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Transcrição:

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 26.927 - RO (2008/0107965-6) RELATORA RECORRENTE ADVOGADO RECORRIDO PROCURADOR : MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA : ADALBERTO ROCHA LOBO : RONALDO GOMES NEVES E OUTRO(S) : ESTADO DE RONDÔNIA : JERSILENE DE SOUZA MOURA E OUTRO(S) EMENTA RECURSO ORDINÁRIO, MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. DESCLASSIFICAÇÃO. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO DO ATO IMPUGNADO. NULIDADE. CARÁTER SUBJETIVO, SIGILOSO E IRRECORRÍVEL. OFENSA À AMPLA DEFESA. 1. O ato de reprovação de candidato em concurso público, no exame de capacidade física, deve necessariamente ser motivado, sendo vedada sua realização segundo critérios subjetivos do avaliador, bem como a ocorrência de sigilo no resultado do exame e de irrecorribilidade, sob pena de violação dos princípios da ampla defesa e da impessoalidade. 2. Reconhecida a nulidade do ato administrativo impugnado, por ausência de motivação, cabe à Administração realizar, fundamentadamente, nova análise do preenchimento pelo impetrante dos requisitos de capacidade física exigidos para o cargo. 3. Recurso ordinário provido em parte. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora." Os Srs. Ministros Og Fernandes, Sebastião Reis Júnior, Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ/RS) e Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do TJ/CE) votaram com a Sra. Ministra Relatora. Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura. Brasília, 04 de agosto de 2011(Data do Julgamento) Ministra Maria Thereza de Assis Moura Relatora Documento: 1078235 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/08/2011 Página 1 de 8

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 26.927 - RO (2008/0107965-6) RELATORA RECORRENTE ADVOGADO RECORRIDO PROCURADOR : MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA : ADALBERTO ROCHA LOBO : RONALDO GOMES NEVES E OUTRO(S) : ESTADO DE RONDÔNIA : JERSILENE DE SOUZA MOURA E OUTRO(S) RELATÓRIO MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA(Relatora): Trata-se de recurso ordinário, interposto por ADALBERTO ROCHA LOBO, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, que denegou segurança impetrada em face de ato do Secretário de Estado de Administração de Rondônia, consubstanciado na desclassificação do impetrante, após aprovação na prova objetiva, de concurso público para provimento de vaga para o cargo de neurocirurgião. Alegou o impetrante, em sua petição inicial, que foi considerado inapto ao serviço público pelo Núcleo de Perícia Médica do Estado, embora não tenha sido submetido a qualquer avaliação médica/laboratorial pela Junta Oficial. Sustentou, outrossim, que o Certificado de Sanidade e Capacidade Física seria nulo por ausência de fundamentação, e que não houve prova da sua incapacidade física para o serviço público, razão pela qual requereu a juntada aos autos, pela autoridade impetrada, de cópias dos exames a que teria se submetido para que se concluísse pela sua inaptidão, se as tivesse. Pleiteou a concessão da segurança, para que "seja anulado o resultado do concurso, no que se refere ao quadro pretendido pelo impetrante, sendo o mesmo submetido aos exames de saúde regulares, os exigidos por lei, para que possa, desta forma, ser nomeado normalmente, nas condições gerais disciplinadas pelo edital." Deferida parcialmente a liminar, a fim de assegurar a reserva de vaga até o julgamento final deste mandamus (fl. ), no mérito a Corte local denegou a segurança com base nos seguintes fundamentos: "De fato, constata-se que o documento fornecido pelo Núcleo de Perícia Médica apenas considera o impetrante inapto, sem detalhar ou esclarecer, efetivamente, o alcance ou o fundamento para a inaptidão. Contudo, não obstante a ausência de motivação, os exames juntados aos autos e as informações prestadas pela autoridade impetrada esclarecem o porquê da decisão. O documento de fl. 113, exarado pelo Núcleo de Perícias Médicas do Estado de Rondônia atesta: Adalberto Rocha Lobo, 59 anos de idade, candidato ao cargo de Neurocirurgião, apresentou-se com história relatada de próprio punho Documento: 1078235 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/08/2011 Página 2 de 8

de cirurgia cardíaca em 2004 com o CID Z - 95.5 (Presença de implante de enxerto de Angioplastia Coronariana) em consequência de CID I - 25.9 (Doença Isquêmica Crônica do Coração). Relata ainda outras cirurgias sofridas de Hérnia Discal de Coluna - M-51 e Hemorroidectomia. Após a análise das patologias relatadas acima e do quadro clínico que apresentava o candidato no momento da perícia por ser mesmo portador de patologias graves e crônicas, somando-se ainda o agravante da idade (59 anos) esta junta conclui pela inaptidão do mesmo cargo que pleiteia (médico neurocirurgião) haja vista requerer o cumprimento de plantões, sobreavisos, pareceres e cirurgia de longa duração, onde o cirurgião é exposto a atividades físicas repetitivas em larga escala, com esforço físico postural e alto nível de stress. Informou, ainda, que tomou a medida atacada no intuito de resguardar o interesse do Estado, considerando a possibilidade de o impetrante requerer, logo após a posse, a sua aposentadoria, uma vez que a Lei n. 8.112/90 faculta ao servidor a aposentadoria por invalidez, quando portador de cartiopatia grave. Dessa forma, estando demonstrado nos autos ser o impetrante portador de patologia grave, entendo que não há que se falar em ilegalidade do ato praticado, haja vista que o conjunto probatório não evidencia suficientemente, sem necessidade de nova prova pericial, ter sido incorreta a conclusão da Junta Médica." Nas razões do recurso ordinário, afirma o recorrente que, "apesar de regularmente aprovado no concurso público, foi alijado do certame por ter sido liminarmente considerado inapto para o exercício do cargo, por decisão preconceituosa, desprovida de provas (porque não precedida de exames ou perícia médica) e sem a devida fundamentação." Aponta, inicialmente, a extemporaneidade da motivação do ato de desclassificação, considerando que "a administração pública, ciente de que havia cometido erro grave ao deixar de motivar a desclassificação do candidato, tentou contornar a situação, apresentando os motivos da sua decisão em sede de prestação de informações, já no âmbito do mandado de segurança." A esse respeito, assevera que "tal atitude não tem o condão de convalidar o ato anteriormente praticado, devendo ser considerada nula a desclassificação do impetrante, sem a devida motivação." Ressalta, outrossim, que "não se trata de mero cumprimento de formalidade, mas é que da forma como praticado o ato ora combatido, o impetrante ficou sem saber os motivos que levaram a Administração Pública a interpretá-lo como incapaz e, com isso, ficou impedido de fazer provas da sua plena capacidade física para o exercício das atividades do cargo." Aduz, nesse sentido, que "a falta de fundamentação e motivação do ato de desclassificação, não só implica em nulidade por ausência dos requisitos de validade do ato administrativo, mas também em nulidade por ofensa ao direito à ampla defesa e ao Documento: 1078235 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/08/2011 Página 3 de 8

contraditório por parte do candidato injustificadamente alijado do certame." Requer, assim, ante a nulidade do ato de sua desclassificação, "seja concedida a segurança pleiteada, para o fim de declarar nulo o ato praticado pela autoridade coatora, permitindo que o impetrante possa ser submetido aos exames de saúde regulares, com os quais certamente restará comprovada a sua sanidade física e mental para o exercício do cargo." Por outro lado, salienta que, além de não ter motivado tempestivamente o ato de desclassificação, "os motivos trazidos à baila pela administração pública nestes autos são meras suposições desprovidas de sustento em provas técnicas e eivadas de manifesto preconceito." No ponto, argumenta que "quer a autoridade coatora dizer que, por si só e sem nenhuma necessidade de exame complementar, uma pessoa que tenha se submetido a uma cirurgia cardíaca ou a um tratamento para correção de problemas de coluna é totalmente incapaz para o exercício de qualquer atividade laboral." Além disso, acrescenta que "também quer a autoridade coatora insinuar que uma pessoa com 59 anos de idade seja menos apta para o trabalho do que outra mais jovem" e que "há inúmeros julgados reconhecendo ser inconstitucional alijar alguém de um concurso público para o provimento do cargo público por conta da idade, principalmente quando se constata que a idade do impetrante não é tão avançada assim, já que há vários profissionais de renome na especialidade com idade muito mais avançada e continuam prestando normalmente seus serviços à sociedade." Afirma, ademais, que se encontra apto para o exercício das atividades inerentes ao cargo e que a prova disso é que há muito tempo presta serviços para o Estado de Rondônia na qualidade de médico contratado. Conclui, ao final, que a incapacidade física de uma pessoa não pode ser atestada sem prévia perícia médica. Pleiteia o provimento do recurso, "para o fim de determinar a nulidade do ato de desclassificação do impetrante, determinando que a autoridade coatora proceda à nomeação do mesmo, eis que aprovado em primeiro lugar e o fato de estar prestando serviços ao Estado de Rondônia na qualidade de contratado é prova suficiente de que esteja apto para o exercício do cargo, na qualidade de servidor concursado." Apresentadas as contrarrazões do Estado de Rondônia (fls. 248/254), manifestou-se o Ministério Público Federal pelo desprovimento do recurso (fls. 266/267). É o relatório. Documento: 1078235 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/08/2011 Página 4 de 8

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 26.927 - RO (2008/0107965-6) EMENTA RECURSO ORDINÁRIO, MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. DESCLASSIFICAÇÃO. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO DO ATO IMPUGNADO. NULIDADE. CARÁTER SUBJETIVO, SIGILOSO E IRRECORRÍVEL. OFENSA À AMPLA DEFESA. 1. O ato de reprovação de candidato em concurso público, no exame de capacidade física, deve necessariamente ser motivado, sendo vedada sua realização segundo critérios subjetivos do avaliador, bem como a ocorrência de sigilo no resultado do exame e de irrecorribilidade, sob pena de violação dos princípios da ampla defesa e da impessoalidade. 2. Reconhecida a nulidade do ato administrativo impugnado, por ausência de motivação, cabe à Administração realizar, fundamentadamente, nova análise do preenchimento pelo impetrante dos requisitos de capacidade física exigidos para o cargo. 3. Recurso ordinário provido em parte. VOTO MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA(Relatora): Cinge-se a controvérsia à ocorrência de nulidade de ato administrativo, da lavra do Secretário de Estado de Administração de Rondônia, consubstanciado na desclassificação do impetrante, após aprovação em prova objetiva, de concurso público para provimento de vaga para o cargo de neurocirurgião. É sabido que, dentre os cinco elementos do ato administrativo, um deles é a forma, integrada necessariamente pela motivação nas hipóteses de reprovação de candidatos nos exames de capacidade física em certames públicos, que possibilite a revisão do resultado obtido, sob pena de subjetivismo e de ofensa à ampla defesa. Nesse sentido, imperioso que o ato de desclassificação no exame médico para ingresso no serviço público observe a devida publicidade e critérios objetivos, sendo vedado o caráter sigiloso e irrecorrível do referido exame. Nessa linha de raciocínio, cumpre trazer à baila o seguinte precedente deste Sodalício: "RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO PARA O CARGO DE SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR. PROVA DE APTIDÃO FÍSICA. PERTINÊNCIA COM AS FUNÇÕES A SEREM EXERCIDAS. MOTIVAÇÃO DO ATO DE Documento: 1078235 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/08/2011 Página 5 de 8

REPROVAÇÃO. LEGALIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. Admite-se a exigência de aprovação em exame físico para preenchimento de cargo público, desde que claramente previsto em lei, guarde pertinência com a função a ser exercida e seja pautado em critérios objetivos, possibilitando ao candidato o conhecimento da fundamentação do resultado. Precedentes. 2. Todos os critérios utilizados para avaliar a aptidão física do candidato para o cargo foram expressa e previamente especificados no Edital regente do certame, que trouxe, inclusive, tabelas explicativas da correlação entre o tempo despendido para a realização do exercício da forma exigida e sua pontuação. 3. Além disso, a Administração juntou documento assinado pela própria impetrante, informando-a os motivos que ensejaram sua reprovação, com a descrição do tempo/número de exercícios praticados pela candidata e correspondente pontuação, sendo certo que a soma não atinge o mínimo exigido para a habilitação. 4. Recurso desprovido, em consonância com o parecer ministerial." (grifo não original - RMS 25.703/MS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 02/06/2009, DJe 03/08/2009) Da análise dos autos, contudo, verifica-se que o ato ora impugnado, qual seja, o Certificado de Sanidade e Capacidade Física nº 287/2007, não foi devidamente fundamentado, tendo apenas constado, sem qualquer motivação, o resultado "inapto ao serviço público" (fl. 57). Desse modo, é flagrante a nulidade do ato por ausência da devida fundamentação, bem como por ofensa à ampla defesa, ao impossibilitar o conhecimento e a insurgência pelo recorrente, seja na esfera administrativa ou judicial, em face dos motivos que ensejaram a sua desclassificação no certame. Nesse contexto, as informações prestadas pela autoridade impetrada no presente mandamus não têm o condão de elidir a nulidade do ato por ausência de exposição dos motivos da desclassificação, pois referido caráter subjetivo e sigiloso do ato importa em nulidade que não pode ser sanada a posteriori na esfera judicial. Em assim sendo, reconhecida a nulidade do ato administrativo impugnado, cabe a Administração proceder a devida análise do cumprimento pelo candidato dos requisitos de capacidade física para o cargo de neurocirurgião, de modo que, em caso de nova desclassificação, possa ser discutida, na via própria, a existência ou não da referida capacidade. Ante o exposto, dou parcial provimento ao recurso ordinário e concedo em parte a segurança, para anular o ato de desclassificação ora impugnado, por ausência de motivação, determinando à Administração que realize, fundamentadamente, nova análise do preenchimento pelo impetrante dos requisitos de capacidade física exigidos para o cargo. Documento: 1078235 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/08/2011 Página 6 de 8

É como voto. Documento: 1078235 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/08/2011 Página 7 de 8

CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEXTA TURMA Número Registro: 2008/0107965-6 PROCESSO ELETRÔNICO RMS 26927 / RO Número Origem: 20000020070080445 PAUTA: 04/08/2011 JULGADO: 04/08/2011 Relatora Exma. Sra. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA Presidente da Sessão Exma. Sra. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. JOÃO FRANCISCO SOBRINHO Secretário Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA RECORRENTE ADVOGADO RECORRIDO PROCURADOR AUTUAÇÃO : ADALBERTO ROCHA LOBO : RONALDO GOMES NEVES E OUTRO(S) : ESTADO DE RONDÔNIA : JERSILENE DE SOUZA MOURA E OUTRO(S) ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Concurso Público / Edital CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora." Os Srs. Ministros Og Fernandes, Sebastião Reis Júnior, Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ/RS) e Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do TJ/CE) votaram com a Sra. Ministra Relatora. Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura. Documento: 1078235 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/08/2011 Página 8 de 8