O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA: UMA BREVE ANÁLISE SOBRE O CONCEITO DE TERRITÓRIO



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Transcrição:

O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA: UMA BREVE ANÁLISE SOBRE O CONCEITO DE TERRITÓRIO Hermes Polleti Pereira/Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia - FFSD hermesrcc@hotmail.com Salim Jorge/Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia - FFSD Salim85geo@hotmail.com PARA COMEÇO DE CONVERSA. O presente trabalho tem sua origem ligada a uma atividade proposta pelo professor da disciplina Metodologia de Ensino da Geografia para a turma do 5º período do curso de licenciatura plena em Geografia da Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia (FFDS), com sede no município de Nova Friburgo-RJ. Para tal atividade, a turma foi dividida em grupos de cinco alunos, tendo como objetivo a construção de um vídeo de no máximo dez minutos para uma breve explicação de um dos conceitos-chave da Geografia. O nosso trabalho teve como foco o território. Porém, para um dos autores pioneiros na abordagem do território, Claude Raffestin: É essencial compreender bem que o espaço é anterior ao território. O território se forma a partir do espaço, é o resultado de uma ação conduzida por um ator sintagmático (ator que realiza um programa) em qualquer nível. Ao se apropriar de um espaço, concreta ou abstratamente [...] o ator territorializa o espaço (RAFFESTIN, 1993, p. 143). Dentro dessa perspectiva, construímos um roteiro e o grande desafio era transformá-lo em vídeo, já que de forma bem amadora, não tínhamos os recursos profissionais para a elaboração do mesmo. Sendo assim, o vídeo foi construído em três momentos: primeiramente, foram gravados relatos nos quais os alunos envolvidos no

projeto definiam conceitualmente o território e sua interpretação na geografia. Em um segundo momento, foram feitas gravações em locais pré-definidos pelo grupo, onde propúnhamos ilustrar de forma mais significativa, as diferentes formas que um indivíduo pode observar algumas delimitações territoriais. Para tanto, fomos até a divisa dos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis, objetivados em vislumbrar o limite territorial destes municípios, outro local permeado sob tal atmosfera de análise, foi o distrito de Lumiar, em Nova Friburgo. Com as gravações feitas, o último momento do nosso trabalho consistiu em um árduo processo edição, no qual utilizamos um programa de computador chamado Windows Movie Maker. O vídeo depois de finalizado foi apresentado para nossa turma de graduação e, logo após, seguiu-se um debate acerca do uso de novas tecnologias para ilustrar determinadas temáticas que permeiam o conteúdo programático dos ensinos fundamental e médio. Esta atividade para nós foi tão produtiva que resolvemos socializar a nossa pequena produção áudio-visual através da rede mundial de computadores, alocando nosso trabalho no sítio YouTube. Mesmo após, o termino do trabalho no nosso âmbito acadêmico, sentimos a necessidade de levantar algumas questões para o debate com outros colegas envolvidos com o fazer pedagógico, a partir de questões como: a) A importância da utilização de recursos audiovisuais nas aulas e do próprio professor no processo de construção de um recurso audiovisual; b) A relevância da rede mundial de computadores (também chamada de Internet) como uma grande teia de comunicação global; e c), Na contribuição deste tipo de atividade para o processo de ensino-aprendizagem. O DESENVOLVIMENTO DO VÍDEO. Para alcançar os objetivos propostos por esse trabalho, neste acaso, a análise sobre o conceito de território, uma fase importante soergueu. A fase destinada à pesquisa e ao levantamento de referenciais bibliográficos acerca do conceito. Na visão de Manuel Correia de Andrade: O conceito de território não deve ser confundido com o de espaço ou de lugar, estando muito ligado à idéia de domínio ou de gestão de uma determinada área. Deste modo, o território está associado à idéia de poder, de controle, quer se faça referência ao poder público, estatal,

quer ao poder das grandes empresas que estendem os seus tentáculos por grandes áreas territoriais, ignorando as fronteiras políticas. (ANDRADE, 1995, p. 19). Na etapa destinada ao arcabouço teórico, o enfoque do grupo sobre o conceito, convergiu na análise desenvolvida pelo autor Rogério Haesbaert acerca do território, onde o mesmo o analisa sob diferentes enfoques, elaborando uma classificação em que se verificam três vertentes básicas: 1) jurídico-política, segundo a qual o território é visto como um espaço delimitado e controlado sobre o qual se exerce um determinado poder, especialmente o de caráter estatal ; 2) cultural(ista), que prioriza dimensões simbólicas e mais subjetivas, o território visto fundamentalmente como produto da apropriação feita através do imaginário e/ou identidade social sobre o espaço : 3) econômica, que destaca a desterritorialização em sua perspectiva material, como produto espacial do embate entre classes sociais e da relação capital-trabalho. (HAESBAERT, 2004, p.18). A partir dos estudos sobre o conceito, construímos um roteiro e a grande missão era transformá-lo em vídeo, mesmo que de forma amadora (como já revelamos), as etapas de sua construção foram meticulosamente desenhadas: Inicialmente foram gravados relatos nos quais os alunos envolvidos no projeto definiam conceitualmente o território, supracitado, e sua interpretação na geografia. Para que o entendimento das vertentes classificadas pelo autor Rogério Haesbaert ficassem mais claras, foram citados vários exemplos de fatos onde o conceito aparece de forma explícita e mais didática possível. Para ilustrar o que o autor define como uma vertente jurídico-política do território, utilizamos como exemplo no vídeo, a Segunda Guerra Mundial, onde um dos mais importantes motivos foi o surgimento na década de 1930, na Europa de governos totalitários com fortes objetivos militaristas e expansionistas. Na Alemanha, por exemplo, surgiu o nazismo, liderado por Hitler e que pretendia expandir o território Alemão, desrespeitando o Tratado de Versalhes, inclusive reconquistando territórios perdidos na Primeira Grande Guerra. Outro exemplo citado para exemplificar está vertente, foi à guerra inacabável do Oriente Médio, onde os conflitos assolam até hoje suas populações, sob os mais diferentes motivos, sendo o principal deles, o que diz respeito ao território. Podemos

dizer que o conflito entre israelenses e palestinos enquadra-se como sendo o exemplo principal, nele vislumbramos as lutas para assegurar terras sobre as quais, segundo eles, têm direito milenar. Para ilustrar o que o autor chama de vertente cultural(ista) do território, foi citado no vídeo, o exemplo de um estádio de futebol O Maracanã, no Rio de Janeiro onde as torcidas dos clubes nos dias de jogos sequer se misturam, tendo logo na entrada seus lugares já pré-definidos, ou seja, cada uma tem sempre o seu portão de acesso as arquibancadas hermeticamente definidos, na entrada e no interior do estádio, onde podemos visualizar sua separação (principalmente quando os jogos são televisionados). Elas ficam separadas por grades que impossibilitam o acesso de ambas as partes no espaço da outra. Mais um exemplo foi utilizado nesta parte do vídeo, citamos as favelas da cidade do Rio de Janeiro, onde os riscos da atividade do tráfico implicam em disputas entre as quadrilhas rivais pelo território, bem como a repressão da polícia às suas atividades de controle do mesmo. Sabemos que o tráfico não está apenas nas áreas periféricas, mas boa parte de seu controle territorial se estabelece nessas áreas. Posteriormente a esta etapa, que teve como vertente conceitual às definições subtraída do autor Rogéiro Haesbaert, foram feitas gravações em locais escolhidos pelo grupo que ilustrariam melhor o conceito de território, com o intuito que ficasse possível visualizar no espaço físico as delimitações territoriais. Para tanto, fomos até a divisa dos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis, com o objetivo de dar um enfoque de limite territorial. A divisa destes municípios se encontra na região governo chamado de: Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, como podemos observar na representação gráfica abaixo (representação 01).

Representação 1 Mapa das regiões de Governo do Estado do Rio de Janeiro. Fonte: CIDE, 2008. Em termos técnicos, limite territorial significa uma linha imaginária na superfície terrestre, porém esta linha imaginária, que divide o território e que inclui um poder sobre o mesmo, aparece de forma mais tátil quando o vídeo demonstra que os ônibus das empresas do município de Teresópolis não ultrapassam a placa que sinaliza o fim do território teresopolitano. O mesmo acontece quando um ônibus de uma empresa do município de Nova Friburgo chega ao final do território friburguense, sem ultrapassá-lo. Podemos assim dizer, que se linha não representasse um limite, esta poderia ser desrespeitada, como demonstra a figura abaixo (figura 1). Figura 1 Os limites dos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis. Figura 1 - Foto do arquivo pessoal de Hermes Polleti Pereira, 2008

Outro local que foi cenário de nossas gravações foi o distrito de Lumiar, pertencente ao município de Nova Friburgo (ver mapa abaixo). Nesta localidade foram filmados algumas residências e terrenos com a intenção de mostrar as cercas e os muros que delimitam o território particular, também entendido como um espaço de poder. Mapa 1 Mapa da divisão distrital de Nova Friburgo Mapa cedido por Alessandra Carreiro Baptista DSc. Engenharia Civil / Geotecnia Ambiental / Geoprocessamento e professora de Cartografia, Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto do curso de Geografia Plena da Faculdade Santa Dorotéia Com as gravações feitas, o nosso trabalho consistiu em editar o vídeo. Para tanto algumas fotos foram retiradas da internet e utilizadas para ilustrar os fatos narrados, assim como as músicas utilizadas. O programa de computador chamado Windows Movie Maker, um software de edição de vídeos da Microsoft de simples utilização, nos permitiu uma maior interação como elementos ainda pouco utilizados por nós para edição de um vídeo: os efeitos de transição e a personalização de textos e áudio. IMPORTÂNCIA DO USO DE AUDIOVISUAIS NA SALA DE AULA. A escola é uma instituição criada para socializar o conhecimento e a entendemos como um espaço de relações comunicacionais, nada mais aceitável, portanto, que seja também afetada pelo que ocorre fora de seus muros e, no íntimo dos indivíduos que a constituem.

No processo de ensino-aprendizagem são utilizadas diferentes metodologias para a construção do conhecimento, entre as quais pode se destacar a utilização de recursos audiovisuais. O domínio desses recursos pode representar um instrumento importante ao trabalho do professor, uma vez que permite a utilização de um conjunto de múltiplas linguagens (texto, som, imagem) resultando em um acúmulo de estímulos variados ao aluno, acionando centros de processamentos mentais de informações também diferentes, com conseqüências possivelmente benéficas em termos de eficiência na aquisição de conhecimento, no entanto se não houver recursos didáticos, as aulas tornam-se rotineiras quando se limitam apenas a utilização de metodologias tradicionais como o uso do quadro negro e dos livros didáticos, tornando-se monótonas e desinteressantes, por isso recebem críticas de múltiplos autores, dentre os quais destacamos o autor Natanael Bomfim, que assim analisa essa situação: Nas escolas do Brasil e do Mundo, percebe-se que o ensino de geografia mantém, ainda uma pratica tradicional tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio. Para a maioria dos alunos, a aprendizagem da geografia na escola se reduz somente a memorização, sem fazer referência a as experiências sócio-espaciais; Assim o ensino e aprendizagem da geografia escolar se caracterizam pela utilização excessiva do livro didático, pela aplicação dos conteúdos conceituais que procedimentais, como também pela utilização descontextualizada e estereotipada das cartas geográficas. (BOMFIM, 2006). No entanto, o uso de recursos áudio visuais vêm proporcionar aos professores novas formas de trabalho com os alunos, facilitando o processo de ensinoaprendizagem. Para Jose Manoel Moram, os meios de comunicação audiovisual desempenham indiretamente, um papel educacional relevante. Passam-nos continuamente informações, interpretadas, mostram-nos modelos de comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e privilegiam alguns valores em detrimento de outros (http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/tedh/tedhtxt2b.htm2).

O uso de recursos como TV, DVD, microcomputador, máquina fotográfica e aparelho de som possibilitam o professor ter nas mãos novos recursos para atrair a atenção de seus alunos. Pensando nisso, acompanhando o ritmo da era digital, as escolas brasileiras estão se modernizando, juntamente com o apoio de Estado brasileiro, através de órgãos governamentais como, por exemplo, a Secretaria de Estado de Educação do Estado do Rio de Janeiro SEE-RJ, que vem distribuindo aparelhos notebooks aos seus professores, assim como o Ministério da Educação, que vem equipando as escolas com TVs, DVD e computadores, em linha gerais, através do programa PROINFO. É importante que os professores não utilizem esses recursos somente para exemplificarem e ilustrarem suas aulas com materiais já prontos, adquiridos em bancas de jornal ou em sites na internet, mas que os próprios professores também sejam produtores desses materiais didáticos. Vemos que a importância do próprio professor produzir seu material didático se dá por conta de ilustrarem fatos do cotidiano, o que facilitaria a compreensão dos alunos daquele local. Como já mencionado anteriormente, com um simples recurso, neste caso, com uma câmera digital é possível que se produza pequenos vídeos visando mostrar a problemática local, como enchentes, secas, deslizamento de terras, paisagens, etc. Entretanto, não é só o recurso audiovisual que pode ser elaborado, mas também maquetes, mapas, jogos, propostas de experimentos, folhetos, ilustrações, etc. Vale ressaltar também a importância do professor em estimular os alunos a produzirem estes materiais, distribuindo atividades que possam ampliar os conhecimentos em relação ao ensino de geografia, por meio do desenvolvimento de produtos e da realização de atividades práticas estimulando as habilidades de pesquisa, organização e criatividade. Hoje em dia, com os avanços da tecnologia os materiais didáticos produzidos por professores e alunos de um determinado local não ficam apenas restrito para aquele grupo. Já percebemos um crescimento na veiculação de inúmeros trabalhos à rede mundial de computadores. Dentro deste ambiente, chamado também de Internet, percebemos uma gama de componentes fundamentais para ensino e pesquisa. No ambiente da Internet, podemos mais rapidamente localizar informações, com maior velocidade de atualizações e online e se imbuir de uma troca de informações textuais e de imagens mais fluída, sobretudo no que tange a produção e publicação de conteúdos. As teias tracejadas pela comunicação online neste ambiente e de supra-importância para organização do homem atualmente no mundo.

Dentro desta grande teia de comunicação e informação que é a Internet, nos intensificamos nosso olhar para um dos mais visitados sítios eletrônicos no Brasil, chamado YouTube, com o objetivo de demonstra os fins didáticos deste tipo de sítio eletrônico. O YouTube é um sítio eletrônico que permite que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos em formato digital pela rede. No caso dos recursos didáticos audiovisuais, eles também podem ser divulgados no YouTube, o que dará ao produtor do material a possibilidade de publicá-lo na rede, possibilitando que todos que dispõem de acesso à Internet, que acessam este sítio, vislumbrarem seu trabalho, fazendo do mesmo uma grande ferramenta no auxílio do processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, um trabalho com uma temática local, que ficaria restrito somente para aquela localidade, com o auxílio do YouTube, poderá ser visualizado em toda a parte do mundo, o que dá maior importância sua produção. Como exemplo temos o vídeo que foi nesse artigo. CONCLUSÃO Para que a educação aconteça de forma eficaz e para que o conhecimento possa chegar até os alunos, várias estratégias precisam ser elaboradas pelos educandos. Ao final deste trabalho, chegamos à conclusão que as novas tecnologias servem de grande auxílio neste processo de ensino-apredizagem. Os recursos audiovisuais são instrumentos que oferecem aos professores uma dinâmica eficaz, possibilitando que o conteúdo possa ser ilustrado de forma mais clara, porém nem sempre se tem o recurso apropriado. No entanto, buscamos neste artigo, fomentar aos educandos à vontade de construir o próprio material e também de incentivar os alunos a produzirem, mesmo que com pouco recurso tecnológico, como citamos ao descrever o nosso trabalho. De forma que tanto o professor, quanto o aluno não fiquem somente na tradicional utilização de livros, mas que possam se adequar às novas tecnologias. A Internet também é uma ferramenta importante, servindo não somente para a busca de informações e a realizações de pesquisa, mas também é um ambiente para publicação de trabalhos, como caso do site You Tube, onde temos como exemplo o nosso próprio vídeo que foi publicado nele e está à disposição de todos (http://www.youtube.com/watch?v=1hdrbfer6dm), e demais trabalhos que poderão servir de recursos didáticos no auxílio de aulas preparadas por professores.

Referências Bibliográficas: HAESBAERT, R. O mito da desterritorialização do fim dos territórios à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. ANDRADE, M. C. A questão do território no Brasil. Editora Hucitec, São Paulo- Recife, 1995 BOMFIM, Natanael Reis. A imagem da geografia e do ensino da geografia pelos professores das séries iniciais. Revista Estudos Geográficos, Rio Claro, 4(1), Junho, 2006 (ISSN 1678 698X) MORAES, Antônio Carlos Robert. Ratzel. Editora Ática, São Paulo-SP, 1990 MORAM, Jose Manoel. Desafios da televisão e do vídeo à escola. http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/tedh/tedhtxt2b.htm2 Pagina acessada em 21 de julho de 2009. RAFFESTIN, Claude. O que é território. In RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo-SP Ática, 1993.