Segunda teleconferência de atualizações do Semeia, realizada em 06/11/2013



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Transcrição:

Segunda teleconferência de atualizações do Semeia, realizada em 06/11/2013 Transcrição da aprensetação e sessão de perguntas e respostas Com licença senhoras e senhores, iniciaremos agora a sessão de perguntas e repostas. Para fazer uma pergunta digitem * 1 e para retirar a pergunta da lista digite * 2. Aguardando as perguntas. Vou responder agora uma pergunta encaminhada pelo Tiago. O Tiago pergunta se o Semeia acredita que o Turismo de massa pode ter um papel na conservação da unidade de conservação e se o Semeia conhece também algum modelo onde esse equilíbrio seja conhecido. Tiago é curioso, mas no Brasil nós tendemos a achar que os parques são exclusivamente uma agenda ambiental. Em outros países, eu vou citar o exemplo da Argentina, os parques estão sob a gestão do ministério do turismo. A Nova Zelândia, por exemplo, o governo desenvolveu uma proposta interessante: foi criada uma diretriz no desenvolvimento desta visitação dos parques que trabalha com esta função de conciliar o turismo com a conservação. Inclusive esta diretriz faz considerações sobre a gestão dos potenciais conflitos que podem existir. Há 7 grupos de diferentes de turistas que procuram parques, entre eles, por exemplo, os viajantes de parada rápida, são aqueles que passam pelo parque a caminho de outras atividades. Há também os visitantes por um dia, enfim os parques que atraem este perfil de visitantes de massa devem ser os mais preparados para este turismo de massa. Desta forma as atividades e a estrutura desses parques são projetadas para atender as expectativas destes visitantes, assim como são planejadas para que tenham um menor impacto possível no parque. Por exemplo, contam com áreas de piquenique, estruturas muito duráveis, comunicação muito clara, bom acesso, bom planejamento, organização do fluxo de veículos, enfim, uma série de ações que são previamente planejadas para garantir que os eventuais impactos do turismo de massa sejam minimizados e a relação ao final seja benéfica tanto para o turismo quanto para a conservação. Estou disponível para a próxima pergunta. Recebemos outra pergunta da Luiza que nos pergunta como nós podemos ter no mesmo espaço produtos que são concessionados com atividades que são livres, não pagas. Esta é uma ótima pergunta Luiza e é recorrente para nós aqui no Semeia. Atividades que são pagas podem coexistir com atividades não pagas. Primeiramente quando você vai a um parque você pode ou não pagar pela entrada no parque. Há locais onde se paga e há locais como no estado do Rio de Janeiro onde não há uma praça de cobrança para a entrada. Os estudos de viabilidade que nós fizemos junto com a E2 e o Civil mostram que este custo para a entrada no parque pode ser significativo, mesmo que você dê desconto e gratuidade para determinados perfis de público é um recurso importante para o concessionário. Bom, mas depois da entrada, você paga ou não para realizar atividades? De uma forma geral é comum que as atividades que são providas pelo concessionário sejam pagas, as outras que não são providas pelo concessionário podem ser livres, podem ser gratuitas. Por exemplo, você pode fazer uma livre escalada mais simples em um determinado local, mas uma escalada mais complexa que exija, por exemplo, alguma alteração por parte do privado para garantir a segurança do usuário, essa sim teria que

ser paga. Ou seja, ter certeza do que é ou não livre depende do modelo de gestão que é acordado no momento da concessão. É Possível imaginar um modelo onde a entrada é isenta e há diversas atividades gratuitas. E ao entrar no local o usuário acaba consumindo com alimentação, com souvenir, com atividades diferenciadas e esse consumo viabiliza o negócio do privado. Enfim, este é o caso dos museus na Inglaterra, por exemplo. E também há iniciativas que também conseguem ser eventualmente viabilizadas com patrocínios e fundos e apoio e oferecem mais atividades livres e não pagas aos usuários. Ou seja, Luiza, não existe um modelo único. Existem diversas soluções possíveis que devem ser avaliadas a cada caso de acordo com as características da unidade de conservação e com os anseios tanto do órgão gestor quanto do parceiro privado. Senhoras e senhores, lembrando que para fazer perguntas pelo áudio favor digitem * 1 e para fazerem perguntas pela internet favor clicar no ícone, enviar pergunta. Aguardamos demais perguntas. Eu respondo agora a pergunta da Belmira do IEF de Minas. Belmira, obrigada pela excelente colocação. A Belmira traz uma questão interessante e ela diz que entendeu que o Instituto Semeia não restringe o público a categoria de que nós chamamos de conservação integral e pede mais informações sobre o uso público nas unidades de conservação sustentáveis. Belmira, na realidade nossa missão no longo prazo é transformar as unidades de conservação, todas elas, em todas as categorias, em motivo de orgulho para todos os brasileiros. Contudo, nós temos um foco estratégico para estes primeiros anos de funcionamento do Semeia e para nós foi muito importante estabelecer este foco para que a gente ganhe expertise, gestos, levante de informação e conhecimento de uma forma bastante objetiva. Por este motivo, neste primeiro ciclo do Semeia, nós estamos focando em unidades de proteção integral, isso significa que não temos ainda uma base de conhecimentos que fale, por exemplo, sobre o uso público nas reservas extrativistas, quer dizer que são tão importantes no país, especialmente na região amazônica. Não temos no momento e não temos nesse ciclo, o que não significa que em algum momento o Semeia não vá entrar nesta agenda. Esta é uma decisão que é tomada pelo nosso conselho deliberativo aonde anualmente nós fazemos nosso planejamento estratégico. Temos uma pergunta, se houve novidade nesse processo de consulta pública da Rota Lund que o Semeia não esperava. Uma pergunta feita pela Andressa. Olha Andressa acho que a principal novidade que nós tivemos, ou a principal surpresa que nós tivemos, foi a atratividade deste edital neste mercado que a gente chama de impacto Invest, investimentos de alto impacto no Brasil. Nós já temos dois fundos estabelecidos no Brasil e o INCRA montou diversos cases inclusive da PPP da Rota Lund e foi para nós uma surpresa perceber que nós podemos estar diante de uma agenda que interessa à aqueles investidores que estão interessados em, além do retorno econômico contribuir efetivamente para a geração de oportunidades para as pessoas e para a conservação destes ativos. É uma renda que nós temos que entender um pouco melhor. Temos uma pergunta da Ludmila Prado. Ludmila Prado é uma jornalista e ela nos pergunta se nós temos a intenção de realizar ou planejar parcerias com faculdades de gestão ambiental no sentido de envolver estes futuros profissionais nos debates em busca dos melhores modelos de gestão de parques. Ludmila é uma excelente ideia nós

gostaríamos bastante de discutir as possibilidades de entrar em uma agenda destas para entender onde nós poderíamos dar o maior valor agregado. Ainda não temos uma reflexão clara e um projeto ou uma meta específica para isso, para essa eventual atividade de trabalhar com estes universitários. A gente tem tido alguns relacionamentos através de eventos no CONASO que nós estivemos presente esse ano, mas com certeza nós podemos fortalecer muito essa atuação. Então eu agradeço a sua colocação e vamos discutir isso internamente no Semeia e estamos também à disposição para receber contatos, sugestões, ideias da sua parte neste sentido. Recebemos também uma pergunta do Ike, da Biosphera. Ike, obrigada por sua participação hoje e o Ike nos pergunta se após concretizar esse projeto da Rota Lund e se temos algum outro projeto similar em vista. Primeiro é importante colocar que nós ainda não estamos concretizando o Rota Lund, ainda temos um grande desafio pela frente como a gente sempre vem colocando nas nossas conversas o modelo da PPP da Rota Lund não é uma verdade absoluta, é um dos modelos de gestão que nós acreditamos que merece ser testado, mas este modelo ainda está em fase de consulta pública, esta fase de consulta publica resulta em um aprimoramento do edital por parte do governo e o edital será publicado aproximadamente em fevereiro do ano que vem. Então o êxito de fato vai acontecer... O primeiro momento de êxito de fato é o momento de quando tiver a participação da iniciativa privada neste edital. Isso não é uma meta pequena em um país onde não existe um mercado neste setor. Mas alem disso, quer dizer, não basta apenas ter um operador. Nós precisamos ter um bom operador que de fato cumpra aquilo que foi montado no edital que é a obrigação de abrir vários encargos para garantir não só a conservação, mas também a geração de oportunidades no entorno da Rota Lund. Então temos alguns anos aí pra medir estas atividades e esse modelo da Rota Lund. Quanto a perspectiva de expansão deste modelo, nós temos sido procurados não só por estados, mas também pelo próprio governo federal para que possa haver o apoio do Semeia na expansão de novos projetos. Contudo, o que nós temos dito é que nossa melhor contribuição neste momento é compartilhar com os estados e com o governo federal o modelo que foi feito na Rota Lund, porque este modelo pode ser facilmente customizado para outras regiões. Facilmente eu digo o trabalho mais árduo, um trabalho político, de concepção, de estrutura já foi feito. Claro que exige que os estados façam um levantamento amplo das informações dos parques que pretende concessionar, mas o edital guarda uma série de atributos que podem ser adequados com a finalidade e inclusive uma novidade neste edital é que ele é um edital do PPP que tem como natureza ter um modelo de concessão onde o governo remunera o privado por garantir a conservação, mas no edital, se este privado que está lá garantindo a conservação acabar tendo um grande êxito na visitação turística, claro respeitando o plano de manejo, mas se houver um êxito e uma receita acima do esperado, ele deixa de ser um edital de PPP e passa a ser um edital de concessão tradicional onde o governo ao invés de pagar recebe o pagamento do concessionário. Ou seja, aqueles estados que não gostariam de avançar em uma agenda de concessões usando um modelo de PPP também podem se apropriar deste edital para construir modelos que são de concessão tradicional. Então Ike, nossa melhor contribuição neste momento é exatamente divulgar este edital e claro estar disponíveis para que a gente possa conversar com os estados, trocar informações e trocar aprendizados neste processo.

Eu gostaria agora, nós temos dez minutos mais, só para terminar nossa teleconferência eu gostaria de liberar para alguma pergunta que está vindo pelo telefone que vem do Rafael Nava. Bom dia Ana Luiza, bom dia pessoal do Semeia, eu gostaria de perguntar atualmente quais são os principais gargalos internos do Semeia que tiram o seu sono e que se colocam como uma barreira para atingir os objetivos do instituto? Rafael obrigada, é, realmente acho que todos nós aqui temos noites de sono que não são muito bem dormidas, porque nós somos uma equipe que pensa muito e que busca soluções, e as soluções não são simples quando você compreende que nós estamos diante de um mercado em formação. Quer dizer, diferente de outros países como Estados Unidos, mesmo Chile, mesmo a Argentina, aonde já existem concessões dentro dos parques em numero suficiente que permita que você tenha uma avaliação do cenário, uma avaliação mínima deste setor, no Brasil nós não temos esse mercado, nós temos ainda um mercado muito insipiente. Nós temos praticamente só as Cataratas que opera nossas três joias da coroa, então nós não temos dados, não temos referencias para sensibilizar aqueles investidores, aqueles empreendedores que gostariam de entrar nesta agenda, mas que para entrar, querem saber informações. Informações sobre o potencial de mercado, informações sobre as dificuldades. Eles querem dados claros e confiáveis sobre os parques, sobre os sistemas. Quer dizer, nós não temos dados, onde estão os dados dos nossos parques brasileiros hoje? Nós não temos. Se um investidor quiser consultar qualquer um dos parques que seja ele vai ter muita dificuldade para obter informações básicas destes parques, inclusive neste ponto Rafael, nós estamos conversando com o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade para que a gente possa entender como o Semeia poderia trabalhar junto com o ICMBio exatamente para tornar públicos dados dos nossos parques. Porque publicando esses dados, tendo uma plataforma fluida de dialogo que permita que o público leve informações e o privado conheça estas informações é uma maior facilidade talvez no desenvolvimento deste mercado. Bom Rafael, então respondendo a sua pergunta o nosso sono é tirado por isso, pois estamos diante de uma coisa bastante inovadora no Brasil. E no dia a dia, quais seriam os principais desafios do instituto? No dia a dia os nossos principais desafios estão relacionados com o estabelecimento de processos e rotinas. Temos uma gama de atividades hoje relativamente extensas para o tamanho da nossa equipe, então nós hoje precisamos investir bastante tempo em estabelecimento de processos e rotinas e isso toma tempo. Alem disso, há um desafio bastante expressivo e que vai ser um desafio que a gente vai precisar enfrentar que é como nós transformamos todo o conhecimento que nós temos hoje, seja o conhecimento que vem através das publicações que eu contei pra vocês seja através do conhecimento que está na cabeça individualmente de cada um dos colaboradores aqui do Semeia, mesmo o conhecimento de nossos parceiros, ou está dentro dos nossos projetos. Como que a gente transforma isso de uma forma agradável e leve para que isso seja levado para as pessoas e para que isso também seja gravado na memória institucional da instituição. A instituição crescendo vai alcançar novas pessoas que vão chegar, novos colaboradores, essas pessoas precisam ter acesso fácil a estas informações assim como o publico e a comunidade que a gente pretende engajar. Este é um desafio grande porque ele envolve pensar em como sistematizar esse conhecimento e como criar rotinas e

processos para memorizar esse conhecimento e hoje a gente tem se deparado com um desafio maior do que esperávamos neste tema de gestão do conhecimento. Muito obrigado Ana Luisa Muito obrigada Rafael Eu gostaria de liberar para mais uma pergunta do Inácio Gimenez que está ao telefone. Bom dia Ana, tudo bem? Aqui é o Inácio da Ânima. Com relação ao Parque Line eu gostaria de saber quais serão as próximas Rota Lund: estados, municípios, o que vocês estão mirando. Primeiro obrigada pela pergunta. Hoje a gente primeiro acredita que a escolha do próximo parque não tem que vir nem de mim, nem do Semeia e tampouco do governo. Ela deveria vir do privatizado. Aonde há maior interesse de grupos privados de entrarem nesta agenda. Então é preciso ouvir estes grupos privados e é o processo que a gente tem tentado fazer este ano no Semeia porque talvez os locais mais atrativos sob a ótica do privado não sejam aqueles que nós pensamos ou que o próprio estado pensa. Idealmente os próximos Rota Lund serão aqueles aonde houver um interesse previamente manifestado pelo setor privado. Agora claro, existem demandas que chegam do governo em locais que aparentam grande atratividade. Aqui eu poderia citar o Parque Nacional da Serra da Bocaina, nós temos um relacionamento muito bom com o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, que gostariam muito de ver um próximo projeto da Rota Lund acontecer no Parque Nacional da Serra da Bocaina. É um projeto que está sendo liderado pelo Chico Livino que é o gestor do parque, uma pessoa fantástica, bastante envolvida, bastante comprometida com esta agenda e nós estamos estudando qual é a melhor contribuição que nós podemos dar considerando que a melhor contribuição não é reproduzir novamente o modelo de construção deste edital, que é um modelo que demorou dois anos, que enfim, teve bastantes recursos envolvidos. Talvez existam outras formas da gente ajudar para que a Bocaina, por exemplo, possa vir a ser uma próxima Rota Lund. Perfeito, e vocês sabem ou acreditam que alguns municípios também possam virar alvo de interesse para as próximas PPPs? Não só acreditamos como temos um sentimento interno que trabalhar no âmbito municipal pode ser extremamente interessante. O vinculo do cidadão comum com aquilo que acontece no seu próprio município é forte então a tendência de você conseguir engajar uma pessoa nesta agenda, nós acreditamos que é maior. Estamos conversando hoje com o município do Rio de Janeiro, com a secretaria municipal do Rio de Janeiro, mas claro em preliminares, enfim nós acreditamos que há espaço sim. Eu gostaria de responder a nossa última pergunta. Temos que finalizar em virtude do horário. Eu respondo agora a pergunta da Ana Flavia que vem da Ong PREA. A Ana Flavia nos pergunta como o Semeia percebe a viabilidade de se articular, as comunidades locais e as possíveis concessionárias. Considerando que no Brasil em geral as comunidades não se envolvem ou não são engajadas a participar efetivamente da gestão da XXXX

Ana, eu acho que esta é uma pergunta excelente e o que nós podemos dizer aqui é que nós temos uma concepção no Semeia de que o verdadeiro desenvolvimento é aquele que gera oportunidades para estas pessoas expressarem seus próprios talentos. Eu estou usando aqui uma concepção de desenvolvimento que foi desenvolvida pelo Amartya Sen que recebeu o premio Nobel da economia e o que o Amartya coloca é que quando você consegue dinamizar a economia para que as pessoas sejam livres para tomar a decisão do que elas querem fazer da sua vida é quando você efetivamente atingiu o desenvolvimento. O que eu quero dizer com isso? Eu quero dizer que nós não sabemos quais são os anseios da comunidade que está no entorno daquele espaço. A primeira pergunta que tem que ser feita é quais são os anseios, porque talvez os anseios daquelas pessoas não estejam relacionados a participar ativamente da gestão das unidades de conservação. E esta participação ativa na gestão é as vezes alguma coisa que a gente vê que é dada como uma coisa que deve acontecer e muitas vezes isso é incentivado com várias praticas sem a gente se perguntar se aquele é o sonho daquela comunidade. Eu vou dar o exemplo do estagiário que nós tínhamos no Semeia que veio de Aracajú e o sonho de vida desse estagiário era morar na Paulista em São Paulo e virar jornalista. Quer dizer, que se nós chegássemos a uma concepção que nós não entendemos que é uma concepção libertadora do desenvolvimento e déssemos para a mãe do Isaac, que é o nosso estagiário, um pedaço de terra e mudas de abacaxi e uma facilidade para que ela pudesse plantar no entorno, naquela região, para participar de uma gestão de parque ou qualquer coisa que for, nós estaríamos cometendo na verdade uma tremenda sacanagem, porque o Isaac não queria estar lá, ele gostaria de estar em São Paulo virando jornalista, que é o que ele fez. Ou seja, primeiro ponto, precisamos entender os anseios da comunidade, porque envolvê-las depende de haver um interesse genuíno dela. Bom, se houver um interesse genuíno, aí vem uma pergunta que não é na verdade resposta: você pode ter formas de envolver uma comunidade. Uma forma tradicional de envolver a comunidade é fazer com que as pessoas façam parte da cadeia de valor do turismo, participando das oportunidades que são geradas neste espaço. No edital da Rota Lund, por exemplo, o concessionário recebe uma bonificação se as pessoas que fizerem parte da equipe de gestão forem pessoas do entorno. Há uma bonificação financeira para o concessionário por trazer pessoas do entorno. Existem outros modelos bastante interessantes como, por exemplo, o modelo que a gente conheceu na Namíbia que é um modelo onde as comunidades que têm interesse em participar desta agenda recebem recursos de fundos de investimento para elas construírem os ativos dentro de um determinado parque, mas a partir da construção destes ativos estas comunidades estão trazendo a iniciativa privada para fazer a gestão destes espaços. Isso é uma coisa inovadora porque mostra que lá na Namíbia algumas comunidades perceberam que elas não têm as competências necessárias para fazer a gestão daquele espaço de forma a tornar aquele espaço competitivo no cenário turístico internacional. Por isso elas são detentoras dos ativos, mas elas buscam um parceiro privado para operacionalizar a atividade. Com isso Ana Flavia eu quero lhe dizer que existem diferente modelos, nós não temos uma reflexão aprofundada sobre as diferentes oportunidades e estamos bastante abertos para conversar com vocês do PREA e seus gestores porque entendemos que é fundamental que as comunidades sejam beneficiadas com oportunidades de desenvolvimento genuíno. Eu gostaria de agradecer a todos e nós teremos que dar o encerramento.

Com licença. Encerramos neste momento a sessão de perguntas e respostas. Vou passar a palavra a diretora executiva Ana Luisa da Riva para as considerações finais. Agradeço a todos pela participação nesta segunda teleconferência. Esperamos contar com vocês nas outras, mas também estamos abertos entre hoje, dia 5 de fevereiro para receber criticas, sugestões, perguntas e também poder dialogar com cada um de vocês. Bom dia a todos e mais uma vez obrigada. Senhoras e senhores, informamos que as perguntas enviadas por webcam que não puderam ser respondidas, serão respondidas posteriormente pelo time Semeia. A áudio conferência do Semeia está encerrada. Agradecemos a participação a participação de todos e tenham um bom dia.