pertence ao comando do processo de desmaterialização das economias. Sob estas novas condições depositam-se as possibilidades adicionais da maior libertação do homem do trabalho pela sobrevivência, por meio da postergação do ingresso no mercado de trabalho depois do cumprimento do ensino superior e da oferta educacional ao longo da vida (p. 23). 154, Goiânia, v. 15, n. 1, p. 153-161, jan./jun. 2012.
O autor mostra que no cenário atual pós-neoliberal, durante a primeira metade de decênio deste século, os países periféricos já respondem por aproximados 80% da expansão econômica mundial, capitaneados pela China, Índia e Brasil, países inexpressivos na década de 1960. Outra constatação relevante refere-se ao impacto na composição da produção em relação à distribuição setorial da força de trabalho, com queda significativa da ocupação rural, que, de quase 80% da ocupação centrada no setor agrícola na década de 1960, o conjunto de países não desenvolvidos a reduziu para quase 40%, em 2005 (p. 26), o que provocou, em contrapartida, elevação nas ocupações industriais e de serviços. A temática da sustentabilidade ambiental também merece destaque no presente trabalho de Pochmann, ganhando dimensão e responsabilidade quando relacionado ao padrão de desenvolvimento, especialmente no momento presente de transição da sociedade urbano-industrial (p. 42). Com várias ilustrações gráficas é possível perceber com clareza o uso da energia, principal componente no atual debate das mudanças climáticas e efeito estufa, nas respectivas sociedades agrária, urbano-industrial e pós-industrial, relativos aos países desenvolvidos, emergentes e não desenvolvidos, relacionando renda e consumo, verdadeiros irmãos siameses. Daí a sinalização para as boas perspectivas no uso das fontes renováveis e alternativas, permitindo ao desenvolvimento uma libertação das fontes fósseis, vilãs no aumento da concentração de carbono na atmosfera. A abordagem das bases e seus determinantes para a nova divisão internacional do trabalho, na transição da sociedade industrial para a pós-industrial, tem como pressuposto básico o trabalho imaterial, caracterizado pela preponderância do setor de serviços. O avanço do processo formativo do trabalho imaterial demanda mão de obra de maior qualificação e aprendizagem contínua (p. 55), uma vez que ele caminha para representar 90% de todas as ocupações, restando para os setores primário e secundário não mais que 10% de participação, considerando que há um século atrás eles respondiam por mais de 70% da fatia total. Ainda no primeiro capítulo, o autor aborda em profundidade as inflexões nos sistemas de formação para o trabalho na sociedade pós-industrial, com composição setorial de ocupação predominantemente terciária, que carrega uma alteração profunda no ciclo de vida e de estudo do trabalhador, fazendo do conhecimento um elemento estratégico na inserção e configuração das novas trajetórias ocupacionais portadoras, Goiânia, v. 15, n. 1, p. 153-161, jan./jun. 2012. 155
de maior articulação da vida com o estudo e trabalho (p. 63). Importante destaque é feito aos avanços em relação à questão da desigualdade vital da humanidade, representada pela expectativa de vida, que carrega implicações profundas no processo formativo do trabalho. Há mais de cem anos, ainda durante o predomínio da sociedade agrária, a esperança de vida ao nascer não superava, por exemplo, os 40 anos de idade. Ao longo do século 20, com o apogeu da sociedade industrial, a longevidade humana quase dobrou, para os 70 anos de idade, em média. Na sociedade pós-industrial, os mais de 100 anos de esperança de vida ao nascer não mais parecem distantes (p. 65). Dentre as implicações daí decorrentes, a primeira refere-se ao comprometimento do trabalho com o ciclo da vida humana. Na sociedade agrária comprometia-se 70% de toda a vida com atividades laborais, onde viver era fundamentalmente trabalhar. Na sociedade industrial, com a instituição do Estado do Bem-Estar social, menos de 50% de toda a vida estava comprometido com o trabalho. Já na nova sociedade pós-industrial que se apresenta, as expectativas para o comprometimento com o trabalho heterônomo não devem ultrapassar 25% do tempo da vida humana. A inserção no mercado de trabalho, como vem sendo postergada, deverá ocorrer após a conclusão da graduação, a partir dos 24 anos, com jornada de trabalho reduzida a não mais de 20 horas, isto possível frente aos elevados e constantes ganhos de produtividade (p. 66). Uma segunda implicação deriva da profunda alteração que emerge entre a relação da educação com o trabalho e a vida. Diferentemente da oferta de ensino apenas a uma pequena elite econômica e política, em alguns países, até o século 19; bem como a tentativa de sua universalização às faixas etárias mais precoces, na sociedade industrial do século 20; na sociedade pós-industrial, a educação tende a acompanhar mais continuamente o longo ciclo da vida humana, não somente como elemento de ingresso e continuidade no exercício do trabalho (p. 67). Esse novo mundo do trabalho se apoia, portanto, no resgate da educação e da formação profissional, e se encontra em sintonia com um dos pilares do que preceitua a UNESCO: educação ao longo de toda a vida. No entanto, vale ressaltar que esse patamar superior de cidadania 156, Goiânia, v. 14, n. 2, p. 417-423, jul./dez. 2011.
só se viabiliza pela redivisão da riqueza entre o fundo público e o capital virtual, decorrente do trabalho imaterial, capaz de revolucionar a titularidade da riqueza no futuro (p. 68). No segundo capítulo o autor contextualizar o trabalho e suas relações no Brasil nesse início de século, e destaca sua participação como 7ª economia global, enquanto detentora de Produto Interno Bruto (PIB). Apresenta escassez de mão de obra qualificada e redução nas taxas de desemprego, apesar dos retrocessos neoliberais no campo do trabalho, estruturados pelos primeiros governos, a partir da redemocratização do país. Pochmann desvela alguns mitos, em suas considerações a respeito do mercado de trabalho, como o do fim da sociedade salarial, o do fim dos empregos formais, o do alto custo do trabalho no Brasil, o do Estado inchado, o do elevado salário mínimo e, finalmente, o da suposta impossibilidade de redução da pobreza em meio a conjunturas de crise (p. 88), em que lança boas considerações, enriquecendo o debate em torno de temas tão controversos. Os avanços no emprego assalariado formal no Brasil, bem como o dinamismo das ocupações à margem da legislação social e trabalhista, são apresentados com farta ilustração gráfica e abundância de dados, em nível nacional e regional. Percebe-se um país com caráter conciliador e postergador de mudanças no padrão de regulação das relações de trabalho, ao longo do tempo (p. 110). É fato que o Brasil demorou quase sete décadas como Nação para erradicar o trabalho escravo (1888), seguido de mais de meio século para a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT, 1943), voltada apenas para os assalariados urbanos que, a época, representava apenas 15% dos trabalhadores do país. No final do capítulo o autor esclarece a intricada temática da inatividade laboral e do papel da Previdência Social brasileira na sociedade pós-neoliberal. Inicialmente, estima-se que entre o período de 2000 e 2020, o aumento médio do contingente etário mais velho seja de 585 mil pessoas ao ano. Isso significa que o país deterá, aproximadamente, 13% do total de sua população situada na faixa etária de 60 anos ou mais ante a situação de menos de 9%, em 2000, e 6%, em 1980 (p. 112). Associado a essas taxas, outro ingrediente complicador do quadro se refere à evolução da participação do rendimento do trabalho na renda nacional, que em 1960 representava aproximados 58% de participação, chegou em 1980 a 50%, e em 2005 com, apenas, algo em torno de 40% do total da renda. Por conta disso, os sinais de retrocessos no, Goiânia, v. 14, n. 2, p. 417-423, jul./dez. 2011. 157
sistema de proteção social no Brasil não são desprezíveis, diante da queda relativa da renda do trabalho (p. 114). Seguem, na esteira da temática, considerações a respeito da informalidade, da rotatividade do emprego, dos aposentados que trabalham e do desemprego no país, nos últimos anos, considerados constrangimentos decorrentes de decisões políticas equivocadas advindas do período neoliberal. O último e mais denso capítulo navega pelo campo das condições gerais das transformações sociais no Brasil, tendo como ponto de partida o panorama do gasto social congelado ou comprimido, uma vez que a máxima governamental do último ciclo de expansão produtiva no Brasil, de 1930 a 1980, primou pelo rápido crescimento do bolo, como condição para a distribuição da renda. Essa trajetória foi redirecionada pela Constituição Federal de 1988, responsável pela consolidação dos grandes complexos do Estado de Bem-Estar Social, especialmente no âmbito da seguridade social (p. 128), com expressiva elevação do gasto social, genuinamente marcados pelas transferências previdenciárias e de renda, como se vê: Nos dias de hoje, o gasto social agregado equivale a cerca de 23% do PIB, ou seja, quase 10 pontos percentuais a mais que o verificado em 1985 (13,3%). Noutras palavras, constata-se que a cada quatro reais gastos no país, um real encontra-se vinculado diretamente à economia social. Se for contabilizado também o seu efeito multiplicador pode-se estimar que quase a metade de toda a produção de riqueza nacional relaciona-se direta ou indiretamente à dinâmica da economia social (p. 128). No tópico destinado a apresentação das políticas públicas atuais e o recente padrão de mudanças sociais, o autor utiliza como recortes temporais, para sua análise, os dois mandatos de oito anos de Cardoso (1995 2002) e Lula (2003 2010), a partir de quatro pressupostos: (i) a perspectiva do desenvolvimento imaginado espontâneo e naturalmente oriundo das forças de mercado (p. 138), (ii) da opção de forte ênfase nas políticas sociais (p. 139), (iii) busca de maior autonomia na governança interna da política econômica nacional (p. 140) e (iv) nova inserção mundial (p. 141). O eixo de defesa da supremacia do segundo governo, em relação ao primeiro passa, necessariamente, pela ampliação dos gastos sociais e 158, Goiânia, v. 15, n. 1, p. 153-161, jan./jun. 2012.
seus desdobramentos, com especial ênfase nos ganhos reais advindos da elevação do salário mínimo e das transferências previdenciárias e de renda. São eles os principais atores responsáveis, não únicos, claro, por projetarem o Brasil a um cenário da mais alta taxa de mobilidade social (63,2%). Considerando uma amostra de 15 países, o país se posiciona como sendo superior à Suécia (51,1%) e o Canadá (50,1%). Declara o autor que no período Lula a taxa de mudança social brasileira chega a ser 50% superior ao grau de mobilidade em relação a nações (p. 143), como Espanha, França e Estados Unidos O autor toca muito superficialmente no papel da educação, especialmente nos desdobramentos decorrentes da elevação da escolaridade da PEA no período. Para esse aspecto, Barros, Carvalho e Franco (2010), colegas de IPEA do autor, em trabalho intitulado Determinantes da queda na desigualdade de renda no Brasil, confere a educação papel preponderante na reversão da desigualdade de renda brasileira, nos últimos anos, fruto da redução na heterogeneidade educacional, com ponto de inflexão no ano de 2001, quando a força de trabalho ultrapassa os sete anos de escolaridade. O livro trata, ainda, do comportamento da pobreza brasileira e seus desdobramentos regionais, quando toma por base a linha do salário mínimo, uma das tantas medidas internacionalmente utilizadas para aferir as frações absolutas de uma comunidade. O autor considera pobreza extrema, também tratada em alguns trabalhos como indigência, a população que sobrevive com renda per capita abaixo da linha de 25% do salário mínimo, e toma como pobreza absoluta a linha que representa o dobro do rendimento familiar, ou seja: metade do salário mínimo. Os dados apresentados e ilustrados graficamente mostram a evolução da taxa de pobreza absoluta rural, urbana e metropolitana, contemplando também as faixas etárias em um intervalo de três décadas, entre 1978 (68%) e 2008 (26,5%). Projetados os melhores desempenhos brasileiros alcançados recentemente, em termos de diminuição da pobreza e da desigualdade, [...] o Brasil pode superar o problema da pobreza extrema (0%) e alcançar uma taxa de pobreza absoluta de apenas 4%, em 2016 (p. 168). Os dados conferem alento, uma vez que proporcionam inclusão através do consumo. Por outro lado, em análise mais detalhada, quando o autor considera a coesão social, verifica-se que o indicador de desigualdade medido pelo Gini - coeficiente mais aceito e internacionalmente utilizado - apresenta queda bem mais lenta que a redução na pobreza absoluta,, Goiânia, v. 15, n. 1, p. 153-161, jan./jun. 2012. 159
ainda bem acima da dos países desenvolvidos, associada a uma elevação da pobreza relativa ao padrão de riqueza existente (p. 171). Vale registrar que notícias recentes dão conta de que o Gini brasileiro, que mede a desigualdade entre países, está entre os piores do G20, sendo superado apenas pelo da África do Sul. Ao abordar a problemática da elevação da pobreza relativa no Brasil, que atinge a taxa de 45,2% no ano de 2008, Pochmann enumera três constrangimentos a serem enfrentados pelas ações governamentais, com vistas a melhor êxito no conjunto das políticas públicas, em relação à coesão social. Estão eles relacionados: (i) à sustentabilidade de uma taxa elevada de crescimento econômico e de baixa inflação (p. 177), ao padrão tributário responsável pela constituição do atual fundo público brasileiro (p. 178) e à política de uso do fundo público no Brasil, no que se refere ao gasto público (p. 179). Dos constrangimentos citados, o nó maior parece se concentrar em um novo posicionamento das políticas públicas, com vistas a uma urgente reversão na regressividade da arrecadação tributária, a qual imputa pesadas cargas sobre os segmentos de menor renda, aliviando ou isentando os extratos sociais mais ricos. Na finalização do trabalho, aborda-se os avanços no Estado do Bem-Estar Social, mormente após a Constituição Federal de 2008, apresentando o desafio atual de aperfeiçoamento da segurança social (p. 187). Na transição para a sociedade pós-industrial, o Brasil tende a diminuir a sua população em termos absolutos, nas próximas duas décadas, e conviver com considerável envelhecimento etário. As estimativas mostram que em 2040, por exemplo, seremos 205 milhões de brasileiros, dois milhões a menos que em 2030, o que significa aumentar a dependência demográfica diante da relativa redução da população jovem e expansão do segmento de maior idade (p. 188). Essas profundas mudanças sinalizam para um novo movimento de constitucionalização do Estado, em direção a maior eficiência e eficácia das políticas de segurança social (p. 187). Diante da transição inexorável para uma sociedade de trabalho, predominantemente imaterial, mais envelhecida, e que procura uma perspectiva superior àquela que se tem hoje, urge transformar o curso originado no passado (p. 192). Isto significa mudar: O desequilíbrio secular da gangorra social. Na ponta alta encontram-se os 10% mais ricos dos brasileiros, que concentram 160, Goiânia, v. 15, n. 1, p. 153-161, jan./jun. 2012.
75% da riqueza contabilizada; e apenas 6% da população que respondem pela propriedade dos principais meios de produção da renda nacional. Em contrapartida, a ponta baixa da gangorra acumula o universo de excluídos que se mantêm historicamente prisioneiros de uma brutal tributação (p. 192). * Trabalho recebido em 03/03/2012 e aprovado em 29/05/2012 ** Doutorando em Educação pela PUC Goiás. Mestre em Planejamento e Desenvolvimento Territorial; Engenheiro Civil; Reitor da UEG no período 1999-2005. E-mail: izecias@bol.com.br, Goiânia, v. 15, n. 1, p. 153-161, jan./jun. 2012. 161